Identidade de discípulo

João 13:31-35

O clima na sala muda com a saída de Judas. Aos que ficam Jesus os chama de “filhinhos” e lhes revela o que ocorre nos bastidores: “Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele” (João 13:31). Jesus é o Filho do Homem por ser Deus em humanidade, e “gl_orificado”_ significa alguém grandemente honrado. O desejo de Deus para Jesus é visto aqui como já realizado e agora os discípulos sabem disso.

Quando decidiu destruir Sodoma, o Senhor ponderou consigo mesmo: “Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?” (Gênesis 18:17). Não, ele não ocultaria os seus planos de alguém com quem desfrutava de comunhão. Ter comunhão significa ter coisas em comum. A passagem em Gênesis 17 mostra que Deus não apenas revela a Abraão o que pretende fazer, como escuta com atenção quando este intercede pelos moradores de Sodoma.

Abraão consegue do Senhor a promessa de não destruir a cidade se nela encontrar 50 justos. Em seguida, com um sentimento de amor para com os habitantes de Sodoma, Abraão continua intercedendo: “’Na hipótese de faltarem cinco para cinquenta justos, destruirás por isso toda a cidade?’ Ele respondeu: ‘Não a destruirei se eu achar ali quarenta e cinco’... ‘E se, porventura, houver ali quarenta?’ Respondeu: ‘Não o farei por amor dos quarenta’... ‘Se houver, porventura, ali trinta?’ Respondeu o SENHOR: ‘Não o farei se eu encontrar ali trinta’... ‘Se, porventura, houver ali vinte?’ Respondeu o SENHOR: ‘Não a destruirei por amor dos vinte’... ‘Se, porventura, houver ali dez?’ Respondeu o SENHOR: ‘Não a destruirei por amor dos dez’” (Gênesis 18:28-32). Abraão parou no dez, mas eu fico pensando se Deus teria mesmo destruído Sodoma caso Abraão intercedesse até a possibilidade de existir ali apenas um justo.

Depois de salvo pela fé em Jesus e em seu sacrifício na cruz, o crente é deixado aqui para ocupar o lugar que Jesus ocupou, ou seja, ser um testemunho de Deus em um mundo corrompido pelo pecado, e interceder pela salvação de seus habitantes. Esta é a “carteira de identidade” de um verdadeiro discípulo de Jesus: o amor pelas pessoas.

O verdadeiro cristão ama porque Deus o amou primeiro. Ele quer que outros pecadores sejam salvos, porque ele próprio, um pecador, foi alcançado pela misericórdia de Deus. O amor é uma consequência da salvação recebida, não o contrário. As religiões humanas colocam o amor como condição para se receber a salvação. A caridade do homem religioso pode parecer piedade, mas é interesseira. Ele ama o próximo porque acredita que isso irá contar pontos em sua salvação.

A Lei dada a Moisés dizia “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. Jesus, porém, diz aos que já são salvos: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:43-44). Para quê? Para ser salvo? Não, mas por já ter sido salvo e não ter sido tratado por Deus com o rigor que merecia. Ao crer em Jesus você recebe o que não merecia: a salvação. E fica livre de receber o que merecia: a condenação eterna.

Se você acha que amor é aquilo que você vê nos filmes e romances, é melhor ficar atento ao que irá aprender nos próximos 3 minutos.

tic-tac-tic-tac...