Bruce Anstey

O Livro de PROVÉRBIOS

Sabedoria Divina para Nossa Senda Terrena

Bruce Anstey

AO LIVRO DE PROVÉRBIOS – Sabedoria Divina para Nossa Senda Terrena

Bruce Anstey

Originalmente publicado por:

CHRISTIAN TRUTH PUBLISHING

9-B Appledale Road

Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0

CANADÁ

christiantruthpublishing@gmail.com

Título do original em inglês**: THE BOOK OF PROVERBS** – _Divine Wisdom for Our Earthly Pathway_

Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por:

ASSOCIAÇÃO VERDADES VIVAS, uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é divulgar o evangelho e a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo.

atendimento@verdadesvivas.com.br

Primeira Edição em português – julho 2018

e-Book versão 1.3

Abreviaturas utilizadas:

ARC – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida – SBB 1969

ARA – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada – SBB 1993

TB – Tradução Brasileira – 1917

ACF – João Ferreira de Almeida – Corrigida Fiel – SBTB 1994

AIBB – João Ferreira de Almeida – Imprensa Bíblica Brasileira – 1967

JND – Tradução inglesa de John Nelson Darby

KJV – Tradução inglesa King James

Todas as citações das Escrituras são da versão ARC, a não ser que outra esteja indicada.

Um Esboço Sobre o Livro de

PROVÉRBIOS

O livro de Provérbios é às vezes chamado de o “livro do jovem” (com base em Pv 1:4) porque dá instruções sábias e profundas para aqueles ainda inexperientes na vida. Ele apresenta a sabedoria divina para a nossa senda aqui na Terra e é útil para todas as idades. O objetivo do livro é o de formar um bom caráter e conduta de modo que uma pessoa não fará uma confusão generalizada em sua vida – moral, financeira, social, etc.

O Senhor deu sabedoria a Salomão (1 Rs 3:11-12), mas ela foi obtida d’Ele de três formas principais:

- Pela Observação“Atentei (Ec 1:14). - Pela Meditação“Falei eu com o meu coração (Ec 1:16a). - Pela Experimentação“meu coração tem tido larga experiência (Ec 1:16b).

O livro, como um todo, tem seis divisões principais, marcadas por uma expressão de inspiração divina inserida no texto, que separa uma parte da outra. As divisões são:

- Divisão I – Doze Lições Numa Família (caps. 1-9). - Divisão II – Provérbios de Salomão (caps. 10-22:16). - Divisão III – As Palavras dos Sábios (caps. 22:17-24:34). - Divisão IV – O Segundo Livro de Provérbios de Salomão (capítulos 25-29). - Divisão V – As Palavras de Agur (cap. 30). - Divisão VI – As Palavras do Rei Lemuel (cap. 31). -

DIVISÃO I

(Caps. 1-9)
Doze Lições de Sabedoria Numa Família

Os versículos 1-7 são a introdução ao livro. O primeiro versículo é o título desta seção. Vamos encontrar afirmações semelhantes por todo o livro que indicarão as suas várias divisões.

Dez Coisas Adquiridas pela Aplicação da Sabedoria dos Provérbios

Os versículos 2-4 dão o propósito dos provérbios de Salomão. Dez coisas são mencionadas nestes versículos indicando o que vamos encontrar se aplicarmos a sabedoria deste livro.

  1. Sabedoria – conhecimento utilizado corretamente.

  2. Instrução – conhecimento adquirido pelo castigo e disciplina.

  3. Entendimento – conhecimento adquirido pela consideração.

  4. Instrução de sabedoria – conhecimento adquirido por um caminhar prudente.

  5. Justiça – conduta e comportamento corretos.

  6. Juízo - discernimento.

  7. Equidade – integridade moral imparcial.

  8. Prudência – capacidade de detectar malícia em outros.

  9. Conhecimento – informação útil.

  10. Discrição – ponderação.

Duas Coisas Necessárias

Os versículos 5-7 falam de duas coisas que são necessárias de nossa parte para obter a sabedoria no livro de Provérbios. Em primeiro lugar, deve haver a vontade de aprender (vs. 5-6). Em segundo lugar, deve haver um reverente temor ao Senhor (v. 7).

Uma pessoa pode ser exposta a mais excelente sabedoria dos mestres mais dotados, mas ela não terá nenhum proveito disso se não houver a vontade de aprender e o temor do Senhor em sua vida. Nossa vida vai mostrar o quanto tememos o Senhor pela decisão de aplicar ou não estes princípios práticos da Sua Palavra.

Várias Maneiras de Aprender

Há, talvez, três maneiras de se aprender as lições da vida. Primeiro, podemos aprender com nossos erros. Podemos andar no caminho que achamos ser o melhor e aprender, com a experiência própria, as lições da vida – a maioria das quais provavelmente será dolorosa. Este, sem dúvida, não é um método aconselhado, porque podemos, muito rapidamente, fazer uma confusão generalizada em nossa vida e acabaremos tendo que levar os efeitos de nossas falhas pelo resto de nosso tempo aqui. Uma segunda maneira de aprender as lições da vida é aprender com os erros dos outros. Isto é melhor, porque não sofreremos os efeitos de suas falhas em nossa própria vida. Mas a melhor maneira de aprender as lições da vida é da Palavra de Deus. Esta é a maneira mais feliz. Mas isso requer vontade de receber o que a Palavra diz e reverência para com aqu’Ele que a escreveu. Alguém colocou desta forma: feliz é o homem que aprende com seus erros; mais feliz ainda é aquele que aprende com os erros de outras pessoas, mas o mais feliz de todos é aquele que aprende com os princípios da Palavra de Deus.

Doze Discursos do Pai ou da Mãe para o Filho

Doze lições há nesta seção do livro. São discursos do pai ou da mãe para o filho – cada um deles começando com as palavras “Meu filho” (Há alguns lugares onde a expressão aparece no meio de uma lição. O contexto vai mostrar que não é uma nova lição, mas parte de uma já em andamento. Na tradução de J. N. Darby há um travessão (–) indicando que é uma continuação do assunto, ou seja, capítulos 1:15, 6:3). O cenário é de um lar piedoso onde os pais são vistos orientando e instruindo seu filho nas questões da vida. As lições são recomendações e conselhos dos pais que visam prepará-lo para a vida. Eles estão primeiramente preocupados em ajudar o filho ou a filha a tomar as decisões certas na vida.

Esta seção (capítulos 1-9) é muito aplicável para pais que querem saber o que deveriam estar ensinando a seus filhos na sua preparação para a vida. A essência destes doze discursos é o que todos os pais piedosos devem ensinar aos seus filhos. Claro, essas lições são também aplicáveis aos jovens que estão começando na vida, que são referidos no livro como o “simples” (Pv 1:4). Este não é um termo depreciativo; ele não está falando de alguém que tem dificuldades mentais, mas de alguém que é inexperiente e ingênuo na vida. Portanto, se um jovem quer ter sucesso na vida, moral e espiritual de forma prática, ele precisa aplicar-se a aprender essas lições e provar a bênção de Deus.

Se alguém não tem o privilégio de ter pais tementes a Deus, que lhe darão saudáveis conselhos práticos e espirituais nas questões de vida, ele pode se ocupar com estes capítulos, colocando-se no lugar desse jovem, e aproveitar das mesmas lições.

1) Respeito ao Aconselhamento dos Pais

Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes a doutrina de tua mãe. Porque diadema de graça serão para a tua cabeça, e colares para o teu pescoço” (Pv 1:8-9). Respeito ao conselho dos pais é a primeira, e talvez a lição mais importante. Se a confiança no conhecimento dos pais sobre os assuntos da vida não estiver estabelecida, os filhos provavelmente não vão levar a sério quaisquer outras lições que os pais tenham a ensinar. Isto significa que os pais precisam “ganhar o ouvido” de seus filhos o mais cedo possível, e assim começar a ensinar-lhes estas importantes lições (Dt 6:6-7, 11:18-21; Sl 78:2-7; Pv 4:1-4; Is 38:19).

Todos os jovens que crescem em um lar onde há temor a Deus, precisam entender que seus pais têm os melhores interesses em seu coração. Há muitas armadilhas e perigos que os jovens podem cair se não forem cautelosos. Eles devem ser agradecidos por ter alguém para guiá-los nos caminhos da vida. Os jovens precisam reconhecer que seus pais têm mais experiência de vida do que eles, e podem oferecer informações e orientações valiosas nas questões da vida. Bom conselho dos pais é indispensável para o que é jovem e inexperiente.

Muitas vezes, os jovens pensam que os conselhos e o entendimento que o pai e a mãe têm do mundo estão desatualizados. Mas os jovens estão enganados. Certamente não podemos ser tão ingênuos a ponto de pensar que, porque nossos pais não falam sobre coisas contaminadas e sujas que eles têm visto e ouvido neste mundo mau, signifique que eles não saibam sobre ele! (Ef 5:11-12). A sabedoria nos dirigirá a proteger nossos filhos dessas coisas. Os pais que falharam em determinadas áreas da vida, não ajudarão seus filhos falando sobre isso na frente deles – quer se trate de seus pecados antes de sua conversão, ou depois de terem sido salvos. Eles estarão apenas colocando uma pedra de tropeço diante deles. Se as crianças sabem que seus pais fizeram tais coisas, eles podem se inclinar a pensar que desde que o pai ou a mãe fizeram tal coisa, então eles poderiam fazê-lo também, porque, afinal de contas, no final deu tudo certo. Quão cuidadosos devemos ser! Se uma pessoa continua a revisitar os seus pecados e a falar sobre eles, levará alguém a imaginar se ele realmente julgou esses pecados. Esses tais estão apenas se gloriando na sua vergonha (Fp 3:19 – TB).

O versículo 9 descreve poeticamente a beleza moral e dignidade que os jovens terão se seguirem o conselho de seus pais. No entanto, a pessoa que não ouvir os seus pais está a caminho de dificuldades.

2) O Perigo das Más Companhias

Filho meu, se os pecadores com blandícias te quiserem tentar [te quiserem seduzir – TB], não consintas. Se disserem: Vem conosco; espiemos o sangue; espreitemos sem razão o inocente; traguemo-los vivos, como a sepultura; e inteiros, como os que descem à cova; acharemos toda a sorte de fazenda preciosa; encheremos as nossas casas de despojos; lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa; Filho meu**, não te ponhas a caminho com eles: desvia o teu pé das suas veredas”** (Pv 1:10-15).

A segunda coisa que deve ser ensinada aos filhos em casa é a separação do mal. Há grande perigo em ter más companhias, e isso precisa ser ensinado em uma idade muito jovem. Portanto, o foco desta lição visa entender a poderosa influência de amigos.

A imagem retratada aqui é uma gangue de rua seduzindo o jovem a se juntar a ela em alguma ocupação com o mal. As questões da coação de grupos eram tão reais 3.000 anos atrás como são hoje! Podemos não ser tentados pelo mal de forma tão flagrante como a retratada aqui, mas a probabilidade de associação com pessoas que não conhecem o Senhor como seu Salvador irá apresentar-se em algum momento. A lição aqui é dizer “não”. Ao filho é dito: “não consintas”. Dizer “não” pode ser difícil às vezes, porque todo o jovem naturalmente quer ser aceito. Será preciso caráter moral e coragem. A coragem da convicção deve ser ensinada em casa.

