O sábado

Mateus 12:1-8

Nos últimos 3 minutos vimos o amoroso convite do Salvador para irmos a ele, não a uma religião. A palavra “religião” vem de “religar” ou “reconectar”, considerando que o homem perdeu a conexão com Deus. Porém é Deus quem faz essa reconexão, não o homem. A rigor, o que ocorre nem mesmo é uma reconexão, mas o descarte completo do velho homem e uma nova criação de Deus.

Quando o homem tenta se reconectar com Deus ele parte do princípio de que é capaz de fazer isso seguindo uma lista de regras. O resultado? Suas regras acabam sendo mais para prejudicar o ser humano do que para ajudá-lo. Elas viram um sacrifício que chuta para escanteio qualquer sentimento de misericórdia. Foi o que os judeus fizeram com o sábado, o dia que era para servir de descanso na lei dada a Moisés.

Como estavam com fome, ao atravessarem um campo de cereais os discípulos de Jesus começaram a colher espigas, esfregá-las com as mãos e comer os grãos. Nada de estranho aí. Você também come aveia, que é um grão cru, esmagado ou moído.

Segundo a lei dada no Antigo Testamento aquilo não era roubo, pois era permitido que um viajante se alimentasse das plantações alheias, desde que não usasse uma foice. Deus pensava no bem-estar dos viajantes numa época quando não havia postos e lanchonetes nas estradas. O problema para os fariseus foi os discípulos terem feito isso no sábado, e os fariseus consideraram aquilo trabalho.

As intenções de Deus são para o bem-estar do ser humano, não para o seu sofrimento. A história do cristianismo está cheia de casos de autoflagelo, de pessoas que afligem a si próprias, chicoteiam o corpo, sobem escadarias de joelhos ou se deixando pregar numa cruz. Elas acham que seu sofrimento serve para pagar por seus pecados. Mas como pagar por algo que já foi pago há dois mil anos?

Talvez você pergunte: E o jejum? Vou dizer o que é o jejum ou a abstenção de alguma coisa. Você se lembra daquela vez em que ficou tão apaixonado por alguém que até se esquecia de almoçar e jantar? É desse jejum que a Bíblia fala, de você ficar tão apaixonado por Deus que as coisas perdem sua importância.

Jesus mostra aos fariseus que Deus não quer sacrifícios, e sim misericórdia. Ele os lembra de que Davi e seus homens, quando tiveram fome, comeram os pães que ficavam no templo, e que só os sacerdotes podiam comer. É claro que se na época Davi tivesse sido respeitado como rei e não precisasse viver no exílio, não precisaria ter feito aquilo. E o que temos aqui?

O Rei de reis, o Sumo Sacerdote, aquele que é maior que o templo de Jerusalém, aquele que é Senhor do sábado, rejeitado por sua nação e principalmente pelos religiosos de sua época. Se Jesus tivesse sido recebido, seus discípulos não precisariam estar fazendo aquilo. Ao deixar de lado a misericórdia e valorizar o ritualismo, a religião acaba deixando Jesus de fora.

E para dar mais uma prova de quem ele realmente é, nos próximos 3 minutos Jesus irá exercer misericórdia no dia que ele mesmo criou: o sábado.

tic-tac-tic-tac...