Uma Grande Mudança de Rumo
Chego agora a um acontecimento que mudou totalmente o curso do meu futuro desde então. Eu tinha ouvido falar que o Capitão W. e alguns outros cristãos se reuniam no primeiro dia da semana para partir o pão, como faziam os discípulos em Atos20. Numa certa manhã do dia do Senhor fui ver o que aquilo poderia significar. Encontrei-os reunidos em uma sala no segundo andar, na Wellington Street, em Sheffield. Sentei-me atrás e, naturalmente, procurei pelo púlpito. Não havia um púlpito, mas uma mesa arrumada, ou coberta com uma toalha branca, e sobre ela o pão e o vinho, em comemoração à morte do Senhor Jesus.
Procurei então pelo ministro, ou pelo dirigente, mas não havia tal pessoa. Todos os crentes reunidos estavam sentados ao redor da Mesa do Senhor. Uma impressão profunda e solene caiu sobre mim: "Estas pessoas vieram encontrar-se com o próprio Senhor”. Não tenho dúvida de que foi o próprio Espírito de Deus Quem falou assim comigo. É impossível descrever a sensação que tive, pela primeira vez, de estar na própria presença do Senhor Jesus, em conformidade com Sua Palavra: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí, estou Eu no meio deles." (Mt 18:20). Eu estava tão inundado pela presença do Senhor que mal podia notar o que estava sendo feito. Ninguém pode fazer ideia do que isto significa, a menos que esteja realmente reunido ao Seu Nome.
Que contraste com tudo o que eu havia visto antes e, no entanto, quão simples! Era como voltar ao que era no princípio do cristianismo, antes que se tivesse ouvido falar de qualquer sacerdote oferecendo na igreja um sacrifício para vivos e mortos. Por mais estranho que me pudesse parecer aquela reunião de cristãos para partir o pão, o que mais me surpreendeu foi descobrir que era exatamente o que é encontrado nas Escrituras. Ao invés de um ministro à Mesa do Senhor, encontrei a mesma liberdade descrita em 1 Coríntios 14:29-37. Eu ficava imensamente impressionado a cada adoração que era elevada diante do Senhor, em dependência do Espírito Santo. Senti que aquele era o meu lugar, por mais indigno que pudesse ser dele. Eu bem me lembro de haver pensado: "Este é o meu lugar, nem que seja para eu ser um capacho para estes cristãos limparem os seus pés”.