O Evangelho em 3 Minutos - Mateus
O Evangelho em 3 Minutos
- Mateus -
As citações são da Bíblia nas da versão NVI - Nova Versão Internacional em função do estilo coloquial adotado originalmente para o formato vídeo. Onde esta versão não concedia a clareza necessária para transmitir a ideia do texto foram utilizadas outras versões, como a ACF - Almeida Corrigida Fiel, ARC - Almeida Revista e Corrigida, ARA - Almeida Revista e Atualizada, JND - John Nelson Darby ou eventualmente uma tradução livre baseada nestas versões.
Este livro pode ser reproduzido, copiado e distribuído sem fins comerciais, desde que o texto permaneça na sua forma original. Apreciamos seu apoio e respeito a esta propriedade intelectual.
Livros por Mario Persona:
Crônicas de uma Internet de Verão
Gestão de Mudanças em Tempos de Oportunidades
Crônicas para ler depois do fim do mundo
O Evangelho em 3 Minutos
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Prefácio
Em 2008 decidi publicar uma série de mensagens evangelísticas em formato vídeo na Internet. Usando da experiência que havia adquirido desde 2006 publicando meus vídeos profissionais no canal “TV Barbante” no Youtube, criei a série “O Evangelho em 3 Minutos”.
Durante minha leitura da Bíblia em meu notebook, eu fazia anotações à medida que lia o texto dos Evangelhos e consultava comentários de outros autores. Sempre que o assunto exigia, comentava passagens de outros livros, antes de voltar ao texto do evangelho em questão. Cada comentário tinha um número aproximado de palavras que permitisse a leitura em pouco mais de três minutos. Nos finais de semana eu gravava em vídeo as mensagens em casa, os quais eram depois publicados na Web em versão vídeo, texto e áudio. O texto deste livro é o resultado daquelas anotações.
Você irá reparar que os textos são enxutos, com frases curtas, linguagem coloquial e poucos recursos literários, foram criados na forma de script especialmente para locução. O objetivo principal das mensagens é o de evangelizar, todavia, considerando a enorme confusão de igrejas e doutrinas em que se transformou a cristandade, eventualmente falo de outros assuntos igualmente importantes para aqueles que já creem em Jesus.
Um assunto recorrente nos textos é total inexistência de fundamento bíblico para a criação das diferentes denominações religiosas que dividem os crentes em Cristo. Outro assunto várias vezes abordado é o da segurança eterna, algo que infelizmente muitos cristãos não desfrutam por viverem sob a pressão de líderes e doutrinas distorcidas. Historicamente o clero, que foi criado na cristandade já nos primeiros séculos após a morte dos apóstolos, nunca apreciou que os cristãos se considerassem eternamente salvos e esclarecidos acerca das verdades da Bíblia. Manter as pessoas na ignorância e incerteza sempre foi uma arma poderosa nas mãos do clero, seja ele católico ou protestante.
Apesar de ler regularmente a Bíblia na versão Almeida Revista e Corrigida, nesta série de mensagens feitas inicialmente para serem narradas preferi utilizar as citações da Nova Versão Internacional, principalmente por usar um português mais coloquial. Sempre que necessário, seja por imprecisão da tradução da NVI, seja para tornar a passagem mais clara, faço as citações a partir da versão Almeida Corrigida ou Almeida Atualizada, além de eventualmente fazer uma tradução livre da versão J. N. Darby para a melhor compreensão da passagem. Pela própria informalidade do meio vídeo, para o qual as mensagens foram criadas, o leitor entenderá que não está diante de uma obra erudita ou de um estudo aprofundado.
Um dos recursos adotados no texto foi o de usar o tempo dos verbos no presente, como se a ação do evangelho estivesse se passando no exato momento em que lemos. Isto torna a narrativa mais viva e atual, ajudando o leitor a se envolver na ação que se desdobra diante de seus olhos. Outro recurso adotado foi o que costumo chamar de “técnica de Sherazade”, nome da princesa da obra “As Mil e Uma Noites”. No romance ela usava deste expediente para não ser morta ao final de sua noite de núpcias. A técnica consiste em terminar cada episódio (no vídeo) ou capítulo (no livro) com uma chamada prévia para o que irá ocorrer no próximo. Isto ajuda a manter o interesse do leitor e o leva a se interessar pelo que irá acontecer em seguida.
Além destes recursos, optei também por não usar caixa alta na primeira letra dos pronomes relativos à divindade. Portanto, ao me referir ao Pai, Filho ou Espírito Santo, utilizo “ele” ao invés de “Ele” e “seu” em lugar de “Seu”. De maneira nenhuma isto implica em desrespeito ou irreverência, mas é apenas para manter o texto graficamente mais leve. Esta é também a forma adotada na maioria das edições da Bíblia. Na época em que foram escritos os manuscritos não havia maiúsculas ou minúsculas, mas todos os caracteres tinham o mesmo formato.
Alguns podem se surpreender de eu na maioria das vezes usar o nome “Jesus” sem precedê-lo de “Senhor”. Mais uma vez, isto não se trata de falta de reverência ou reconhecimento do senhorio de Cristo, mas apenas do fato de estar escrevendo principalmente para pessoas que ainda não conhecem o evangelho e muito menos a nomenclatura normalmente utilizada pelos cristãos. Para quem não sabe que “Jesus” é o “Senhor”, dizer frases identificando a Pessoa de Jesus apenas como “Senhor” pode criar dúvidas para um leitor menos experimentado na Bíblia. Além disso, encontramos nos evangelhos e epístolas um número maior de vezes em que o nome de Jesus aparece sem estar precedido de “Senhor” sempre que o texto é narrativo. Porém — e isto é muito importante — nunca encontramos um ser humano dirigir-se a Jesus, pessoalmente ou em oração, sem chamá-lo de “Senhor Jesus”. Os únicos, nos evangelhos, que se dirigem a ele sem tratá-lo por Senhor são os demônios, como em Marcos 5:7.
Para que você aproveite ao máximo a leitura deste livro, tenha sua Bíblia à mão e leia antes a passagem indicada no início de cada capítulo. Sem a leitura bíblica os meus comentários não farão muito sentido para você e você perderá boa parte da compreensão do contexto. No momento em que reviso este material para o formato livro, os vídeos na Web já passam de quatro milhões de visualizações. Que Deus possa ser glorificado neste trabalho e que muitas almas sejam salvas e abençoadas por sua Palavra.
Mario Persona
Agosto, 2013
"Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo". Habacuque 2:2
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Só pode ser verdade
Qual judeu, de sã consciência, incluiria na genealogia de Jesus duas prostitutas? Mateus faz isso no primeiro capítulo de seu evangelho. Tamar e Raabe eram prostitutas.
E tem mais, tem Jeconias, um rei amaldiçoado pelo profeta Jeremias; tem Rute, uma moabita, povo inimigo de Israel; tem o rei Salomão, que teve mil mulheres, grande parte delas de povos inimigos, e mergulhou na mesma idolatria desses povos. Quem foi Salomão? Era filho de Bate-Seba, a mulher com quem Davi cometeu adultério e cujo marido mandou para a morte. O interessante é que o nome dela não aparece na genealogia, mas sim o de seu marido traído!
E se você analisar a vida de cada um da lista de ancestrais de Jesus vai chegar à conclusão de que não salva um. Ou então vai perceber que Deus queria mandar um recado; queria dizer que eram justamente pecadores assim que Ele ia salvar.
A chave para entender isso está no que o anjo disse a José em um sonho, depois que ele descobriu que sua noiva, Maria, estava grávida e o filho não era dele. O anjo disse: Ela dará à luz um filho e você o chamará de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Aquele Ser que a virgem trazia no ventre tinha sido gerado pelo Espírito Santo e seria chamado de “Deus conosco” (Mt 1:23). Deus estava a ponto de experimentar o que era nascer, viver e morrer como homem. Deus estava a ponto de sentir na própria pele o que eu e você sentimos. Quer maior empatia do que isso?
Ah, eu quase me esqueci. Mateus, o autor do evangelho, era um judeu traidor da pátria. Ele coletava impostos para César, o invasor romano. Seria algo como um judeu trabalhando para Hitler durante a segunda guerra.
Sabe de uma coisa. Essa história é tão incrível que só pode ser verdade. Eu creio nela e eu creio nele, em Jesus, o Salvador. Eu preciso crer, eu sou tão pecador quanto Mateus e essa gente toda. E você?
Se você for sábio o suficiente para dar a resposta correta, eu o convido a conhecer os homens sábios. Nos próximos 3 minutos.
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De mal a pior
Quando Jesus nasceu, alguns homens sábios do Oriente chegaram a Jerusalém perguntando pelo Rei de Israel que tinha nascido.
Quando o rei Herodes e os moradores de Jerusalém souberam disso ficaram preocupados. Você também ficaria se corresse o risco de passar o governo a outro.
E o governo de sua vida, você passaria a Jesus? Ou faria qualquer coisa para evitar isso? Herodes decidiu que precisava eliminar Jesus.
Aqueles sábios chegaram a Belém com presentes para o menino: ouro, incenso e mirra, uma erva amarga tirada de uma árvore cheia de espinhos. Apesar de Sua perfeição áurea e fragrância divina, Jesus estava destinado a amargar uma morte infame. Pregado num madeiro como um criminoso qualquer.
Depois de encontrarem Jesus, os sábios voltaram por outro caminho. Ninguém volta pelo mesmo caminho depois de um encontro assim. E ninguém tem um encontro assim se não escutar a voz daquele que disse: “Eu sou o caminho” (Jo 14:6).
Ao saber que Herodes pretendia matar o menino, José fugiu para o Egito levando Jesus e Maria, e só voltou depois da morte de Herodes, indo morar em Nazaré.
Jesus acabou ficando conhecido como nazareno, numa época quando as pessoas costumavam dizer que de Nazaré não vinha coisa alguma que prestasse.
Dá para entender isso? Deus vem ao mundo em um curral, passa suas primeiras noites em um cocho de alimentar gado, vai viver como refugiado no exílio e acaba indo morar numa cidadezinha desprezível de pessoas de quinta categoria.
Sabe o que é? Só quem passou por tudo isso pode entender quem está passando por tudo isso. Tristeza, desprezo, perseguição — você conhece essas coisas, não? Pode ter certeza de que Jesus não veio aqui a passeio. Ele começou mal e terminou pior.
Agora, tente adivinhar a troco de quê ou por quem Ele fez tudo isso. Você sabe a resposta.
Nos próximos 3 minutos você encontrará um homem que se alimenta de gafanhotos e mel, e se veste de uma maneira muito estranha.
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O precursor do Rei
Você se daria ao trabalho de ir até um deserto para ouvir um homem vestido em um manto de pelos de camelo? E se soubesse que ele se alimentava de gafanhotos e mel, interessaria?
João Batista não é nem um pouco atraente ou diplomático, mas é justamente um homem assim que Deus escolhe para anunciar a chegada de um reino que não é da terra, mas do céu, e de seu rei, Jesus.
Nada de soldados uniformizados tocando trombetas douradas como nos contos de fadas, mas um João com aparência de louco foi o escolhido para anunciar uma mensagem nada agradável: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 3:2).
Quem escuta João e se arrepende é batizado por ele no rio Jordão. Quem não lhe dá ouvidos…
Bem, algumas pessoas estão ali apenas por curiosidade e acabam ouvindo o que não queriam ouvir. João chama aqueles cidadãos distintos da sociedade judaica de “raça de víboras” (Mt 3:7). Eles são os fariseus e saduceus.
Os fariseus professam grande devoção à lei de Moisés e são cheios de justiça própria. É claro que há fariseus sinceros, que se esforçam para levar uma vida correta, mas sinceridade não salva ninguém de seus pecados. Se você conhece alguém que acha que sua vida correta irá salvá-lo, então já sabe o modo de pensar de um fariseu.
Os outros alvos das broncas de João eram os saduceus, que duvidavam da ressurreição, não acreditavam na existência de anjos, na imortalidade da alma e no castigo eterno. Quem são eles hoje? Os racionais, os céticos, os que colocam sua confiança na ciência, na lógica e na razão.
Fariseus e saduceus acreditam que, por serem descendentes de Abraão, isso lhes dá alguma vantagem em relação aos outros povos. Mas para Deus a responsabilidade e o arrependimento são questões individuais.
João avisa que a prova de uma conversão genuína está nos frutos: quem realmente crê na Palavra de Deus é nascido de novo e isso fica evidente em sua vida. Quem não der fruto — João alerta — será cortado, como se corta uma árvore, e lançado no fogo. João não mede suas palavras.
Enquanto ele batiza os arrependidos nas águas do Jordão, avisa que aquele Jesus de quem ele fala batizará uns com o Espírito Santo, mas outros com fogo; recolherá uns ao celeiro de Deus como trigo precioso, e queimará outros como palha imprestável.