A Bíblia diz: “Companheiro sou de todos os que Te temem e dos que guardam os Teus preceitos” (Sl 119:63). Há duas qualificações para boa companhia neste versículo. Em primeiro lugar, devemos ser companheiros daqueles que “temem” ao Senhor. A prova de temer a Deus é que nos desviamos do mal (Pv 14:16). Não há nenhum sentido falar em temer ao Senhor se não nos separarmos do mal (Lc 6:46; Jo 14:15; 1 Pe 1:15-16). Então, em segundo lugar, devemos ser companheiros daqueles que querem obedecer aos mais pequenos detalhes (“preceitos”) da Palavra de Deus. Estes são os tipos de amigos que devemos ter. Todos os outros devem ser mantidos a uma boa distância.

Por que Separação é Importante

Os jovens vão querer saber por que eles devem andar em separação do mundo. As razões para a separação devem ser explicadas a eles para que possam inteligentemente entender a importância de andar numa senda como essa. Quando eles entenderem a razão, estarão mais inclinados a fazê-lo. Os pais não podem simplesmente dizer: “Bem, os irmãos têm confiança na separação”. A verdade é que DEUS confia na separação! Ele insiste nisso como meio de preservação para o Seu povo. Ela é encontrada na primeira página de nossas Bíblias (Gn 1:4), e continua a ser enfatizada em toda a Palavra inspirada até a última página (Ap 22:11). É vital que todos na família entendam este princípio, e é da responsabilidade dos pais ensiná-lo.

Os pais devem ensinar separação a seus filhos, não apenas falando a eles, mas mostrando a eles! Se eles mesmos não andam em separação, não podem esperar que seus filhos o façam. Se Manoá e sua esposa deveriam criar um piedoso filho nazireu, a mãe da criança deveria, ela mesma, viver como um nazireu! (Jz 13:4-5, 13-14).

Poderíamos perguntar: “Por que exatamente precisamos de separação em nossa vida?”

A) Porque não podemos desfrutar de comunhão com o Senhor e com o mundo ao mesmo tempo! Terá que ser com um ou com outro. As duas coisas são totalmente incompatíveis (Tg 4:4). 1 João 2:15 diz: “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”. Companhia e comunhão com o nosso Deus e Pai deve ser valorizada acima de tudo mais em nossa vida. Existem inúmeros exemplos deste ponto nas Escrituras. A noiva em Cantares de Salomão tentou desfrutar de “aquele a quem ama a minha alma”, enquanto ela relaxou e andou “pelas ruas” e pelos “caminhos largos” (JND) da “cidade”, mas isso não funcionou. Ela perdeu a sua companhia (Ct 3:1-2). Quando Abraão foi para o Egito (um tipo do mundo), ele não teve o seu altar, que fala da ligação da alma em comunhão com Deus (Gn 12:10, 13:4). Ele aprendeu que não poderia ter o Senhor e o Egito, ao mesmo tempo.

B) Porque desfrutar dos prazeres e entretenimento do mundo deteriora nossa afeição por Cristo! Efraim juntou-se aos ídolos do mundo (Os 4:17), e misturou-se com as pessoas do mundo [“povos”]: (Oseias 7:8) – e isso levou seu coração para longe do Senhor (Os 4:11, 7:11). Os filhos de Israel desejavam comer os “pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos” do Egito e o efeito foi o de diminuir o apetite de sua alma pelo “maná”, que é um tipo de Cristo (Nm 11:5-6). Isso trouxe fraqueza à alma deles. Quem se alimenta de entretenimento do mundo geralmente tem pouco interesse nas coisas do Senhor. O mundo pressiona seus caminhos em nossa vida como a extremidade fina de uma cunha, e, lentamente, mas certamente, remove nosso afeto pelo Senhor e nosso interesse por Suas coisas.

C) Porque ficaremos corrompidos e contaminados pelas maneiras e moral do mundo! A Bíblia diz: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33). Quer admitamos ou não, somos afetados por aqueles com quem nos associamos. Todos afetamos uns aos outros, de alguma forma, como diz a Escritura: “Nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si” (Rm 14:7). Os filhos de Israel foram avisados para não se unirem com as nações da terra de Canaã, porque isso iria certamente levar o coração deles para longe do Senhor (Dt 7:1-4). Associação com o mundo tem uma maneira de dessensibilizar a moral de uma pessoa. Em Provérbios, somos advertidos para não fazer amizade com um homem iracundo porque vamos inadvertidamente aprender “as suas veredas” (Pv 22:24-25, 13:20). Por viver em Sodoma, os valores morais de Ló se deterioraram ao nível dos homens de Sodoma. Ele ofereceu suas filhas para os homens maus da cidade! (Gn 19:8)

D) Porque participando dos prazeres do mundo vai levar-nos a perder o nosso discernimento! Nesse caso, vamos ser arrastados mais e mais para as coisas do mundo. Efraim se misturou com o mundo e perdeu sua força (espiritual), mas ele não percebeu isto porque havia se tornado insensível (Os 7:8-9). Provérbios 23:29-35 é um alerta para a pessoa que se entrega ao vinho (um tipo dos prazeres intoxicantes do mundo). Um dos resultados disto seria que quando as pessoas fossem bater nele (para corrigi-lo) ele não sentiria! Sansão se uniu com uma pessoa (Dalila) que não era uma filha de Deus, e perdeu o seu discernimento e revelou o segredo do seu nazireado. Ele “não sabia” que sua força se tinha ido dele (Jz 16:20). É muito solene notar que quando os babilônios (um tipo do mundo) conquistaram o povo de Deus na terra de Israel, eles arrancaram os olhos de Zedequias (2 Rs 25:7). Isto fala da perda de discernimento.

E) Porque ao andar em comunhão com o mundo vamos perder o poder do nosso testemunho! O Cristão que anda em separação do mundo será um poderoso testemunho para o mundo (At 4:33). Mas se ele caminha em comunhão com o mundo, perde seu poder de testemunhar para ele. Mais uma vez, Ló é um exemplo. Ele morava em Sodoma, e quando tentou testemunhar a seus genros, o seu testemunho “Foi tido porém por zombador” (Gn 19:14). Eles pensaram que Ló estava brincando, e não o levaram a sério.

Duas Partes da Nossa Separação

O simples conhecimento da verdade de separação, por mais claro e compreensível que possa ser apresentado aos nossos filhos, não vai, por si só, dar-lhes o poder de andar nesse caminho. Se for apenas uma lista de coisas que não deveríamos fazer, eles podem se rebelar contra isso. Será visto como algo vazio e legalista que só impede uma pessoa de se divertir. Isso ocorre porque uma vida esvaziada de mundanismo ainda continua vazia e precisa de algo para preenchê-la. O coração deve ter um objetivo correto – Cristo. Se não estamos desfrutando de Cristo, a separação vai ser algo monótono. Não é o que a pessoa sabe que controla sua vida – é o que ela desfruta.

Existe, portanto, a necessidade de apresentar à família as duas partes da separação – a nossa separação para o Senhor e nossa separação do mundo. Isto é visto em várias passagens na Palavra de Deus. Por exemplo, os filhos de Israel deveriam sair de Ramsés (Egito), o que nos fala da separação do mundo (Êx 12:37), mas eles também deveriam entregar seus primogênitos ao Senhor, o que nos fala da nossa separação para Deus (Êx 13:1-2). Outro exemplo é o nazireu, que deveria se separar “ao Senhor” e também “do vinho e de bebida forte”, etc. (Nm 6:2-3). Vemos isso novamente com a roupa da “mulher virtuosa” feita para a sua família. Ela vestiu sua casa com “roupa dobrada” (Pv 31:21). Isso fala de uma separação interior para Deus e uma separação externa dos elementos do mundo. Se temos nos separado para o Senhor e somos encontrados desfrutando comunhão com Ele, a senda da separação do mundo não será um trabalho penoso; será uma feliz liberdade. Quanto mais andamos com Deus e temos comunhão com Ele, mais vamos ver o verdadeiro caráter do mundo, e não vamos querê-lo. Vamos ver o mundo como Deus o vê – como é apresentado na Palavra de Deus – como um inimigo de nossa alma que pode prejudicar nosso desfrutar de Cristo.

É surpreendente que um dos tipos de separação do mal em nossas Bíblias é a Festa dos Pães Asmos (Êx 12:15-17). É chamada uma festa! Quando você pensa em uma festa, pensa em uma experiência feliz, prazerosa. Essa santa convocação não é apresentada como vazia e enfadonha, mas como uma experiência feliz e agradável – uma festa!

Portanto, a casa deve ter o holocausto (um tipo de Cristo) nela – Cristo como o objeto central estabelecido diante dos filhos. Este é o lado da separação que é para o Senhor. Manoá é o nosso exemplo (Jz 13:19-23). Ele tinha a fragrância da oferta do Senhor em sua casa. Era esta a atmosfera na qual ele e sua esposa criaram o filho nazireu (Sansão) para o Senhor.

A Sabedoria Fala nas Ruas

Os pais então começam a falar da sabedoria que clama de fora “nas ruas” (vs. 20-23). O filho deveria aprender no lar com seus sábios conselhos, mas ele também deveria aprender a partir da observação dos caminhos “dos néscios” no mundo. Esta é “a instrução da sabedoria” (v. 3), onde se aprende a partir da observação das falhas dos outros.

“Sabedoria” nesta primeira seção de Provérbios é personificada. Vamos ver no capítulo 8 que é uma Pessoa divina, o próprio Filho de Deus. Ele é apresentado numa forma feminina, porque devemos tomar posse da Sabedoria de forma afetuosa.

O Desastre de Negligenciar a Sabedoria

Na última parte do capítulo vemos que a sabedoria pode ser aprendida de uma terceira forma – na escola dos duros golpes (vs. 24-33). Embora não aconselhável, ainda podemos aprender pelas disciplinas governamentais de Deus em nossa vida. Mas esta forma é muito dolorosa.

Os pais falam das consequências desastrosas de se recusar o conselho da Sabedoria. É importante que instruamos nossos filhos não somente sobre o caráter do mundo, mas também sobre o triste fim daqueles que seguem o seu curso. Se eles entenderem isso, não vão invejar tais pessoas, mas sim terão pena delas (Pv 23:17, 24:1; Sl 37:1).

Não obstante, alguns Cristãos autoconfiantes pensam que podem seguir em seu caminho sem sabedoria; mas no final eles pagam o preço por isso. Todo homem tem a liberdade de fazer suas próprias escolhas na vida, mas ele não é livre para escolher as consequências de suas escolhas. Este é um aviso solene para aqueles que pensam que podem andar de mãos dadas com o mundo e não ser afetado por ele. Não é que Deus vá literalmente “rir” na calamidade dos tolos (v. 26); mas é antes o sorrir por uma punição merecida. O ponto é que se você violar certos princípios de Deus, no final eles acabarão zombando de você. Tolos, inevitavelmente, farão a colheita da sua loucura (Gl 6:7-8). “Portanto comerão do fruto do seu caminho” (v. 31). A “prosperidade” (“complacência”) dos tolos os destruirá no final (v. 32). Que estejamos avisados!

3) Colocando em Prática a Leitura e Oração em Nossa Vida

Assim que o filho cresce, os pais ensinam-lhe outra lição – a importância da leitura e oração. Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento (Pv 2:1-2). Quatro verbos são usados aqui para descrever a leitura da Palavra com propósito e convicção. Estas quatro palavras não descrevem uma leitura negligente das Escrituras; elas implicam num estudo diligente e organizado.

