No Distrito Escocês

Recebi duas cartas anônimas do centro de um grande distrito escocês, para que fosse lá e pregasse o evangelho completo, inclusive a vinda do Senhor Jesus. A última carta trazia tanta urgência que deduzi ser da vontade do Senhor que fosse ajudá-los. Usamos o Auditório Municipal e demos quatro palestras sobre a segunda vinda de Cristo, com um profundo sentimento do amor de Cristo para os Seus santos naquela região. Não tinha nenhuma intenção de formar um partido, ou de servir a um partido, mas, como servo de Cristo, servir a todos os que pertenciam a Ele.

O salão ficou cheio e muitos cristãos, em um raio de muitos quilômetros, vieram para escutar. Eles estavam profundamente interessados, mas depois de uma conversa com eles, ficou evidente que não compreendiam algo que lhes era completamente novo. Conseguimos, então, uma sala onde cabiam umas quarenta pessoas. A princípio ela ficou cheia com os pregadores locais, líderes, etc., todos com liberdade para perguntar ou fazer observações. Logo a sala ficou tão cheia que fomos obrigados a voltar a usar o Auditório Municipal, e também a pregar o evangelho nas noites do dia do Senhor. O número de pessoas cresceu tanto que as leituras passaram a ser mais como palestras.

Por todo um ano essas reuniões tiveram continuidade e a maioria, se não todos os cristãos daquele distrito, ouviram a Palavra. Creio ter sido um dos anos mais felizes de meu serviço para Cristo. Tinha que viajar 30 quilômetros duas vezes por semana, mas tratava-se de algo peculiarmente abençoado seguir em frente na certeza da presença de Cristo, e no pleno e desimpedido gozo da simpatia expressada em Seu amor para com todos aqueles que o Pai Lhe havia dado, não tendo nenhum outro objetivo senão o de servi-Lo e agradá-Lo.

Muitos dos pregadores locais ficaram bastante surpresos quando aprenderam a verdade de Hebreus 9:27,28. Até então, eles tinham estado a pregar um julgamento geral, de todos e para todos — o dia do juízo final. A verdade que pareceu ser a primeira que surpreendeu a todos foi a de que Cristo sofreu o juízo pelos que Lhe pertencem, os quais, por esta razão, nunca mais poderão entrar em julgamento por seus pecados. Antes eles liam a passagem de Hebreus 9:27,28 como se ela se referisse a todos os homens que morressem, vindo, depois da morte, o juízo. Nunca haviam notado não ser este o seu significado e nem tinham percebido o contraste com o versículo seguinte: "Assim também Cristo, oferecendo-Se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para salvação". (Hebreus 9:28) Tampouco eles haviam jamais percebido que Jesus assegura aos crentes que estes não entrarão em julgamento , que é a maneira como a palavra deveria ser traduzida em João 5:24. O valor infinito do único sacrifício de Cristo foi também compreendido então, e verdadeiramente fez com que a paz fluísse para eles como um rio. E a vida eterna, como algo presente, o que antes consideravam um grande erro, passou a ser para eles motivo do mais profundo gozo. A redenção eterna também os introduziu em um perfeito descanso em Deus.