Quem é você: o religioso fariseu ou o cético saduceu. Espero que seja o pecador arrependido. Se assim for, nos próximos 3 minutos você terá companhia.
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Bem acompanhado
Jesus caminha quase cem quilômetros, da Galileia ao Jordão, só para ser batizado por João Batista. Ele deve considerar o batismo algo muito importante.
Mas agora João está com um problema. Até ali ele vinha dizendo às pessoas que se arrependessem de seus pecados e fossem batizadas. E agora, o que fazer com Jesus? Como poderia João, um pecador, batizar o Filho de Deus sem pecado? Ele iria se arrepender de quê?
De nada. Jesus não tinha de que se arrepender, mas está disposto a ir lado a lado com aqueles que têm muito de que se arrepender. Você nunca teve alguma situação grave em sua vida, quando alguém se dispôs a ir junto com você, a ficar do seu lado? Então sabe do que estou falando.
Jesus está pronto a passar junto com o pecador por aquilo que simboliza a morte. Três anos depois ele teria de enfrentar sozinho o mar profundo do juízo de Deus e suas ondas de terror, morrendo numa cruz. Mas ele não ficaria na sepultura. Deus o ressuscitaria, para que você não viesse a passar pelo juízo. Isto se você crer.
Quando Jesus explica a João que fazendo assim está cumprindo toda a justiça, João consente em batizá-lo.
É aí que temos uma das cenas mais sublimes de toda a Bíblia. Ao sair da água, os céus se abrem e o Espírito Santo de Deus desce sobre Jesus na forma de uma pomba. Em seguida a voz do Pai ecoa nos céus: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3:17).
É aqui que os céticos entram em longas discussões para tentar negar um único Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Eles argumentam que essa Trindade não faz sentido. É claro que não faz. Se a essência de Deus — a própria natureza do Deus infinito — fizesse sentido para a mente humana tão finita, ele não seria Deus.
A voz é de Deus Pai; a pomba é a forma adotada ali por Deus, o Espírito Santo; e Deus, o Filho, está ali sendo batizado. Você entende agora porque lá no livro de Gênesis você encontra Deus dizendo “façamos o homem à nossa imagem e semelhança”? (Gn 1:26). É por isso.
Mas a questão mais importante aqui é esta: Será que Deus pode dizer que se agrada em mim ou em você? Ele se agradou em seu Filho, Jesus, o único Homem perfeito que andou neste mundo. E eu e você, como é que ficamos?
Bem, nós precisamos estar em Jesus se quisermos ser do agrado de Deus. Há lugares onde você não entra se não estiver na companhia da pessoa certa. O céu é assim.
Nos próximos 3 minutos você saberá onde encontrar as respostas corretas.
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As respostas
Antes de iniciar seu ministério Jesus precisa passar por um teste, e é o Espírito Santo quem o leva ao deserto para ser testado. Enquanto Deus o testa, Satanás o tenta.
Ainda que seja impossível ele fracassar, é importante que Jesus esteja acima de qualquer suspeita, que prove estar moralmente apto para sua missão. O primeiro Adão, o homem natural, o homem da terra, não passou no teste. Jesus é o último Adão, o homem do céu, o precursor de uma nova linhagem espiritual. Passaria ele no teste?
O primeiro Adão sucumbiu diante do fruto proibido, mesmo sem ficar 40 dias em jejum, como Jesus ficou. O fruto era necessário para alimentar o corpo. Jesus não está diante de um fruto, mas de um desafio do Diabo: “Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães” (Mateus 4:3).
A resposta de Jesus vem da Palavra de Deus: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4).
O Diabo o transporta a Jerusalém e o coloca no topo do templo: “Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo, Pois está escrito: �Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra�“ (Mt 4:6).
O Diabo usa a própria Palavra de Deus, o Salmo 91. Esta podia ser a oportunidade de Jesus dar um salto espetacular e ao mesmo tempo provar que os anjos estão ao seu dispor. Pelo menos uns 60 mil anjos ou doze legiões voariam imediatamente para segurá-lo. Mas ele não faria isso.
A primeira tentação visava satisfazer o corpo, igual ao fruto oferecido a Adão. Agora o Diabo tentava despertar em Jesus um sentimento de soberba. O fruto do Éden era bom para dar entendimento a Adão e despertar o sentimento que em outra parte da Bíblia é chamado de “orgulho” ou “soberba da vida” (1 Jo 2:16).
Outra vez a resposta de Jesus vem da Palavra de Deus: “Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus” (Mt 4:7). Apesar de ser Deus, na sua condição humana Jesus precisou aprender obediência, como um filho. É aprovado também nesse teste.
O fruto do Éden era agradável à vista, enchia os olhos. Nesta nova versão da tentação Satanás transporta Jesus a uma alta montanha para que seus olhos se encham com todos os reinos do mundo e a glória deles. Todos eles estavam nas mãos do Diabo, o usurpador. Jesus pode ficar com tudo, desde que adore a Satanás. Pela terceira vez a resposta vem da Palavra de Deus: “Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto” (Mateus 4:10).
Todas as respostas de Jesus vêm da Palavra de Deus. E você? De onde vem as suas respostas?
Nos próximos 3 minutos saiba por que a fé de um cristão não está em uma religião.
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Pessoa ou religião?
Ao saber que João Batista está preso, Jesus volta para a Galileia, região onde tinha sido criado. Ali ele adota Cafarnaum como a base para o seu ministério e é ali que irá a maioria de seus sinais e milagres.
Cafarnaum fica às margens do Mar da Galileia, que na verdade é um lago de água doce com uns de 20 quilômetros de comprimento por 10 de largura. Quando os evangelhos falam de barcos e mar, é a esse lago que estão se referindo, e quando falam de peixes, provavelmente são tilápias.
O profeta Isaías previu que o Messias habitaria nessa região e que na Galileia dos gentios o povo que vivia nas trevas veria uma grande luz. Após João Batista, o precursor da Luz que veio ao mundo, ter sido rejeitado e preso pelos judeus, Jesus, vai para uma região habitada principalmente por não judeus ou gentios. Na ocasião trata-se da região mais globalizada da Palestina, por onde passa a estrada do Egito à Babilônia, uma rota comercial internacional.
Embora tivesse vindo para os judeus, a fama do rejeitado Rei de Israel se espalha por toda a Síria. Aquilo era o embrião da mais internacional de todas as crenças, a fé cristã. As pessoas tentam acrescentar uma porção de penduricalhos culturais e regionais à fé cristã, mas o fato é que, em sua essência, ela está concentrada numa pessoa, Jesus, e não numa religião, cultura ou costume.
Boa parte do que você vê por aí, como clero, templos, imagens, vestes e utensílios especiais não passa de uma grande bobagem que nada tem a ver com Jesus. São coisas que a cristandade emprestou do judaísmo e de religiões pagãs, na tentativa de tornar a fé cristã identificável por coisas visíveis.
Oras, quando algo fica visível, já não precisa de fé! Se você crê em Jesus você crê em uma pessoa, no próprio Deus, que não está sujeito a países, épocas e culturas porque é eterno. A fé cristã se baseia num fato: o Filho de Deus veio ao mundo, morreu por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. É a fé num Jesus vivo, no céu.
A única parte visível da fé cristã na terra é o corpo de Cristo, a igreja. Não estou falando de uma construção de pedras ou tijolos, mas daquilo que a Bíblia diz ser igreja, o corpo formado por todos os que creem em Jesus, que nasceram de novo e foram salvos por ele.
Se a sua fé é numa religião ou organização religiosa, ou em qualquer coisa que não seja a própria pessoa de Jesus, você está perdendo seu tempo. Religião é a ideia de se fazer algo para nos religar a Deus. Mas fazer o que, se o que precisava ser feito Jesus já fez?
As últimas palavras de Buda foram “Trabalhem bastante para conquistar a salvação”. As últimas palavras de Jesus foram “Está consumado” (Jo 19:30).
Afinal, em que você crê, numa pessoa viva ou numa religião morta.
Nos próximos 3 minutos, se você não for pescador será peixe.
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Pescadores de homens
Na Galileia Jesus reencontra os irmãos Simão e André. Da primeira vez que se encontraram na Judéia os dois eram discípulos de João Batista, e escutaram João dizer que Jesus era o Cordeiro de Deus. Naquela ocasião os dois seguiram a Jesus e Simão ganhou um novo nome, Pedro. Isso está no primeiro capítulo do Evangelho de João.
Daquela vez eles foram convidados para conhecer onde Jesus morava. Era um chamado para a salvação, o mesmo que Jesus faz a cada pessoa que tem um primeiro contato com ele. “Você quer saber onde eu moro? Então venha comigo” (Jo 1:39) é mais ou menos o que ele diz a cada coração. É um convite para o céu.
No reencontro na Galileia, que é descrito por, os dois são chamados para o serviço. A ordem é sempre esta: primeiro você recebe o convite para ser salvo, depois para servir. Primeiro a fé, depois as obras; primeiro o perdão dos pecados, depois o fruto da fé; primeiro o céu, depois a terra.
Simão e André eram pescadores e Jesus os chamou para serem pescadores de homens. Tudo o que eles precisavam fazer era seguir a Jesus.
A capacitação e o poder para transformá-los em pescadores de homens viriam de Deus, não de uma faculdade de teologia ou algo assim. Não seria uma pesca com redes. As redes eles deixaram para trás. Não era para saírem por aí aprisionando pessoas, mas libertando. Andar com Jesus faria deles iscas vivas. Eles deviam levar o sabor e a fragrância de Jesus por onde quer que fossem.
O pescador de homens vai onde o peixe está, corre riscos e não faz barulho para não chamar a atenção para si. Ele fala de Jesus, perdão e salvação, não de religião, costumes ou prosperidade. O tema do pescador de homens é Jesus, o mais próximo que Deus chegou de suas criaturas. E as boas novas não são uma lista de tarefas, mas a notícia de que Jesus morreu e ressuscitou para salvar e justificar o pecador.
Neste capítulo 4 do Evangelho de Mateus mais dois pescadores são chamados para se tornarem pescadores de homens: Tiago e João. Eles imediatamente deixam o barco e seu pai, Zebedeu, e seguem a Jesus. Imediatamente! Jesus tem prioridade.
Muitos empreendedores, políticos e artistas daquela época tiveram seus nomes apagados pela poeira dos séculos. Os nomes dos pescadores Pedro, André, João e Tiago só permanecem porque tiveram um encontro com Jesus e foram chamados a anunciar as boas novas da salvação, que é o que significa a palavra “evangelho”. Esse encontro tem consequências eternas.
Você já foi pescado? Você já foi chamado? Se já foi, bem vindo ao clube dos perdedores. Nos próximos 3 minutos.
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Os perdedores
O sermão da montanha é uma das passagens mais conhecidas do evangelho, mas nem sempre uma das melhor entendidas. Primeiro, o seu alvo são os discípulos que se aproximam de Jesus, não a multidão.
Em segundo lugar, não se trata de uma lista de coisas para você fazer para ser salvo ou se tornar discípulo de Jesus. Ele está falando das características daqueles que, em todas as épocas, se submetem a Jesus.
“Reino dos céus” significa um reino que não é da terra, mas celestial; cujo rei esteve aqui, foi rejeitado e agora está nos céus. Quando Jesus diz “bem-aventurados estes ou aqueles”, é como se dissesse “felizes estes ou aqueles” que são assim. Assim como? Perdedores assim.
Sim, pois se Jesus, o próprio rei do reino dos céus, foi um perdedor neste mundo, como você espera que sejam os seus seguidores?
Aí vem alguém e diz: “Ué, mas eu pensei que fosse justamente o contrário, porque vi na TV alguém dizer que se você vai a Jesus seus problemas desaparecem, seus negócios melhoram, você paga suas dívidas, resolve problemas conjugais, é curado de todas as doenças e até compra carro novinho em folha”.
Bem, quem vai a Jesus pensando nisso é igual ao que se casa por interesse; sabe como é, dá o golpe do baú. Se você está atrás de Jesus para receber alguma outra coisa que não seja o perdão de seus pecados e a salvação, é bom pensar melhor. Ou você acha que Deus é ingênuo e não enxerga suas intenções?
Veja quem são os bem-aventurados aqui: os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os injustiçados ou cansados das injustiças, os de coração mole que sentem pena dos outros, os que promovem a paz, os perseguidos por agir corretamente ou por sua fé em Jesus…
Percebeu? Tudo oposto às bem-aventuranças deste mundo, onde são bem-aventurados os autossuficientes, os que riem, os poderosos, os que se dão bem com as injustiças, os que pisam nos outros, que promovem a guerra, perseguem e que, obviamente, querem passar bem longe daquele que neste mundo foi o maior dos perdedores: Jesus.