Há uma série de razões pelas quais o Cristão deve ler sua Bíblia. A razão preeminente é para aprender mais de Cristo. “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam” (Jo 5:39; Lc 24:25-27, 44). Cristo é o tema de toda a Escritura. Quando Deus a escreveu pelo Espírito Santo, Ele tinha o Seu Filho diante d’Ele, e Ele a estabeleceu para que se vamos obter alguma bênção pela leitura das Escrituras, devemos tê-Lo diante de nós também! Isso resultará em grande alegria (Jr 15:16; Sl 119:162).

Um Cristão também lê sua Bíblia para:

- Obter luz e orientação para o seu caminho, pelas quais é guardado das veredas do destruidor (2 Tm 3.15; Sl 17:4, 19:7, 119:105, 130; 2 Rs 6:8-12). - Crescer espiritualmente na graça de Deus, enquanto o caráter de Cristo é formado nele (1 Pe 2:2; 2 Co 3:18). - Aprender de suas bênçãos espirituais, que estão em Cristo, sobre as quais é edificado e firmado na santíssima fé (At 20:32; Rm 16:25-26; Jd 20). - Receber conforto, força e gozo no tempo de prova e de sofrimento (Rm 15:4; Sl 119:49-50.) - Purificar a sua alma das impurezas e do pecado com a lavagem da água pela Palavra, e, se necessário, produzir arrependimento e confissão, e restauração ao Senhor. As Escrituras têm uma maneira de purificar nossa alma de uma forma prática (Sl 119:9; Ef 5:26; Sl 19:7). - Aprender dos eventos futuros, pelos quais é instruído no propósito de Deus em glorificar Seu Filho no mundo por vir, em duas esferas: no céu e na Terra (2 Pe 1:19-21; Ap 1:1-3; Ef 1:10).

A exortação dos pais continua; “E se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus” (Pv 2:3-5). Mais quatro verbos são usados aqui para descrever a oração diligente. Estes quatro verbos vão além de simplesmente “proferir” orações. Orar é falar reverentemente com o Senhor Jesus e com Deus, o Pai (1 Tm 4:5 – JND). Todo Cristão deve ter uma pronta comunicação com o Senhor.

Um Cristão ora para:

- Ter comunhão com o Senhor e Sua companhia. Ele confia no Senhor (Pv 16:20 – JND), derramando seu coração diante d’Ele como se fosse ao seu amigo mais próximo (Sl 62:8). - Expressar a sua dependência do Senhor em questões de orientação e direção na vida (Sl 16:1; Pv 3:5-6; Lc 11:3; Ed 8:21). - Interceder por outros (1 Tm 2:1; Cl 4:3). Ele traz para o Senhor as muitas necessidades das pessoas no mundo, e entre os seus irmãos, pedindo-Lhe para ajudá-los em suas necessidades específicas. - Pedir ao Senhor pelas coisas que ele tem necessidade em sua própria vida (Jo 14:13-14, 16:23-24; 1 Jo 3:22, 5:14-15).

A leitura das Escrituras e a oração andam juntas – de fato você não pode separá-las. Note que as duas coisas são baseadas na palavra condicional “se” (vs. 1, 3). Isso mostra que somos responsáveis em fazer essas coisas. Pais piedosos procurarão levar a Palavra de Deus diante de seus filhos quando eles são jovens, tendo leituras bíblicas na família, etc. Mas o objetivo real nela é que, enquanto as crianças crescem, eles vão manter a leitura e oração para si mesmos. Quando eles são jovens, os pais leem e oram com eles como uma espécie de sistema de apoio. Mas, com o tempo, eles devem começar a colher algo para si mesmos da Palavra de Deus. É uma alegria especial para todos os pais quando veem os jovens em sua família tomando a Palavra e lendo-a por si mesmos. O grande ganho na leitura assídua e na oração diligente é que ganhamos “sabedoria”, “conhecimento”, e “entendimento” diretamente da mão do Senhor (v. 6).

Então, há algo mais acrescentado nos versículos 7-9; a necessidade de andar na verdade aprendida. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos: escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guarde as veredas do juízo: e conserve o caminho dos seus santos. Então entenderás justiça, e juízo, e equidade, e todas as boas veredas”. A prática do que aprendemos na Palavra é importante para o progresso espiritual em nossa vida. Alguns parecem não crescer porque não colocam em prática a verdade que conhecem. Há promessas adicionais aqui para aquele que anda (pratica) na verdade. Ele vai entender “justiça, e juízo, e equidade”.

Temos, então, nos primeiros nove versículos deste capítulo, leitura, oração e andar na verdade. Essas coisas são o “salva-vidas” espiritual do crente. O Cristão que negligencia a sua Bíblia e não se preocupa com a oração está se dirigindo a momentos difíceis na vida. Além disso, se não colocarmos em prática o que aprendemos, não seremos preservados. O simples conhecimento da verdade não nos preservará no caminho! Estas são coisas sérias e solenes a serem consideradas.

Três Coisas “Diárias”

Todos os jovens, portanto, devem iniciar essas três coisas em sua vida o mais rapidamente possível para garantir um bom resultado. Estas coisas devem ser praticadas diariamente – não uma ou duas vezes por semana. Não podemos viver do maná de ontem! (Êx 16:19-21)

- Devemos examinar as Escrituras diariamente (At 17:11-12). - Devemos clamar ao Senhor em oração diariamente (Sl 86:1-3). - E devemos tomar nossa cruz e seguir o Senhor no caminho diariamente (Lc 9:23).

Dois Inimigos do Jovem

A última metade do capítulo 2 apresenta dois perigos reais no caminho. Eles são personificados no homem mau – representando as influências seculares (v. 12), e na mulher estranha, representando as influências religiosas (v. 16). A promessa para aquele que coloca em prática a leitura das Escrituras, oração e a prática da verdade em sua vida é de que vai obter:

- Sabedoria, conhecimento, entendimento, justiça, juízo e equidade (vs. 5-9). - Alegria e felicidade pessoal – isto será agradável à tua alma (v. 10 – ARA). - Proteção moral e espiritual para te livrar do homem mau (vs. 12-15) e para te livrar da mulher estranha (vs. 16-22).

4) Confiar e Honrar o Senhor

A próxima lição (Pv 3:1-10) gira em torno de aprender a confiar e honrar o Senhor nos assuntos práticos de nossa vida. Ao filho é dito, primeiro, para não retroceder daquilo que ele já aprendeu até agora. Filho meu, não te esqueças da minha lei (meu ensino – ARA), e o teu coração guarde os meus mandamentos. Porque eles aumentarão os teus dias, e te acrescentarão anos de vida e paz. Não te desamparem a benignidade e a fidelidade: ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens” (vs. 1-4). É importante que caminhemos no que já temos aprendido e não nos permitamos retroceder (Fp 3:16). O Senhor nos dará mais luz para o caminho à medida que andamos com Ele.

O filho é exortado: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento (inteligência – JND). Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas” (vs. 5-6). A confiança no Senhor vem da obediência. Se alguém estiver aplicando a verdade que tem aprendido nas lições anteriores, vai acreditar que pode confiar no Senhor nas questões da vida. Quanto melhor O conhecemos, mais confiamos n’Ele. O significado da palavra “confiança” tem a ideia de confidente (JND). Confiar no Senhor é uma das quatro coisas que Salomão diz que são necessárias para uma vida feliz. Elas são:

- Confiar no Senhor – “o que confia no Senhor, este é feliz**”** (Pv 16:20 – ARA) - Obter sabedoria e entendimento – **“**Feliz o homem **que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento**… **É árvore de vida para os que dela lançam mão, e** feliz é todo aquele **que a retém”** (Pv 3:13-18 – TB). - Obedecer aos princípios da Palavra – **“o que guarda a lei,** esse é feliz**”** (Pv 29:18). - Ajudar os outros – **“aquele que se compadece dos pobres,** esse é feliz**”** (Pv 14:21).

O oposto de confiar no Senhor é confiar em nós mesmos, que é a confiança própria. Apoiar-nos no nosso “próprio entendimento” é um perigo real. O jovem, portanto, é exortado: “Não sejas sábio a teus próprios olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será remédio para o teu umbigo, e medula para os teus ossos” (vs. 7-8). Somos avisados mais adiante que o tolo confia em seu próprio coração (Pv 28:26). Além disso, confiar no Senhor é honrá-Lo em nossa vida. “Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares” (vs. 9-10). Tudo o que temos pertence a Ele, mas somos testados quanto à realidade quando o Senhor permite que um pouco dos bens deste mundo venham a nossas mãos. Vamos usá-los para Ele ou para nós mesmos? É nosso privilégio escolher um modesto padrão de vida para nós mesmos e colocar tudo em prol do testemunho do Senhor. Deste modo honramos o Senhor com a nossa renda. Isso se refere a dar ao Senhor o Seu devido direito em nossa vida. Isso tem a ver com a nossa administração de Suas posses, porque “do Senhor é a Terra e a sua plenitude” (Sl 24:1). Não devemos pensar que apenas um adulto deva dar ao Senhor o que Lhe é devido. É algo precioso ver um jovem confiando no Senhor e colocando-O em primeiro lugar em sua vida.

Ao israelita que deu ao Senhor o que Lhe era devido, foi prometido um retorno maior do que aquilo que ele deu. Enquanto as bênçãos do Cristão são espirituais e celestiais, cremos que o Senhor não é devedor do homem – Seu povo nunca dará a Ele mais do que Ele dá a Seu povo. Se dermos o que temos aos interesses do Senhor, Ele não nos deixará sofrer perda. H. A. Ironside observou: “Muitos santos seguem em relativa pobreza por causa de sua indiferença ao princípio aqui estabelecido”.

5) Benefícios das Disciplinas do Senhor

O filho é instruído em seguida quanto ao propósito de Deus em disciplinar Seus filhos. Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes (canses – JND) da Sua repreensão. Porque o Senhor repreende (castiga – JND) aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (Pv 3:11-12). Simplificando, Deus está treinando Seu povo para ser mais parecido com Seu Filho em caráter e modos. Uma vez que há muitas coisas em cada um de nós (atitudes, condutas, etc.) que não são como o Senhor Jesus, Deus usará as pressões da vida – as provações, tristezas e dificuldades, etc., para produzir essas coisas em nós.

Todo aquele que está na família de Deus experimenta estas disciplinas do Senhor. É um assunto de família com o nosso Deus. Eliú acertadamente disse: “Quem ensina como Ele?” (Jó 36:22). Hebreus 12:9 diz que Ele é “o Pai dos espíritos [humanos], no sentido de que Ele está treinando nosso espírito em Sua escola. O Senhor nunca gosta de causar dor a ninguém, mas Ele sabe que às vezes ela é necessária para a formação de nosso caráter. “Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens” (Lm 3:33). Podemos ter certeza de que Ele só vai permitir coisas em nossa vida que são para o nosso bem definitivo. Ele quer atingir algo – a formação de nosso espírito e a formação de nosso caráter à imagem de Seu Filho (Rm 8:29).

