"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz"
Você já obteve paz? Você já obteve aquilo que Ele anunciou e enviou outros a pregar? De nada adiantará você me dizer que não pode ter paz. Ela está disponível. Acaso seria algo para ser pregado mas não para ser crido? Deus desejou ter-nos contentes Consigo mesmo, e por isso envia o testemunho de paz. Não se trata de algo leviano, pois Ele fez a paz por meio do sangue da Sua cruz; e sendo justificados pela fé, temos paz com Deus. Trata-se de algo real, algo eficaz, algo divino, fundamentado naquilo que já foi feito com perfeição. Se eu creio, entro no gozo disso para desfrutá-lo. Trata-se do fato de que Deus nos visitou para trazer-nos paz. "Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições" (João 16:33). Por isso Deus dá a Si mesmo, vez após outra, o nome de "Deus da paz" (Fp 4:9). É o nome de Sua predileção que Ele dá a Si próprio. Ele nunca chama a Si próprio de Deus de gozo, pois o gozo pode mudar, mas a paz está estabelecida eternamente.
Vemos como Ele tratou a mulher de João 4. Foi por meio da graça. "A salvação vem dos judeus" (João 4:22). Eles tinham a lei, o templo, tudo o que pertencia a Deus, como o irmão mais velho de Lucas 15:31. Mas os judeus O lançam fora, e Ele deve passar por Samaria. Era esse o início de Seu ministério. Os fariseus tinham ciúme dEle, portanto Ele sai deixando esse lugar que, segundo a promessa, era um lugar de salvação. É esta a terrível condição do mundo: que o Filho de Deus tenha vindo, e os homens O tenham lançado fora. Ele veio e foi rejeitado e, portanto, o testemunho é de que o mundo inteiro jaz no maligno. O mundo não apenas pecou, mas rejeitou Aquele que veio a ele quando o homem pecou - o mesmo mundo que cresceu desde que Deus expulsou o homem para fora do Éden. Se eu me denomino cristão, estou professando que o mundo expulsou e crucificou o Filho de Deus. Mas ainda assim a graça segue adiante. Deus usou disso como o meio e a ocasião para expressá-la. É isto que é tão glorioso na cruz: aquilo que era a perfeita expressão da inimizade do homem, foi a perfeita expressão do amor de Deus. Ali foi o ponto de encontro entre a ira do homem contra Deus, e o soberano amor de Deus para com o homem. O Senhor ainda não havia chegado na cruz, mas andava na graça e no espírito disso.