UMA FIGURA DO TRÊMULO PECADOR
Mefibosete era aleijado demais para fazer sua parte primeiro. Ele tinha que ser levado. Ah! se não fosse por esta graça que leva, todos nós teríamos perecido em nossos miseráveis esforços para nos esconder de Deus. E então, quando Mefibosete foi levado "a Davi, se prostrou com o rosto por terra" (2 Samuel 9:6). Que imagem de receio e temor. Sendo descendente de Saul, que caçava a vida de Davi, o que poderia Mefibosete esperar? Que no momento seguinte a voz de austera justiça exigisse sua vida. Aqui ele se prostra - uma figura do trêmulo pecador, colocado na presença de Deus, com o terrível fardo de culpa e pecado; ele não conhece a Deus - ele não sabe o que o espera.
Antes de ouvirmos as palavras de Davi, vamos voltar à aliança de amor, conforme é revelada em 1 Samuel 20:14-17. Jônatas, o pai daquele jovem caído aos pés de Davi, fala assim no versículo quatorze: "E, se eu então ainda viver, porventura não usarás comigo da beneficência do Senhor, para que não morra? Nem tão pouco cortarás da minha casa a tua beneficência eternamente... E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma".
Você já voltou a visitar o lugar onde passou sua infância, e aí viu pela primeira vez o filho de algum amigo já falecido? Então você poderá ter uma vaga idéia do que Davi sentiu quando olhou para Mefibosete, o filho de Jônatas, caído aos seus pés.
Quem poderá descrever a terna doçura daquela voz que falou do mais profundo do seu coração: "Mefibosete!"? "Eis aqui teu servo", é a trêmula resposta. Quão pouco ele esperava a graça incondicional que estava a ponto de ser mostrada a ele. "Eis aqui teu servo", é o pensamento mais elevado que pode ter o homem caído. Ele tenta se oferecer como um servo para Deus, e espera ser salvo ao menos por seu serviço. Esta é a religião de cada coração humano que não conhece a Deus.