O filho é instruído a receber tudo o que acontece em sua vida como algo que o Senhor tem a lhe dizer. Ele é advertido de uma tendência comum a muitos de nós – reagir erroneamente às coisas que Deus permite em nossa vida. Em primeiro lugar, ele não deve “rejeitar” isso (Pv 3:11), que seria desconsiderar ou se rebelar contra as provações que entram em nossa vida. Uma pessoa pode expressar um rosto ousado e encolher os ombros para as coisas, não reconhecendo a mão do Senhor; e agindo assim, não terá proveito algum. Em segundo lugar, o filho não deve ficar “cansado de seu castigo” (v. 11 – JND). Isso fala de ficar desanimado com o que o Senhor permite em nossa vida, e perder o ânimo e desistir. Se ele assume essa atitude em relação às provações da vida, ele não obterá nenhum proveito da disciplina do Senhor. O autor de Hebreus cita esta passagem no capítulo 12 e depois acrescenta que a única atitude apropriada para aceitar as provações da vida é ser “exercitado por ela” (Hb 12:11). Quando somos exercitados, ela produzirá “um fruto pacífico de justiça” em nossa vida.

Vários Tipos de Disciplina

Lembremos de que nem toda disciplina é castigo. Este é um equívoco comum. Existem diferentes tipos de disciplina na escola de Deus, enviada para diferentes propósitos.

- Disciplina Punitiva – enviada para produzir o arrependimento por causa de um curso específico de pecado no qual alguém está andando (1 Co 11:32; Jó 36:9-11); - Disciplina Preventiva – enviada para nos manter humildes e, assim, preservados de cair (2 Co 12:7-10); - Disciplina Preparatória – enviada para nos preparar para algum serviço para o qual o Senhor nos chamou (2 Co 1:3-6); - Disciplina Purgativa – enviada para remover traços do nosso caráter que impedem a manifestação de Cristo em nós de forma clara (Sl 139:3; Pv 25:4; Jr 48:11; Ml 3:3-4). O resultado é que há “muito fruto” produzido em nossa vida (Jo 15:1-6).

Se não estamos andando em um caminho de clara desobediência, a disciplina que experimentamos em nossa vida não é punição, mas sim, construção de caráter. No entanto, se estamos andando em um caminho de desobediência e nos rebelarmos sob as disciplinas do Senhor, certamente perderemos o bem que Ele tem para nos ensinar com isso. Ao sermos “exercitados” por aquilo que o Senhor permite em nossa vida, temos benefício moral e espiritual. “Bem-aventurado [feliz] o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento” (Pv 3:13). A bem-aventurança [felicidade] (mencionada duas vezes) é um dos grandes resultados de se adquirir sabedoria por meio de disciplina. O valor de obter sabedoria dessa maneira é enfatizado nos versículos 14-20.

6) Construindo Relacionamentos

O filho é novamente exortado a não deixar escapar o que ele aprendeu até agora. Filho meu, não se apartem estas cousas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso, porque serão vida para a tua alma, e graça para o teu pescoço. Então andarás com confiança no teu caminho, e não tropeçará o teu pé” (Pv 3:21-23).

Nos versículos 25-35 é mostrado que a sabedoria é valiosa na construção de relacionamentos na vida. Algumas pessoas não têm dificuldade em fazer amigos, enquanto outras parecem lutar com isso. A razão, muitas vezes, reside no que é ensinado nesta lição. Essencialmente, as amizades são feitas por um comportamento correto para com os outros. Ao jovem, portanto, são dados alguns princípios orientadores que o ajudarão a construir boas amizades em sua vida.

A primeira coisa que ele deve ter é uma forte confiança no Senhor. “Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier. Porque o Senhor será a tua esperança, e guardará os teus pés de serem presos” (Pv 3:25-26). Se conhecemos o Senhor e andamos com confiança n’Ele, isso será evidente. É uma qualidade admirável – algo que as pessoas apreciam. Isso não deve ser confundido com a confiança própria, que é a operação do orgulho na carne (Pv 3:7). O que falamos é uma serena confiança que vem com o conhecer e o andar com o Senhor. Uma pessoa marcada por estas características estará menos inclinada a andar diante de seus companheiros, buscando a aprovação deles – e isso é atraente.

O Senhor disse a Abrão: “Anda em Minha presença e sê perfeito” (Gn 17:1). Pelo contrário, somos muitas vezes inclinados a andar diante do nosso próximo, e isso pode ser um laço (Pv 29:25). Uma pessoa que é afetada pela opinião pública e pelos caminhos e estilos do mundo geralmente não possui confiança no Senhor. Por outro lado, uma pessoa que tem uma calma confiança no Senhor exala algo que é atraente e desejável.

“Não detenhas dos seus donos o bem, estando na tua mão poder fazê-lo” (Pv 3:27). O jovem é exortado a fazer o bem aos outros em todas as oportunidades. Uma pessoa marcada por atos de bondade será bem lembrada e apreciada. Fazer o bem inclui estarmos livres do louvor que outros poderiam ter para conosco, independentemente das qualidades e sucessos que nossas ações possam ter (Não estamos falando aqui de lisonja, que arma uma rede para os pés do seu próximo – Pv 29:5).

“Não digas ao teu próximo: Vai, e torna, e amanhã to darei: tendo-o tu contigo” (Pv 3:28). Aqui, o jovem é incentivado a ser liberal e não mesquinho com dinheiro. Esta é outra coisa que ajudará a ganhar o respeito dos outros. A pessoa que tem alegria em pagar a conta, etc., será bem visto. A generosidade é uma característica admirável.

“Não maquines mal contra o teu próximo, pois habita contigo confiadamente” (Pv 3:29). O filho é exortado a ter cuidado para não machucar ninguém. Isso pode ser feito pelo que dizemos, bem como pelo que fazemos. Podemos facilmente ofender e machucar os sentimentos das pessoas por não termos cuidado com nossas palavras. Se uma pessoa tem o hábito de menosprezar os outros, o que muitas vezes decorre de insegurança pessoal, ele não deve esperar ter muitos amigos. Por outro lado, a pessoa que é marcada por ser cuidadosa a este respeito, vai ganhar a confiança de muitos.

“Não contendas com alguém sem razão, se te não tem feito mal” (Pv 3:30). O jovem é aconselhado a ter cuidado para não causar conflitos. É-nos dito em outra passagem que uma pessoa que é conhecida por ser contenciosa, tem um coração orgulhoso (Pv 28:25). Algumas pessoas são caracterizadas por argumentar, e isso prejudica toda a sua personalidade. Depois de um tempo, eles se tornam conhecidos como, “o Fulano de Tal ama uma discussão…” Pessoas contenciosas raramente têm muitos amigos. Por outro lado, se aprendermos a ser amáveis entre os nossos companheiros, seremos apreciados. Foi dito a Aser para banhar “em azeite o seu pé”, e ele seria “aceitável” a seus irmãos (Dt 33:24 – JND). Visto que o óleo é uma figura do Espírito Santo, isso fala de alguém andando no Espírito. Isso é essencial para se dar bem com as pessoas.

“Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos, porque o perverso é abominação para o SENHOR, mas com os sinceros está o Seu segredo” (Pv 3:31-32). Aqui ele é advertido para não ser arrogante e opressivo para com os outros. Isso só produzirá um efeito negativo de repelir as pessoas.

Por fim, o filho é encorajado a andar em humildade. “A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos Ele abençoará. Certamente Ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos” (Pv 3:33-34). As pessoas gostam de alguém humilde. Nosso Senhor Jesus foi marcado por humildade (Mt 11:29). Sua mão estará sobre os humildes para abençoar a construção de relacionamentos com outros, mas será contra aqueles que não são caracterizados pelos princípios desta lição.

A primeira parte do capítulo 4 aparentemente pertence a esse mesmo assunto. O jovem é lembrado de que a verdade prática na qual ele está sendo ensinado é o que foi transmitido de gerações passadas (Pv 13:22). Ele deve apreciá-la e não “abandoná-la” (Pv 4:1-9).

7) Orientação Divina no Caminho

À medida que os jovens crescem, tendem a pensar que não precisam mais ouvir os conselhos de seus pais. Tendo adquirido algum conhecimento e sabedoria própria, eles são inclinados a pensar que são suficientemente capazes para os vários desafios da vida. Os pais deste jovem o encorajam a manter os ouvidos abertos ao conselho deles. “Ouve, filho meu**, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida”** (Pv 4:10). Nunca somos muito velhos para receber ajuda e conselho. O jovem teve um bom começo, tendo aprendido algumas coisas importantes. **“No caminho da sabedoria te ensinei, e pelas carreiras direitas te fiz andar”** (Pv 4:11). Agora ele deve continuar nessas coisas.

Ele teve a orientação de seus pais logo no início de sua vida e, enquanto fica mais velho, deve aprender olhar para o Senhor para obter orientação para seu caminho, porque seus pais não estarão sempre ali. Portanto, o assunto desta lição é olhar para o Senhor para obter a direção no caminho. O versículo 12 tem uma melhor tradução na versão siríaca, que diz: “Quando andares, Eu abrirei o caminho diante de ti; quando correres, não tropeçarás”.

Isso mostra que o Senhor quer nos guiar no caminho. Os pais podem procurar guiar os seus jovens, e isso é bom, mas chega um momento em que eles têm que olhar para o Senhor para orientação.

As Maiores Decisões na Vida

Por estranho que seja, quando uma pessoa é jovem e tem menor quantidade de sabedoria e experiência, ela é chamada a tomar as maiores decisões de sua vida! As decisões mais importantes que tomamos – aquelas que muitas vezes afetam o resto de nossa vida – geralmente são tomadas na juventude. E as decisões que tomamos na juventude têm uma parte na formação de nosso caráter por toda a vida. Alguns exemplos são:

- Receber Cristo como nosso Salvador. - Entregar nossa vida a Seu Senhorio. - A comunhão Cristã onde adoraremos. - Com quem nos casaremos. - O emprego secular em que estaremos envolvidos. - Onde iremos viver. - Com que tipo de companheiros vamos estar associados.

Quatro Maneiras Principais Pelas Quais o Senhor Guia

A) Pelo Senso da Presença do Senhor Conosco - Comunhão (Êx 33:13-15; Sl 32:8). Não deveríamos querer fazer qualquer coisa ou ir a qualquer lugar neste mundo se não pudermos ter a percepção da presença do Senhor conosco. Isso fala de termos paz em nossa alma – algo que todo Cristão deve ter em sua vida e que vem de uma maneira natural por andarmos com o Senhor. Colossenses 3:15 diz: “E a paz de Deus… domine em vossos corações”. Nunca deveríamos deixar nada entrar em nossa vida que pudesse perturbar essa paz. Uma vez que o estado normal do Cristão é caminhar em comunhão com o Senhor como algo habitual, se tomamos um passo errado, imediatamente sentimos que algo está fora de ordem – em outras palavras, perdemos nossa paz. É quando devemos retroceder nossos passos e procurar permanecer no caminho de fazer a vontade de Deus. Desta forma, o Senhor nos guia ao dar-nos um sentido de Sua presença. Se uma pessoa normalmente não anda em comunhão com o Senhor, então essa maravilhosa maneira de ser guiado por Ele não será conhecida, e isso é uma coisa triste. Simplesmente não há substituto para a comunhão. Não vamos dar UM PASSO em nossa vida se isso significar que vamos perder o senso da presença do Senhor.

