Orações Perseverantes
Para encontrar outras destas condições morais, abram Lucas 18:1-8. "E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva, e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça".
Aqui temos a importante condição moral da perseverança. Os homens deveriam sentir "a necessidade de orar sempre, e nunca desfalecer". Isto está muito relacionado com a necessidade de orar de forma específica e insistente. Queremos algo e não podemos viver sem ele. Esperamos em Deus com insistência, unidos, crendo e perseverando, até que amorosamente Ele nos dá a resposta. Podemos estar certos de que sempre o fará se a base e as condições morais se mantiverem apropriadamente.
Mas, devemos perseverar! Não devemos desanimar e dar-nos por vencidos se a resposta não vem tão rápido como esperávamos. Pode ser que a Deus agrade exercitar nossa fé ao nos manter esperando nEle dias, meses e até anos. Tal exercício é bom. É moralmente saudável. Tende a fazer-nos mais genuínos. Nos leva às raízes das coisas. Por exemplo, olhe Daniel. Por três semanas Deus esteve exercitando a fé de Daniel, "Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram três semanas" (Daniel 10:2,3).
Tudo isso era para o bem de Daniel. Havia grande bênção no exercício espiritual que Deus deu a este fiel servo, durante este tempo. Note cuidadosamente que desde o início da espera, Deus desde seu trono já havia mandado a resposta à oração de Daniel. "Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias, porque a visão é ainda para muitos dias" (Daniel 10:12-14).
Daniel estava sofrendo, castigando-se a si mesmo e esperando em Deus. O mensageiro angelical já estava a caminho com a resposta. Deus permitiu que o inimigo (Satanás) o estorvasse, mas Daniel continuou esperando. Continuou orando sem desfalecer e a resposta chegou a seu devido tempo.
Aqui há uma lição para nós. É possível que nós também tenhamos que esperar em santa atitude e em espírito de oração por um vasto tempo; mas daremos conta que este tempo de espera é de muito proveito para nós. Muitas vezes nosso Deus em sua sabedoria e fidelidade, ao tratar conosco, vê que é melhor reter a resposta somente para provar a realidade de nossas orações. O importante é que o Espírito Santo tenha colocado um objetivo em nossos corações, um propósito para que possamos colocar o dedo da fé sobre alguma promessa específica da Palavra, e depois, perseverar na oração até receber o que necessitamos. "Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por nossos santos" (Efésios 6:18).
É uma pena que nos falte tanto de perseverança, como também sermos específicos e insistentes, que faz com que nossas orações sejam débeis e nossos serviços de oração frios. Não nos reunimos com um propósito definido e portanto não somos insistentes nem perseveramos.
Em suma, nossos serviços de oração, com freqüência são somente reuniões de rotina, aborrecidos, frios e mecânicos, que fazem com que nosso espírito fique abaixo de um peso corporal sem nenhum proveito.