A Oração e o Mundo Invisivel
Paul Wilson
Palestra a jovens cristãos em Oak Park, Illinois, Estados Unidos - Agosto:1955.
A ORAÇÃO E O MUNDO INVISÍVEL
Vamos abrir a Bíblia no capítulo 9 do profeta Daniel, versículos 1-11 e 20-23. Leiam também o capítulo 10, inclusive o versículo 1 do capítulo 11. Desejo meditar um pouco nestas duas orações do profeta Daniel. Certamente não se trata de algo extraordinário encontrarmos Daniel orando, pois era característico daquele homem de Deus ser encontrado frequentemente em oração.
No capítulo 2, quando o rei teve um sonho e ninguém podia revelá-lo, Daniel orou e pediu a seus amigos para orarem com ele pelo mesmo propósito - para que o Deus do céu lhes concedesse conhecer esse segredo. Quando a resposta veio, ele não saiu correndo para contar ao rei, mas antes parou e agradeceu ao Senhor.
No capítulo 6, quando o rei foi persuadido a assinar um decreto (criado e elaborado pelos inimigos de Daniel), para que qualquer que fizesse qualquer petição a qualquer deus ou homem, exceto ao rei, pelo período de trinta dias, fosse lançado na cova dos leões, Daniel foi para sua casa e, pondo-se de joelhos, orava três vezes ao dia. Porém, note que há algo mais naquele capítulo. Ali diz, "como também antes costumava fazer" (Dn 6:10). Ele não se alterou com aquele decreto; ele não alterou o seu modo de vida; "três vezes no dia se punha de joelhos, e orava... como também antes costumava fazer". Ele era um homem de oração, e onde quer que você encontre um homem de Deus, você encontrará um homem de oração.
Então, no capítulo 9, Daniel começa a orar. Era o "ano primeiro de Dario, filho de Assuero" (Dn 9:1). O que o levou a orar nessa ocasião foi o fato de ele haver descoberto que os filhos de Israel iriam permanecer no cativeiro na Babilônia por setenta anos. Ele sabia que os setenta anos estavam para terminar. Ele cria naquilo que Deus dissera por meio de Seu profeta Jeremias, e esperava que o povo retornasse para a terra quando os anos se completassem. Sendo um homem de fé, um homem de oração e um homem do Livro (gosto de pensar nele não como um profeta, mas como um estudioso da profecia), ele põe-se a orar.
Quando os anos designados haviam chegado ao fim, Deus levantou a Ciro, um homem justo do oriente, cujo nome foi revelado cento e setenta e cinco anos antes de seu nascimento (Is 44:28-45:1), para a missão de enviar o povo de volta à sua terra. Deus não somente levantou a este homem, Ciro, mas levantou também a Daniel no tempo apropriado para confessar os pecados do povo como sendo seus. Em Isaías 59:16 lemos: "E viu que ninguém havia, e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor". Penso que a única falha de um santo do Antigo Testamento que é registrada no Novo Testamento está em Romanos 11:2: "Elias... fala a Deus contra Israel". Era certamente algo contrário ao pensamento de Deus que alguém fizesse intercessão contra o Seu povo. Após Elias haver orado assim, foi-lhe dito que ungisse a Eliseu para ser o seu sucessor.