B) Pelos Princípios da Palavra de Deus (Sl 119:105, 130). Deus nos deu outra maneira pela qual Ele nos guia – por meio da Sua Palavra. Podemos nos perguntar a respeito de um passo particular que estamos prestes a dar: “Isso coincide com a Palavra de Deus? Existe um princípio na Palavra que apoiaria isso?” A Palavra de Deus traça um caminho seguro e feliz para nós neste mundo. Ao reunirmos os princípios bíblicos e colocá-los em nosso tesouro, seremos capazes de invocá-los em um momento de necessidade e sermos guiados por eles.

C) Pela Providência (Pv 16:9; Jr 10:23). Providência é Deus trabalhando nos bastidores da vida. Uma vez que o Senhor tem todo o poder no céu e na Terra à Sua disposição, Ele pode e trabalha em todas as cenas da vida cotidiana. Nada acontece por acaso. Ele diz em Lamentações 3:37: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?” Nada pode acontecer sem Ele determinar. Esta é Sua providência divina. Ele nos guia por certas coisas que Ele mesmo permite entrar em nossa vida, pelas quais discernimos a vontade de Deus.

Temos que ter cuidado quando estivermos sendo guiados pelas circunstâncias, porque poderemos ser enganados. O perigo está em tentar interpretar as circunstâncias quando não estamos em comunhão. Realmente, em cada forma que Deus guia, precisamos estar em comunhão com o Senhor para discernir Sua mente. Se não estivermos, pensaremos que temos a mente d’Ele quando na verdade não a temos e interpretaremos mal a situação.

D) Por Meio de Profetas ou Profetisas (Pv 11:14, 12:15). Outra maneira pela qual o Senhor nos guia é pela boca dos profetas ou profetisas. Deus ainda usa profetas hoje. Ele usa nossos irmãos para comunicar Sua mente para nós. Um de nossos irmãos pode vir até nós com a Palavra de Deus em sua boca e nos dar algum conselho piedoso – seja solicitado ou não. Eles estão agindo como um profeta ou profetisa, e precisamos ouvi-los. O apóstolo Paulo disse: “Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5:20).

Sendo assim, exortamos a que ouça aqueles que têm algum conhecimento dos caminhos de Deus, que têm andado com o Senhor e têm experiência no caminho. Eles podem dar-lhe algum bom conselho em relação às grandes decisões da vida. Você tem que ter cuidado, é claro, porque há uma infinidade de conselhos gratuitos por aí. Se você ouvir a todos, você poderá seguir alguns conselhos ruins.

Dois Caminhos

No capítulo 4:14-18 há dois caminhos que se apresentam diante do jovem – “o caminho dos ímpios”, e “o caminho dos justos”. Ele é aconselhado, é claro, a não ir pelo caminho de homens ímpios e maus, mas antes evitá-lo e passar totalmente longe dele (vs. 14-17). Se ele estiver dependente do Senhor, não entrará no caminho dos ímpios, pois o Senhor guardará os pés de Seus santos (1 Sm 2:9).

8) A Importância de Proteger Nosso Coração

Novamente, o filho é exortado a não deixar escapar o que já aprendeu, mas deve adicionar ao que aprendeu. Filho meu, atenta para as minhas palavras: às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos: guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham, e saúde para o seu corpo. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4:20-23).

Uma vez que há o perigo de o coração ser guiado para longe, esta próxima lição tem a ver com guardar o coração “sobre tudo o que se deve guardar”. Ao jovem é mostrado que toda a vida de uma pessoa será afetada pelo que se passa em seu “coração”. Os versículos 24-27 mostram como a “boca”, os “olhos” e os “pés” seguirão naturalmente aquilo com o que o coração está ocupado. Muitas vezes ouviremos as pessoas dizerem: “Oh, eu amo isso…”. No entanto, devemos ter cuidado com o que nos permitimos amar, porque nosso coração poderia ser arrastado por essas coisas.

As decisões na vida não devem ser tomadas com o coração (o lugar das emoções e dos desejos), mas sim com o nosso espírito (a parte inteligente do ser, que tem consciência de Deus). Quando as emoções e as afeições se envolvem nos processos decisórios da vida, seremos enganados. Quando algo além de Cristo prende o coração, isso obscurece o pensamento da pessoa. Quando o coração é afetado, a mente pode ser levada a achar que tomou a decisão certa. A pessoa vai produzir todas as razões possíveis do porquê deve ter ou fazer algo. Portanto, se vamos ser guardados, nosso espírito deve assumir o controle em sujeição aos princípios da Palavra. O apóstolo Paulo disse: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5:23).

9) Alegria e Fidelidade Conjugal

O assunto do casamento é apresentado ao jovem no capítulo 5. Uma vez que hoje em dia algo em torno de 50% dos casamentos na América terminam em divórcio, a instrução nesta área é muito necessária. A lição anterior sobre a direção do Senhor (capítulo 4:20-27) está bem colocada; nunca poderia ser mais importante do que quando se procura por uma esposa.

Não é errado querer casar-se, pois a Bíblia diz: “Venerado sejao matrimônio” (Hb 13:4). Também não é errado que um jovem procure uma esposa, pois também diz: “O que acha uma mulher acha uma cousa boa” (Pv 18:22, 31:10; Gn 24). No entanto, milhares de jovens bem-intencionados trouxeram tristeza e desgosto para sua vida, unindo-se com a pessoa errada. Com isso em mente, o jovem é ensinado em o que deve procurar numa possível esposa, e no que prestar atenção.

Filho meu, atende à minha sabedoria: à minha razão inclina o teu ouvido: Para que conserves os meus avisos e os teus lábios guardem o conhecimento. Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite; Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios. Os seus pés descem à morte: os seus passos firmam-se no inferno” (Pv 5:1-5).

O capítulo descreve duas mulheres – a errada (vs. 3-13) e a correta (vs. 15-21). Uma é chamada de “a mulher estranha” (v. 3) e a outra é chamada de “a mulher da tua juventude” (v. 18). A mulher estranha é mencionada cinco vezes nesta seção de Provérbios, enfatizando a importância de evitá-la. A aparência dela é:

- Ela é uma tagarela – ela tem o “dom de falar demais” (Pv 2:16, 5:3, 6:24, 7:5, 21, 9:15). - Ela é independente; Não vivendo na casa de seu pai, mas tendo seu próprio lugar (Pv 2:18). - Ela é agressiva, “perseguindo” os rapazes (Pv 6:26, 7:13, 15, 9:15). - Ela é “barulhenta” e teimosa – não se caracteriza pela submissão (Pv 7:11 – “não manejável”, 9:13 “ruidosa” – JND) - Ela não é trabalhadora. Nunca é mencionado o trabalho de suas mãos, enquanto que as mãos da mulher virtuosa são mencionadas sete vezes (Pv 31:10-31). Ela é caracterizada como alguém que vive sentada (Pv 9:14). - Ela se veste de maneira mundana com roupas e cosméticos (Pv 7:10, 16-17). - Ela não sabe como lidar com dinheiro (Pv 7:20). - Ela pode agir espiritualmente quando necessário, tendo tido alguma formação religiosa (Pv 2:17, 5:14, 7:14). - Ela tem moral desonesta (Pv 7:17-18).

Uma coisa importante para se encontrar uma “ajudadora” é saber o que procurar nela. Cada pessoa dá um indicador da sua personalidade. Devemos, portanto, aprender a ler esse indicador. Apontar as características da mulher da qual o jovem deve ficar longe, será de ajuda para aguçar seu discernimento.

É interessante que entre as duas mulheres neste capítulo está a solene realidade: “Quase que em todo o mal me achei no meio da congregação e do ajuntamento” (Pv 5:14). Isso mostra que você poderia facilmente se aproximar da pessoa errada na congregação dos santos! Você não tem nenhuma garantia de que, uma vez que uma jovem vem às reuniões bíblicas, ela automaticamente se tornaria uma boa esposa.

Então, na última parte do capítulo, o jovem é instruído sobre a relação que deve existir entre o marido e a mulher (Pv 5:15-21). A santidade e a fidelidade são consideradas como as chaves para um casamento bem-sucedido (Pv 5:15-21). É claro que o Senhor deve primeiro ser o Objeto de ambas as pessoas. O que deve marcar “a mulher da tua juventude” é:

- Ela tem interesse nas coisas divinas (Pv 31:30). - Ela reconhece o senhorio de Cristo (1 Co 7:39). - Ela permite que você tome seu lugar dado por Deus como líder na relação (1 Co 9:5). - Ela tem um espírito manso e quieto (1 Pe 3:3-6). - Ela não está ocupada em se enfeitar, mas sabe como bem se apresentar (1 Tm 2:9-10; 1 Pe 3:3-5; Pv 31:22). - Ela é trabalhadora, diligente – sabe cozinhar e costurar, etc. (Pv 31:13-15, 19). - Ela pode manejar o dinheiro sabiamente (Pv 31:11, 16, 24). - Ela apoia o serviço de seu marido para o Senhor (Comp. Pv 31:8-9 com 31:20). - Ela tem princípios morais corretos (Pv 5:19).

O exercício para o jovem é aprender a identificar uma jovem piedosa de uma mundana – alguém que será uma ajuda em sua vida de uma que não será. O exercício de observar certos traços desejáveis e indesejáveis em uma jovem pode ser empreendido muito antes de um jovem casar-se. Assim, nosso poder de discernimento será aguçado.

Ao final do capítulo, o jovem é advertido do julgamento governamental relacionado com a infidelidade no casamento (Pv 5:22-23).

10) Como Evitar Ruína Financeira

Conforme o jovem cresce e se prepara para entrar no mercado de trabalho onde ele vai ganhar seu sustento, são dados a ele alguns princípios úteis sobre como lidar com dinheiro. Nunca conhecemos um jovem que não quisesse ser bem sucedido, mas se é para ser assim, ele deve ter alguns princípios sadios sobre a administração de dinheiro. Neste sexto capítulo, ele é advertido de três coisas que deve especificamente evitar, as quais poderiam levá-lo a uma ruína financeira.

Evitar a Armadilha da Fiança de Dívida

Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, enredaste-te com as palavras da tua boca: prendeste-te com as palavras da tua boca. Faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caíste nas mãos do teu companheiro; vai, humilha-te, e importuna o teu companheiro. Não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras. Livra-te como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do passarinheiro” (Pv 6:1-5).

Em primeiro lugar, ele é instruído a se manter fora de dívidas – seja uma dívida pessoal ou responsável por uma dívida de outra pessoa (“fiança” é assumir a responsabilidade da dívida de outro). “Teu companheiro” nesta situação poderia ser o seu próximo que quer que você seja fiador em alguma compra que ele quer fazer. O “estranho” seria uma empresa de empréstimos com a qual você teria que se responsabilizar, por sua assinatura. Se o jovem tiver que entrar em tal situação, ele deve libertar-se o mais rápido possível. A lição aqui é muito clara: nunca se responsabilize pessoalmente por qualquer dívida, seja ela própria ou de outra pessoa.

Muitos têm chegado a uma ruína financeira, entrando na “armadilha do crédito”. Uma das mais perigosas “armadilhas” é o cartão de crédito. Eu não estou dizendo que você não deva ter um, mas precisamos entender que os custos dos juros e penalidades podem aumentar sua dívida muito mais rápido do que você pode imaginar. Cartões de crédito são úteis para conveniência e emergências, mas você tem que ter cuidado para evitar a armadilha do “dinheiro de plástico”. É notável que todas as referências na Escritura quanto ao pedir dinheiro emprestado são negativas! Muitas pessoas ficam em situações financeiras frágeis, apoiando-se no sistema de crédito deste mundo quando eles são jovens, e acabam tendo que trabalhar por muitos anos no futuro para se livrar desses embaraços.

