Capítulo 3 - “Não creiais a todo espírito”.
O que se conhece nos tempos modernos como o Movimento Pentecostal, teve sua origem no estado de Kansas, USA, entre finais do século retrasado e princípios do passado. Apareceu dentro de uma divisão pequena, cujos membros se autodenominavam “gente de santidade”. Estes afirmaram ter tido um “batismo pentecostal” evidenciado pelo dom de línguas. Sustentaram também que este batismo foi a chuva tardia a qual Joel 2:23 e Tiago 5:7 se referiram. Este movimento se estendeu até Los Angeles, Califórnia, USA e um grupo que se reunia na Rua Azusa dessa cidade fez os novos ensinamentos. A partir dali as doutrinas se estenderam como um rastro de pólvora. O resultado foi a formação das denominações pentecostais.
Vários grupos se desenvolveram de uma forma muito grande e desses surgiram dezenas de seguidores. O movimento se estendeu ao redor do mundo.
Esses grupos se diferenciam em alguns pontos menores, mas todos creem que os dons de sinais1 mas conhecidos como dons milagrosos, dados à Igreja primitiva, foram reinstaurados, especialmente o dom de línguas e de curas.
A maioria deles crê que alguém pode salvar-se e depois perder-se. Muitos deles sustêm doutrinas falsas sobre a pessoa de Cristo, crendo que a Ele foi possível haver pecado.
O assim chamado ensino de “santidade” é sustentado por muitos dos pentecostais. Segundo este ensino é possível alcançar um estado de perfeição livre de pecado nesta vida. Muitas pessoas verdadeiramente convertidas terminam por associar-se com estes movimentos e apesar da pouca luz e entendimento que têm, são fiéis ao Senhor. Algumas delas mostram uma devoção que muitos de nós – e o confessamos com vergonha – não temos. Mas também é verdade que muitos dos que pretendem falar em línguas e fazer milagres não são convertidos.
Referindo-se ao assim chamado “dom de línguas”, H.A Ironside escreve: “As línguas são claramente da mesma natureza que aquelas expressões de êxtase que caracterizaram os primeiros seguidores de Irving e dos mórmons de hoje em dia. Indicam mais possessão satânica que poder divino, embora muito desse fenômeno seja simplesmente uma forma agravada de histeria”.
Em tempos mais recentes outro movimento se desenvolveu e o conhecemos como “o movimento de renovação carismática” (a palavra carisma provém do grego e quer dizer dom). Este movimento professa ter todos os dons. Quer dizer, afirmam que todos os dons dados à Igreja primitiva existem hoje em dia. A maior diferença entre este movimento e o pentecostal é bastante significativa. Os pentecostais formaram suas próprias denominações e trabalham dentro de seus próprios grupos. Os carismáticos, em vez disso, procuram trabalhar fora das denominações. Trabalham em casas e em outros lugares com o fim de alcançar indivíduos. Aos que se interessam por suas ideias lhes aconselham que fiquem em suas respectivas igrejas originais e influenciem outros de dentro. Desta forma se infiltraram em todos os grupos maiores da cristandade. Se o ministro de uma igreja faz suas essas ideias, toda a igreja pode fazer-se carismática e por sua vez, permanecer associado à denominação. Ou pode haver uma divisão e os que não aceitam o novo ensinamento saem e vão para outro lugar. Até mesmo sacerdotes e laicos católicos se “converteram” a essas ideias e como resultado, afirmam ter uma maior devoção à sua igreja.
Os “carismáticos” de todas as denominações, protestantes e católicos romanos, organizam conferências e seu lema é: “Esqueçamo-nos de nossas diferenças doutrinais e gozemos juntos da experiência maravilhosa do Espírito”. Hoje em dia muitos cristãos têm a convicção de que o movimento em questão é o “catalisador” usado por Satanás para unir falsamente as pessoas das denominações. Esta prática poderia ter seu clímax na grande Babilônia (veja-se Apocalipse 17 e 18).
Nota: 1 Os dons dados à Igreja são de duas classes: os que se deram como sinais somente nos primeiros dias da Igreja e os que se deram para que o povo do Senhor O sirva até a Sua vinda Há que se levar em conta os seguintes pontos: