PRECIOSA GRAÇA!
A graça me buscou, achou, e quis salvar; Me guarda, levará, e manterá no Lar.
O crente fica, com freqüência, demasiadamente espantado quando descobre que, apesar de toda a força própria que pensa possuir para manter-se firme na hora da tribulação, é tão fraco agora como antes. E basta que ele, por um momento, esqueça a posição que em graça tem como filho, e comece a tentar andar como servo, para acabar ocupado com seus pobres pés aleijados. Ao descobrir que, como um servo debaixo da lei, não pode agradar a Deus, ele acaba se desiludindo e desistindo de tudo. Querido leitor, talvez você tenha insistido neste caminho a duras penas. Talvez você tenha olhado para o seu pobre andar aleijado até haver chegado a dizer em seu coração: "Na certa eu não posso ser mesmo um filho de Deus!" Ah, você nunca poderá achar descanso olhando para seus pés aleijados.
Coloque-os debaixo da mesa, e olhe para aquilo que Deus, em Sua infinita graça, tem colocado sobre a mesa. Ele coloca diante de nós a recordação de Cristo. Tudo o que somos em nosso pobre, desventurado e aleijado ser, foi julgado e posto de lado pela cruz. E Deus considera nosso velho ser morto e sepultado fora do alcance de Sua vista. Ele nos vê agora ressuscitados com Cristo; sim, nEle próprio, sentados nos lugares celestiais.
Oh, sim, é bem verdade que o crente continua, em si mesmo, tão aleijado depois de sua conversão quanto ele era antes. No entanto ele tem uma nova vida - tem agora uma nova natureza, a qual não tinha antes; e tem o Espírito Santo habitando em si. Mas ainda sua velha natureza, chamada carne, continua sendo o que sempre foi. O que deve fazer então? Não ter absolutamente nenhuma confiança na carne; mas reconhecer a graça que o fez ser de Cristo, e que o manterá sendo dEle para sempre. Coloquemos, portanto, nossos pés debaixo da mesa, e alegremo-nos com as riquezas da divina graça que estão dispostas diante de nós. É quando chegamos no final de toda a esperança em nós mesmos, e quando reconhecemos a completa ruína do velho homem, que passamos a uma tranquila dependência em Cristo, em comunhão de Quem encontramos o poder para uma vida santa. Porém a carne, em sua justiça-própria, vai dar um bocado de trabalho antes de se deixar considerar morta (Romanos 7).