Maomé, o Falso Profeta da Arábia

Foi com muito interesse que traçamos o constante progresso e poder subjugador do cristianismo em toda a Europa durante os séculos VII e VIII, embora em sua roupagem latina ou romana. O nome de Jesus foi disseminado mundo a fora, e Deus pôde usar o doce sabor desse nome para a bênção, apesar dos rígidos rituais de Roma que o cercavam de todos os lados. Mas todas essas conquistas do evangelho, por meio do gerenciamento do papa e da influência de seus missionários, tornaram-se as conquistas da Sé Romana. Quão longe tinha seu domínio espiritual se estendido, e quão grande seu poder podia ter se tornado se não tivesse encontrado formidáveis oposições, seria impossível imaginar. Mas Deus permitiu que um inimigo se erguesse, que não somente deteve o progresso do romanismo por todos os lados, como também mais de uma vez fez o próprio pontífice tremer por sua segurança, mesmo na cadeira de São Pedro. Esse foi Maomé, o impostor da Arábia.

O início do século VII — o momento em que esse notável homem apareceu — foi peculiarmente favorável para o cumprimento de seu grande objetivo. Quase o mundo inteiro estava contaminado por ídolos. A religião prevalecente de seu próprio país era grosseiramente idólatra. Havia 360 ídolos no templo de Meca, que era o número preciso de dias no ano árabe. O paganismo, com seus inúmeros falsos deuses, ainda cobria uma ampla porção da terra; e mesmo o cristianismo, infelizmente, tinha se tornado extensivamente idólatra, tanto nas igrejas gregas quanto romanas. Foi nesse momento que Maomé apareceu perante o mundo como um severo e austero monoteísta. Ele sentiu-se chamado a restaurar a doutrina fundamental da Unidade divina a sua devida proeminência na crença religiosa da humanidade. Mas as próprias ideias de encarnação, de redenção, de um Redentor, de um relacionamento e comunhão com Deus — as penetrantes influências de um santo amor — não têm lugar no sistema desse profeta. O abismo bocejante que separa Deus do pecador é deixado intransponível pela religião de Maomé. Mas, antes de falarmos sobre seu sistema, vamos olhar brevemente para sua família e juventude.