Só que Deus está chamando os perdedores para o seu reino, não os campeões. Prostitutas, ladrões, cegos, aleijados — que tipo de pessoa você acha que Jesus veio chamar? E depois de salvos de seus pecados pelo que Jesus fez na cruz, e não por suas próprias obras, em que você acha que se transformaram? Nesses bem-aventurados segundo o conceito de Deus, não dos homens.
Quer estar entre eles? Quer ser bem-aventurado eternamente? Então creia em Jesus. Não em um Jesus bem sucedido e capa de revista, mas no Jesus crucificado. Então você se conhecerá a si mesmo e nos próximos 3 minutos verá a ruína que você realmente é.
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Você não conhece nem metade
Jesus não veio abolir a lei, mas veio cumpri-la. De que lei você está falando? Deus deu a Moisés os dez mandamentos e mais de seiscentos preceitos que compõem a lei de Deus. Você os encontra principalmente nos cinco primeiros livros da Bíblia.
As pessoas deviam cumprir todos os mandamentos, mas alguns logo perceberam que não seria possível. Ainda que você não mate, não roube ou não cometa adultério, há um mandamento que diz: “Não cobiçarás” (Êx 20:17; Romanos 7:7).
Ora, a cobiça acontece na mente, no coração, antes mesmo de você partir para a ação. E é disso que Jesus está falando aqui. A lei dizia “Não matarás” (Êx 20:13), mas Jesus diz que basta sentir raiva de alguém para isso valer como homicídio. A lei dizia “Não adulterarás” (Êx 20:14), mas Jesus diz que basta cobiçar uma mulher para você ser culpado de adultério.
Bem, se você é daqueles que leem o sermão da montanha e acham tudo lindo, provavelmente não entendeu o que diz ali. Você está lendo sua sentença de morte. Ou vai querer dizer que nunca sentiu raiva de alguém, nunca adulterou em pensamento, nunca mentiu…
Então está todo mundo perdido? Exatamente, e é isso que o apóstolo Paulo explica em sua Carta aos Romanos. Deus deu a lei como um cala-boca, uma forma de mostrar que todos são pecadores, todos são transgressores, todos réus culpados aguardando a pena.
Mas tem um problema aí. A pena para o pecado é a morte. Advogado nenhum pode livrar você dessa, mas Jesus pode. Acompanhe meu raciocínio. No Antigo Testamento, quando um israelita transgredia a lei, quando pecava, era preciso sacrificar um animal inocente em seu lugar, por exemplo, um cordeiro. Detalhe: o cordeiro precisava ser sem defeito.
Jesus, por ser sem pecado, foi o único capaz de cumprir a lei, o único que não tinha pensamentos impuros como nós temos. Apesar de humano, ele não herdou a natureza pecaminosa que nós herdamos de Adão.
Por que você acha que Jesus foi chamado de “Cordeiro de Deus” (Jo 1:29) por João Batista? Exatamente. Porque ele veio para ser sacrificado no lugar do pecador, para cumprir a lei. Quando você vê um ladrão sendo julgado e condenado, você diz que se cumpriu a lei. O raciocínio é o mesmo.
Você se lembra de Adão? Pois é, pela desobediência de um só, muitos se tornaram pecadores. Deus quis fazer o caminho inverso. Pela obediência de um só, Jesus, e pela sua morte, muitos podem ser salvos.
Crer em Jesus como seu substituto é a única forma de você ser salvo. Ou você acha que vai chegar lá cumprindo a lei? Impossível. Aos olhos de Deus você é um adúltero, ladrão e mentiroso. E como já deve estar me odiando por eu dizer isso, acrescente homicida à lista.
Mas, se você realmente se reconhecer um pecador que depende da graça de Deus para ser salvo, depois de me escutar esculhambando com você, provavelmente irá dizer: “Mario, você não conhece nem a metade do que realmente sou”.
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Filho ou hipócrita?
O capítulo 6 de Mateus começa falando de duas coisas: da sublime relação que Deus deseja ter com suas criaturas e da vergonhosa hipocrisia religiosa. A primeira coisa que chama a atenção é a palavra “Pai”. Ela aparece 10 vezes nos 18 primeiros versículos do capítulo. Nunca antes um judeu tinha chamado a Deus de “Pai”. Pode conferir. Em todo o Antigo Testamento ninguém ousaria ter tamanha intimidade e familiaridade com Deus.
Essa relação de intimidade foi inaugurada por Jesus, que em sua condição humana era o unigênito filho de Deus. Ele foi gerado pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem, e teve em José apenas seu pai legal, não biológico.
E tem mais: no Novo Testamento Deus não é chamado apenas de Pai. Pouco antes de morrer, quando Jesus orava em agonia, o Evangelho de Marcos diz que ele se dirigiu a Deus com a palavra “Aba” que, em aramaico, quer dizer algo como “Papai”. E nas cartas dos apóstolos você aprende que todo aquele que crê em Jesus pode agora chamar a Deus de “Pai”.
Deus estende essa relação de intimidade e parentesco a todo aquele que recebe a Jesus, e apenas a esses. Ouça com atenção o que diz o primeiro capítulo do Evangelho de João a respeito de Jesus:
“Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus” (Jo 1:11-13). Você é filho de Deus? Já nasceu de novo? Já creu em Jesus?
Agora vem o contraste: Jesus expõe a hipocrisia do homem religioso, que dá esmolas e faz orações para ser visto e elogiado pelos homens. Segundo Jesus, esse já recebeu sua recompensa. Qual? Oras, ser visto e louvado pelos homens. O que ele está dizendo é que alguém assim deve se dar por satisfeito por receber o que procurava. Nada mais.
Esmolas e orações são coisas tão boas quanto as muitas árvores frutíferas que Deus plantou no Jardim do Éden para Adão e Eva se alimentarem. O que aconteceu? Eles comeram da única árvore que Deus ordenou que não comessem. Foi a origem do pecado, da rebelião do ser humano contra o Criador. Quando viram o erro que cometeram, tentaram se esconder de Deus entre as árvores do pomar. O homem religioso é assim: tenta se esconder de Deus entre as próprias coisas que Deus aprova, como esmolas e orações. Tenta disfarçar, fingir, encobrir seu pecado. O nome disso? Hipocrisia.
Cristo Jesus veio ao mundo salvar pecadores, e são pecadores que Deus procura: pecadores! Se você continuar se escondendo atrás de sua religião, de suas boas obras e orações para parecer que não é um pecador, como espera ser encontrado e salvo por aquele que busca por pecadores?
Vamos lá, se exponha, se abra, escancare seu coração para Deus, confesse a ele quem você realmente é e creia em Jesus como seu Senhor e Salvador. Só falta isso para você ser chamado de filho de Deus e poder olhar para Deus e dizer: “Pai”. Como Jesus ensinará você a fazer nos próximos 3 minutos.
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Pai Nosso
Orar é se reconhecer fraco, incapaz e dependente de Deus. Nada disso o agrada, pois desde criança você foi ensinado a ser independente e, quando adulto, passou a consumir livros de autoajuda. Orar é ir contra essa tendência natural; é a negação da autossuficiência.
Jesus ensina que orar não é ficar repetindo palavras como fazem os pagãos. Não é entoar sons hipnóticos como os mantras tibetanos ou usar de palavras mágicas ou fórmulas secretas para liberar algum tipo de energia cósmica. A oração não é o Shazam ou Abracadabra do cristão. Orar é comungar com Deus nossas necessidades, sentar-se ao lado dele e conversar sobre elas.
Mas por que orar se Deus sabe de antemão o que precisamos ou vamos pedir? Porque ele quer enxergar dependência em nós e porque gosta quando conversamos com ele. Deus é bom ouvinte. Orar é fazer o caminho inverso de Adão e Eva no Éden. Eles quiseram ser independentes de Deus, autossuficientes e donos de seus próprios destinos. A oração nos coloca de volta em nosso devido lugar.
Antes de ensinar a oração conhecida como “Pai Nosso” Jesus condenou a mera repetição de palavras, portanto o “Pai Nosso” não é uma oração para ser repetida. Trata-se de um modelo de como devemos orar. Não é “o que”, mas “o como”.
Primeiro vem o reconhecimento da posição que Deus ocupa, no céu — acima de nós — e de sua santidade, palavra que significa separação do mal. Equivale reconhecer que os nossos interesses particulares podem não ser os interesses de Deus, que vê o cenário todo de cima e sabe o que é melhor para nós.
Esta é a razão da expressão “venha o teu reino” e não o contrário. Os interesses do céu devem prevalecer sobre os da terra. Primeiro reconhecermos o que Deus é, e que ele tem a primazia. Depois pedimos para o suprimento das necessidades físicas e de proteção, intercalados com um pedido de perdão.
Esse perdão não é o perdão judicial de nossos pecados, que recebemos por graça e pela fé em Jesus. Aqui é uma espécie de perdão parental. É a condição momentânea para recebermos o que pedimos. É como se o seu pai dissesse: “Meu filho, você não vai ganhar a bicicleta enquanto não fizer as pazes com sua irmãzinha”.
Mas como perdoar? Com o perdão de quem já foi perdoado. Aí sim, o perdão judicial, absoluto. Para entender melhor isso, veja como o apóstolo Paulo coloca o perdão em sua Carta aos Colossenses: “Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl 3:13). Do ponto de vista judicial, só consigo perdoar porque fui perdoado.
Você já foi perdoado de todos os seus pecados? Esse perdão pleno e absoluto só é possível porque Jesus morreu em seu lugar e ressuscitou para sua justificação. A primeira coisa que Deus quer lhe dar é o perdão, portanto esta é a primeira coisa que você deve pedir, se ainda não tem a certeza de ter sido completamente perdoado.
Nos próximos 3 minutos você vai conhecer o mapa do tesouro.
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Tesouros
“Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6:24), disse Jesus, “pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6:21). Onde está o seu tesouro?
Tesouro é qualquer coisa que a gente deseja mais que tudo; é a prioridade e razão de viver. Toda pessoa tem um tesouro ou está em busca de um. Pode ser dinheiro, família, relacionamentos. Como saber se é um tesouro? Se você achar que não pode viver sem algo, ou que só vai ser realmente feliz se o conseguir, então esse é o seu tesouro.
Pode ser algo tão banal quanto emagrecer e melhorar de aparência. Já ouviu falar de pessoas que morreram tentando? Algumas pessoas são capazes de qualquer coisa por um tesouro estético. Já ouviu falar de alguém que matou ou morreu pela pessoa amada? Aquele relacionamento era o seu tesouro, a razão de viver daquela pessoa.
Avalie os seus tesouros no longo prazo e você vai entender o que Jesus quis dizer. Daqui a cem anos você e todas as pessoas que você conhece estarão mortas. Na melhor das hipóteses, se você tiver sido alguém de destaque, farão um monumento seu em alguma praça para sua cabeça virar latrina de pombo.
Quando Jesus usou a expressão “servir a dois senhores” (Mt 6:24) estava falando da relação escravo-senhor, e eu nem preciso lhe dizer como é fácil você se tornar escravo do dinheiro, da carreira e do sucesso. Todas essas coisas podem ser lícitas, mas Deus não quer que sejam o centro e a razão do seu viver. Deus reivindica esse lugar para si.
A diferença é que, quando é Deus quem ocupa esse lugar, você já não é escravo, mas filho de Deus. Todas as outras coisas são conseguidas com esforço, porém o status de filho de Deus você só consegue quando descansa, quando entrega os pontos, quando coloca em sua vida uma daquelas faixas: “Sob nova direção”.
Só em Deus você encontra descanso, porque Jesus fez todo o trabalho. Só em Deus você encontra plenitude, porque… bem, porque ele é Deus! Mas de que Deus eu estou falando? Do único, de seu Criador, daquele que não espera que você faça algo para se salvar, mas providenciou tudo para você poder chamá-lo de Pai. O Deus que enviou o seu Filho ao mundo para morrer para sua salvação e ressuscitar para sua justificação.
Eu não disse que alguém é capaz até de morrer por um tesouro? Por qual tesouro você acha que Jesus deixou o céu para vir a este mundo morrer? Você! E você, qual é o seu tesouro?
Nos próximos 3 minutos descubra quem cuida de você.
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Mais do que aves e lírios
“Observem as aves do céu” (Mt 6:26), disse Jesus. “Vejam como crescem os lírios do campo” (Mt 6:28). Você já viu um passarinho preocupado com suas ações na bolsa de valores ou um lírio na dúvida de que roupa vai vestir? Deus cuida deles, apesar de não terem sido criados à imagem e semelhança de Deus, como eu e você.
