PARTIMENTO DO PÃO

Esta reunião é referida como sendo a principal reunião de assembleia. Também é chamada de A Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:20).

nos evangelhos a Ceia foi instituída (Lucas 22:19-20)

em Atos foi celebrada (Atos 2:42; 20:6-7)

nas Epístolas aos Coríntios foi exposta (1 Coríntios 10:16-17; 11:23-26)

O propósito da Ceia do Senhor é simplesmente relembrar a Sua morte como ele pediu – “fazei isso em memória de mim” (Luc. 22:19). Nós não vamos à Ceia do Senhor para relembramos nossos pecados; nós vamos para nos lembrarmos dEle. Isto não é um mandamento, mas adquire a força de um mandamento num coração que O ama. A afeição por Cristo fará com que o crente responda a esse pedido. O partimento do pão não é chamado de reunião de adoração, mas a recordação do sofrimento do Senhor na Sua morte não pode, senão, invocar adoração dos corações dos santos reunidos para participar da ceia. Quando o Senhor a instituiu, eles fizeram três coisas:

eles agradeceram (Mateus 26:26-27)

eles fizeram referência às escrituras (Salmos 113-118Mateus 26:29 final)

eles cantaram um hino (Mateus 26:30)

Disto aprendemos que ler passagens pertinentes nas Escrituras, cantar hinos e dar graças têm seu lugar no partimento do pão.

Aprendemos de Atos 20:6-7 e 1 Coríntios 16:2 que era hábito dos discípulos na igreja primitiva se reunirem no primeiro dia da semana para partir o pão e fazer a coleta – Hebreus 13:15-16 liga o sacrifício de louvor com o sacrifício material e assim sugere à mente espiritual que eles devem ser feitos juntos na ceia como parte da adoração.

Cristãos se reunindo no “primeiro dia da semana” não era algo feito apenas em Corinto e Trôade; era o que os discípulos do Senhor faziam universalmente. Isto indica o tempo específico quando a Igreja deveria partir o pão. Nota: isto não era feito no primeiro dia do Senhor de todo mês, ou a cada quarto de ano – como é prática em muitos círculos cristãos hoje em dia – mas era um costume semanal no dia da ressurreição. Eles não se reuniam para se encontrarem com o apóstolo Paulo ou para ouvir um sermão, mas para partirem o pão.

A maneira como a ceia deve ser comida é em um estado de julgamento próprio. O apóstolo Paulo

disse, “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice” (1 Coríntios 11:28). Então a ceia é para ser comida de uma maneira santa e reverente. Ele avisa que se nós comermos sem julgar-nos a nós mesmos, poderemos incorrer no julgamento do Senhor em nossas vidas – citando exemplos como enfermidades e até morte (1 Coríntios 11:27-34). Se participar da ceia do Senhor dependesse no nosso merecimento pessoal, ninguém na terra participaria desse emblema, porque ninguém merece por si mesmo. Só somos merecedores por causa do que Cristo fez na Sua obra completada na cruz. Ele nos colocou na presença de Deus pelo que Ele realizou na redenção.

Como em toda reunião de assembleia, o Senhor está no meio para guiar os procedimentos pelo Espírito. Uma assembleia reunida conforme as escrituras não terá um ancião ou homem designado para conduzir o serviço. Reunindo-se e esperando pelo Senhor, Ele guiará um irmão aqui e outro irmão ali para oferecer gratidão e louvor como porta voz da assembleia. Tudo será conduzido espontaneamente, conforme o Espírito dirige.

Outro aspecto da verdade, subsidiariamente à característica central da recordação estabelecida na Ceia do Senhor é que “o pão que partimos” representa o corpo místico de Cristo (Romanos 12:4-5; 1 Coríntios 12:12-13; Efésios 1:22-23; Colossenses 1:18). 1 Coríntios 11:23-26 se refere ao corpo pessoal do Senhor no qual Ele realizou a redenção na cruz. Ao comermos o pão na Ceia neste aspecto, temos comunhão com Ele naquilo que realizou em Seu corpo para a glória de Deus. Mas 1 Coríntios 10:15-17 se refere ao seu corpo místico composto por muitos membros (1 Coríntios 12:12-13). Participando do pão neste aspecto expressamos “comunhão” uns com os outros como membros daquele “um corpo”.

Já que o ato de partir o pão expressa que somos “membros uns dos outros” (Efésios 4:25) em um corpo, somente aqueles que são comprovadamente membros do corpo de Cristo deveriam participar do pão. Portanto, a reunião para partimento do pão numa assembleia baseada nas escrituras não terá uma comunhão aberta, nem terá uma fechada, mas em vez disso, uma comunhão guardada no que se refere a quem pode participar, como mencionado anteriormente. Uma assembleia baseada nas escrituras vai receber à Mesa do Senhor somente aqueles que são sólidos na doutrina e num caminhar piedoso.