Coração e Mente
Podemos cair no hábito de pedir a outros regularmente, que orem por nós, sem dar a isto a devida importância. Não há nada mais precioso saber que o amado povo de Deus está orando por alguém. Mas, damos a devida importância à base moral? Quando dizemos "Orem por nós, irmãos", podemos dizer na presença dAquele que examina os corações, “pois confiamos que temos boa consciência, desejando conduzir-nos bem em tudo?” Da mesma maneira, quando nos inclinamos diante do trono de graça temos as mãos limpas e um coração honesto que não nos condena? Permanecemos em Cristo verdadeiramente e cumprimos Seus mandamentos? Estas perguntas nos examinam. Vão ao mais profundo do coração, às verdadeiras raízes das fontes morais do nosso ser. Portanto é bom que nossas orações nos examinem espiritualmente. Há muita falta de realidade em nossas orações. Há uma falta triste de base moral, uma grande quantidade de “más petições” ou “petições ao ar” que fazem com que nossas orações não tenham poder nem efetividade. Davi disse: “Se eu atender a iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Salmos 66:18). Que grandioso! Nosso Deus quer a realidade das coisas. Ele deseja a verdade. É verdadeiro conosco. Pede que venhamos a Ele como somos na realidade, com aquilo que verdadeiramente buscamos.
Freqüentemente, nossas orações particulares e públicas não são assim! Nossas orações são mais parecidas com discursos do que com petições; mais como exposições doutrinais do que como expressões de necessidade. É como se quiséssemos explicar os princípios a Deus e dar-Lhe grande quantidade de informação.
Estas coisas dão uma influência desalentadora a nossas reuniões de oração e roubam a seu frescor, interesse e valor. Os que sabem o que é a oração, que se dão conta e experimentam o seu valor, vão ao serviço de oração para orar, não para escutar discursos, conferências e exposições de pessoas que estão de joelhos. Para eles a reunião de oração é o lugar de expressar as necessidades e esperar a benção!
Este é o lugar onde se expressa a debilidade e se espera o poder. Esta é a idéia deles do lugar onde se costuma orar. Quando estes cristãos vêm ali, não estão dispostos nem preparados para ouvir longas pregações nas orações. Isto está escrito claramente porque se sente uma profunda falta de realidade, sinceridade e verdade em nossas orações e reuniões de oração. O que pode ser mais doloroso do que escutar a uma pessoa de joelhos explicar princípios e desenvolver doutrinas? A pessoa está falando a Deus ou a nós? Se estiver falando com Deus, nada pode ser mais irreverente e profano que tratar de explicar destas coisas a Ele. Se a pessoa estiver se dirigindo a nós, então, não é oração e o mais rápido que se levante da "oração" tanto melhor porque seria mais proveitoso que desse uma conferência de pé e nós em nossos assentos.