Então quer dizer que a gente pode viver livre de compromissos como vivem os pássaros e inconsequentes como crescem os lírios? Não. As comparações param aí. Tanto os lírios como os pássaros vivem para comer, beber e se multiplicarem. E você, vive para quê?
Comer, beber e fazer sexo? Você vale mais do que aves e lírios, e eu realmente não creio que Jesus tenha vindo a este mundo morrer por pardais e bromélias, por mais que sejam criações de Deus. Jesus veio morrer por mim e por você.
É claro que eu e você precisamos trabalhar para ter o que comer, beber e vestir. Desde a queda de Adão toda a terra e a criação viraram uma ruína de dar dó, e enquanto Deus não colocar ordem nisso vamos comer o pão com o suor do rosto.
Ah! Agora você vai dizer que eu cheguei ao “X” da questão, que é graças ao seu próprio esforço que você consegue ter o que tem, supre as necessidades de sua família e paga as contas do celular. Será?
Se Deus tivesse feito você nascer no deserto da Namíbia, você não seria hoje o que é, e nem teria o que tem. Portanto, é bom começar a reconhecer que, apesar de Deus não ser visto no palco de sua vida, ele atua nos bastidores. Afinal, ele é o dono do teatro, o diretor do espetáculo e aquele que tem o poder de baixar a cortina quando bem entender.
“Isso é injusto!” dirá você. “Eu quero dirigir minha vida, eu quero decidir quem sou e o que vou ser, e sou eu quem deve dizer quando devo sair de cena”. Sim, você quer tudo isso, mas a vaga para Deus já foi preenchida. E tem mais: você não é uma ilha, e sua vida acaba influenciando a vida de muitos dentre os bilhões de habitantes do planeta.
Quer ver? Se aquele chinês que você nem conhece tiver feito alguma bobagem na hora de montar esse celular que você tem aí, ele pode falhar quando você mais precisar dele. Portanto, acostume-se com a ideia de que precisamos sim de um diretor geral — precisamos sim de Deus.
Mas a questão aqui é a preocupação com as necessidades básicas. Se você ainda não creu em Jesus para ter sua salvação garantida, comece por esta preocupação, pois não existe uma necessidade mais básica do que garantir o seu destino eterno, o seu futuro. E que futuro!
Jesus diz a você para buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as outras coisas lhe serão acrescentadas. Que lugar ocupa Jesus em sua lista de prioridades? Não é a primeira? Então, neste caso é melhor você se preocupar mesmo.
Nos próximos 3 minutos você irá aprender o que é importante julgar.
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Mau juízo
“Não julguem para vocês não serem julgados”, disse Jesus. O que quer dizer? Que os juízes devem considerar inocente todo bandido? Ou que no próximo jogo não terá mais um juiz correndo no gramado? Não é bem assim.
Por outras passagens da Bíblia você descobre que aqui Jesus condena julgarmos os motivos e intenções das pessoas; tirarmos conclusões por sua aparência, coisas assim.
Evidentemente há coisas que devemos sim julgar, como as coisas que as pessoas dizem ou fazem, especialmente quando o assunto é Deus. Para isso temos uma medida: a Bíblia, a Palavra de Deus.
Então o problema não está no julgamento, mas na viga que temos nos olhos; na incapacidade de enxergar o que é certo ou errado na hora de querer tirar o cisco do olho alheio.
Ninguém deveria querer julgar qualquer coisa sem um padrão ou medida perfeita. Se você não apelar a Deus como o padrão e medida para seu discernimento das coisas e pessoas, acabará adotando o referencial mais conveniente: você mesmo.
E é aí que você começa a julgar os outros até como forma de terapia. Você sempre vai se sentir bem se encontrar alguém pior. Sabe como é… “eu bebo, mas não roubo”, ou “eu roubo, mas não mato”, e por aí vai.
Como o mundo é uma grande feira de vaidade e maldade, o que não falta é gente pior do que você para se comparar. Mas o que acontece se você se comparar com Deus? O que acontece se você se comparar com Jesus? Vai ser péssimo para o seu ego, pois estará diante da perfeição e do homem perfeito.
É por isso que Deus deixa muito claro na Bíblia que todas as pessoas são pecadoras; que todas estão muito longe do padrão, incluindo eu e você. O que fazer? Melhorar? Bem, se você for capaz de lavar carvão e enxugar gelo, pode ir tentando. Deus diz que não vai conseguir coisa alguma se não recomeçar a partir do zero, renascer, nascer de novo. Só que isso também não cabe a você.
Já viu algum recém-nascido se gabando do esforço que fez para nascer? Nem vai ver. Quem nasce não tem qualquer participação no trabalho de parto. O trabalho, a dor, o sangue, é tudo da mãe. Alguém sofreu e correu o risco de morrer para você nascer.
Para nascer de novo não é diferente. Jesus sofreu, morreu e derramou sangue para que você pudesse viver. Não uma mera vida natural, mas uma vida eterna.
Como receber isso? Oras, pedindo a Deus. Ele é bom, ele quer perdoar, ele quer salvar. Qual é o pai que se o seu filho pedir pão lhe dará uma pedra? A resposta a esta pergunta virá nos próximos 3 minutos, quando falaremos de oração.
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A oração
“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mt 7:7-8). Você crê nisto?
É claro que não, pelo menos com sua mente natural, lógica e racional, aquela que veio de fábrica. Não faz sentido, pois sua mente foi feita para funcionar neste ambiente de três dimensões e dentro dos limites de tempo e espaço. Para uma mente assim as coisas que fazem sentido são as que cabem nessas condições.
Agora imagine se você tivesse a perspectiva de Deus, que pudesse enxergar e avaliar as coisas sem as limitações de tempo e espaço; se pudesse avaliar com a perspectiva da eternidade. Se algo acontecesse hoje ou daqui a mil anos, não faria diferença.
É aí que entra a oração. Orar é falar com Deus, é discutir, perguntar, questionar, rogar; é invadir o infinito. Se você ler a Bíblia verá que tudo isso fazia parte das orações dos homens e mulheres de Deus ao longo dos séculos.
Portanto, orar é pedir e ter certeza da resposta, mas de uma resposta da perspectiva de Deus, não da nossa mente estreita. Dou um exemplo.
Moisés liderou os israelitas 40 anos pelo deserto rumo à terra prometida. Mas Deus não permitiu que Moisés entrasse na terra prometida. Só permitiu que a visse de longe antes de morrer, por razões que não vêm ao caso agora.
Aí você vem e diz: “Então que história é essa de pedir e receber, buscar e encontrar, bater e abrir? Moisés não queria entrar na terra prometida?” Sim, queria e Deus atendeu o seu desejo quase mil e quinhentos anos depois. Na passagem dos evangelhos conhecida como “A transfiguração” você vai encontrar Moisés, Elias e Jesus conversando no Monte das Oliveiras, próximo de Jerusalém, bem na terra prometida.
Percebeu? Deus respondeu a oração de Moisés do jeito de Deus, no tempo de Deus e pela perspectiva de Deus. Um pai não dá uma pedra ao filho que pede um pão, mas pode dar mais tarde ou até dar algo melhor. Às vezes crianças pequenas pedem coisas absurdas, e nem sempre convém atendê-las. E de que tamanho você acha que você é diante de Deus?
Portanto, antes de orar, antes de pedir, é preciso ter a perspectiva de Deus, e isso você recebe graças a uma famosa oração não atendida: “Pai… afasta de mim este cálice” (Mt 26:39). Se Deus tivesse atendido a oração de Jesus ninguém teria sido salvo. Ele não teria morrido na cruz, não teria levado os seus pecados e não poderia perdoar e salvar você. Qual seria o seu destino? A morte e a condenação eterna.
Mas Jesus morreu, e agora você pode ter a salvação crendo nele. E pode ter ainda sua mente renovada para enxergar as coisas do ponto de vista da eternidade. Por mais curioso que possa parecer, essa mente larga e ampla você só consegue passando pela porta estreita e andando no caminho apertado, que é o assunto dos próximos 3 minutos.
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A porta estreita
Jesus disse: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mt 7:13). O que é isso? De que porta ele está falando?
Em outras passagens ele diz “eu sou a Porta” e “eu sou o caminho” (Jo 10:9; 14:6). Mas por que a porta é estreita? Porque é preciso fé, disciplina e perseverança para aqueles que já conhecem a Jesus. Para aqueles que não conhecem, a porta é estreita porque é individual. Para ter acesso a Deus você precisa passar sozinho e pela única porta: Jesus.
Não existe outra porta? Existem muitas, mas esta é a única que leva ao Pai. Jesus disse: “Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14:6). Em outro lugar diz que existe “um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1 Tm 2:5). Isso é claro o suficiente para você?
Mas como ele pode dizer isso? Ele pode, porque só ele morreu para levar o nosso pecado; só ele foi capaz de pagar o preço da nossa libertação. E ele ressuscitou.
Os túmulos de Buda, Maomé ou de quaisquer outros grandes líderes religiosos estão cheios de ossos. O túmulo de Jesus está vazio. Mas, é claro que a ausência de ossos não prova coisa alguma. É por isso que nem tudo é baseado em provas. Muitas coisas são baseadas em testemunhas.
A ressurreição de Jesus teve muitas testemunhas, centenas delas. Elas não viram apenas um túmulo vazio, mas conviveram com Jesus ressuscitado durante quarenta dias, antes de ele subir ao céu com um corpo de carne e ossos.
Quando você lê o jornal está acreditando no testemunho que o jornalista apresenta das coisas que ele viu ou de pessoas que ele entrevistou. Notícia é isso, o relato de pessoas que testemunharam um fato. A Bíblia não é só a Palavra de Deus, mas é também um registro de fatos.
Você estava presente quando Cristóvão Colombo descobriu a América? Se você não crer no testemunho dos historiadores, não vai passar de ano na escola. Se não crer no testemunho dos apóstolos não irá crer em Jesus. E se não crer em Jesus…
A porta é estreita e você deve passar por ela sozinho. É uma decisão individual sua. Você não será salvo por pertencer a um grupo, igreja ou religião. Você só será salvo se crer individualmente no Salvador. É algo pessoal. O fato de estar acompanhado de pessoas que foram salvas, que entraram pela porta que é Jesus, não garante nada.
Entre pela porta estreita; dê esse passo de fé, mesmo sem saber o que encontrará do outro lado. Peça a Jesus para perdoar e salvar você. Creia naquele que morreu e ressuscitou por você. Aí sim você poderá andar com Jesus, ou melhor dizendo, andar em Jesus. Sim, porque ele é o caminho, o único caminho. Mas este é o assunto dos próximos três minutos.
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O caminho estreito
Jesus falou da porta estreita do acesso ao Pai, e falou também do caminho estreito, do andar com ele. Mas por que o caminho é estreito? Por acaso Deus quer restringir sua vida, restringir seus movimentos, tolher sua felicidade? Se você acha que ter um relacionamento com alguém é viver engessado, não irá querer seguir a Jesus.
Para entender isso, tire já da cabeça a ideia de que seguir a Jesus é ter no bolso uma lista de coisas proibidas e permitidas. Não é. Seguir a Jesus é ter um relacionamento estreito com ele. Olha aí a palavra “estreito”!
Que tipo de relacionamento você espera de alguém que você ama? Um relacionamento estreito, íntimo, exclusivo. Nada mais normal do que Jesus exigir que você tenha um relacionamento assim com ele.
Quando duas pessoas se amam, uma só tem olhos para a outra, só quer satisfazer a outra, vive exclusivamente para a outra. É por isso que muita gente foge de um relacionamento sério: tem medo de perder a liberdade de solteiro. Mas se você olhar ao redor verá que o mundo não está cheio de pessoas livres; o mundo está cheio de pessoas solitárias, vivendo apenas para si mesmas.
É claro que um relacionamento real acaba tendo seus próprios limites, acaba sendo um caminho estreito. Quando duas pessoas se amam e assumem um compromisso, elas abrem mão de muitas coisas. Para Jesus ter esse tipo de relacionamento com você, ele abriu mão do seu lugar no céu e veio viver, sofrer e morrer aqui por você. Você seria capaz de morrer por ele?
No pacote de um relacionamento saudável você recebe também a possibilidade de precisar engolir o que o outro diz. Tem gente que concorda com apenas algumas partes da Bíblia. Que tipo de relacionamento é esse no qual você concorda apenas com parte do que o outro diz? Neste caso, “o outro” é Deus e o que ele diz é sua Palavra, a Bíblia.
Mas você poderá argumentar que Deus também não concorda com o que você diz. Sim, é claro, ele é Deus, tem uma opinião perfeita e é esta que acabará prevalecendo no final. Mesmo assim ele tem sido paciente com você, pois conhece a natureza humana. Quantas vezes na vida você já mudou de opinião? E ainda quer discutir com o Deus eterno e imutável?