Evitar Gastar Tudo que Ganha

Estreitamente relacionado com contrair dívida é gastar tudo o que se ganha. Isso, é claro, não é aconselhável e demonstra uma grande falta de controle próprio. Para ensinar a lição de guardar o fruto do seu trabalho, o jovem é dirigido à formiga. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso: olha para os seus caminhos, e sê sábio. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão: na sega ajunta o seu mantimento” (Pv 6:6-8). As duas marcas notáveis da formiga são a habilidade e a poupança daquilo que obteve com seu trabalho. Há momentos em que ganhar dinheiro pode ser mais favorável (ou seja, “o verão” e “a sega”), e haverá momentos em que será mais difícil (inverno). A formiga trabalha duro nos bons tempos e economiza tendo em vista os outros tempos.

Não há nada de errado com o trabalho árduo, e a pessoa que tem essa característica certamente vai se dar bem na vida (Pv 22:29). Infelizmente, algumas pessoas são preguiçosas e não têm motivação para trabalhar. Parece que sempre têm uma boa desculpa do porquê não podem sair da cama para irem trabalhar (Pv 26:13-16).

No entanto, sucesso é mais do que trabalhar duro. Uma segunda coisa que podemos aprender com a formiga é que precisamos guardar o produto do nosso trabalho. Isso significa que temos de ser econômicos e poupadores. A formiga não nos ensina a ajuntar riquezas para nós mesmos (Pv 23:4-5), mas que devemos ter algum bom senso no manejo do dinheiro que ganhamos. Haverá um meio-termo feliz; Uma regra geral é ser econômico para conosco e generoso para com os outros (Ef 4:28; 2 Co 9:7). O tolo, por outro lado, é extravagante. Ele gasta tudo o que ganha (Pv 21:20).

Economizar dinheiro requer disciplina própria. O tempo para começar a exercer este tipo de controle próprio está na juventude. Muitas pessoas desperdiçam metade de sua vida antes de acordar e começar a poupar, mas, nesse momento, muito tempo precioso foi desperdiçado. Se uma pessoa economizar R$ 1,00 por dia a 8% de juros, ao longo de sua vida útil de aproximadamente 70 anos, ele teria R$ 1.190.012,00 – mais de um milhão de Reais! A realidade solene aqui é que se você já tem 20 anos, você perdeu 20 anos, e tem apenas 50 anos restantes, se o Senhor não voltar. Então, se poupar R$ 1,00 por dia por 50 anos a 8% de juros terá R$ 237.952,00. Essa é uma grande diferença! Se, no entanto, você economizar R$ 5,00 por dia (R$ 150,00 por mês) com juros de 6% ao longo de 50 anos, você terá R$ 1.949.762,00, quase dois milhões de Reais! E, ao economizar tão pouco quanto R$ 5,00 por dia, na maioria dos casos, uma pessoa ainda teria muito para usar para o Senhor e para outros (Gl 6:10). O nosso objetivo aqui não é incentivar a ganância e a cobiça nas pessoas, mas salientar a importância de se ter cuidado com nosso dinheiro. A mensagem óbvia é: quanto mais cedo começar, melhor.

O fato solene é que a falta dessas duas coisas (habilidade e poupança) trará, a final, pobreza – “Assim te sobreviverá a tua pobreza” (Pv 6:9-11).

Evitar o Trapaceiro

Ser enganado por um trapaceiro – “um homem de Belial” – é outra coisa que pode trazer uma pessoa à ruína financeira. Temos de ter cuidado em todos os nossos tratos com os homens deste mundo, seja nos negócios ou em nossas relações privadas. Ao jovem é dada uma descrição do caráter de tal pessoa que ele deve evitar (Pv 6:12-15). Assim como ele deve discernir o caráter de uma mulher má, ele deve saber como ler os indicadores de caráter de um homem mau. É claro nas Escrituras que não devemos nos tornar sócios nos negócios (fazer acordos) com um incrédulo ou alguém que não está vivendo para agradar ao Senhor (2 Co 6:14-17). Tais armadilhas podem nos levar a muita tristeza, e até mesmo à ruína financeira.

Outros sinais reveladores de tal pessoa são dados nos sete pecados fatais que marcam uma pessoa que não está andando com o Senhor (Pv 6:16-19).

11) A Realidade do Governo de Deus

As duas últimas lições têm a ver com a imoralidade sexual. A primeira enfatiza a realidade do julgamento governamental de Deus sendo sentido na vida de alguém. Começa com o pai e a mãe clamando ao jovem que não deixe as coisas que lhe ensinaram. Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei [o ensinamento] de tua mãe” (Pv 6:20). Ele deve atar o que aprendeu ao seu “coração” e pendurar ao seu “pescoço”, e eles o “manterão” no caminho (Pv 6:21-22).

O filho é solenemente lembrado da inevitável ação do juízo governamental de Deus em sua vida, se abandonar os seus ensinos. O encontro com uma “mulher má” e os pecados da fornicação e do adultério são mostrados como tendo repercussões na vida de alguém. “Tomará alguém fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se queimem? Ou andará alguém sobre as brasas, sem que se queimem os seus pés? Assim será o que entrar à mulher do seu próximo: não ficará inocente todo aquele que a tocar” (Pv 6:27-29). A pessoa que comete adultério carece de senso e se destrói social, espiritual e moralmente, e talvez, até mesmo fisicamente (Pv 6:32).

A realidade é que “achará castigo e vilipêndio, e o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6:33).

12) A Tolice da Imoralidade

A última lição enfoca a loucura da imoralidade. Ele é advertido das seduções do mal moral. Novamente, esta lição começa com uma exortação para manter as coisas que foram ensinadas até agora. Filho meu, guarda as minhas palavras, e esconde dentro de ti os meus mandamentos” (Pv 7:1-5). A lição de evitar a imoralidade e sua sedução deve ser aprendida com a proteção da casa de seus pais. Isso é visto no fato de que o jovem olha pela “janela”, pelas “grades” da casa e observa um jovem tolo sendo seduzido por uma pecadora adúltera – uma prostituta (Pv 7:6-10). O que precisamos saber sobre o mundo e seus caminhos perversos deve ser aprendido dentro da proteção da família. Isso mostra que não é preciso ir ao mundo para se aprender que o pecado não compensa. Este é um exemplo da “instrução da sabedoria” mencionada no capítulo 1:3, que tem a ver com a aquisição de conhecimento pela observação das experiências infelizes dos outros.

A tolice da imoralidade é retratada diante do filho. Começa com uma pessoa estando no lugar errado e na hora errada (Pv 7:7-9). Então segue um relato nítido do caminho da prostituta, e da vergonha que vem para aquele que é levado por ela (Pv 7:10-27). À medida que o filho se prepara para sair de casa, ele fica com essa solene advertência do pecado de imoralidade marcado em sua mente.

O Filho Sai de Casa com Sabedoria

(Capítulo 8)

Nos capítulos 1-7, vimos a Sabedoria apreciada; agora nos capítulos 8-9 vemos a Sabedoria praticada pelo jovem. A expressão “Meu filho” não aparece mais nesta seção. As exortações paternas e maternas cessam, mas descobrimos que a Sabedoria, que adquiriu valor para o jovem, permanece com ele. Neste capítulo ele é visto como tendo saído da casa de seu pai (onde teve a orientação e instrução de seus pais desde os primeiros dias) com a Sabedoria presa ao pescoço, guiando, aconselhando e mantendo-o no caminho. Que privilégio ele teve crescendo em uma casa piedosa com pais que amam e cuidam dele e que o instruíram. Eles procuraram supri-lo com tudo o que precisaria para a vida, em coisas que são morais, espirituais e temporais. Da mesma forma, chega um momento em que todo jovem deixa a casa de seus pais para tomar seu caminho na vida (Pv 8:1-21).

O tempo de provas para este jovem chegou. Ele é visto nas “encruzilhadas” da vida. Uma encruzilhada é o lugar da decisão. O viajante deve decidir qual caminho tomar. Mas a Sabedoria que ele aprendeu está ali, ajudando-o a fazer as escolhas certas! Nota: as mesmas coisas que foram prometidas no começo do livro (capítulo 1:2-4) são vistas com o jovem aqui neste capítulo! As dez coisas mencionadas no capítulo um – “sabedoria”, “instrução”, “entendimento”, etc. estão todas aqui – exceto “equidade” e “discrição” (Parece que a “equidade”, que tem a ver com os princípios de entendimento e a “discrição”, que está relacionada à aplicação cuidadosa dos princípios, são coisas que só vêm com a experiência, de modo que dificilmente poderiam estar com ele nesse momento de sua vida).

A sabedoria está no gênero feminino nesta parte, talvez implicando que devemos guardar a verdade em nossas afeições (Pv 7:4; Sl 119:11).

A Sabedoria é o Senhor Personificado

Na última parte do capítulo 8, o véu é levantado para indicar que a Sabedoria é o Senhor Jesus Cristo pré-encarnado – antes de Ele Se tornar um Homem. O Novo Testamento traz essa afirmação, referindo-se a Ele como a Sabedoria de Deus (1 Co 1:24, 30). Nesta passagem, várias expressões são usadas para indicar as glórias do Cristo pré-encarnado:

- “O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e antes de Suas obras mais antigas” (Pv 8:22). Esta é uma referência ao relacionamento eterno de Cristo com Deus como o Filho (Sl 2:7). A palavra “possuiu” é usada em outros lugares para o relacionamento de Jeová com os filhos de Israel como Pai, mas não no sentido Cristão (Dt 32:6; Is 63:16, 64:8). - “Desde a eternidade Fui ungida**, desde o princípio”** (Pv 8:23) Isto fala de Seu ofício como Messias (“o Cristo” – Jo 1:41) sendo desde a eternidade. - **“Antes de haver abismos, Fui** gerada**”** (Pv 8:24-27). Isso fala da distinção de Cristo na divindade sendo uma Pessoa distinta desde a eternidade. - **“Quando firmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abismo; Quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o Seu mando; quando compunha os fundamentos da Terra; Então Eu estava com Ele e era Seu Aluno (**Mestre de Obras**)**1**”** Isso fala de Cristo na criação (Pv 8:28-30a; Jo 1:3; Cl 1:16; Hb 1:2). - **“E** era cada dia as Suas delícias**, folgando perante Ele”** (Pv 8:30b). Isso fala d’Ele sendo o Objeto eterno do coração de Seu Pai (Jo 1:14, 18, 17:24).

Os versículos finais do capítulo resumem as afirmações anteriores: se uma pessoa caminha com a Sabedoria (Cristo), ela será “abençoada”, encontrando o verdadeiro significado da “vida”. Mas aquele que peca, “violentará a sua própria alma” (Pv 8:32-36).

A Sabedoria Ajuda o Jovem a Construir Sua Própria Casa

(Capítulo 9)

“Sabedoria” neste capítulo muda do singular para o plural no original hebraico. Isso implica, talvez, que o jovem encontrou alguém com quem pode construir sua casa. Parece que agora existe um marido e uma esposa trabalhando juntos com a Sabedoria, construindo a casa. Eles são um com a Sabedoria em propósito – tanto que eles não são mencionados diretamente. “o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4:12). Enquanto a Sabedoria os ajuda a construir a casa, a Sabedoria não é vista como a cabeça do lar; esse é o papel do homem (Ef 5:23). Cristo nunca é mencionado como a Cabeça da casa de uma família Cristã.

