O poder de dar a vida

João 10:16-21

Fazendo uma retrospectiva dos eventos deste capítulo, o verdadeiro Pastor, Jesus, entra no aprisco pela porta e chama suas ovelhas para que saiam dali. Elas ouvem a sua voz e o seguem. Então ele diz que o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

No versículo 16 ele revela: “Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só Pastor”. Jesus fala dos gentios que seriam beneficiados por sua morte. Já não se trata de um aprisco, mas de um rebanho. Um aprisco precisa de cercas, muros e porteiras para manter as ovelhas juntas. Um rebanho só precisa do Pastor.

A morte de Jesus mudaria tudo. O aprisco de Israel seria deixado de lado e Deus estenderia sua graça em salvar qualquer um, judeu ou gentio. Até a razão do amor do Pai pelo Filho é revelada aqui: “Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la” (João 10:17).

Com sua morte Jesus glorificou a Deus em todos os aspectos. Mesmo que ninguém fosse salvo, ele ainda teria glorificado a Deus por ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, solucionando a questão do pecado que manchou a Criação. Mas Jesus é também o Salvador de pecadores, por salvar individualmente todo aquele que o Pai lhe deu para que cresse nele e na suficiência de sua morte substitutiva.

Há outra verdade revelada aqui que põe por terra toda a especulação dos que tentam desvendar a causa da morte de Jesus. Uns falam em asfixia, outros em colapso resultante dos flagelos, e há quem pense ter sido a lança do soldado romano, mas ela foi fincada num corpo já morto. O próprio Jesus explica a causa de sua morte: “Eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai” (João 10:17-18) Nenhum ser humano tem o poder de dar a vida. Você pode decidir morrer para salvar um amigo, mas haverá uma causa externa da morte. Nem mesmo um suicida é capaz de dar sua vida. Ele mata a si mesmo. Jesus fala do verbo morrer na primeira pessoa do singular, do ato de encerrar a vida e entregar o espírito sem uma causa externa. Ele recebeu esse poder para cumprir uma ordem dada pelo Pai.

Lucas descreve como ele fez isso na cruz: “Jesus bradou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Tendo dito isso, expirou” (Lucas 23:46). As afirmações de Jesus eram tão radicais que alguns judeus dizem que ele está endemoninhado.

Nos próximos 3 minutos encontramos Jesus num cenário típico de inverno.

tic-tac-tic-tac...