CAPÍTULO 9
PERGUNTA: Por que no século 19 os irmãos recebiam todos os cristãos para partirem o pão, mas os irmãos de hoje não fazem o mesmo? A impressão que dá é que se desviaram da verdade e se tornaram sectários.
RESPOSTA: Creio que é importante entender um pouco da história dos "Irmãos". A restauração da verdade que ocorreu no século 19 não aconteceu em questão de dias ou meses, mas levou anos. Os primeiros irmãos que se congregavam simplesmente para partir o pão ainda não tinham considerado a necessidade da recepção de alguém à mesa do Senhor, por isso não existiam ainda princípios neste sentido. Foi só quando ocorreu o problema de Bethesda (a divisão dos "Irmãos Abertos" em 1845-48) que entenderam que seria preciso tomar cuidado ao receberem pessoas em comunhão, em especial aquelas que viessem do grupo divergente. Portanto, é um erro tentar se apoiar na prática dos irmãos naqueles primeiros dias como modelo para o funcionamento da assembleia hoje.
Para alguns, congregar sobre o fundamento do “um só corpo” (Ef 4:3), como professamos fazer, significa que deveríamos receber todos os membros do corpo de Cristo. Para esses, recusar a comunhão com qualquer verdadeiro crente seria negar a posição que assumimos. Em um mundo perfeito poderíamos receber todos os verdadeiros crentes, mas como já foi mencionado vivemos hoje nos derradeiros dias do testemunho da igreja na terra, e a ruína é grande. Muitos crentes estão vivendo em erro doutrinário ou pecado moral, e as Escrituras nos dizem que essas pessoas não devem ser recebidas. Não receber tais pessoas em obediência às Escrituras não é negar a verdade do um só corpo.
O principal pensamento relacionado ao "um só corpo" é a unidade . Efésios 4:3-4 diz: “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo”. Guardar a unidade do corpo é trabalho e responsabilidade de Deus, mas guardar a unidade do Espírito é nossa responsabilidade. O Senhor queria que expressássemos esta unidade que existe no corpo na forma em que congregamos com os irmãos para adoração e ministério. Isto nós fazemos no partir do pão, quando partimos um só pão, e nos assuntos relacionados à comunhão e disciplina na assembleia. Em suma, onde quer que existirem pessoas na face da terra congregadas nesse terreno, elas agirão juntas administrativamente e nas questões relacionadas a todos os aspectos da comunhão. Portanto, quando dizemos que estamos congregados “no terreno” do um só corpo, queremos dizer que procuramos expressar na prática esta unidade que já existe. Não significa que iremos automaticamente receber todos os crentes independente de como eles estejam andando. Congregar sobre o terreno do um só corpo não é a mesma coisa que congregar com todos os membros do um só corpo. Talvez fique mais claro se dissermos que estamos congregados sobre o princípio da unidade do corpo.
Deve existir cuidado na recepção
O cuidado para a glória do Senhor, no que diz respeito a quem introduzimos na comunhão, é algo quase inexistente hoje na cristandade. Todavia, a Bíblia ensina que a assembleia deve ser cuidadosa em não receber à comunhão alguém que talvez esteja envolvido com o mal, seja um mal moral, doutrinal ou eclesiástico. O princípio é simples. Se uma assembleia local é responsável por julgar o mal em seu meio, excomungando os malfeitores (1 Co 5:12), então naturalmente se entende que ela deve ser cuidadosa com o quê ou quem traz para o seu meio.
Alguém disse corretamente que a assembleia local não deve ter uma comunhão aberta, e nem deve ter uma comunhão fechada, mas uma comunhão protegida. A assembleia deve receber à mesa do Senhor todo membro do corpo de Cristo que não tenha impedimento de acordo com a disciplina bíblica. Embora todo cristão tenha o direito de estar à mesa do Senhor, nem todo cristão tem o privilégio de estar ali, pois alguém pode ser privado desse privilégio por seu envolvimento com algum tipo de mal.
Quem decide quem deveria estar em comunhão?
É importante entender que os irmãos na assembleia local não decidem o que é adequado à mesa do Senhor e o que não é. Isto é algo que compete à Palavra de Deus. A razão é que a mesa não é dos irmãos, a mesa é do Senhor (1 Co 10:21). As preferências e gostos pessoais dos que fazem parte da assembleia não têm nada a ver com a recepção. A decisão vem totalmente da Palavra de Deus. Quando não existir um motivo bíblico para recusar a alguém a comunhão à mesa do Senhor, tal pessoa deve ser recebida. Se um crente já tiver sido batizado, for são na fé e piedoso em seu andar, não existe motivo para ser rejeitado. O nível de conhecimento das Escrituras não é um critério neste sentido. Ainda que seja um crente limitado em seu conhecimento, as Escrituras dizem: “Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas” (Rm 14:1).
