Sumário da transição em cada capítulo do Evangelho de João

Capítulo 1 — De discípulos de João a discípulos do Senhor.

Capítulo 2 — Do vinho velho ao vinho novo.

Capítulo 3 — Do novo nascimento à vida eterna — das coisas terrenas às coisas celestiais.

Capítulo 4 — Da adoração a Jeová em Jerusalém à adoração ao Pai em espírito e em verdade no santuário celestial.

Capítulo 5 — Do princípio das obras para receber bênção ao princípio da livre graça em Cristo.

Capítulo 6 — Do significado e aplicação literais das Escrituras do Antigo Testamento ao significado e aplicação daquelas coisas como tipos.

Capítulo 7 — Das formas de religião exterior à satisfação interior na Pessoa de Cristo.

Capítulo 8 — Da misericórdia sob a Lei à chance de arrependimento no Dia da Graça.

Capítulo 9 — Das trevas para a luz.

Capítulo 10 — Do curral ao rebanho.

Capítulo 11-12 — Da esfera de morte para a esfera de vida.

Capítulo 13 — Do ministério terrestre de Cristo para Seu ministério celestial como Advogado diante do Pai.

Capítulo 14 — De Cristo como Messias do sistema terrestre a Cristo como Cabeça da nova ordem celestial.

Capítulo 15 — De Israel, a antiga vinha, a Cristo, a verdadeira Videira.

Capítulo 16 — A presença do Espírito no mundo prova que a antiga dispensação foi colocada de lado.

Capítulo 17 — Das orações de Cristo na terra como o Messias sofredor às Suas orações nas alturas como nosso Sumo Sacerdote.

Capítulo 18-19 — Dos sacrifícios de animais na economia judaica ao único sacrifício do verdadeiro Cordeiro de Deus.

Capítulo 20 — De Cristo, o Messias de Israel, a Cristo, a Cabeça da raça da nova criação, e do templo para o cenáculo.

Capítulo 21 — De servos levíticos sob as ordenanças judaicas a servos cristãos sob a direção de Cristo.

Atos 2:1-4, 47

No que diz respeito ao período de tempo do chamado e formação da Igreja, as Escrituras indicam que ela começou com a descida do Espírito Santo vindo do céu no dia de Pentecostes. Aquilo assinalou um novo começo no modo de Deus agir (Atos 11:15). Não se tratava de um reavivamento em Israel, como aconteceu nos dias de Ezequias e Josias, e nos dias de Esdras e Neemias, mas de algo completamente novo. Este algo novo — a Igreja — foi formado pelo batismo do Espírito Santo (Mateus 3:11; Marcos 1:8; Lucas 3:16; João 1:33; Atos 1:5; 11:16; 1 Coríntios 12:13).

As Escrituras ensinam que a Igreja não existia antes daquele momento inaugural. Portanto ela não poderia ter existido nos tempos do Antigo Testamento e nem nos dias do ministério do Senhor na terra. Eis quatro provas disto:

• O ministério de Cristo — Nos dias do ministério terreno do Senhor, Ele ensinou a Seus discípulos que iria edificar a Igreja em algum momento futuro. Ele disse: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18). Fica claro que ela não existia quando ele declarou isso.

• A morte de Cristo — Efésios 2:14-16 declara que uma das coisas que caracterizam a Igreja é que “a parede de separação que estava no meio”, entre judeus e gentios, foi removida, e a “inimizade” que existia entre eles foi desfeita. Paulo explica que isto foi feito na morte de Cristo “na cruz”. Isto significa que a Igreja não poderia existir antes de Cristo morrer.

• A ressurreição de Cristo e sua ascensão — Efésios 1:20-23 e Colossenses 1:18 indicam que antes que a Igreja pudesse ser trazida à existência, Cristo, que estava destinado a ser sua Cabeça, precisaria primeiro ressuscitar de entre os mortos e ascender aos céus.

• Cristo enviando o Espírito Santo — 1 Coríntios 12:13 declara que a Igreja foi formada pela descida do Espírito Santo para habitar nessa nova companhia de crentes. Isto não ocorreu antes de Pentecostes.

Podemos ver destas passagens que havia duas coisas que eram absolutamente necessárias antes que a Igreja pudesse ser trazida à existência (João 7:39) e elas comprovam que ela não poderia ter existido no tempo do Antigo Testamento:

1. Cristo precisaria morrer, ressuscitar de entre os mortos e ascender à destra de Deus como um Homem glorificado (Atos 1:9-10).

2. O Espírito de Deus precisaria ser enviado por Cristo das alturas para formar a Igreja — o batismo do Espírito Santo (Atos 1:5; 11:16).

Alguns citam Atos 7:38 como prova de que a Igreja de Deus existia no Antigo Testamento. Ali diz: “Este é o que esteve entre a congregação no deserto” [N. do T.: A palavra grega traduzida como “congregação” é “eclésia”, a mesma que em outras partes é traduzida como “assembleia” ou “igreja”]. É verdade que a palavra “igreja” ou “assembleia” é aplicada a Israel neste versículo, mas devemos ter em mente que a palavra original traduzida como “igreja” ou “assembleia” nem sempre é usada nas Escrituras para descrever a companhia celestial e especial de crentes que o evangelho está chamando neste momento. A mesma palavra no idioma original é usada para descrever a confusa multidão de gentios idólatras e furiosos em Atos 19:32, 39, 41. Ninguém ousaria dizer que eles faziam parte da Igreja de Deus só porque a mesma palavra foi usada para descrevê-los! Isto demonstra que uma palavra usada nas Escrituras nem sempre se refere a uma mesma coisa; é o contexto de cada passagem que irá indicar a que ou a quem ela está se referindo. Não se deve confundir a que Estêvão estava se referindo em Atos 7:38. Uma assembleia ou congregação é um coletivo ou grupo de pessoas. No caso de Israel eles eram uma “assembleia” ou “congregação” no Egito (Êxodo 12:3), e no deserto (Atos 7:38), e na terra de Canaã (1 Reis 8:5). O uso cristão da palavra em Mateus 16:18 e 18:17, e também nas epístolas, refere-se a uma “assembleia” ou “congregação” ou “igreja” formada por pessoas completamente distintas.