Capítulo Segundo - As Dificuldades
No primeiro capítulo os tessalonicenses passavam por uma difícil noite. Paulo nos mostra que só depois de nos encontrarmos fora de perigo é que podemos enxergar com clareza tudo o que passamos. Então, no segundo capítulo, Paulo toma as dificuldades pelas quais ele próprio teve que passar e, enquanto as contempla, não vê nenhuma delas separada de Cristo. Ele lhes diz: - Sofri tortura ao tentar chegar a vocês, e vocês têm sofrido coisas terríveis na minha ausência, mas quando estivermos no lar, na glória, então não haverá dificuldade alguma para eu estar com vocês! Todas estas dificuldades que passei, que foram permitidas para me manter longe de vocês, não existirão mais, e naquele dia vocês serão minha glória e meu gozo - e do Senhor também. Isto é uma verdade, e que bendita verdade; nós a receberemos juntamente com Ele. Nenhuma porção da glória ou da graça deixará de fluir por meio dEle, e eu direi: - Oh! Conheço Aquele que cumpriu todas as coisas, o Responsável por toda esta glória!
Um trabalha em uma direção, outro em outra, mas, quaisquer que sejam os resultados, tudo se encontra verdadeiramente subordinado a Ele. Foi o Companheiro de Jeová (Zacarias 13:7) Quem cumpriu tudo. Foi Ele Quem executou todo o trabalho. E que gozo será para Ele ver os pequenos círculos ao redor de cada obreiro. Aqui, Paulo, cercado por seus queridos tessalonicenses, sua glória e coroa; e ali, mais adiante, algum outro obreiro, com o seu círculo ao seu redor; e em todos eles Cristo irá ver tudo o que a Sua própria graça produziu.
Não creio que meditamos o suficiente a respeito daquela comunhão na glória como réplica de nossa comunhão aqui neste deserto. Todos os detalhes e dificuldades da jornada pelo deserto terão seu correspondente na glória; será nossa coroa de regozijo em Cristo. É verdade que isto tem o seu lado triste, mas, como diz Paulo: "porventura não o sois vós também?" (1 Tessalonicenses 2:19). Naquele dia quando todas as dificuldades tiverem passado, minha glória e gozo será aquilo que Deus fez em vós por meio de mim!
Que coração Cristo tem! Não há um coração tão desinteressado como o dEle! Ele adora ceder a outros o privilégio de executar aquilo que Ele próprio poderia estar fazendo. Ele mesmo, lá da Sua glória, poderia ter convertido a todos, assim como fez com Saulo de Tarso, mas não desejou que fosse assim. Ele gosta de trabalhar por intermédio de outros. Mas será que existe trabalho a fazer? Ora, porventura não existem olhos para serem enxugados? Acaso não há, entre os santos, corações partidos para serem tratados? Será que não existe nada assim para ser feito entre o povo de Deus? Bem... então vá fazê-lo! Demonstre a paciência de Cristo, pois estará reservado algo de bendito para aquele dia, conectado a todo o trabalho exercido entre os santos.