PADRÃO DE DEUS

Isso tudo prova que os homens não julgam a si próprios segundo um padrão único do que seja "bem" e do que seja "mal", mas tão somente tomam como sendo "bem" aquilo que mais lhes agrada e condenam os outros. Mas há um padrão, com o qual tudo será comparado, e de acordo com o qual tudo será julgado -- um padrão de justiça; e tudo o que não corresponder a ele será condenado eternamente. Este padrão não é nada menos do que a justiça de Deus.

Quando alguém começa a descobrir que não é comparando a si próprio com os outros que ele será julgado, mas pela comparação com o próprio Deus, então sua consciência começa a ser despertada para pensar a respeito do pecado como quem está diante de Deus. Aí sim ele se reconhecerá culpado e arruinado; e não tentará justificar a si mesmo apontando para alguém que seja pior, mas ficará ansioso por saber se é possível que Deus, diante de quem ele sabe estar condenado, poderá desculpá-lo ou perdoá-lo.

Os escribas e fariseus, mencionados no capítulo oito do evangelho de João, eram pessoas muito moralistas e religiosas, e ficaram imensamente chocados quando encontraram uma mulher abertamente em pecado, se indignando muito contra ela. A Justiça e a Lei de Moisés, pensaram eles, mandava que dela fosse feito um exemplo -- não seria conveniente que uma tal pecadora continuasse a viver. É um conforto e um alívio para o depravado coração do homem, quando pode encontrar alguém que julgue ser pior do que si próprio. Ele pensa que o pecado maior de outro desculpa o seu próprio pecado, e enquanto acusa e veementemente censura o outro, ele se esquece do seu próprio mal. Ele assim se regozija na iniquidade.

Mas isso não é tudo. Não apenas os homens procuram se gloriar e exultar na queda e ruína de outro, como não podem aguentar ouvir ou pensar a respeito de Deus exibindo graça. GRAÇA, que significa total e gratuito perdão de todo pecado, de todo mal, sem que Deus exija ou espere algo daquele que é assim perdoado - é um princípio tão oposto à todos os pensamentos e caminhos humanos, tão acima do homem, que ele tem aversão a isso. O seu coração, com frequência, chama a isto injustiça. Ele próprio não age desta maneira, e não gosta de pensar que Deus o faça.