O FATO

Ao abordarmos este assunto tão glorioso, sentimos que não há nada melhor do que apresentar ao leitor o claro testemunho das Sagradas Escrituras, no que diz respeito ao fato em sua amplitude, de que nosso Senhor Jesus Cristo voltará — de que Ele deixará o lugar que agora ocupa no trono de Seu Pai e virá nas nuvens do céu, para receber Seu povo para Si, para executar juízo sobre o ímpio e estabelecer Seu reino universal e eterno.

Este fato está clara e completamente estabelecido no Novo Testamento, do mesmo modo como os outros dois fat aos quais já nos referimos. É verdade que o Filho de Deus virá do céu, assim como também é verdade que Ele foi para o céu, ou que o Espírito Santo continua neste mundo. Se admitirmos um fato, devemos admitir todos; se negarmos um, devemos negar todos, uma vez que tudo se apoia exatamente na mesma autoridade. Juntos eles permanecem ou juntos eles caem. É verdade que o Filho de Deus foi rejeitado, expulso e crucificado? É verdade que Ele foi para o céu? É verdade que Ele agora está sentado à destra de Deus, coroado de honra e glória? É verdade que o Espírito Santo de Deus desceu a este mundo cinquenta dias após a ressurreição de nosso Senhor e que Ele continua aqui?

Todas estas coisas são verdadeiras? Tão verdadeiras quanto as Escrituras podem torná-las. Portanto, é igualmente verdade que nosso bendito Senhor voltará outra vez e estabelecerá Seu reino neste mundo, que Ele irá — literal, real e pessoalmente — descer do céu, tomar posse de Seu grande poderio e do reino que vai de um polo ao outro, "desde o rio do Egito" aos confins da terra.

Talvez possa parecer estranho para alguns de nossos leitores considerarmos necessário levantar as provas de uma verdade tão clara como esta, mas é bom lembrar que estamos escrevendo como se o assunto fosse totalmente inédito para o leitor, como se ele nunca tivesse ouvido falar de algo parecido com a segunda vinda do Senhor, ou como se, tendo ouvido falar, continuasse a colocar isto em dúvida. Este é o motivo de tratarmos deste tema tão precioso de um modo tão elementar.

Agora vamos às nossas provas. Quando nosso adorável Senhor estava prestes a deixar Seus discípulos, em Sua infinita graça Ele procurou consolar o coração pesaroso deles com palavras da mais doce ternura. "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também". (Jo 14:1-3).

Encontramos aqui algo bem definido. Na verdade não está apenas bem definido, como é também motivo de ânimo e consolo. "Virei outra vez". Ele não diz "mandarei alguém buscar vocês". Muito menos Ele diz que "vocês virão Me encontrar quando morrerem". Ele não diz algo parecido. Enviar um anjo ou uma legião de anjos não seria a mesma coisa que Ele vir pessoalmente. Não há dúvida de que seria muito gentil de Sua parte, e muito glorioso para nós, se uma multidão dentre as hostes celestiais fosse enviada, com cavalos e carruagens de fogo, para nos transportar triunfantes para o céu. Mas isto não seria o cumprimento da doce promessa que Ele mesmo fez, e certamente Ele cumprirá o que prometeu. Ele não diria uma coisa para depois fazer outra. Ele não pode mentir ou alterar Sua Palavra. E não apenas isto, mas algo como enviar um anjo ou uma hoste de anjos para nos buscar não iria satisfazer o amor que Ele traz em Seu coração.

Que tocante a graça que fulgura em tudo isso! Se eu estiver esperando por um amigo importante e muito querido que deve chegar de trem, não ficarei satisfeito em mandar um funcionário ou um táxi para encontrá-lo; devo ir eu mesmo. É precisamente isto que nosso Senhor quer fazer. Ele foi para o céu, e Sua entrada ali prepara e define o lugar do Seu povo. Não haveria lugar para nós em meio às muitas mansões na casa do Pai se nosso Jesus não tivesse ido na frente; e então, para que não existisse no coração qualquer sentimento de estranheza de pensar em nossa entrada naquele lugar, Ele diz, com tamanha doçura: "Virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também". Nada menos do que isto pode cumprir a graciosa promessa feita por nosso Senhor, ou satisfazer o amor que Ele traz no coração.

