As Incursões de Nabucodonosor e dos caldeus na Época de Zedequias

A condição reinante entre os judeus no período que precede à queda de Jerusalém, é análoga às condições que prevalecerão entre os judeus que serão trazidos de volta e reunidos em sua terra na tribulação. Trata-se de uma típica antevisão dos eventos futuros. A última condição, evidentemente, será pior (Mateus 12:43-45).

os judeus, sob o seu ímpio rei Zedequias (Ez 21:25), abandonaram o Senhor e desprezaram os avisos de Jeremias, o profeta (Jr 37:2). A terra encheu-se de iniquidade, violência (Ez 22), e idolatria (Ez 8). Foi também uma época em que a fome e a pestilência prevaleceram (Jr 14:1-22). Os judeus irão se encontrar novamente em condições similares durante a grande tribulação. A multidão de judeus apóstatas que voltará a se ajuntar em sua terra, irá se colocar também sob um rei iníquo (o Anticristo, o falso Messias – Daniel 11:36-39) e será entregue a toda sorte de iniquidade, violência (Sl 10 e 11), e idolatria (Apocalipse 13:14,15). Haverá também um remanescente de judeus fiéis que será perseguido por pregar a Palavra de Deus, dos quais Jeremias e Baruque são um tipo.

Deus trouxe juízo sobre o Seu culpado povo de outrora ao levantar Nabucodonosor e seu exército caldeu, o qual é um tipo do Rei do Norte os assírios de épocas posteriores*). Nabucodonosor possuía uma grande coalizão de muitas nações que o auxiliaram (Jr 34:1; 2 Reis 24:1,2; Ob 11-14; Habacuque 2:5). Eles são um tipo da confederação Árabe que ajudará o Rei do Norte (Sl 83:5-8). Nabucodonosor desceu vindo do norte (Jr 1:13-15; 4:6,7; 6:1-9,22; 10:22; 13:19,20; 25:9-11; 46:20) e desolou toda a terra (Jr 25:9-11). Ele destruiu a cidade de Jerusalém e o templo (Jr 52). Quando seus exércitos estavam destruindo Jerusalém, Zedequias, o iníquo rei dos judeus, fugiu (Jr 52:7-11), exatamente o que fará o falso Messias, o obstinado rei Anticristo (Zc 11:17; Jo 10:12,13). Após Nabucodonosor haver destruído Jerusalém, ele enganou alguns de seus próprios aliados cujos países estavam localizados ao redor de Israel e os saqueou#22# (2 Rs 24:7; Ob 7; Jeremias 25:9). Nabucodonosor continuou, então, a sua conquista em direção ao sul indo até o Egito e enganando os seus exércitos (Jr 46:13-26). Tudo isso é uma clara antevisão do futuro profético quando o Rei do Norte descerá através da terra de Israel até entrar no Egito. (Daniel 11:40-45; Joel 2:1-11; etc.) Isto explica o ponto n° 2.

[ Nota: *“Sempre pensei em Nabucodonosor, na sua condição de conquistador, como sendo um tipo dos assírios de uma época posterior” - J.N.Darby.#21# ]

Após Nabucodonosor haver completado suas conquistas por toda a terra do Egito, Deus julgou Babilônia. (Aproximadamente 32 anos após a queda do Egito). O julgamento de Babilônia tipifica o julgamento dos poderes ocidentais, o Império Romano restabelecido sob a liderança da Besta e do Anticristo. (Em alguns casos é feita referência a ela como a Babilônia política, Apocalipse 16:17-21). Deus levantou Ciro, rei da Pérsia, para executar o juízo sobre a Babilônia (Is 45). Ele é chamado de “ungido” do Senhor e é, obviamente, um tipo de Cristo. Isto também prenuncia os eventos vindouros, pois depois de o Rei do Norte haver passado através da terra em direção ao Egito, a Confederação Ocidental (a Babilônia política) entrará na terra e será destruída pelo próprio Senhor vindo do céu. Trata-se dos pontos 3 e 4.

Após Ciro haver conquistado Babilônia (com a ajuda de Dario, o Medo – Daniel 5:30,31) ele libertou os judeus e reconstruiu Jerusalém (Is 45:13; Esdras 1:1-4). Trata-se de um tipo da libertação que o remanescente judeu fiel receberá na vinda de Cristo. Historicamente, Babilônia manteve os judeus em cativeiro e fará o mesmo novamente no futuro quando a Besta e o Anticristo assumirem o controle da terra de Israel na última metade da semana. A queda do Império Romano restabelecido, juntamente com a Besta e o Anticristo, seus líderes, resultará libertação da terra e dos judeus (o remanescente) que nela estiverem.

#23# É interessante notar que em Daniel 9 o período dos setenta anos de cativeiro (vv. 1,2) está conectado com as setenta semanas da profecia. Daniel orou pela libertação dos judeus após os setenta anos terem expirado, mas Deus revelou a ele que a completa e cabal libertação dos judeus não aconteceria até que se passassem setenta semanas de anos (490 anos). Aprendemos com isso que a libertação dos judeus da Babilônia no passado é uma pequena figura da libertação vindoura que o remanescente judeu fiel terá da Babilônia (política) do livro de Apocalipse, e que acontecerá no final das setenta semanas de Daniel.#24# A profecia de Jeremias acerca da libertação dos judeus da Babilônia (Jr 50:4-8), contempla também o retorno das dez tribos (Jr 50:17-20). Isto explicaria o intervalo entre os pontos 5 e 6.

A compreensão do cenário histórico das épocas em que viveram os profetas do período Babilônico* não somente nos dá uma antevisão dos eventos futuros como também nos fornece a chave para entendermos muitas de suas profecias, conforme demonstrarão os esboços que se seguem.

[ Nota: *Há três períodos principais nos quais os profetas profetizaram; o período Assírio, o período Babilônico e o período Medo-Persa. Os profetas do período Assírio são Isaías, Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias e Naum. Eles cobrem um período que vai desde o tempo do aparecimento do poder Assírio até a sua destruição; na é o que apresenta a sua queda. Os profetas do período Babilônico são Jeremias, Ezequiel, Daniel, Obadias, Habacuque e Sofonias. Estes cobrem o período Babilônico, da sua ascensão à supremacia mundial até a sua queda; Daniel apresenta sua destruição. Os profetas do período persa são Ageu, Zacarias e Malaquias. Eles profetizaram na época em que os Medos e os persas detinham o poder. ]