Todavia, nem sempre se pode determinar de imediato se alguém é são na fé e piedoso em seu andar. Quanto maior a confusão no lugar de onde a pessoa tiver saído em meio ao testemunho cristão, maior a dificuldade de se tomar uma decisão. Se for este o caso, então agir com sabedoria pode significar pedir à pessoa que tem o desejo de estar em comunhão que aguarde. Isto não significa que a assembleia esteja afirmando que tal pessoa tenha alguma associação com o mal. Poderia até ser o caso, porém os irmãos podem estar indecisos quanto a isso e por esta razão devem esperar até que estejam convencidos de não ser este o caso, uma vez que são eles os responsáveis diante de Deus pelas pessoas que recebem em comunhão. As Escrituras ensinam: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios" (1Tm 5:22). Este versículo fala da comunhão pessoal com alguém individualmente, mas o princípio é amplo o suficiente para guiar os santos na comunhão coletiva à mesa do Senhor. Alguém maduro e piedoso não se sentirá ofendido com isso, pois certamente nenhum cristão piedoso iria querer que a assembleia violasse um princípio bíblico. Na verdade, todo esse cuidado deveria dar a ele a confiança de estar entrando em uma comunhão de cristãos onde existe a preocupação com a glória do Senhor e a pureza da assembleia.
os testemunhos pessoais não seriam suficientes?
Outro importante princípio relacionado a este assunto e que precisa ser compreendido é que a assembleia, biblicamente falando, não faz coisa alguma baseada no que diz apenas uma testemunha. Tudo o que se refere à assembleia deve ser feito de acordo com este princípio: "Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra" (2 Co 13:1). Confira também o que diz em João 8:17 e Deuteronômio 19:15. Por esta razão a assembleia não deve receber pessoas com base em seu próprio testemunho. As pessoas naturalmente costumam dar um bom testemunho de si mesmas, como as próprias Escrituras afirmam: "Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos" (Pv 16:2). E também: "Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória" (Jo 7:18). Por isso pode ser preciso pedir a uma pessoa que deseja entrar em comunhão que aguarde. Assim que os irmãos na assembleia local conheçam melhor a pessoa que deseja estar em comunhão, ela poderá ser recebida com base no testemunho desses.
Este é um princípio que encontramos em todas as Escrituras. Até mesmo o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da Glória, sujeitou-Se a este princípio quando Se apresentou a Israel como seu Messias. Ele disse; "Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro [válido]” (Jo 5:31). Em seguida ele continuou apresentando quatro outros testemunhos que comprovavam quem Ele era: João Batista, Suas obras, Seu Pai e as Escrituras (Jo 5:32-39). Apesar dos vários testemunhos que testificavam dele como sendo o Messias, o Senhor advertiu os judeus de que chegaria um tempo quando eles, como nação, receberiam um falso messias (o Anticristo) sem testemunhas. Ele disse: "Se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis" (Jo 5:43). Assim o Senhor reprovou a prática de se receber alguém com base em seu próprio testemunho.
Atos 9:26-29 nos dá um exemplo do cuidado que a igreja no princípio tinha ao receber alguém à comunhão. Quando Saulo de Tarso foi salvo ele quis entrar em comunhão com os santos em Jerusalém, porém foi rejeitado. Apesar de tudo o que ele dissera aos irmãos em Jerusalém sobre sua vida pessoal ser verdade, ele não foi recebido com base em seu próprio testemunho. Foi só quando Barnabé levou Saulo consigo e o apresentou aos irmãos, testificando de sua fé e caráter, de modo que então já era o testemunho de duas pessoas, que os irmãos o receberam. Daquele momento em diante Saulo “andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo” (Atos 9:28).