E é bom que se observe cuidadosamente que esta promessa nada tem a ver com a morte do crente individualmente. Quem poderia imaginar que, ao dizer "virei outra vez", o Senhor realmente quisesse dizer que deveríamos ir a Ele por meio da morte? Como presumir que podemos ter tal liberdade para interpretar de outro modo as palavras claras e preciosas de nosso Senhor? O certo é que, se Ele quisesse dizer que iríamos nos encontrar com Ele por meio da morte, poderia e teria dito isto. Mas não disse, pois não foi o que quis dizer; tampouco é possível que falasse uma coisa querendo dizer outra. Sua vinda para nós, e nossa ida para Ele, são coisas totalmente diferentes, e por se tratar de ideias diferentes, elas teriam sido apresentadas em linguagem diferente. Assim, por exemplo, no caso do ladrão arrependido na cruz, nosso Senhor não fala de vir buscá-lo, mas diz: "Hoje estarás comigo no Paraíso". É preciso que nos lembremos de que as Escrituras são tão divinamente definitivas quanto inspiradas, e por esta razão nunca deveríamos confundir duas coisas que são tão diferentes quanto a vinda do Senhor e o adormecer do cristão.

Talvez aqui seja bom assinalar que não existem mais do que quatro passagens em todo o Novo Testamento se referindo à questão do cristão passando pela morte. A primeira é aquela em Lucas 23, já mencionada: "Hoje estarás comigo no Paraíso". A segunda ocorre em Atos 7: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito". A terceira é aquela expressão familiar e encantadora de 2 Coríntios 5, "deixar este corpo, para habitar com o Senhor". A quarta ocorre no fascinante primeiro capítulo da epístola aos Filipenses, "tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor".

Estas passagens tão preciosas compõem a totalidade de testemunhos nas Escrituras sobre a interessante questão da condição pós-morte. Há uma passagem em Apocalipse 14 que costuma ser erroneamente aplicada a este assunto: "Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem". Mas isto não tem relação com os cristãos hoje, embora não haja dúvida de que todos os que morrem no Senhor sejam bem-aventurados e suas obras os sigam. Todavia, a referência é para um tempo ainda futuro, quando a Igreja já tiver deixado esta cena por completo, e outras testemunhas se apresentarem. Em suma, Apocalipse 14:13 refere-se aos tempos apocalípticos e deve ser visto desta forma se quisermos evitar confusão.

Devemos agora voltar ao nosso assunto e seguir com nossas provas e, ao fazê-lo, gostaríamos de pedir ao leitor que abra no primeiro capítulo de at dos Apóstolos. O bendito Senhor tinha acabado de subir deste mundo diante de Seus santos apóstolos. "E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto Ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir" (Atos 1:10,11).

Isto é profundamente interessante e fornece uma prova das mais marcantes de nossa tese atual. Na verdade, é impossível ficar imune à sua força. Oh, quem poderia ou desejaria evitá-la? A forma como a testemunha angelical fala para os homens da Galileia poderia até ser considerada tautologia, mas, como bem sabemos, não existe e nem pode existir algo assim no volume de Deus. Portanto, o que vemos neste testemunho é algo encantador em sua abrangência e divino em sua plenitude. Dele aprendemos que o mesmo Jesus, que deixou este mundo e subiu ao céu na presença de diversas testemunhas, deverá voltar da mesma maneira como eles O viram subir ao céu. Como Ele subiu? Subiu pessoalmente, literalmente, realmente, a mesma Pessoa que tinha acabado de conversar com eles com tanta familiaridade — a mesma Pessoa que eles viram com seus próprios olhos, ouviram com seus ouvidos, tocaram com suas mãos — que comera na presença deles e, "depois de ter padecido, Se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas". Bem, então Ele "há de vir assim como para o céu O vistes ir".

Aquele que com mãos levantadas, Subiu de um mundo tão cruel, Voltará com bênçãos reservadas, Pra nos levar daqui ao céu. E neste ponto podemos perguntar, já prevendo algo que poderá vir a ser publicado futuramente: Quem viu o bendito Senhor subir? O mundo? Não, nenhum inconverso, nenhum incrédulo jamais teve diante de seus olhos nosso precioso Senhor depois daquele momento quando foi colocado no túmulo. A última visão que o mundo teve de Jesus foi pendurado na cruz, um espetáculo para anjos, homens e demônios. Da próxima vez Ele será visto, assim como acontece com o relâmpago, vindo para executar juízo e pisar, em terrível vingança, o lagar da ira do Deus Todo-poderoso. Que pensamento tremendo!

