Existem anciãos hoje?
Alguns poderiam perguntar: "Acaso isto significa que você não acredita na existência de anciãos?" Embora não tenhamos hoje alguém autorizado a ordenar anciãos, não devemos pensar que o trabalho deles não continue. Se assim fosse, ao levar os apóstolos para o céu Deus teria deixado as assembleias locais sem uma direção. O Espírito Santo continua levantando homens para efetuarem este trabalho (At 20:28). Geralmente em uma reunião de cristãos congregados de acordo com as Escrituras há homens que se incumbem dessa obra. Eles serão identificados pelo trabalho que executam e devem ser reconhecidos por isso, ainda que não tenham sido oficialmente ordenados para tal ofício. Nossa obrigação é:
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Reconhecê-los (1 Ts 5:12; 1 Coríntios16:15).
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Estimá-los (1 Ts 5:13).
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Honrá-los (1 Tm 5:17).
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Lembrarmo-nos deles (Hb 13:7).
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Imitarmos sua fé (Hb 13:7).
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Obedecê-los (Hb 13:17).
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Sujeitarmo-nos a eles (Hb 13:17).
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Saudarmos a eles (Hb 13:24).
Todavia, em nenhum lugar nas Escrituras é dito que a igreja deve ordená-los, simplesmente porque a igreja não tem poder para fazê-lo. O Espírito de Deus deixou claro que previa uma época quando os apóstolos não estariam no mundo para ordenar ancião, por isso nos deixou princípios na Palavra que nos ajudassem a reconhecer aqueles que o próprio Espírito levantou para levar adiante esse trabalho na assembleia local. Paulo escreveu a pelo menos duas assembleias nas quais não havia anciãos ordenados. Mesmo assim, ao dirigir-se a elas, ele apontou um princípio de que deveriam existir alguns irmãos nessas assembleias que efetuariam este trabalho. Isto nos serve como um excelente guia para os dias de hoje, quando já não dispomos de uma ordenação oficial de anciãos.
Ao escrever aos coríntios, Paulo disse a eles que reconhecessem os da casa de Estéfanas e outros semelhantes a eles, "que se tem dedicado ao ministério dos santos". Paulo disse-lhes que os reconhecessem como líderes e se sujeitassem a eles (1 Co 16:15-18).
Ao escrever aos tessalonicenses, Paulo lhes disse que reconhecessem aqueles que trabalhavam entre eles para o bem da assembleia. Eles seriam identificados por seu trabalho em meio ao rebanho. Consequentemente, a assembleia devia tê-los "em grande estima e amor, por causa da sua obra" (1 Ts 5:12-13).
William Kelly escreveu: "O que fazer então? Será que não existem pessoas preparadas para serem bispos ou anciãos, só por não existirem apóstolos para designá-los? Graças a Deus, existem e não são poucos! Dificilmente você encontrará uma assembleia dos filhos de Deus onde não existam alguns homens mais velhos e responsáveis, que saem atrás dos que se desviam, que advertem os indisciplinados, que confortam aqueles que estão abatidos, que aconselham, admoestam e apascentam as almas. Acaso não seriam eles os anciãos, se ainda existisse poder e autoridade para ordená-los? Portanto, qual é o dever de um cristão, dentro da atual realidade e daquilo que ainda nos cabe? Não digo que deva chamá-los de anciãos, mas certamente deverá estimá-los com alta estima por causa de seu trabalho, e amá-los e reconhecê-los como aqueles que cuidam de seus irmãos no Senhor".