A primeira coisa que notamos é que a casa que a Sabedoria constrói tem “sete pilares” (Pv 9:1). Isto indicaria que é um lar firme. O Sr. Hayhoe sugeriu as sete coisas que seriam pilares de uma casa firme:

- Ambos os pais conhecem Cristo como seu Salvador (At 16:31). - O Senhorio de Cristo é reconhecido na vida deles (1 Co 7:39). - A ordem de Deus quanto à liderança é mantida (1 Co 11:3). - A leitura da Palavra e a oração são práticas regulares (1 Pe 3:7). - Existe amor mútuo e respeito entre marido e mulher (Ef 5:22-30; 1 Co 7:3-5). - Há comunicação (1 Pe 3:7). - Há tolerância e perdão (Ef 4:2, 32).

A segunda coisa que caracteriza esta casa é que ela “já sacrificou as suas vítimas” (Pv 9:2). Isto fala da casa estando cheia com a fragrância de Cristo e Seu grande sacrifício. O aspecto do sacrifício de Cristo aqui não é tanto Sua expiação, mas a Sua disposição de dar Sua vida por nós (1 Jo 3:16). Esse mesmo sacrifício próprio caracteriza esse lar.

Em terceiro lugar, diz que ela: “misturou o seu vinho” (Pv 9:2). O vinho é uma figura da alegria (Sl 104:15, Jz 9:13, Lc 10:34). Isso significa que é uma casa feliz.

Uma quarta coisa é que ela: “já preparou a sua mesa” (Pv 9:2). Alguém prepara uma mesa com comida. Cristo é o alimento espiritual de Seu povo (Jo 6:54-58). É uma casa onde há comida espiritual.

A quinta coisa que distingue esta casa é a hospitalidade. “Já deu ordens às suas criadas, já anda convidando desde as alturas da cidade, dizendo: Quem é simples, volte-se para aqui. Aos faltos de entendimento diz: Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado” (Pv 9:3-5). Esta casa está aberta para aqueles que querem a verdade. É usada para promover as coisas de Cristo e para a edificação do povo do Senhor. Da mesma forma, nossa casa deve ser para o apoio do testemunho Cristão (1 Co 16:15-16).

Uma sexta coisa que caracteriza esta casa é a separação do mundo. “Deixai os insensatos, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento” (Pv 9:6). Esta casa não está aberta para o “tolo”, o “mau” e o “escarnecedor”.

Por fim, em sétimo lugar, a casa que a Sabedoria constrói é marcada pelo “temor do Senhor”. Há um respeito solene ao temor de Deus e um desejo de agradá-Lo (1 Pe 1:17). Dias felizes e produtivos são prometidos para aqueles desta família que vivem em Seu temor (Pv 9:10-12).

O capítulo termina com um marcante contraste, descrevendo a casa que “a mulher louca (tola – AIBB**)”** constrói (Pv 9:13-18). Está cheia de imoralidade e maldade. Sua família é afligida pelo pecado e pela tristeza. Ela permanece como um testamento da loucura de se desconsiderar a Sabedoria. É marcada por qualquer coisa menos a felicidade e a bênção de Deus. O capítulo começa e termina com a chamada para se alimentar, mas que diferença!

Assim, nesta seção (capítulos 1-9) temos um ciclo completo de vida de um israelita temente a Deus. Um pai e uma mãe piedosos criando seu filho (isto é, a geração seguinte) para o Senhor, e ele, por sua vez, sai e cria sua família para o Senhor (Pv 13:22).

**DIVISÃO II

(Caps. 10:1-22:16)****
Provérbios de Salomão**

Agora há uma mudança no estilo dos provérbios. Os capítulos 1-9 eram discursos instrutivos, enquanto que aqui nos capítulos 10:1–22:16 temos provérbios. A sabedoria nos capítulos 1-9 foi dada principalmente em uma série de versículos que tratam de um assunto ou lição, mas a partir de agora, em provérbios de um versículo.

Observe que esta seção começa com a frase “Provérbios de Salomão” (Pv 10:1). Este não é um provérbio, mas um título para esta nova seção na qual estamos entrando e que se estenderá até o capítulo 22:16, com 375 versículos no total. É interessante que o valor numérico deste título (atribuindo um número para cada letra do alfabeto hebraico) seja exatamente 375! Esta divisão do livro tem duas partes: a primeira, dos capítulos 10 a 15 e a segunda, dos capítulos 16 a 22:16.

Paralelismos Contrastantes

(Capítulos 10-15)

Nesta seção, Salomão nos ensina sabedoria por meio de contrastes. Cada provérbio de um versículo tem duas partes contrastantes (com algumas exceções), muitas vezes separadas pela palavra “mas”. A segunda parte do provérbio reitera a verdade num sentido negativo, isto é, o sábio faz isto, mas o tolo faz aquilo. São chamados Paralelismos Contrastantes. Muita verdade prática pode ser aprendida comparando a verdade com o erro.

Esta parte da Divisão II (capítulos 10-15) tem 184 versículos contrastando estilos de vida justos e ímpios. Trata a relação causa/efeito do comportamento humano básico e o seu inevitável resultado. Os principais temas são:

- Sábio e tolo - Justiça e iniquidade - Ricos e pobres - Obediência e desobediência - Honestidade e desonestidade - Orgulho e humildade - Paz e conflito - Amor e ódio - Verdade e engano - Piedade e impiedade - Diligência e preguiça - Sucesso e fracasso

Três Tipos de Tolos em Provérbios

A comparação mais frequente em Provérbios é entre sabedoria e tolice (cerca de 75 versículos). O tolo em Provérbios não é uma pessoa que não tem poderes mentais, mas um que os usa mal. Não é que ele não raciocine, mas que raciocina erroneamente. Uma observação geral sobre este assunto é que a “tolice” parece ser as ideias e raciocínios absurdos de um tolo; enquanto que a “loucura” parece ser seus atos absurdos.

Existem três tipos de tolos em Provérbios, indicados no uso de três diferentes palavras hebraicas.

- Kes-eel – Ele é autoconfiante (Pv 14:16, 26:5, 12, 28:26, 29:20). Ele despreza negligentemente o conselho de outros, especialmente de seus pais (Pv 1:22 e 32 [‘prosperidade’ é complacência], 8:5, 10:1, 15:20, 17:16, 21, 25, 18:2, 19:13, 23:9). Confiante em si, está cheio de seus próprios pensamentos e opiniões (Pv 12:23, 14:7, 15:2, 7, 18:2, 7, 26:7, 9, 11, 20). Essa, talvez, seja uma descrição de um tolo jovem.

- Ev-eel – É uma palavra usada com menos frequência. Ele recusa o conselho porque está endurecido, decidido em seus próprios caminhos e não pode ser corrigido (Pv 1:7, 7:22, 10:21, 12:15, 14:9, 15:5, 27:22). Ele está irado e ama uma contenda (Pv 12:16, 20:3, 27:3, 29:9). Ele também expõe suas opiniões (Pv 10:8, 17:28). Isso, talvez, seja a descrição de um tolo velho, porque leva tempo para se endurecer no seu caminho. - Nabal – É uma palavra usada apenas três vezes e representa uma pessoa vil e corrupta. J. N. Darby traduz esta palavra como “vil”.

Os assuntos nestes capítulos são agrupados de uma forma livre. Os temas gerais são:

- Capítulos 10-11 – Recompensas por conduta. - Capítulo 12 – Honestidade e bondade. - Capítulo 13 – Os perigos do ódio e da violência. - Capítulo 14 – O sábio e o tolo. - Capítulo 15 – Nosso linguajar ordenado apropriadamente.

Paralelismos Complementares

(Capítulos 16-22:16)

Quando chegamos ao capítulo 16, há uma mudança sutil nos provérbios de Salomão de um só versículo. Nos capítulos 10-15, os provérbios usavam paralelismos contrastantes, mas eles cessam aqui, e dão lugar a um tipo diferente de provérbio. Em vez de a segunda parte do versículo contrastar com a primeira, ela passa a complementar a primeira parte. Reafirma a verdade da primeira parte, expressando o mesmo pensamento de maneira diferente, reforçando seu significado ou completando o pensamento. São chamados Paralelismos Complementares. Observe que o “mas” quase não aparece nesta seção. Esse estilo de provérbio continua do capítulo 16 até o capítulo 22:16, com algumas exceções (O último versículo do capítulo 15 pode começar este grupo de provérbios, pois é um paralelismo complementar).

Os assuntos nestes capítulos também são agrupados de uma forma mais livre. Os temas gerais são:

- Capítulo 16 - Os planos do homem e a soberania de Deus. - Capítulo 17 - Conflito e paz. - Capítulo 18 - A loucura do egocentrismo. - Capítulo 19 - O rico e o pobre. - Capítulos 20 - 22:16 - Justiça e iniquidade. -

**DIVISÃO III

(Caps. 22:17-24:34)****
As Palavras dos Sábios**

Neste ponto do livro há outra mudança marcante no estilo dos provérbios. Os provérbios de um só versículo dos capítulos 10 a 22:16 cessam, e o estilo retorna a uma série de versículos que comunicam um pensamento.

Esta seção é chamada “as palavras dos sábios” porque não são provérbios de Salomão, mas provérbios que ele coletou de outros homens sábios. Isso mostra que Salomão não era apenas um homem sábio, mas que também era um estudante da sabedoria que reunia pensamentos de outras fontes.

Esta seção tem três partes. Há uma introdução (cap. 22:17-21), seguida por uma coleção de “trinta ditados” (caps. 22:22-24:22), encerrando com um apêndice composto por quatro ditados sábios adicionais (cap. 24:23-34).

Introdução

A introdução desta divisão do livro (que pode ter sido composta por Salomão) afirma as vantagens de ouvir e aplicar “as palavras dos sábios”.

- É agradável mantê-las em nosso coração. Há alegria de aprender e andar na verdade (vs. 17-18a). - Estaremos aptos a encorajar outros. Elas serão aplicadas aos nossos lábios para que possamos compartilhá-las com os outros (v. 18b). - Nossa confiança no Senhor crescerá (v. 19).

**“**Trinta Ditados”

O versículo 20 poderia ser traduzido, “**Porventura não te escrevi ‘**trinta’ excelentes cousas acerca de todo o conselho e conhecimento”. O que se segue do capítulo 22:22 ao capítulo 24:22 são “trinta” ditados distintos que Salomão coletou de outros sábios. Algumas traduções os marcam com um parágrafo distinto. Com exceção de alguns, os ditados são avisos ou admoestações que incluem a razão pela qual se deve fazer o que está estipulado no ditado. A palavra “não” é usada em quase todos eles, isto é, “Não roube” (v. 22), “Não vá” (v. 24), “Não esteja” (v.26). (Isso é visto mais claramente na língua original hebraica).

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O capítulo 24:23-34 é um apêndice. Isso pode ser visto nas palavras, **“**Também estes são provérbios dos sábios”. Esta frase não é um provérbio, mas um título para quatro ditados adicionais que Salomão coletou. O fato de que ele diz “também” mostra que isso pertence a esta seção como um apêndice aos trinta ditados dos sábios.