Portanto ninguém, exceto os que são Seus, viu o Salvador subir, do mesmo modo como apenas os Seus, e ninguém mais, O viram a partir do momento de Sua ressurreição. Ele Se revelou — bendito seja o Seu santo nome! — àqueles que eram queridos ao Seu coração. Ele confirmou e confortou, fortaleceu e encorajou suas almas por meio dessas "muitas e infalíveis provas" das quais o narrador inspirado nos fala. Ele os levou até os confins do mundo invisível, o mais longe que os homens poderiam ir ainda no corpo, e ali permitiu que O vissem subindo ao céu e, enquanto contemplavam aquela cena gloriosa, Ele colocou o precioso testemunho bem em seus corações. "Esse Jesus" — o mesmo, não outro, não um estranho, mas o mesmo amoroso, compassivo, gracioso, imutável amigo — "que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir".

Será que um testemunho poderia ser mais claro ou satisfatório? Poderia a prova ser mais evidente ou conclusiva? Como pode qualquer contra-argumento se sustentar ou ser levantada qualquer objeção? Ou aqueles dois homens em vestes brancas eram testemunhas falsas, ou nosso Jesus voltará exatamente do modo como partiu. Não há meio-termo entre estas duas conclusões. Lemos nas Escrituras que "pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada", portanto pela boca de dois mensageiros celestiais — dois arautos vindos da região de luz e verdade — temos a firme palavra de que nosso Senhor Jesus Cristo voltará em Sua forma corpórea atual, para ser visto antes de todos pelos Seus, à parte de todos os outros, na santa intimidade e profundo recato que caracterizou Sua partida deste mundo. Tudo isso, bendito seja Deus, está incluído nestas duas pequenas palavras: "assim como".

Não podemos tentar, em um texto breve como este, apresentar todas as provas que podem ser encontradas nas páginas do Novo Testamento. Apresentamos uma dos Evangelhos e uma de Atos, e agora gostaríamos de pedir ao leitor que abrisse conosco as Epístolas. Vamos tomar como exemplo a Primeira Epístola aos Tessalonicenses. Escolhemos esta Epístola porque é reconhecida como a mais antiga dentre os escritos de Paulo, e também porque foi escrita para um grupo de convertidos muito novos. Esta última observação é importante, já que às vezes ouvimos afirmações de que a verdade da vinda do Senhor não deve ser apresentada a novos convertidos. Fica evidente que o apóstolo Paulo não a considerava imprópria para novos convertidos pelo fato de que, dentre todas as epístolas que escreveu, nenhuma fala tanto da vinda do Senhor quanto a que foi escrita para os recém-convertidos tessalonicenses. A verdade é que, quando uma alma é convertida e exposta à plena luz e liberdade do evangelho de Cristo, é divinamente natural que ela aguarde a vinda do Senhor. Esta verdade tão preciosa é parte integral do evangelho. A primeira vinda e a segunda vinda estão ligadas da forma mais bendita pelo elo divino da presença pessoal do Espírito Santo na Igreja.

Por outro lado, onde quer que a alma não esteja fundamentada na graça, onde quer que paz e liberdade não estejam sendo desfrutadas e onde um evangelho incompleto tiver sido apresentado, se descobrirá que a esperança da vinda do Senhor não é tratada com carinho, pelo simples motivo de que a alma estará, por necessidade, ocupada com a questão de sua própria condição e seus objetivos. Se eu não tenho a certeza de minha salvação — se não sei que tenho vida eterna, que sou filho de Deus — não posso estar esperando pela volta do Senhor. É só quando conhecemos o que Jesus fez por nós em Sua primeira vinda que podemos buscar, com uma santa e viva inteligência, pela Sua segunda vinda.

Mas vamos abrir em nossa Epístola. Leia as seguintes sentenças do primeiro capítulo: "Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza... De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1:5-10).

Temos aqui uma bela ilustração do efeito de um evangelho completamente claro, recebido com uma fé simples e sincera. Eles se converteram dos ídolos para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar pelo Seu Filho. Estavam realmente convertidos à bendita esperança da vinda do Senhor. Aquela era uma parte integral do evangelho que Paulo pregava, e uma parte integral da fé deles. Era real a conversão dos ídolos? Sem dúvida. Era uma realidade servir o Deus vivo? Indubitavelmente. Bem, então era igualmente tão real, tão positivo, tão simples que esperassem pelo Filho de Deus vindo do céu. Se questionarmos a realidade de uma coisa, seremos obrigados a questionar a realidade de todas, já que todas estão ligadas e formam um belo conjunto da verdade cristã na prática. Se você perguntasse a um cristão tessalonicense o quê ele esperava, qual teria sido sua resposta? Será que teria respondido, "estou esperando que o mundo melhore por meio do evangelho que eu próprio recebi" ou "estou esperando pelo momento de minha morte quando irei me encontrar com Jesus"? Não. Sua resposta teria sido simplesmente esta: "Estou esperando pelo Filho de Deus vindo do céu".