A conversão implica em aceitar a Jesus, não apenas como Salvador, mas também como Senhor, dono e diretor de sua vida. É um relacionamento sim, mas não de igual para igual. Se você acha que pode exigir isso, ainda não entendeu quem é Jesus. Você seria capaz de falar como Tomé, que ao vê-lo ressuscitado, exclamou: “Senhor meu e Deus meu” (Jo 20:28)?
Ah! Sim, eu sei que há muitos que dizem “Senhor, Senhor” e… bem este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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Os falsos profetas
Jesus avisa: “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores” (Mt 7:15). Como saber quem são? Pelos frutos. Árvores boas dão bons frutos; árvores más dão frutos ruins.
Mas cabe um alerta aqui: os lobos são sedutores. Além de vestidos em pele de ovelha eles vão querer vender para você a ideia de que seus frutos são bons. Não foi isso o que o diabo fez com Adão e Eva?
Deus tinha avisado que comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal era morte certa. Satanás insinuou que Deus estava escondendo deles a melhor parte. O resultado não poderia ter sido pior: Adão e Eva foram atraídos pela cobiça dos olhos, pela cobiça da carne e pela soberba da vida.
E os lobos travestidos de ovelhas, o que oferecem? Aquilo que apela para a ganância da carne, dos olhos e do orgulho. Se você sair pelas ruas convidando pecadores a se arrependerem de seus pecados e a crerem em Jesus para receberem a vida eterna, quantas pessoas você acha que vai conseguir atrair? Mas, se sair por aí prometendo saúde física, financeira e sentimental, irá atrair uma multidão.
Jesus curou e alimentou multidões, mas o Evangelho de João diz que “muitos viram os sinais miraculosos que ele estava realizando e creram em seu nome. Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos” (Jo 2:23). Em outra parte ele reclamou que as pessoas iam atrás dele por causa do pão! E você, está atrás de Jesus por quê? Para ter saúde física, dinheiro e sorte no amor? Se for assim você será presa fácil dos lobos.
Para todo vigarista existe alguém com o mesmo motivo: lucro fácil. Quem compra o bilhete supostamente premiado do estelionatário não é diferente daquele que vende. “Um bilhete de um milhão e só pago mil? Eu quero!” Por causa da cobiça acaba caindo no golpe. “O pregador diz que se eu der mil a ele Deus vai me dar um milhão? Eu quero!” Percebeu a semelhança?
Antes que você caia nessa conversa, Jesus avisa que nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor” é genuíno. Dizer que o pregador é cristão ou evangélico não garante nada. E Jesus revela que um dia dirá de pessoas que pregam, curam e expulsam demônios em nome dele que nunca as conheceu.
Mas se os próprios discípulos faziam tudo isso, como distinguir o falso do verdadeiro? Bem, Judas fazia tudo isso, mas estava de olho mesmo era no dinheiro. Por acaso é dinheiro que o pregador pede e oferece? Desconfie.
Desconfie também de você. Sim, de seus motivos. O que atrai você a Jesus? O peso de seus pecados e a preocupação com seu destino eterno? Ou será que quer uma solução mágica para conseguir uma mansão com carro importado na garagem?
Quem está de olho na eternidade vai querer uma mansão no céu, não aqui. Porque a mansão lá é eterna, construída sobre a Rocha, e as mansões daqui são passageiras, construídas sobre a areia. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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A Rocha
Onde você está construindo sua casa — sua vida —, na rocha ou na areia? Jesus compara aquele que lhe dá ouvido, que coloca em prática o que ele diz, ao homem prudente, que constrói sua casa sobre a rocha. E a Rocha é ele próprio, Jesus.
Muita gente acha as palavras de Jesus bonitas e motivadoras, mas quantos realmente o levam a sério? Não basta você escutar as palavras de Jesus, é preciso crer nele como Salvador e aplicar essas palavras à sua própria vida.
É comum encontrar nos lares e nas empresas uma Bíblia aberta em algum trecho bonito. Será a Palavra de Deus o alicerce de quem vive ou trabalha ali, ou é apenas um objeto de decoração? Ou, talvez, algum tipo de amuleto para espantar a má sorte e trazer prosperidade?
Quem realmente crê em Jesus irá fundamentar toda a sua vida nele e em sua Palavra. Ele é a Rocha eterna, o único terreno seguro no temporal. Construir sua vida sobre qualquer outro alicerce é ser insensato, como o que constrói sobre a areia. Quando vem o tsunami não sobra nada.
Uma construção sólida exige a sondagem do terreno, ensaios de resistência do solo e perfurações em busca da rocha onde o alicerce possa se apoiar. Você já fez esse tipo de pesquisa em sua própria vida? Você já se questionou para saber se está construindo sua vida sobre uma base que irá permanecer no final?
Outro dia viajei ao lado de um homem muito rico. Durante o voo ele falava de negócios de milhões, e contou que tinha terminado de construir uma mansão e já tinha comprado um terreno para construir outra maior, no ponto mais alto do condomínio. Segundo ele, precisava gastar enquanto estava vivo, pois após a morte ele não fazia ideia de onde iria estar.
Procurei dizer a ele que Deus queria que ele conhecesse o seu destino eterno, mas ele imediatamente mudou de assunto, dando a entender que não estava nem um pouco interessado. O importante para ele era viver o aqui e agora.
Não perguntei, mas tenho certeza de que, antes de embarcar naquele voo, ele conferiu a passagem mais de uma vez, verificou o número do portão de embarque e ficou atento aos avisos e chamadas para o voo Tudo isso para não perder um voo de pouco mais de uma hora. Mas quando o assunto era sua vida inteira… Quanta imprudência!
E você, já verificou se está no voo certo? Você está atento aos avisos da Palavra de Deus? Tem sua vida firmada na Rocha que é Jesus? Eu e você precisamos dar atenção ao que Jesus diz. Afinal, somos leprosos por natureza, como o homem dos próximos 3 minutos.
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O leproso
Jesus inicia o seu ministério de curas e milagres para provar suas credenciais. Israel esperava pelo Messias, e Deus queria mostrar que Jesus era o prometido, aquele que tinha poder sobre as enfermidades, a morte e os elementos.
A primeira cura é a do leproso, o que tem grande significado para nós porque a lepra, na Bíblia, é uma figura do pecado. Nascemos pecadores, e se você quiser receber qualquer coisa de Deus deve começar pela cura de seu pecado para ser salvo.
Isso só é possível porque Jesus morreu em seu lugar para sofrer a pena que você deveria sofrer no lago de fogo por toda a eternidade. Ele substituiu você no juízo divino, ressuscitou e agora todo aquele que crê nele como Salvador recebe a vida eterna. De graça.
A lepra deixa a pessoa insensível à dor, por isso o leproso acaba se ferindo o tempo todo sem perceber. Um simples sapato apertado pode causar uma ferida grave sem que o leproso perceba, e a infecção pode levar à amputação ou até à morte por gangrena. O pecado também é assim: nos torna insensíveis e indiferentes às suas graves consequências A Bíblia diz que, com o pecado, a morte entrou na Criação e todos pecaram.
A primeira coisa que o leproso desta passagem do Evangelho de Mateus faz é se ajoelhar e adorar a Jesus. Ora, isso era algo inconcebível para um judeu, que desde criança aprendia que homem algum devia ser adorado, só Deus. Mas aquele homem, Jesus, era Deus.
Se você quer ser perdoado, quer ser purificado de seus pecados, comece reconhecendo quem Jesus realmente é: Deus manifestado em carne. Depois, faça como o leproso, peça para ele purificar você de seus pecados.
Quando o leproso pede por purificação, Jesus faz algo inconcebível na religião judaica: ele toca o leproso. No judaísmo quem tocasse um leproso era contaminado, recebia em seu corpo a lepra do enfermo.
Jesus fez isso por mim e por você na cruz. Ele não apenas nos tocou, mas recebeu sobre o seu corpo todos os nossos pecados, morreu e ressuscitou para nos purificar e justificar. Se você espera de Deus algum milagre, comece por este: reconheça-se impuro, enfermo e pecador, e peça por purificação. Reconheça que Jesus é Deus, prostre-se diante dele, confesse a ele os seus pecados, peça perdão, peça a salvação. Ele quer salvar você.
Ele irá tratar você como tratou o leproso. Mesmo que você não o veja e nem sinta qualquer coisa, você será tocado por ele. Com o servo do centurião romano foi assim. Ele não viu a Jesus, não sentiu seu toque, e mesmo assim foi curado à distância. É o que acontece nos próximos 3 minutos.
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O servo do centurião
Ao entrar na cidade de Cafarnaum, um centurião romano — um comandante das tropas romanas que tinham invadido a Judeia — vem ao encontro de Jesus para pedir-lhe um favor. Isso equivalia a um comandante nazista pedir um favor a um francês na França ocupada pela Alemanha na 2ª Guerra.
A prontidão de Jesus em acatar o pedido mostra o quanto ele está acima de qualquer ideologia política. Muito sangue foi derramado em dois mil anos de história da cristandade por cristãos que quiseram conquistar o poder político neste mundo. Jesus não se opõe a César, o invasor romano. Ele não veio conquistar um território, mas salvar pessoas. O inimigo não é o imperador romano, o inimigo é o poder das trevas, Satanás.
O favor que o romano pede é que Jesus cure seu servo. “Eu irei”, diz Jesus (Mateus 8:7). A reação do centurião surpreende. Primeiro ele diz que sua casa não é digna de que Jesus entre nela. Se você se considera digno de receber a visita de Jesus, ainda não entendeu quem ele é.
As religiões costumam ensinar que Deus só pode fazer algo por você se você fizer algo por ele. Você já ouviu coisas do tipo, “Quer que Deus entre em sua vida? Então deixe de pecar, procure ser uma pessoa melhor, abandone seus vícios e aí Deus irá entrar em sua vida”. Ora, isso é o mesmo que chamar o pedreiro depois de terminada a reforma!
Se o centurião tivesse tentado fazer sua casa digna de receber a Jesus, seu servo teria morrido. Ninguém é digno de receber a Jesus na condição em que se encontra. É ele quem deve fazer a reforma; é ele quem começa curando esse paralítico atormentado que mora dentro de você. Todos nós somos pecadores, paralíticos e incapazes de mover uma palha por nossa salvação. Exatamente como o centurião e seu servo.
O comandante romano reconhece o poder e a autoridade da palavra de Jesus, o Verbo de Deus. Bastaria ele dizer uma palavra e seu servo seria curado. Ele reconhece a Jesus como Senhor, alguém que tem poder e autoridade.
Nem entre os judeus Jesus havia encontrado tamanha fé. Depois de séculos de privilégio por conhecerem o Deus único e verdadeiro, muitos judeus estavam condenados às trevas por sua incredulidade. Jesus diz: “Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé” (Mt 8:10). Será que hoje ele diria, ao falar de um pagão, “Não encontrei na cristandade ninguém com tamanha fé?”.
Na mesma hora o servo do centurião é curado. No exato momento em que você crê em Jesus como seu Senhor e Salvador, você é salvo. Imediatamente. Não é um processo, uma evolução — é um milagre. Você é perdoado de todos os seus pecados, livre da condenação, pronto para entrar no céu.
Mas, se quem crê está pronto para entrar no céu, por que não é levado imediatamente para lá? Qual a razão de ser deixado neste mundo de sofrimento e dor? Oras, porque… bem, este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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Salvo para servir
Você não obtém a salvação por alguma espécie de evolução espiritual, como alguns querem acreditar. Lembre-se de que a ideia básica da teoria da evolução é a da sobrevivência do mais apto, do mais forte. Em outras palavras, segundo os evolucionistas nós só chegamos ao estágio em que estamos porque o mais forte comeu o mais fraco e prevaleceu.
Não existe nada mais contrário à essência do evangelho. Este anuncia que o mais forte, o Filho de Deus, se fez fraco, se fez carne, se fez servo e se deixou pregar numa cruz por suas próprias criaturas. Depois de atingir o estágio mais baixo a que um ser humano poderia chegar — a morte — Deus o ressuscitou e o exaltou acima de todos os céus.
Jesus representa assim o que Deus faz com os piores, não com os melhores. O apóstolo Paulo explica, em sua Primeira Carta aos Coríntios, que Deus não escolheu os mais aptos, os mais fortes, ou os mais inteligentes. Deus escolheu salvar a escória deste mundo, os loucos, os fracos, os perdedores, os pecadores, os enfermos da alma. Assim toda a glória da salvação fica para Deus, não para o salvo.
Afinal, esta é a essência da graça. Deus pega o inútil e incapaz e o salva. Mas salva de quê? Do pecado. Salva para quê? A história da cura da sogra de Pedro nos dá a resposta.
