O grito da meia-noite

Mateus 25:6-13

“À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘Eis o noivo! Saiam para encontrá-lo!’” (Mateus 25:6). As dez virgens acordam e correm preparar suas candeias, mas as insensatas entram em pânico ao descobrirem que não têm azeite. Elas pedem um pouco emprestado das virgens prudentes.

O problema é que o azeite do Espírito Santo não é algo que se empreste. Ou você tem ou não tem, e quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. As virgens prudentes são pessoas realmente salvas pela fé em Jesus; as outras apenas professam uma religião. A salvação é individual, não é hereditária e não passa de uma pessoa para outra. As virgens insensatas saem em busca de azeite, mas agora é tarde.

O noivo chega, as virgens preparadas entram com ele para a festa, e a porta é fechada. De nada adianta as insensatas clamarem diante da porta: “Senhor! Senhor! Abra a porta para nós!” (Mt 25:11). O noivo responde que não as conhece. Todas as cinco ocorrências da expressão “Senhor! Senhor!” na Bíblia são de pessoas que não creem em Jesus e nem o esperam (Mateus 7:21-22; 25:11; Lucas 6:46; 13:25).

Os primeiros cristãos esperavam Jesus com grande expectativa. Paulo se inclui entre os que subiriam para encontrar o Senhor nos ares. Ao falar do arrebatamento da Igreja, ele diz “...nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor...” (1 Ts 4:15). Ele vivia na expectativa de um encontro iminente.

Infelizmente isso se perdeu ao longo dos séculos. Os cristãos passaram a esperar pela morte ou pela tribulação que precede a vinda de Cristo para reinar, perdendo de vista a iminência do encontro com aquele que prometeu: “Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver” (Jo 14:2-3). Mesmo assim, há indícios de que alguns ainda mantiveram viva essa esperança, embora de maneira esparsa.

Todavia, foi apenas no século 19 que a expectativa da vinda iminente de Jesus para arrebatar sua Igreja voltou a ser parte integral da vida cristã, e o resultado foi um século de evangelismo e missões sem precedente. De repente o “azeite” podia ser encontrado em cada esquina do mundo. Quando você vive na expectativa de Jesus voltar num piscar de olhos, percebe que não há tempo a perder.

No original, o texto não diz “Aí vem o noivo” ou “o noivo se aproxima”, mas “Eis o noivo”, e a diferença é importante. Não é a vinda que nós esperamos, mas a pessoa que vem — Jesus, o Senhor. Quem se ocupa demais com os sinais ou com o evento da vinda é como a noiva que vai ao aeroporto esperar pelo noivo que vem do exterior para buscá-la, e acaba mais interessada no painel que anuncia os pousos e decolagens do que na pessoa que irá levá-la dali.

Nos próximos 3 minutos, vamos falar de investimentos.

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