Na base da pirâmide

Mateus 20:20-28

Na continuação do capítulo 20 de Mateus encontramos a mãe de Tiago e João pedindo a Jesus um lugar para seus filhos à direita e esquerda de Jesus em seu reino. Jesus diz que não fazem ideia do que estão pedindo.

“Podem vocês beber o cálice que eu vou beber?” (Mt 20:22), pergunta ele referindo-se ao seu martírio iminente. Os dois respondem que sim, mal sabendo que realmente seriam martirizados. Tiago sofreria a morte de um mártir e João levaria a vida de um mártir, exilado na ilha de Patmos.

Os outros discípulos ficam indignados, provavelmente porque Tiago e João foram mais rápidos em requisitar uma posição. Da primeira vez que Jesus anunciou sua morte, Pedro o interpelou dizendo que isso jamais aconteceria. Da segunda vez os discípulos estavam mais interessados em saber quem seria o maior no reino. Agora eles estão preocupados com as posições que irão ocupar.

Assim é o ser humano, ignorante e indiferente aos pensamentos de Deus. A menos que você tenha o Espírito Santo de Deus habitando em você, o que é recebido pela fé em Jesus, os seus pensamentos nunca serão os pensamentos de Deus. Para responder às pretensões de poder e domínio dos discípulos Jesus aponta para si mesmo, aquele que não veio visando receber algo, mas dar o que tinha de mais precioso: sua vida.

Ao contrário do que acontece no mundo, para Deus as pessoas mais importantes não são as mais poderosas; não são as que estão no topo da pirâmide, onde todos querem estar. Para Deus, importante é quem está na base. Se Jesus não tinha vindo para ser servido, mas para servir, que posição seus discípulos deviam esperar?

Como eu e você, os discípulos acreditavam que os mais fortes, inteligentes e poderosos são os que sobrevivem, vencem e dominam sobre os mais fracos. Na natureza pode até ser assim, mas não nas coisas de Deus. Ali estava um que era o contrário de tudo isso: um fraco e humilde servo de todos; alguém que o mundo em breve veria como um perdedor pendurado numa cruz.

Jesus tinha vindo dar sua vida em resgate por muitos. Já pensou nisso? Um resgate é dado para libertar um prisioneiro. Se você acha que é livre não irá dar valor algum a esse resgate. Mas, se reconhece que precisa de libertação, porém acredita que ela seja obtida por seus próprios esforços, será que entendeu por que Jesus morreu? Observe também que esse resgate é “por muitos” e não “por todos”? Isso mesmo, muita gente vai ficar de fora e espero sinceramente que você não esteja entre esses. Nessa hora é preferível ser como os cegos dos próximos 3 minutos.

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