Prostrada com febre numa cama, a sogra de Pedro nada pode fazer por si mesma, por Jesus ou por sua família. Jesus vem, a toca e ela fica curada. O que acontece em seguida é digno de nota: “Ela se levantou e começou a servi-lo” (Mt 8:15).
Aí está a resposta. Somos salvos para servir, e não o contrário. A religião humana diz que você deve servir, deve trabalhar e se esforçar para receber a cura para sua alma, o perdão de seus pecados. A Bíblia ensina que nada podemos fazer, a não ser deixar que Jesus nos toque e nos tire do estado de prostração no qual o pecado nos colocou.
Mateus continua dizendo que ao anoitecer foram trazidos a Jesus muitos endemoninhados e enfermos, e ele curou a todos. Ao fazer isso ele cumpria o que disse o profeta Isaías: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças” (Mt 8:17). Algum tempo depois ele iria levar sobre si, na cruz, os nossos pecados e ser castigado ali por cada um deles.
Agora ao crer em Jesus como seu Salvador você é curado de seus pecados, purificado e fica pronto para o céu. Por que você continua aqui? Para servir e seguir a Jesus. Para servir de testemunho a homens e anjos daquilo que Deus pode fazer com pecadores perdidos como eu e você.
Mas como seguir a Jesus? A resposta está nos próximos 3 minutos.
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A prioridade
Duas pessoas querem seguir a Jesus: um escriba, que é um entendido da lei e da religião judaica, e um discípulo. Provavelmente eles tenham ficado entusiasmados com os milagres e curas que viram e desejam estar sempre ao lado de Jesus. O primeiro diz: “Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores” (Mt 8:19).
Veja que ele está afirmando que irá seguir a Jesus, e não perguntando se pode segui-lo. Também não está expressando um desejo do tipo “Quero te seguir”. Não, ele está dizendo “Eu te seguirei por onde quer que fores” (Mateus 8:19). Não seria isso excesso de autoconfiança? Creio que sim. Considerando que nunca mais ouvimos ouvir falar desse escriba nos evangelhos, é provável que toda aquela disposição tenha morrido literalmente na praia. Sim, eles estavam à beira do Mar da Galileia.
A autoconfiança é muito valorizada em nossa sociedade, mas Deus abomina tal comportamento por trazer em seu bojo coisas como independência, autossuficiência e vontade própria. No capítulo 15 do Evangelho de João, Jesus diz: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” e o apóstolo Paulo acrescenta: “É Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Jo 15:5; Filipenses 2:13). Portanto, nas coisas de Deus, tudo o que começa com “auto” está fora: autoconfiança, autodeterminação, autoajuda, autossuficiência, e por aí vai.
Jesus mostra ao escriba que ele não tem ideia do que está pedindo. Seguir a Jesus é despachar a bagagem para o céu e viver aqui na expectativa do embarque. As raposas podiam ter sua toca e as aves os seus ninhos, mas para Jesus este mundo não é uma morada definitiva e nem um lugar de descanso. Tampouco é este o destino final do cristão ou um lugar para se acomodar.
O outro homem quer seguir a Jesus, mas tem outra prioridade. “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai” (Mt 8:21). Seu problema está na prioridade, na palavra “primeiro”. Jesus pede que o discípulo o siga e deixe os mortos sepultarem os mortos. Além da lição sobre prioridades ele ensina outra coisa: neste mundo há duas classes de pessoas, as que estão ocupadas com Jesus, aquele que dá vida, e as que se ocupam com as coisas mortas.
Qual destes dois homens é você? O escriba autoconfiante que espera uma vida fácil seguindo a Jesus, ou o homem cuja prioridade é outra e não Jesus? As intenções podem ser boas, mas é preciso entender que Jesus deve ser o começo, meio e fim da vida do cristão. Deve ser o motivo e o objetivo. Não é com autoconfiança que você segue a Jesus, mas com a confiança que vem do alto. Caso contrário, basta vir uma tempestade e… bem, este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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A tempestade
Vimos Jesus exercer seu poder e autoridade sobre as enfermidades do leproso, do servo do centurião e da sogra de Pedro. Mesmo assim, quando lemos do diálogo dos dois homens que querem segui-lo aprendemos onde realmente está a resistência: no coração do ser humano. Para Deus não existe doença mais mortal que a autoconfiança e o orgulho de achar que você é capaz de fazer as coisas em sua própria energia. Não existe doença pior do que a crença em si mesmo e a incredulidade em Deus.
Agora é hora de Jesus provar seu poder sobre os elementos da natureza, e ele faz isso até dormindo. Anoitecia quando o barco com Jesus e seus discípulos começou a travessia do Mar da Galileia que é, na realidade, um imenso lago de água doce. No meio do caminho uma forte tempestade se abate sobre o barco, que parece prestes a afundar. Os discípulos estão desesperados. Jesus dorme.
Acordado por eles, Jesus repreende primeiro a falta de fé deles, depois os ventos e as ondas do mar. Deve ter sido mais fácil acalmar a tempestade do que os discípulos. Eles estão surpresos com tamanha demonstração de poder sobre os elementos da natureza. Não deveriam se surpreender. Se realmente conhecessem quem era aquele que dormia no barco teriam ficado mais surpresos por saber que, mesmo dormindo, ele estava no controle da situação. A fé não precisa enxergar as circunstâncias mudarem; a fé precisa apenas de Jesus no barco.
Afinal, a Bíblia diz que ele é o criador de todas as coisas: do vento, do mar, da madeira do barco e de seus passageiros. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1:3), é o que diz o primeiro capítulo do Evangelho de João. A Carta aos Hebreus diz que ele sustenta “todas as coisas por sua palavra poderosa” (Hb 1:3).
Você já convidou o Criador e Mantenedor do Universo para entrar no seu barco? Você já creu nele como seu Senhor e Salvador? Já reconheceu que ele morreu na cruz e sofreu a pena que você deveria sofrer? Você dá mais valor a Jesus do que aos porcos? Porcos?! Que porcos? Os habitantes da região de Gadara tinham porcos, muitos porcos. Deviam ser bons, porque eles achavam que os porcos valiam mais que Jesus. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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Demônios e porcos
Após Jesus ter apaziguado a tempestade o barco chega ao outro lado do Mar da Galileia Aquele que mostrou ter poder sobre as enfermidades e os elementos da natureza vai mostrar que tem poder e autoridade sobre mais de dois mil demônios. Demônios são seres espirituais que se rebelaram contra Deus muito antes da criação dos seres humanos. O motivo? Orgulho, independência, autossuficiência — as mesmas coisas que nos fazem passar longe de Deus.
A diferença que existe entre esses seres e os homens é que Deus criou esses seres e seu número permanece o mesmo. Anjos e demônios não procriam, multiplicam ou morrem. Os que você encontra na Bíblia são os mesmos que sempre estiveram por aí. Por não terem sido vítimas de um estímulo ou tentação externa, como aconteceu com Adão e Eva que foram tentados por Satanás travestido de serpente, e também por não morrerem, não há perdão ou salvação para esses seres espirituais que pecaram. Mas para os seres humanos há.
Ao contrário do que você vê nos gibis e filmes, os demônios não moram no inferno. Eles estão por aí circulando entre o céu e a terra e se opondo a tudo o que é de Deus. Deus quer salvar? Os demônios querem destruir. Deus quer libertar? Eles querem escravizar. Deus quer aliviar? Eles querem transtornar.
Mas os demônios não apenas influenciam ou prejudicam os seres humanos. Eles podem também dominar as pessoas e até invadir seus corpos, como é o caso daqueles dois homens possessos que Jesus encontra assim que desembarca na região de Gadara. Dois mil demônios tinham tomado posse daqueles homens que viviam loucos e transtornados em meio aos sepulcros.
Os demônios imediatamente reconhecem Jesus como o Filho de Deus e o adoram. Perguntam a ele por que veio incomodá-los antes da hora. Sim, pois haverá um dia quando os demônios serão lançados no abismo e Satanás e seus anjos serão condenados ao lago de fogo, preparado originalmente para eles e não para os homens.
Jesus liberta aqueles dois homens expulsando os demônios e permitindo que estes entrem em mais de dois mil porcos que pastavam no local. Os porcos, possessos e enlouquecidos, jogam-se do despenhadeiro e se afogam no mar, confirmando a vocação dos demônios, que é de matar e destruir.
Agora os dois homens libertos encontram-se em seu perfeito juízo e conversam com Jesus, enquanto os que cuidavam dos porcos correm à cidade para contar o que tinha acontecido. A população do lugar vem imediatamente ao encontro de Jesus, não para celebrar ou agradecer a ele por duas vidas salvas, mas para lamentar a perda de dois mil porcos. Antes que a presença de Jesus cause um prejuízo maior, eles pedem que ele vá embora.
Você provavelmente fará o mesmo se der mais importância aos porcos do que a Jesus. Mas, enquanto alguns se agarram a seus porcos, outros fazem o possível e o impossível para levar um amigo doente a Jesus para ser libertado. Mas esta história eu vou contar nos próximos 3 minutos.
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O paralítico
Nos últimos 3 minutos você viu Jesus demonstrar ter poder sobre os seres espirituais, o mar e os ventos. Agora ele vai revelar que conhece os pensamentos das pessoas e tem autoridade para perdoar pecados. Você ainda tem dúvidas de que estamos diante do Filho de Deus encarnado?
Os amigos do paralítico fazem das tripas coração para levar o enfermo até Jesus. São obrigados a descer a maca com o enfermo por uma abertura no telhado, de tanta gente que se aglomera à porta da casa onde Jesus está. Jesus vê a fé deles — dos amigos e do paralítico — e… cura o homem? Ainda não. Primeiro ele perdoa seus pecados. Isso mesmo, ele diz: “Seus pecados estão perdoados”. Diante disso alguns religiosos judeus pensam consigo mesmos: “Este homem está blasfemando!” (Mt 9:2-3). Jesus lê seus pensamentos e cura o paralítico para mostrar que tem poder tanto para curar como para perdoar pecados.
Por que os judeus consideram blasfêmia perdoar pecados? Porque só Deus pode fazer isso. Agora preste atenção na reação das pessoas. A multidão fica maravilhada quando vê o paralítico andar, mas isso não aconteceu quando Jesus fez o mais importante: salvar aquele homem perdoando seus pecados.
É assim mesmo. Ficamos impressionados com aquilo que é visível, mas a pessoa que realmente crê em Jesus se ocupa com o mundo invisível, aquele que não depende dos olhos, mas da fé. Pregadores que prometem saúde, prosperidade e sorte no amor são extremamente populares. O que pouca gente percebe é que saúde, prosperidade e relacionamentos afetivos têm data de validade, enquanto o perdão dos pecados não. Este é eterno.
Quando a tecnologia permitiu ao homem explorar o mundo submarino descobrimos que existe muito mais vida na água do que fora dela. Quando a fé olha para o invisível enxerga as coisas que são realmente importantes. Vivemos preocupados com o que é aparente e julgamos segundo as aparências.
Por exemplo, você iria querer ser visto por aí acompanhado de ladrões, corruptos e prostitutas? Eram pessoas assim que Jesus atraía e continua atraindo. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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Publicanos e pecadores
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus perdoar os pecados de um paralítico e depois curá-lo. A multidão se maravilhou com o milagre visível da cura, mas o milagre invisível do perdão dos pecados e da salvação daquele homem só gerou indignação entre os religiosos. Afinal, só Deus pode perdoar pecados.
Mateus, o autor do evangelho, é um pecador. Ele sabe disso, tem convicção. Afinal, ser um publicano ou coletor de impostos em seus dias significa ter uma das profissões mais odiadas. Publicanos são conhecidos por cobrarem impostos injustos, se aproveitarem do cargo para o enriquecimento ilícito e são também considerados traidores: trabalham para o inimigo, o invasor romano.
Jesus vê na coletoria, o chama, e deixa tudo para segui-lo. Muitos escutam este convite, mas poucos estão dispostos a embarcar na aventura de um relacionamento pessoal com o Filho de Deus, aquele que veio chamar pecadores e tem autoridade e poder para perdoar pecados.
Mateus prepara um banquete para Jesus em sua casa e convida seus amigos, obviamente publicanos como ele e outros de reputação duvidosa. “Por que o mestre de vocês come com publicanos e ‘pecadores’?” (Mt 9:11), perguntam os religiosos judeus aos discípulos. Para os religiosos, que não se misturavam com gente daquela espécie, algo assim é inconcebível.
“Não são os que têm saúde que precisam de médico” — é o que eles escutam Jesus dizer — “Eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mt 9:12-13). A mensagem é clara. Muitos tipos de câncer tem cura quando diagnosticados a tempo, mas para quem ignora a doença, não tem cura. O mesmo acontece com o pecado.
