Os Sinais dos Tempos

Pouco tempo depois, senti-me guiado a ir pregar em York, no grande espaço do mercado, que é chamado de Pavimento. Coloquei um pequeno cartaz, "Palestra Sobre os Sinais dos Tempos”. Isso foi na época da agitação política a favor do voto, bem no auge da crise. De algum modo espalhou-se uma notícia de que eu era um político pertencente ao partido extremista que advogava o sufrágio universal, e que tinha vindo para incitar a cidade à revolução. O prefeito mandou me buscar e, como eu fosse apenas um cristão que não pertencia a nenhuma denominação, ele ficou sem compreender e concluiu que o boato era falso. Ainda assim, achou melhor fazer-me acompanhar de uma grande força policial para manter a ordem. Isso causou um imenso afluxo de pessoas que encheu todo o mercado. Eu estava muito fraco e quase tive que ser ajudado quando subi numa cadeira para falar.

É algo solene pregar para alguns milhares de almas, todas elas devendo passar em breve para a eternidade. Frisei bem o juízo vindouro das nações existentes, por ocasião da vinda gloriosa de Cristo. Então mostrei aos cristãos como o Senhor virá antes e os levará para Si (João 14:1-3; 1 Tessalonicenses 4:13,18). Naquela época, na cidade de York, isso tudo era uma grande novidade. E a pregação prosseguiu até que o céu se escureceu e foi-se formando um temporal com raios e trovões. Com um cenário assim, aquela acabou sendo uma noite inesquecível para muitos.

Eu deveria ter contado que ouvira falar de um cristão chamado S. e, embora desconhecido dele, fui à sua casa antes da pregação e perguntei-lhe se me permitiria usar sua casa para pregar a Cristo às dez horas daquela noite. Ele olhou-me meio surpreso, mas consentiu. A pregação no mercado terminou um pouco antes das dez e então convidei a todos os que estivessem angustiados, ou que desejassem conhecer mais sobre o assunto, para que fossem comigo à casa daquele irmão. A maior capela da cidade teria ficado cheia. A pequena casa ficou lotada, e nos estendemos até à meia-noite.

Naquela noite o Senhor havia enviado o Seu servo, o agora já falecido T. S., de Leeds, para trabalhar em York. Ele chegou tarde, foi para o lugar onde ficaria hospedado e não ouviu falar coisa alguma acerca de nossas reuniões. Na manhã seguinte, bem cedo, o Senhor o guiou àquela mesma casa; e ali a obra começou, sendo também ali estabelecida a mesa do Senhor na cidade de York. Logo a obra cresceu e o Senhor enviou o Seu querido servo, o também já falecido W. T.