CAPÍTULO 4
Um Capitão Aleijado
Lembro-me bem de um incidente, acontecido na época, que poderá encorajar muitos pais à oração. Mais de setenta anos antes, uma mãe piedosa havia entregado seu bebê ao Senhor, na fé de que a criança seria convertida e iria encontrá-la nas alturas; e foi nessa sua fé que ela partiu, para estar ausente do corpo, mas presente com o Senhor. Por setenta anos não houve um sinal de que a oração tivesse sido respondida.
A criança cresceu, tornando-se um homem negligente e ímpio, um capitão do exército. Ambos os seus calcanhares haviam sido arrancados pelo estilhaço de um morteiro. Agora ele estava velho e aleijado. Foi levado para ouvir a Palavra, tendo sido carregado para dentro da sala lotada. Naquela noite o Espírito guiou-me a pregar sobre "Mefibosete". Descrevi a completa perdição do pecador, sua condição de aleijado, e a bondade de Deus demonstrada em Cristo, não somente por haver entregado a Cristo para morrer pelos nossos pecados, mas por buscar o pobre pecador, tal como está, para levá-lo à Sua própria presença, do mesmo modo como Davi ordenou que se buscasse a Mefibosete, que era coxo de ambos os pés. E continuei, dizendo:
— Agora, você pobre e velho pecador aleijado, você foi trazido para a presença de Deus esta noite; onde está você?
O velho capitão sentiu que era Deus falando com ele; que era Aquele que sabia tudo a seu respeito e, tentando se levantar, gritou:
— Estou aqui!
Deus salvou sua alma naquela noite, respondendo, assim, às orações de uma mãe; todavia Ele o fez à Sua própria maneira e no Seu devido tempo. Foi agradável ver aquele querido capitão regozijando-se em Cristo Jesus e sentando-se à mesa do Rei como um filho do Rei, "e ele era coxo de ambos os pés". (Leia 2 Samuel 9, em conexão com esta história da graça de Deus.).