Os Morávios
Às vezes não podemos, em nenhuma medida, dar conta dos Seus Atos soberanos ou da maneira pela qual Ele cumpre os Seus propósitos. Recebi uma carta do ministro da colônia dos Morávios* em Fulneck, perto de Leeds, dizendo que, de algum modo, havia sido espalhada a notícia de que eu pregaria naquela colônia na noite do próximo dia do Senhor. A ideia de que aquilo se realizaria era de tal modo tida por certa pelos moradores que seria infrutífero qualquer esforço para alterá-la. Deduzi daquilo que a mão do Senhor estava sobre o assunto, e fui. Eu e mais alguns passamos algum tempo em oração na sacristia da capela e, quando saímos, tivemos a maior dificuldade em alcançar o púlpito, tamanha era a concentração de pessoas. Tinham vindo de todas as partes daquela região para aquele grande salão. Fiquei triste ao saber que muitos dos Morávios não tinham podido entrar. Eu estava sendo guiado a falar sobre a "Paz com Deus", e que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Rm 5:1; 8:1)
[Nota: * A comunidade dos seguidores de John Huss era conhecida como "irmãos Morávios" . Huss nasceu em 1369 e foi queimado vivo em 1415, tendo sido um dos precursores da Reforma.]
Evidentemente era este o assunto de que mais necessitavam, pois, conforme me disse depois o velho ministro, era difícil encontrar uma só pessoa naquela colônia que possuísse a certeza de ter paz com Deus. Não é triste que tão poucos daqueles que são cristãos desfrutem desta bendita certeza? Quantos dos que leem estas linhas talvez não desfrutem deste gozo! E ainda assim, com toda a certeza, Jesus, pelo sangue de Sua cruz, fez a paz para todos os que creem. Foi um tempo verdadeiramente abençoado e não tenho dúvidas de que voltarei a encontrar, na presença do Senhor, muitos daqueles que lá estavam e que naquela noite passaram da morte para a vida.