DEIXANDO TUDO POR CRISTO
Mas vamos agora aplicar a Paulo a questão relativa a Jônatas. Por que Paulo se despojou a si mesmo? Quão clara e simples é a resposta: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo. E seja achado nEle, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas... a justiça que vem de Deus" (Fp 3:7-9).
Sem dúvida alguma, quão belo e apropriado, é este despojamento! O Jesus despojado, que morreu na cruz pelos pecados de Paulo, aparecia agora àquele hebreu de hebreus, fariseu de fariseus, em uma glória que sobrepujava o sol em seu esplendor: "Eu sou Jesus, a Quem tu persegues" (Atos 9:5). Que mudança aquelas palavras produziram! Nos anos que se seguiram, o mesmo Paulo escreveria dAquele glorioso Ser que foi entregue por nossas ofensas, e ressuscitou de entre os mortos para nossa justificação, para ser nossa justiça permanente, sim, que Deus O ressuscitou de entre os mortos, o Santo e Justo, nossa perfeita e eterna justiça diante de Deus e de todo o universo (Romanos 4:25; 5:18; 1 Coríntios 1:30; Filipenses 3:9-10). E, oh, quão grande a paz de Deus que enche a alma que assim conhece a Ele, e ao poder da Sua ressurreição!
Agora iremos ver que tudo aquilo que exaltava a Saulo, o hebreu de hebreus, só podia servir para diminuir a Cristo; e, sendo assim, oh, com que alegria ele se despoja a si próprio para que Cristo possa ser tudo! Será, leitor, que o seu coração está unido assim a Jesus? E será que você está assim despojado?
Do mesmo modo como Paulo se despojou de tudo, também "Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, bem como os seus vestidos, e até a sua espada, o seu arco, e o seu cinto" (1 Samuel 18:4). Que senso da dignidade de Davi, o rei-salvador! Sendo ele um nobre militar, despojar da espada era algo bem significativo. Que rendição! Lemos, acerca dos vinte e quatro anciãos, que eles "lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder" (Apocalipse 4:10-11).