A tribulação

Mateus 24:4-14

No capítulo 24 de Mateus Jesus explica aos judeus fiéis como serão os sete anos da tribulação que precede sua vinda para reinar neste mundo. O princípio das dores, ou a primeira metade dos sete anos, será caracterizado por muitos que afirmarão ser o Cristo, o Messias esperado, enganando muita gente. Jesus fala de guerras, fomes e terremotos como característica do início das dores.

Guerras, fomes e catástrofes naturais sempre ocorreram, portanto ele está falando aqui dessas coisas num grau nunca visto antes. Em seguida ele fala de seus discípulos, que serão perseguidos, mortos e odiados por todos. Apesar de vermos isso também na história da Igreja, ele está falando do que ocorrerá àqueles que se converterem durante os sete anos de tribulação que ainda estão por vir, principalmente dentre os judeus.

Então vem uma frase que costuma ser mal interpretada por muitos cristãos: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24:13). Considerando que ele está se dirigindo a judeus, dentro do contexto do judaísmo, faça a seguinte pergunta: O que um discípulo judeu entenderia por “ser salvo”? Certamente não o mesmo que eu e você entendemos, vivendo hoje num contexto religioso e cultural do cristianismo, cuja esperança é celestial. A esperança do judeu no Antigo Testamento era terrena.

A ideia de ir para o céu era estranha a um judeu. Sua esperança estava no estabelecimento do reino do Messias nesta terra, na libertação de seus inimigos e na prosperidade material. Diante do cenário que Jesus estava descrevendo, para um judeu, ser salvo significava conseguir sair vivo daquela situação e poder participar do Reino. Portanto, Jesus está falando de uma salvação do corpo, de alguém que é livrado da morte. A perseverança aqui é para estar são e salvo na chegada do Rei Jesus e do seu Reino. Antes que isso aconteça Jesus diz que o evangelho do Reino será pregado em todo o mundo.

O “evangelho do Reino” (Mt 24:14) não é o que é pregado hoje; era o que João Batista pregava e voltará a ser pregado depois do arrebatamento da Igreja. João Batista anunciava que o Messias e Rei havia chegado, algo do tipo “Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo” (Mateus 3:2). Se os judeus não tivessem rejeitado seu Messias da primeira vez, o Reino teria sido estabelecido neste mundo. Hoje entendemos que essa rejeição foi utilizada por Deus para formar a Igreja, um povo com privilégios ainda maiores do que aqueles dados a Israel.

O evangelho que é pregado hoje, no período da Igreja, é diferente do evangelho do Reino. O cristão não está esperando um Rei. Aliás, em nenhuma carta dos apóstolos você encontra que Jesus seja Rei dos cristãos. A estes é prometido que irão reinar sobre a Terra com Jesus, o Rei aguardado por Israel. O evangelho pregado hoje é o evangelho da graça de Deus, e ainda não alcançou todo o mundo como o evangelho do Reino alcançará. A mensagem não é mais “Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo”, mas “creia no Senhor Jesus e você será salvo”. Você já creu? Creia para não ser deixado para trás. Nos próximos 3 minutos veremos o quanto existe de judaico nas profecias de nosso capítulo.

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