Jonas
A história de Jonas é outra figura dos desígnios dispensacionais de Deus. Jonas havia sido escolhido dentre o povo e agraciado com “a Palavra do Senhor” (Jonas 1:1). De maneira similar, a nação de Israel foi escolhida dentre as nações pela graça de Deus (Deuteronômio 7:6-8) e favorecida com “os oráculos de Deus” (Romanos 3:1-2). A intenção de Deus era que Jonas fosse um vaso de testemunho para os gentios (Jonas 1:2). Igualmente a nação de Israel havia sido chamada para ser o vaso de Jeová de testemunho na terra (Deuteronômio 32:8; 1 Crônicas 22:5; Romanos 2:17-20).
Todavia, Jonas se rebelou — e o mesmo fez Israel. Este povo desobedeceu ao Senhor e por isso falhou em representá-Lo diante do mundo (2 Crônicas 36:14-21; Isaías 52:5; Ezequiel 36:20; Romanos 2:24). A desobediência de Jonas o levou a “fugir” da terra de Israel e acabar sendo lançado ao “mar” (Ester 1:3-15). Isso nos fala da nação de Israel afastando-se de Deus e consequentemente sendo dispersa entre os gentios, dos quais o mar é uma figura.
Quando Jonas foi lançado ao mar, os marinheiros gentios a bordo do navio “temeram, pois,... ao Senhor com grande temor; e ofereceram sacrifício ao Senhor, e fizeram votos” (Jonas 1:16). Isso nos fala da obra do Senhor entre os gentios hoje por meio do evangelho. Muitos se converteram a Deus através do evangelho neste tempo presente em que Israel foi colocado à parte. O apóstolo Paulo confirmou isso, ao dizer: “Pela sua queda veio a salvação aos gentios” (Romanos 11:11).
Enquanto isso Jonas passava por dificuldades no ventre do grande peixe no meio do mar. Isso nos fala das tribulações que o povo judeu tem experimentado desde a época em que foram dispersos entre os gentios. É bastante significativo que Jonas tenha se voltado ao Senhor no terceiro dia com orações e súplicas (Jonas 1:17-2:1) e foi consequentemente libertado (Jonas 2:10). Isso aponta para o que acontecerá a Israel. Oséias 6:2 diz: “Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele.”. Se lermos o Salmos 90:4 e 2 Pedro 3:8 que indicam “que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” poderemos interpretar os “dois dias” e concluir que os judeus retornarão ao Senhor e serão restaurados depois de terem sido deixados de lado por dois mil anos.
O capítulo 2 registra a oração de Jonas no terceiro dia. Ela na verdade tipifica o clamor do remanescente durante a Grande Tribulação. E, assim como aconteceu com Jonas, quando os judeus se voltarem ao Senhor isso resultará em seu livramento. Isso é ilustrado pelo momento em que “falou... o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca” (Jonas 2:10).
No capítulo 3 Jonas foi outra vez comissionado a testificar aos gentios, e estava desejoso de pregar a mensagem que o Senhor queria que pregasse. Isso é uma figura de Israel tendo o desejo de ser usado pelo Senhor (Salmos 110:3) e, deste modo, enchendo a terra com o conhecimento do Senhor (Salmos 34:11-18; Salmos 66:5, 16; Isaías 11:9; Hebreus 2:14). Muitos gentios se voltaram ao Senhor através do testemunho de Jonas (Jonas 3:5-10). Isso nos fala da conversão dos gentios em um dia vindouro, que acontecerá como resultado do testemunho de Israel (Salmos 47:9; Isaías 45:14; 60:1-14; Apocalipse 7:9).
O capítulo 4 ilustra o ajuste pelo qual Israel deverá passar naquele dia, para que não mais sejam preconceituosos em relação aos gentios. Isso é importante para que Israel e as nações gentias habitem juntas em paz no reino milenial de Cristo.
Ao analisarmos o material precedente, abordamos os quatro grandes pilares da verdade envolvida no Dispensacionalismo. Também apresentamos um grande número de evidências a partir de tipos e figuras, tanto do Novo quanto do Antigo Testamento, que dão embasamento a esta verdade. Eles cobrem mais de cem capítulos de nossa Bíblia! Tendo em vista tantos esboços das Escrituras diante de nossos olhos atestando os desígnios dispensacionais de Deus, não cremos que Cristãos que tenham um “coração honesto e bom” (Lucas 8:15) possam rejeitar estas coisas. O número de referências na forma de figuras é grande demais para que tivesse sido mero fruto da imaginação.