Esta, e nenhuma outra, é a esperança adequada ao cristão, a esperança adequada à Igreja. Esperar pela melhoria do mundo não é esperança cristã alguma. Se fosse, você poderia igualmente esperar pela melhoria da carne, pois há tanta esperança para a carne como para o mundo. E quanto à questão da morte — que sem dúvida pode ocorrer — ela não é apresentada sequer uma vez como a verdadeira esperança adequada ao cristão. E pode-se afirmar, com toda confiança, que não existe sequer uma passagem em todo o Novo Testamento na qual a morte seja citada como a esperança do crente. Por outro lado, a esperança da vinda do Senhor está ligada, da forma mais íntima, a todas as preocupações, questões e relacionamentos da vida, conforme vemos na epístola que temos diante de nós. Assim, ao procurar fazer referência à interessante questão de sua própria ligação pessoal com os amados santos em Tessalônica, o apóstolo diz: "Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda? na verdade vós sois a nossa glória e gozo".

Mais uma vez, ao pensar em seu progresso em santidade e amor, ele acrescenta, "E o Senhor vos aumente, e faça crescer em amor uns para com os outros, e para com todos, como também o fazemos para convosco; para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos" (1Ts 3:12-13).

Finalmente, ao querer confortar o coração de seus irmãos acerca dos que já dormiam, como o apóstolo faz? Acaso ele lhes diz que em breve eles deviam segui-los? Não, isso teria sido bem adequado para os tempos do Antigo Testamento, como diz Davi acerca de sua criança que tinha partido: "Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim" (2 Sm 12:23). Todavia não é assim que o Espírito Santo nos instrui em 1 Tessalonicenses, muito pelo contrário. "Não quero, porém, irmãos", diz ele, "que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4:13-18).

É praticamente impossível algo ser mais simples, direto e conclusivo do que isto. os cristãos tessalonicenses, como já assinalamos, se converteram na esperança da volta do Senhor. Foram ensinados a buscar por isso diariamente. Crer que Ele voltaria era algo tão integrado ao seu cristianismo quanto crer que Ele veio e partiu. Por isso eles foram pegos de surpresa quando alguns foram levados a passar pela morte; eles não esperavam por isso e temiam que os que tinham partido pudessem perder o gozo daquele momento tão bem-aventurado e aguardado que era a volta do Senhor. Portanto o apóstolo escreve para corrigir o equívoco e, ao fazê-lo, derrama sobre o tema uma fresca torrente de luz, assegurando-lhes que os mortos em Cristo — o que inclui todos que dormiram ou dormirão, em suma, aqueles dos tempos do Antigo Testamento, bem como aqueles do Novo Testamento — ressuscitarão primeiro, isto é, antes que os vivos sejam transformados, e todos subirão juntos para encontrar seu Senhor que desce.

Teremos oportunidade de voltar a esta notável passagem, quando tratarmos de outros aspectos deste glorioso assunto. Nós tão somente a citamos aqui como uma das quase inumeráveis provas de que nosso Senhor voltará — pessoal, real e verdadeiramente — e que Sua vinda pessoal é a verdadeira e adequada esperança da Igreja de Deus, coletivamente, e do crente, individualmente.

Devemos encerrar esta porção lembrando o leitor cristão de que ele jamais poderá se sentar à mesa de seu Senhor sem ser lembrado desta gloriosa esperança, considerando as palavras que brilham nas páginas inspiradas: "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até..." quando? Até você morrer? Não, mas "até que venha" (1 Coríntios 11:26). Quão precioso é isto! A mesa do Senhor permanece entre essas duas maravilhosas épocas, a cruz e o advento — a morte e a glória. O crente pode elevar os olhos acima da mesa e ver os raios de glória iluminando o horizonte. É nosso privilégio, ao nos reunirmos a cada dia do Senhor em torno da mesa do Senhor para anunciar Sua morte, podermos dizer: "Talvez esta seja a última oportunidade de celebrar esta preciosa festa. Ele poderá voltar antes que outro dia do Senhor amanheça sobre nós". Mais uma vez dizemos: Quão precioso é isto!