A Origem das Reclusas Femininas

Desde períodos iniciais da história da igreja lemos sobre virgens devotas que professavam a castidade religiosa e se dedicavam ao serviço de Cristo. Seus deveres e devoções eram auto-impostos, de modo que podiam preservar suas relações domésticas ou entrar sem escândalo ao estado de casadas. Mas a origem das comunidades de reclusas femininas é atribuída a Pacômio, o grande fundador dos sistemas monásticos regulares. Antes de sua morte, que ocorreu por volta da metade do século IV, não havia menos do que 27.000 mulheres no Egito que, por si só, tinham adotado a vida monástica. As regras que ele formou para os conventos de freiras eram similares àquelas aplicadas aos monges. “Elas viviam de fundos em comum, usavam um dormitório em comum, uma mesa e um armário. Os mesmos serviços religiosos eram prescritos, e a habitual temperança e ocasionais jejuns eram apreciados com a mesma severidade. O trabalho manual não era menos rigidamente forçado, mas em vez da labuta agrícola imposta a seus ’irmãos’, a elas cabia tarefas mais leves, como costurar ou tecer. Por deveres tão numerosos, por ocupações admitindo tão grande variedade, elas superavam o tédio cotidiano, e a dureza da reclusão monástica.”9

É certo de que muitos desses estabelecimentos foram fundados durante o quarto século, e que eles se propagaram por todo o Egito, Síria, Ponto e Grécia, e que gradualmente penetraram em cada província onde o nome de Cristo era conhecido, e mesmo até hoje elas abundam em todos os países católicos romanos, e formam um estranho e incongruente apêndice para a igreja.