A Família e Juventude de Maomé
De acordo com a tradição árabe, ele era de uma família nobre chamada Coraixe. Essa tribo, os coraixitas, na época do nascimento de Maomé (que é geralmente datada por volta do ano 569), era um tipo de hierarquia que exercia a supremacia religiosa, e eram os guardiões reconhecidos da Caaba, a pedra sagrada de Meca, com seu templo. Seu pai morreu logo após seu nascimento, e sua mãe quando ele era muito novo, de modo que ele ficou órfão e destituído. Tendo outros membros masculinos de sua família também morrido, o governo de Meca e as chaves da Caaba passaram para as mãos de outro ramo da família. Pouco é conhecido sobre os primeiros 25 anos de sua vida, salvo que ele tenha se dedicado a atividades mercantis, e foi tão bem-sucedido e honrado em seus negócios que recebeu o título de Amin, ou fiel. Aos 28 anos casou-se com uma viúva de sua família, que possuía uma grande riqueza. Doze anos após seu casamento — quando tinha 40 anos — o profeta começou a ouvir as intimações de sua futura missão. Os infortúnios de sua família e como recuperar sua antiga dignidade e poder podem ter estado, no início, em sua mente. De acordo com o costume que era comum entre seus conterrâneos, ele se retirava todos os anos a uma caverna em uma montanha, e gastava algum tempo em solidão religiosa. Foi em uma dessas cavernas, de acordo com seu próprio relato, que ele recebeu sua primeira comunicação vinda do céu — ou melhor, como cremos, do abismo das trevas. Ele foi, no entanto, gradualmente levado a crer que era especialmente chamado por Deus para ser um instrumento para a destruição da idolatria e para a propagação da verdadeira fé. Seus oráculos, que ele professava receber diretamente do céu pelo anjo Gabriel, foram preservados no Alcorão, e considerados pelos fiéis como a palavra de Deus.