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**DIVISÃO IV

(Caps. 25-29)****
O Segundo Livro dos Provérbios de Salomão**

Esta divisão do livro retorna ao estilo dos provérbios de um versículo e foram compostos por Salomão. “Os homens de Ezequias” os copiaram cerca de 250 anos depois da morte de Salomão. Os provérbios de um versículo, na Divisão II não estavam necessariamente agrupados em alguma ordem específica, embora pareça que os homens de Ezequias tentaram colocá-los em algum tipo de ordem. Existem 140 provérbios nesta seção e são principalmente paralelismos complementares.

Comportamento em Relacionamentos Interpessoais

Os capítulos 25 a 27 têm a ver com relações interpessoais, ensinando-nos a interagir com os outros.

- Capítulo 25:1-7 Com Reis (qualquer autoridade). - Capítulo 25:8-20 Com Próximos. - Capítulo 25:21-28 Com Inimigos. - Capítulo 26:1-12 Com Tolos. - Capítulo 26:13-16 Com Preguiçosos - Capítulo 26:17-19 Com Enganadores. - Capítulo 26:20-28 Com Maldizentes (fofoqueiros). - Capítulo 27:1-2 Consigo mesmo. - Capítulo 27:3-4 Com Aqueles que não gostam de você. - Capítulo 27:5-10 Com os Amigos da família. - Capítulo 27:11-22 Usando graça para com os outros. - Capítulo 27:23-27 Usando diligência nos negócios.

Os capítulos 28-29 têm uma mistura de paralelismos contrastantes e complementares.

- Capítulo 28:1-10 Nossas ações em relação à lei. - Capítulo 28:11-28 Os enganos do mundanismo e da maldade em relação à riqueza. - Capítulo 29:1-27 Quanto à teimosia. -

**DIVISÃO V

(Cap. 30)****
As Palavras de Agur**

Tudo o que sabemos sobre “Agur” é encontrado neste capítulo. Ele aparentemente tinha dois alunos, “Itiel e Ucal”. O que segue neste capítulo é o que ele lhes ensinou, e temos o privilégio de tê-lo registrado nas Escrituras para nosso proveito também.

Agur tomou o lugar de saber pouco, e confessou que ele próprio era apenas um aprendiz (vs. 2-3). Ele se humilhou e exaltou Deus e Sua Palavra, ilustrando assim a verdadeira humildade ordenada nos Provérbios. No entanto, encontramos neste capítulo que ele sabia muito mais do que a maioria nos tempos do Velho Testamento! Ele comunica alguns importantes princípios morais e práticos que nos preservarão neste mundo.

Ele Conhecia Deus

Antes de tudo, Agur tinha um conhecimento de Deus e de Seu Filho (vs. 4-6). Isso é notável porque ainda não havia sido dada ao homem a revelação do Pai e do Filho – que é formalmente revelada no ministério de nosso Senhor Jesus (Jo 1:18). Em uma série de cinco perguntas ele expõe a grandeza de Deus.

Ele Se Conhecia

Em segundo lugar, os versículos 7-10 indicam que Agur também teve algum conhecimento de si mesmo. Ele conhecia seu próprio coração e, portanto, não confiava em si mesmo (Pv 28:26). Não ter confiança na carne leva a afastar-se dela, e lançar-se ao Senhor em dependência.

Ele Conhecia o Verdadeiro Caráter do Mundo

Além disso, os versículos 11-23 mostram que Agur tinha um entendimento do verdadeiro caráter do mundo, e resumiu-o em quatro séries de quatro coisas. Cada série retrata um aspecto diferente do mundo e seus caminhos.

Na primeira série, ele fala dos princípios morais encobertos que marcam os homens do mundo que se rebelam contra a autoridade dos pais (v. 11), justiça própria (v. 12), orgulho (v. 13) e violência gananciosa (v. 14).

Na segunda série, ele fala do caráter insatisfeito do mundo – quatro coisas insaciáveis. As pessoas no sistema do mundo são comparadas à “sepultura”, à “madre estéril”, à “terra” e ao “fogo”. Nenhum destes podem se fartar e nunca estão satisfeitos (vs. 15-17).

Na terceira série, Agur refere-se a quatro coisas inescrutáveis (vs. 18-19). Elas falam dos motivos ocultos por trás das ações das pessoas do mundo. Muitas vezes tem sido dito que este mundo quer você para tirar de você o que ele quiser, e isso é certamente verdade. Eles podem agir uma maneira aparentemente graciosa, mas por trás de suas ações muitas vezes estão segundas intenções. A “águia” que sobe alto no ar parece muito bonita, mas tem uma razão para fazê-lo – para mergulhar em sua presa! A “serpente” deslizando sobre uma rocha é uma visão intrigante, mas está procurando por uma vítima! O “navio no meio do mar” é algo atraente, mas está em uma missão a algum destino por interesse próprio. E, por trás do gracioso caminho de “um homem com uma virgem” muitas vezes está um esforço para seduzi-la e corrompê-la! Todas as quatro coisas são comparadas a “uma mulher adúltera” que faz seu mal, e depois tenta escondê-lo (v. 20).

Na quarta série de coisas, Agur fala de quatro coisas insuportáveis, cada uma descrevendo a impropriedade daqueles do mundo que não sabem como se comportar na esfera em que se encontram (vs. 21-23).

Ele Sabia Como Ser Preservado da Influência do Mundo

A próxima série de quatro coisas indica que Agur teve entendimento de como o filho de Deus pode ser preservado das influências do mundo (vs. 24-28). Estas são coisas que precisamos para passar por este mundo e não sermos afetados por ele. Ele aprendeu esta sabedoria com o reino animal (Jó 12:7-10).

A primeira são as “formigas” que ajuntam seus alimentos em um momento em que elas podem obtê-lo – “verão”. Isso fala da importância de obter alimento espiritual para nossa alma (Jo 6:54-58). A maior salvaguarda contra sermos arrastados para o mundo é sermos encontrados desfrutando de Cristo, que é o alimento espiritual para nossa alma. Estar cheio com aquilo que verdadeiramente satisfaz o coração nos guardará de ambicionarmos as coisas do mundo.

O segundo são os “coelhos”. Eles são criaturas que reconhecem sua fraqueza e, portanto, vivem em lugares seguros – “nas rochas”. Isso fala da dependência do Senhor. Isso também é algo que precisamos – uma fraqueza sentida que nos leva a nos lançar sobre o Senhor em Quem há segurança (Dt 33:12). Ele é a Rocha da salvação (Sl 95:1). Aquele que conhece sua fraqueza e se lança ao Senhor será preservado.

O terceiro são os “gafanhotos” que se caracterizam por sair “em bandos”. São criaturas que sabem se manter em sintonia uma com as outras. Isso indica a necessidade de manter-se em companhia de crentes com a mesma “fé igualmente preciosa”. Isso fala de comunhão, que também é importante para a nossa preservação (Sl 119:63; Hb 10:25; 2 Pe 1:1).

A quarta são as “aranhas”. O que marca essas criaturas sábias é que elas vivem na presença do rei – “nos palácios dos reis”. Isto fala de acesso à presença do Senhor, o Rei dos reis, pela oração (Hb 10:19; Ef 3:12). Uma vida secreta de comunhão com o Senhor e uma constante vida em Sua presença é essencial para sermos mantidos.

Ele Sabia o que Era Necessário para um Testemunho Eficaz para o Mundo

A série final de quatro coisas mostra que Agur sabia o que era necessário para que o testemunho do crente fosse efetivo neste mundo (vs. 29-31). O “leão” fala de firme ousadia para confessar Cristo (Pv 28:1). O “cavalo” fala da defesa da fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3; Pv 21:31; Jó 39:19-25; 2 Rs 9:33, 11:16). O “bode” que sobe alto nas montanhas, fala de não ficar desanimado. Precisamos ficar acima das circunstâncias adversas da vida, subindo acima delas (1 Sm 30:6; Hc 3:17-19). Por fim, o “rei” contra quem ninguém pode se levantar, fala de manter os estritos padrões de justiça como encontrados nos princípios da Palavra de Deus.

Ele Sabia Como Não Levantar Questões

Os dois últimos versículos do capítulo nos lembram de que, se nosso testemunho ao mundo não for recebido, não ajudará em nada levantar questões. Só será contraproducente, gerando conflitos. Devemos deixar com o Senhor as pessoas que rejeitam nosso testemunho, o Único que pode mudar o coração delas (Pv 30:32-33; Sl 33:15).

**DIVISÃO VI

(Cap. 31)****
As Palavras do Rei Lemuel**

A última divisão do livro é o conselho da rainha; a mãe para seu filho – “rei Lemuel”. Nós não sabemos se este era um nome carinhoso que Bate-Seba tinha para Salomão, ou se se refere a alguma outra pessoa.

Para ter um reino que Deus abençoasse, sua mãe lhe ensinou que tinha que ter cuidado com o seguinte:

- O perigo das mulheres com moralidade liberal – imoralidade (vs. 2-3). - O perigo do álcool – depravação (vs. 4-7). - O perigo de não manter a justiça no seu reino – parcialidade (vs. 8-9).

A Mulher Virtuosa

A segunda metade do capítulo descreve a esposa ideal (Pv 31:10-31). É um poema acróstico que segue o alfabeto hebraico de 22 letras.

- Ela é inestimável – uma pessoa rara (v. 10). - Ela é digna de confiança, merecendo a plena confiança de seu marido (vs. 11-12). - Ela é habilidosa – ela costura e tricota (vs. 13, 19). - Ela é boa cozinheira (vs. 14-15). - Ela gerencia bem o dinheiro (vs. 16, 24). - Ela jardina (v. 16). - Ela se mantém em forma (v. 17). - Ela é caridosa (v. 20). - Ela não negligencia seus filhos (vs. 21, 27). - Ela não negligencia sua aparência (v. 22). - Ela é uma bênção para o ministério do seu marido (v. 23). - Ela suplementa a renda do marido (v. 24). - Ela é sábia e amável (v. 26). - Ela é amada e respeitada por sua família (vs. 27-28). - Ela teme ao Senhor e tem uma grande recompensa esperando por ela (vs. 29-31).

É significativo que as “mãos” desta mulher sejam mencionadas sete vezes, mas sua “boca” é mencionada somente uma vez!

GRÁFICO

LIVRO DE PROVÉRBIOS

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CONTRACAPA

O Livro de Provérbios é algumas vezes chamado de o “Livro do jovem” (Pv 1:4) porque ele dá profundas e sábias instruções para aquele que é inexperiente na vida. Ele apresenta a sabedoria divina para a nossa senda terrena e é de ajuda para todas as idades. Seu objetivo é formar um caráter e uma boa conduta para o filho de Deus, pelos quais Ele será glorificado e a pessoa que andar em Sua sabedoria terá sucesso moral e prático em sua vida.

Os grandes assuntos do livro são:

- Doze Lições na Família - Provérbios de Salomão - Palavras dos Sábios - O Segundo Livro de Provérbios de Salomão - As Palavras de Agur - As Palavras do Rei Lemuel

Notas

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N, do T. A nota de rodapé da tradução JND diz: “ou ‘Seu artífice’. O hebraico está ligado com ‘artista’ de Cantares 7:1”. “Obra das mãos dum artífice perito” (TB).

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