Jesus tem mais a dizer àqueles religiosos que se consideram melhores do que os outros por viverem segundo os preceitos de sua religião: “Desejo misericórdia, não sacrifícios” (Mt 9:13), diz ele. E Deus só pode exercer sua misericórdia, que é infinita, quando encontra um pecador convicto.
Assim como fez com, Jesus chama por aquele que sabe que não tem um átomo sequer de bondade para oferecer a Deus em troca do perdão de seus pecados. Alguém que sabe que nenhum sacrifício vindo de si mesmo poderá salvá-lo, pois o único sacrifício eficaz Deus já providenciou: a morte de seu Filho na cruz para pagar pelos nossos pecados.
Aqueles religiosos fariseus jamais iriam entender a misericórdia e a graça de Deus enquanto considerassem que a salvação era por mérito, pela guarda da lei, de preceitos e de mandamentos. Tentar misturar as coisas seria como fazer remendo de pano novo em vestido velho. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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Vinho novo
Aquele que nos últimos 3 minutos foi questionado quanto à sua idoneidade por comer com corruptos e pecadores, agora revela mais um lampejo de quem ele realmente é: o Noivo.
Quando alguns indagam por que os discípulos de João Batista jejuam e seus discípulos não, Jesus estabelece uma distinção clara entre o passado e o presente. Não faz sentido os convidados do noivo jejuarem enquanto o noivo está com eles. A mensagem para qualquer bom entendedor judeu é clara. No Antigo Testamento Deus é chamado de noivo. Aqui Jesus anuncia também sua morte: viria um dia quando o noivo seria tirado. Isso mostra que sua morte não foi um acidente da história, mas algo que fazia parte de um plano maior.
As pessoas precisam entender que até João Batista vigorou uma forma de Deus tratar com o homem. Até ali o homem foi testado sob a lei dada a Moisés, e ficou claro que ninguém seria capaz de ser salvo obedecendo aos mandamentos. Jesus, o Filho de Deus, era o único capaz de obedecer, e ali estava ele prestes a trocar de lugar conosco. Ele se colocaria no lugar que nós merecíamos estar — sob o juízo de Deus e na morte — e nos colocaria no lugar de onde veio e onde não merecíamos estar: o céu.
Mas não seria possível receber isso misturando a velha forma de Deus tratar com o homem — a Lei do Antigo Testamento — com a nova — a graça ou favor imerecido. Não seria possível tentar ser salvo por boas obras quando Deus queria salvar por graça, independente da conduta ou boas obras. Tentar misturar as coisas seria como costurar remendo de pano novo em vestido velho. O rasgo ficaria ainda maior. Ou guardar vinho novo, ainda fermentando, em sacos de couro velho, que já não tinham elasticidade.
Não é justamente isso que as religiões cristãs tentam fazer emprestando coisas do Antigo Testamento? Não emprestam apenas a ideia da salvação pela obediência aos mandamentos, mas também elementos exteriores do culto a Deus. Você não encontra na doutrina dos apóstolos, revelada em suas cartas, coisas como templos, clero e sacerdotes fazendo o meio de campo entre Deus e os homens, usando colarinhos e vestes distintas para se diferenciarem daqueles a quem chamam de “leigos”. Você também não encontra altares, incenso, rituais… a lista é interminável. Leia as cartas dos apóstolos e verá que existe uma diferença enorme entre o que os primeiros cristãos faziam e esse cristianismo fantasiado de judaísmo que existe por aí.
A diferença entre a salvação por boas obras e a graça — entre judaísmo e cristianismo — é tão grande quanto a diferença entre a morte e a vida. E Jesus está a ponto de demonstrar todo o seu poder trazendo uma menina morta de volta à vida. Nos próximos 3 minutos.
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A menina e a mulher
Nos últimos 3 minutos você viu que é uma insensatez tentar misturar lei e graça, judaísmo e cristianismo, salvação por obras e por fé. É o mesmo que colocar remendo de pano novo em vestido velho ou vinho novo em odres velhos.
Agora Jesus vai se encontrar com duas pessoas, uma velha e outra nova, e irá curar as duas. Uma é menina, de doze anos, filha de um líder religioso, e ela está morrendo. Mas os líderes religiosos não se opunham a Jesus? Sim, a maioria deles. Mas este, com sua única filha à morte, é um exemplo claro de como mudamos de opinião quando a água bate no queixo.
Alguém disse que não existem ateus nos campos de batalha e que as últimas palavras do mais convicto piloto ateu, gravadas na caixa preta do avião prestes a se espatifar no solo, são sempre as mesmas: “Meu Deus!”.
Enquanto caminha em direção à casa da menina que viveu saudável por doze anos e acabou surpreendida pela morte, uma mulher que há doze anos sofre de uma hemorragia aproxima-se de Jesus. Não importa se você é jovem e saudável, a morte sempre está à espreita. E ainda que ela não chegue de forma precoce, como no caso da menina, todos os dias você perde um pouco de vida, como o sangue que se esvai daquela mulher. Ambas precisam de Jesus.
A mulher acredita que basta tocar nas vestes de Jesus para ser curada. Faz isso por trás dele, sem perceber que ele já percebeu. Jesus percebe a mais leve manifestação de fé, a mais vacilante aproximação, o mais singelo toque. Ele se volta para a mulher e diz aquilo que todo ser humano devia desejar ouvir: “Ânimo, filha, a sua fé a curou!” (Mt 9:22). Algumas traduções trazem “a sua fé a salvou”.
Ao chegar à casa da menina dada como morta, Jesus diz que ela apenas dorme. A morte não é morte quando você tem Jesus ao seu lado. As pessoas no velório riem dele. Enquanto você não tocá-lo com fé, também irá rir dele, sem perceber que sua vida está se esvaindo como uma hemorragia. Enquanto você não deixar que Jesus lhe pegue pela mão, como fez com a menina morta, continuará zombando, ignorando que espiritualmente você já morreu.
“Menina, eu lhe ordeno, levante-se!” (Mc 5:41). Ah, nada como uma ordem, um comando de Jesus para trazer alguém da morte para a vida. Um dia essa ordem será dada, não apenas a uma menina que voltará a morrer depois, mas a milhões de pessoas que creram e terão seus corpos ressuscitados para viverem para sempre. Você estará entre elas?
Para entender isso é preciso que você peça a Jesus que lhe ajude a enxergar. Como ele faz com os dois cegos dos próximos 3 minutos.
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Vida, visão e testemunho
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus trazer a menina morta de volta à vida. Agora ele vai curar dois cegos e um mudo. A ordem destes eventos traz uma lição para nós.
A Bíblia descreve o homem como espiritualmente morto em seus pecados. Portanto eu e você nascemos insensíveis, incapazes de perceber o peso de nossos pecados ou de avaliar o juízo que pesa sobre nós. Se você ainda não crê em Jesus como seu Salvador, esta ainda é a sua condição: espiritualmente morto É preciso receber a vida de Deus; é preciso você nascer de novo para ter sensibilidade suficiente para perceber sua condição.
A convicção de seus pecados e o arrependimento não vêm de uma grande sacada que você teve ou como resultado de sua espiritualidade. Nem é fruto da comparação que você faz de suas atitudes com uma lista de leis e mandamentos, mesmo porque muita gente nem considera pecado aquilo que a Bíblia diz ser. A convicção genuína só acontece por obra do Espírito Santo e por meio da vida que você recebe de Deus.
Os dois cegos pedem a Jesus que tenha compaixão deles e o chamam de “Filho de Davi” (Mateus 9:27). Eles reconhecem que Jesus é o Messias enviado a Israel. O livro do profeta Isaías garantia que o Messias seria capaz de livrar os cegos da escuridão, e é nisso que aqueles dois creem. Primeiro eles precisam crer para depois ver.
Percebe que é exatamente o oposto de ver para crer? Sua salvação também depende de crer para ver. Antes mesmo de você ganhar visão suficiente para compreender a Palavra de Deus é preciso que creia em Jesus como seu Salvador.
Em seguida trazem a Jesus um homem mudo e endemoninhado. O demônio é expulso e o mudo passa a falar. Enquanto a multidão se maravilha, dizendo que nunca viram isso em Israel, os fariseus ficam indignados.
Percebeu a ordem dos eventos? A menina recebe vida, os cegos recebem a visão e o discernimento, e o mudo passa a falar, dando seu testemunho. É preciso nascer de novo, receber de Deus a vida, a salvação e a visão para poder falar das maravilhas que ele preparou para todo aquele que crê. Tudo vem de Deus para que toda a glória seja dada a ele.
Da próxima vez que alguém lhe falar de Jesus, pergunte se essa pessoa tem certeza do perdão dos pecados e da vida eterna. Se não tiver, pode ser que ela acredite que vida, visão e salvação sejam coisas recebidas por esforço próprio. Ela pode achar que o fato de falar de Jesus para outras pessoas conta pontos para ela ser salva. Não conta.
Somente aqueles que receberam de Jesus a salvação pela fé podem falar com convicção para um mundo que mais parece um campo pronto para a colheita. É o que veremos nos próximos 3 minutos.
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Os trabalhadores
Nos últimos 3 minutos vimos como Deus transforma uma pessoa dando a ela vida, visão e salvação, e fazendo dela um testemunho vivo do que Jesus é capaz. Agora ele fala de quão grande é a seara — o campo de sua colheita — e de quão poucos são os trabalhadores. Ele próprio está ativo, pregando as boas novas do Reino em todos os lugares. Mas o que move Jesus? De onde vem esse desejo? De sua compaixão. Ele vê as pessoas aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor.
Alguém que tenha sido salvo por Cristo terá o desejo de compartilhar sua fé, até por um sentimento de compaixão. É claro que há muitos que pregam o evangelho por outros motivos, como dinheiro, poder e para gerar discórdia. Mas não é isso o que você vê em Jesus.
Outros fogem dessa responsabilidade, como fez o profeta Jonas. Deus mandou que ele fosse dizer aos mais de cento e vinte mil habitantes de Nínive que se arrependessem de seus pecados. Jonas foge, embarcando em um navio que vai em direção oposta. Medo? Não, orgulho. Ele quis se preservar para não pagar o mico de um juízo que devia anunciar e podia não acontecer.
Lendo o último capítulo do livro de Jonas você descobre que ele sabia que Deus era misericordioso e deixaria de castigar a cidade se o povo se arrependesse. E foi o que aconteceu. Esse é o Deus justo e misericordioso que você encontra na Bíblia. Justo, porque ele não pode deixar de julgar e condenar o transgressor, como qualquer juiz faria. Misericordioso, porque ele quer salvar, e para isso julgou e condenou seu próprio Filho Jesus à morte em nosso lugar.
Mas algo precisa acontecer antes que Jonas esteja pronto para ser um testemunho, para poder pregar a mensagem que Deus tem para as pessoas de Nínive. Deus envia uma tempestade que coloca em perigo o navio onde Jonas está. Ele reconhece sua culpa e diz aos tripulantes que, se quiserem salvar suas vidas, devem jogá-lo ao mar. Jonas tem ali o mesmo sentimento de Jesus, que preferiu morrer para que nós fôssemos salvos.
No mar Jonas é engolido por um grande peixe, e apesar de isso prefigurar Jesus em sua morte, vale a pena ler o capítulo 2 de Jonas do ponto de vista de alguém que reconhece o seu pecado, clama a Deus por socorro e é salvo. Será que você já passou por isso?
O ventre do grande peixe representa a morte. Ao crer em Jesus, a condenação e a morte dele na cruz ficam valendo para você. É como se você já tivesse morrido e não existisse mais razão para ser condenado outra vez. Alguém que já foi condenado e executado não pode ser executado de novo. Agora sim Jonas está pronto para ser um mensageiro de Deus.
Se você ainda não admitiu ser um pecador; se ainda não assumiu para si a morte de Jesus; se ainda não se reconheceu como estando nele quando Jesus mergulhou no mais profundo e escuro abismo do juízo de Deus, o que exatamente você pretende dizer às pessoas? Que elas precisam ser boas para ir para o céu?
Jesus diz para seus discípulos orarem ao Senhor da seara para enviar mais trabalhadores. É ele quem envia, não uma igreja ou organização missionária, e são pessoas comuns que ele envia, como Pedro, André, Tiago e João. Mas isso você vai ver nos próximos 3 minutos.
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Doze apóstolos
Nos últimos 3 minutos vimos da necessidade de trabalhadores para a seara do Senhor e da ordem das coisas: primeiro crer para depois testemunhar. Agora Jesus escolhe doze apóstolos para uma missão. Apóstolo significa “mensageiro” ou “enviado”. Os doze são tão diferentes entre si que é provável que você se reconheça em algum deles.
