NUNCA!
Será que alguma vez você se deu conta, querido leitor, de que a mesma palavra que concede o mais doce consolo ao verdadeiro crente, extingue completamente qualquer raio de esperança para o incrédulo, e não lhe deixa coisa alguma além de trevas e total desespero? Esta palavra é a mesma que aparece no início deste artigo.
Para tornar isso mais claro, deixe-nos fazer duas perguntas que, provindas dos lábios do Senhor Jesus Cristo, são ambas respondidas por esta mesma palavra.
1. Pode alguém, homem ou mulher, que morre na incredulidade, ser, de algum modo, salvo ? Preste atenção para a solene resposta: NUNCA!
2. Pode alguém, que nasceu de novo do Espírito de Deus, ser, de algum modo, perdido? NUNCA!
Se esta palavra, pequena, porém de peso, não passasse de uma expressão de fraqueza humana, ela não teria maiores consequências. Por exemplo, o apóstolo Pedro a utilizou em duas ocasiões importantes em sua vida, mas fazendo assim demonstrava tão somente a sua absoluta fraqueza própria - "Ainda que todos se escandalizem em ti," - disse ele, - "eu nunca me escandalizarei" (Mateus 26:33). E mesmo assim, o que se sucedeu? Acaso não foi ele tão veemente em negar seu Mestre como foi, poucas horas antes, veemente em garantir sua fidelidade?
Novamente, em João 13:8, nós o encontramos dizendo ao Senhor: " Nunca me lavarás os pés"; e, mesmo assim, no momento seguinte, encontrava-se extremamente desejoso de se sujeitar a até mesmo mais do que aquilo que seu bondoso Mestre havia proposto. Vemos, assim, que o "nunca" de Pedro provou ser fraco como água, e mostrou-se totalmente inútil diante da primeira prova a que foi submetido. Mas quem seria capaz de contradizer um “nunca” dito por Deus? Quem poderá torcer o “nunca ” de Deus ao ponto de adaptá-lo aos limites da possibilidade humana? Ah! quem se atreve a tentar? Quem? No entanto, tem-se tentado fazê-lo e, o que é pior, professos seguidores de Cristo - pregadores e mestres - o têm feito por cega ignorância ou buscando proveito próprio. Quão profundamente solene é isso!