Colocando a profissão de fé da pessoa à prova
Outro princípio para se receber alguém é que existe a necessidade de se colocar à prova a profissão de fé da pessoa. Se alguém diz ser cristão, é preciso que prove isso deixando de lado todo pecado conhecido. Em 2 Timóteo 2:19 diz que “qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”. Veja também Apocalipse 2:2 e 1 João 4:1. Se essa pessoa não apartar-se da iniquidade, seu modo de agir não condiz com sua profissão de fé. Isto é ainda mais importante em uma época de ruína e abandono do testemunho cristão, quando o que não falta são doutrinas e práticas perniciosas de todos os tipos. Um exemplo disso pode ser visto em figura em 1 Crônicas 12:16-18. Naquele tempo Davi era o rei rejeitado de Israel, e à medida que pessoas de várias tribos de Israel entendiam o erro que tinha sido rejeitá-lo, elas iam a ele e o reconheciam como o verdadeiro rei de Israel. Quando os da tribo de Benjamim (a tribo do rei Saul) foram a Davi, ele colocou a profissão de fé deles à prova. Ao ficar comprovado que sua confissão era genuína, e eles demonstraram verdadeiramente estar ao lado de Davi, a Palavra de Deus nos diz que “Davi os recebeu”.
Se uma pessoa professa má doutrina, está claro que a assembleia não deve recebê-la, pois se o fizer ficará em comunhão com o mal que ela traz em seu ensino. (Compare 2 João 1:9-11 e Romanos 16:17-18). Não falamos aqui das diferenças de opinião que as pessoas possam ter a respeito de assuntos como o batismo, por exemplo, mas de coisas que digam respeito aos fundamentos da fé cristã. As Escrituras dizem: “Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus” (Rm 15:5-7). Se alguém que professasse má doutrina fosse recebido, como se poderia dizer que a assembleia estaria concorde e “a uma boca” glorificando a Deus? os irmãos na assembleia estariam dizendo uma coisa e essa pessoa dizendo outra. O resultado seria confusão. Paulo disse aos Coríntios: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (1 Co 1:10).
Quando a questão envolve pecado eclesiástico, é preciso paciência e discernimento para identificar isso em alguém. Existe uma diferença entre alguém estar associado ao erro clerical por ignorância e uma pessoa ativamente envolvida e promovendo tal erro. Um crente que talvez ignore a ordem bíblica para a adoração e o ministério cristão pode querer partir o pão à mesa do Senhor vindo de uma denominação criada por homens e onde seja adotada uma ordem clerical. Ainda que essa pessoa esteja associada ao erro eclesiástico, ela não está envolvida com o mal eclesiástico. E se tal pessoa for conhecida por sua piedade no andar e professar sã doutrina, não deveria haver impedimento para que ela partisse o pão, mesmo que não tenha se desligado formalmente de sua associação com aquela denominação.
A questão é: quando uma associação inconsciente com o erro eclesiástico se torna mal eclesiástico? Cremos que a resposta é simplesmente quando a vontade da pessoa está envolvida nisso. Para detectar essa vontade é preciso que a assembleia tenha um discernimento sacerdotal. Em casos assim a assembleia precisa depender muito do Senhor para conhecer a opinião que Ele tem a respeito do assunto. Em condições normais os irmãos deveriam permitir que essa pessoa partisse o pão, esperando e confiando que Deus estaria trabalhando em seu coração e que ela iria abandonar o lugar de onde veio após ter participado da ceia do Senhor, continuando a partir daí congregada com aqueles reunidos ao nome do Senhor.
Isto é ilustrado em figura em 2 Crônicas 30-31. Ezequias permitiu que o povo de Judá, e também alguns das dez tribos separadas, participassem da Páscoa e adorassem ao Senhor no divino centro em Jerusalém. Depois de fazerem isso, eles voltaram para casa e destruíram seus ídolos e imagens. (Não estamos insinuando que as denominações criadas pelos homens sejam condescendentes com a idolatria; estamos falando apenas do princípio encontrado ali). O que é interessante notar neste caso é que Ezequias não lhes falou para agirem assim! Aquilo foi uma resposta vinda de seus corações pelo simples fato de terem estado na presença do Senhor em Jerusalém. Todavia, se alguém deseja continuar indo a ambos os lugares regularmente, isto não deveria ser aceito. Como assinalou J. N. Darby, uma pessoa assim não estaria sendo honesta com nenhuma das partes. Ele também afirmou que a degradação e a corrupção aumentam cada vez mais no testemunho cristão, ficando cada vez mais difícil colocar em prática este princípio. À medida que os dias se tornarem mais sombrios será necessário um discernimento cada vez maior. Atualmente algo assim só tem acontecido esporadicamente.
Outra figura do Antigo Testamento ilustra o cuidado no recebimento à comunhão. Quando a cidade de Jerusalém, o centro divino neste mundo onde o Senhor havia colocado o Seu Nome, foi reconstruída nos dias de Neemias, havia um grande perigo representado pelos inimigos em redor. Consequentemente, eles não abriam os portões para permitir que as pessoas entrassem na cidade “até que o sol aqueça” literalmente ‘ao meio-dia’ (Ne 7:1-3). Eles se certificavam de não existir qualquer vestígio de sombras em redor antes de permitir que as pessoas entrassem na cidade. Até que chegasse aquela hora, eles faziam com que as pessoas que desejassem entrar na cidade aguardassem. À medida que a escuridão na cristandade aumenta nestes últimos dias é preciso tomar este tipo de cuidado na recepção de pessoas à comunhão. Você encontra o mesmo princípio em 1 Crônicas 9:17-27 (“os porteiros”).
Tiago 2:1-4 não é um modelo para a igreja
Aqueles que insistem numa recepção aberta na assembleia gostam de apontar para Tiago 2:1-4 como prova de que a igreja primitiva não fazia qualquer escrutínio na recepção, como os irmãos hoje fazem. A conclusão deles é que tal prática não estaria em conformidade com as Escrituras. A passagem de Tiago diz:
"Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, e atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?” (Tg 2:1-4).
Este é o clássico exemplo de se raciocinar a partir de uma premissa e interpretação falsas de uma passagem das Escrituras. Tiago não está falando da assembleia cristã, mas de uma sinagoga judaica! A palavra “ajuntamento” ou “reunião” no versículo 2, dependendo da versão da Bíblia, deveria ser traduzida corretamente como “sinagoga” (como aparece nas versões Almeida Revista e Atualizada e em inglês na versão de J. N. Darby). Estes versículos nada têm a ver com a prática da assembleia. A passagem está se referindo a um homem rico e outro pobre que visitam a sinagoga. Não existe aí qualquer menção de que eles sequer fossem crentes! Certamente ninguém iria defender a ideia de que incrédulos deveriam ser recebidos à mesa do Senhor.
O assunto do qual Tiago está falando é o modo como devemos tratar as pessoas, independente de estarem elas salvas ou perdidas. O fato de ele mencionar crentes frequentando a sinagoga judaica demonstra que naqueles primeiros dias os convertidos do judaísmo ainda não tinham se afastado do sistema judaico (Atos 21:20). Sendo eles cristãos judeus, ainda não estavam firmados na completa luz do cristianismo do modo como ela seria revelada depois através do ministério de Paulo. A epístola aos Hebreus ainda não tinha sido escrita, a qual ensina que os cristãos devem se separar do judaísmo (Hb 13:9-14). A verdade é que até ali nenhuma das outras epístolas do Novo Testamento havia ainda sido escrita.
Ao contrário do que alguns possam afirmar, a igreja primitiva era cuidadosa na recepção de pessoas à comunhão. Isto é visto no modo como eles lidaram com Saulo de Tarso (Atos 9:26-28). Apolo, por sua vez, precisou de uma carta de recomendação ao viajar para a Acaia (Atos 18:27-28). Isto demonstra que ele não teria sido recebido sem uma carta. Febe também precisou de uma carta semelhante ao viajar para Roma (Rm 16:1-2). Veja 1 Timóteo 5:22: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos". Além do mais, Paulo disse a Timóteo que este andasse “com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2:22). Como alguém poderia discernir isto em alguém sem passar um tempo para conhecer a pessoa? Se a assembleia é responsável em tirar o mal de seu meio (1 Co 5), obviamente ela deve ser cuidadosa a respeito do quê ou de quem traz para seu meio. Portanto existe a necessidade de cuidado na recepção de pessoas à comunhão.
RESUMINDO: A verdade estava em processo de ser redescoberta nos primeiros dias da história dos “Irmãos”. No início J. N. Darby e os que congregavam com ele tiveram, por assim dizer, um olho aberto para a verdade. Houve então um desenvolvimento no entendimento e isto pode ser percebido em seus escritos. Mais tarde ele escreveria a W. Kelly, que estava compilando seus textos, lembrando-lhe do cuidado que precisava ter naquela tarefa. Ele escreveu: “Entendo que algumas anotações exigem revisão, mas não me oponho a que sejam publicadas como anotações se isto for útil. Até mesmo meus sermões contêm coisas que eu hoje não aceitaria. Algumas das publicações mais antigas precisariam ter recebido uma ou duas observações quando passei a ter mais luz sobre o assunto, mas é melhor não alterá-las”.
Um dos assuntos sobre os quais eles receberam “mais luz” foi o da recepção à mesa do Senhor. O problema ocorrido em Bethesda foi o que os levou a isso. Daí em diante eles passaram a ser mais cuidadosos ao receberem pessoas à comunhão. Portanto, não é válido apontar para a prática adotada pelos irmãos nos primeiros dias como um modelo para a assembleia hoje.