Você pode ser como Simão, que recebeu o nome de Pedro. Impetuoso, emotivo e autoconfiante ao extremo. Pedro precisou aprender que podemos chegar ao ponto de negar o Senhor para proteger nossa reputação.
André foi apresentado a Jesus por João Batista e levou seu irmão Pedro ao Senhor. Pessoas assim têm um coração ansioso por encaminhar amigos e parentes ao Salvador.
Tiago, filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer como mártir, seguido depois de muitos outros. Você está disposto a seguir a Cristo mesmo sabendo que milhões perderam a vida nesse caminho?
João, irmão de Tiago, foi o discípulo amado por Jesus, o mais próximo, aquele que se reclinava sobre o seu peito. Foi deixado neste mundo até a velhice para escrever sobre a volta de Jesus.
Filipe, de Betsaida, foi quem levou Natanael a Jesus de Nazaré. Ao ouvir de onde Jesus vinha, Natanael retrucou: “Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?”. Filipe simplesmente respondeu: “Venha e veja” (Jo 1:46), e Natanael foi. As pessoas confiam em você tanto assim para se deixarem conduzir a Jesus?
Acredita-se que o próximo apóstolo, Bartolomeu, seja o mesmo Natanael. Se for, naquele encontro com Jesus ele descobriu que Jesus já o conhecia, do mesmo modo como ele conhece você, sabe de toda a sua vida e quer tê-lo como discípulo.
De Tomé você já ouviu falar. Ele é famoso por sua incredulidade. Mesmo que você esteja cheio de dúvidas e perguntas, isso não impede que vá a Jesus. É melhor ter dúvidas estando com Jesus do que longe dele.
Mateus era o cobrador de impostos; o que trabalhava para o inimigo, o menos qualificado para apresentar Jesus aos judeus. Curiosamente o seu evangelho é o único em aramaico, a língua falada pelos judeus na época. Todo o resto do Novo Testamento foi escrito em grego. Quando Jesus chama alguém, ele qualifica essa pessoa.
O outro Tiago era filho de Alfeu e, assim com Tadeu, não sabemos muito sobre ele. Nas fileiras dos que seguem Jesus existe lugar para pessoas que atuam nos bastidores e são tão importantes quanto os que atuam na linha de frente.
Há ainda Simão, o canaanita, também chamado de zelote. Ninguém fala dele, mas é melhor assim do que ser famoso como o último apóstolo: Judas Iscariotes, aquele que traiu o Senhor.
Qual a principal característica de Judas? Seguia a Jesus por causa do dinheiro. Será este o seu caso? Espero que não.
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Missão possível
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus escolher 12 mensageiros ou apóstolos. Agora ele vai enviá-los para uma missão muito particular. Boa parte do que você encontra no capítulo 10 de aplica-se àquela missão em especial, e não ao cristão de uma maneira geral. Por exemplo, eles são enviados às ovelhas perdidas de Israel e devem evitar gentios e samaritanos. Há coisas na Bíblia dirigidas especificamente aos judeus, o povo escolhido de Deus.
Os evangelhos são a concretização das profecias do Antigo Testamento, que anunciavam a vinda do Messias para Israel. Muito bem, o Messias agora está ali, bem no meio deles. O que os judeus vão fazer com Jesus, o Rei prometido?
Nós sabemos. Vão prendê-lo, açoitá-lo, coroá-lo de espinhos e entronizá-lo numa cruz. Vão dizer: “Não queremos que este homem seja nosso rei” (Lc 19:14) e votarão pela condenação do Filho de Deus e pela libertação de Barrabás, um ladrão e homicida (Mt 27:21; At 3:14).
Com essa rejeição toda Deus abriu um parêntese no progresso da profecia para introduzir a igreja, um corpo formado por judeus e gentios convertidos. Isso começa no capítulo 2 do livro de Atos e termina quando Jesus vier buscar sua igreja. Depois o relógio profético volta a funcionar para Deus continuar tratando com Israel.
O capítulo 10 de Mateus traz detalhes específicos para aquela missão dos doze, e também revela a forma como serão tratados os judeus fiéis no futuro, após o período da igreja. Ao dizer a eles que não terminariam de percorrer todas as cidades de Israel antes da volta do Filho do Homem em glória e majestade Jesus revela o caráter profético do capítulo. Filho do Homem é um dos títulos dados a Jesus.
Porém, há pontos que podem ser aplicados a todas as épocas. Um é a aversão que as pessoas teriam ao anúncio do evangelho. Jesus diz que alguns receberiam seus discípulos, outros não. Que eles seriam perseguidos e presos, mas que o Espírito Santo ensinaria a eles o que dizer diante de governadores e reis. Eles deviam ser intrépidos e anunciar a mensagem até de cima dos telhados, sem temer os que podem matar o corpo, mas não podem condenar eternamente.
Estas coisas podem ser aplicadas a você e a mim. O fato de Jesus dizer que não veio trazer a paz, mas a espada não é uma apologia à violência. É que a simples presença dele na vida de alguém acaba gerando controvérsia. Jesus é a linha divisória entre a luz e as trevas, a vida e a morte, o céu e o inferno. Ao contrário do que alguns imaginam, Jesus não é uma espécie de guru paz e amor, que fica levitando e cantando “Imagine” de John Lennon.
Neste momento o evangelho está fazendo uma proposta, oferecendo vida e salvação. Ao tomar uma decisão você terá escolhido um lado. É desse lado que estamos falando. Não espere que o mundo aplauda sua decisão por Jesus, e nem ache que não virão momentos de dúvidas. Eles virão, como acontece com João Batista nos próximos 3 minutos.
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Dúvidas
Nos últimos 3 minutos vimos os apóstolos serem enviados a uma missão específica e compreendemos o caráter judaico de muitas passagens dos evangelhos, um período de transição antes da formação da igreja no capitulo 2 do livro de Atos.
Agora encontramos João Batista na prisão, e ele está inquieto. Tem dúvidas a respeito de Jesus. Afinal, João tinha recebido de Deus a missão de anunciar a chegada do Messias, o Rei de Israel, que libertaria o povo de seus inimigos e inauguraria uma nova era de paz e prosperidade. Ao invés disso, ali está João, jogado num cárcere e prestes a ser decapitado.
Jesus manda avisá-lo de que ele é realmente o Messias esperado, e suas credenciais o qualificam para isso. No Antigo Testamento os profetas diziam que o Messias seria capaz de curar cegos, aleijados, leprosos e surdos. Só não falavam de ressuscitar os mortos, portanto Jesus vai além das expectativas. A questão é que o tempo de colocar a casa em ordem ainda não havia chegado, daí a dúvida de João. Era apenas uma questão de tempo.
O mesmo acontece conosco quando vemos que as circunstâncias parecem não mudarem após nossa conversão. Às vezes elas ficam até piores. Isso é como uma viagem. Você passa horas e dias viajando para visitar uma pessoa querida, e acha isso maçante. É só quando você chega ao fim que os meios acabam perdendo sua importância.
Mas mesmo enquanto viaja você já está a caminho, com a passagem comprada e seu destino determinado. A questão já não é “se”, mas “quando” irá chegar. Ao crer em Jesus você é salvo, pois sua passagem foi paga na cruz. Você já embarcou e está vendo o mundo passar pela janelinha. Mesmo assim podem surgir dúvidas, como aconteceu com João.
Não é errado ter dúvidas e inquietações quando elas são colocadas diante da pessoa certa. João pediu aos seus discípulos que levassem suas dúvidas a Jesus. Jó gastou todo o seu estoque de pontos de interrogação ao cobrar de Deus o motivo de sua desgraça. Mas no final Jó se deu por satisfeito, mesmo sem ter uma resposta clara da razão de seu infortúnio. Geralmente é assim que Deus trata conosco.
Jesus sabe o que é ter dúvidas, ter inquietações. É dele a pergunta “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Sl 22:1). Viu? Ele sabe o que é ser humano.
Mas neste exato momento pode ter certeza de que no céu João Batista já não tem qualquer dúvida. Valeu a pena ter esperado, e é dele que Jesus continua falando no trecho que vamos ver nos próximos 3 minutos.
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Crianças mimadas
Nos últimos 3 minutos Jesus mandou um recado a João Batista, dizendo: “Feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa” (Mt 11:6). João tem dúvidas a respeito de Jesus, mas não duvida de Jesus. Por isso pergunta a ele, e não a outro. E você, tem dúvidas a respeito dele, ou duvida dele?
Jesus não reage com indignação às dúvidas de João, não o repreende por isso e nem tenta dar o troco falando de seus defeitos. Ao contrário, ele se volta para a multidão e fala bem de João.
João tinha sido o precursor do Messias, uma espécie de mestre de cerimônia, aquele que apresenta a atração principal e depois abandona o palco e os holofotes.
Os profetas do Antigo Testamento tinham profetizado até João. Tinham profetizado da vinda de João e de seu anúncio do Messias. Portanto, no momento em que João subiu ao palco e ligou seu microfone, os judeus deviam saber que o Messias tinha chegado e aguardava nos bastidores.
Mas assim como não deram ouvidos a João, os judeus não dariam ouvidos a Jesus. Por isso Jesus lhes diz: “Aquele que tem ouvidos, ouça!” (Mt 11:15). João viera no espírito e poder de Elias, um profeta do Antigo Testamento que também vivia no deserto e se vestia igual a João. Aceitar o testemunho de João era o mesmo que reconhecer o Messias. Rejeitar seu testemunho era o mesmo que rejeitar o Messias e o seu reino.
Nunca ninguém teve uma posição tão importante quanto João Batista. Mas agora até o mais insignificante cidadão do reino dos céus desfrutava de uma posição e privilégio maiores que o dele, não apenas como arauto do Messias, mas participando da nova ordem de coisas que Jesus estava inaugurando. O rei de um reino que era dos céus estava agora na terra.
E como as pessoas reagem a isso? Uns querem tomar esse reino de assalto para acabar com ele. Outros estão dispostos a fazer o possível e o impossível para participar dele. Enquanto isso, Jesus diz que os judeus reagem como crianças mimadas e indiferentes. O som de uma música alegre não é suficiente para motivá-las a dançar. E uma história triste não tem qualquer efeito sobre suas emoções.
João Batista veio como um homem regrado, ascético, que comia gafanhotos e se abstinha até de tomar vinho, e eles o acusam de ser possesso de demônio. Jesus vive como um homem comum, comendo e bebendo, e eles o acusam de comilão e beberrão. Como satisfazer gente assim? Não tem como.
Mas Jesus diz que a sabedoria é justificada por seus filhos. O que ele quer dizer? Você vai saber nos próximos 3 minutos.
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Os filhos da sabedoria
Nos últimos 3 minutos vimos pessoas agindo como crianças mimadas. Não existe argumento para quem deliberadamente deseja duvidar de Jesus. Por isso ele diz: “A sabedoria é justificada por seus filhos”. Outras versões dizem que “a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham” (Mateus 11:19). Como entender isso?
Primeiro é preciso entender que Jesus é a Sabedoria. Em 1 Coríntios diz que “para os que foram chamados… Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus” (1 Co 1:24). No capítulo 8 do livro de Provérbios a sabedoria é personificada. Mas, afinal, por que a sabedoria é justificada pelos seus filhos?
Só Deus tem a sabedoria absoluta, ninguém mais. Quando eu me justifico, isto é, reputo a mim mesmo por justo, faço isso adotando um padrão de justiça. Minhas ideias, meu raciocínio, minha cultura, tudo isso faz parte do padrão de certo e errado que eu crio para mim.
O problema é que esse padrão é mutante. As coisas que hoje considero certas, não são as mesmas de dez anos atrás, e provavelmente serão diferentes de minha opinião daqui a dez anos. Você considera antiquadas as ideias de seus pais e avós, mas se esquece de que seus filhos e netos pensarão o mesmo de você.
Portanto, quando eu adoto como justo o meu padrão, excluo o padrão divino. Quando adoto por certa a minha opinião, excluo a opinião divina. Quando a minha sabedoria é a referência, automaticamente chuto para escanteio a sabedoria divina. Acabo agindo como filho, obra ou resultado de minha própria sabedoria.
Como consequência, se ser justo é ser o que sou, então Deus é injusto, porque o meu padrão necessariamente é diferente do dele. Mas se creio em Jesus, se nasci de novo como filho de Deus e obra dele, justifico a Deus. Tenho a ele como justo. A sabedoria é assim justificada por seus filhos e comprovada por suas obras.
Agora pense no que disse Paulo aos Colossenses: “Nele [em Cristo] estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:3). Ao crer em Jesus como seu Salvador o Espírito Santo de Deus vem habitar em você. Todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus que estão em Cristo ficam disponíveis para você.
Sabendo disso, você teria coragem de confiar em sua própria sabedoria e seguir o padrão criado por sua razão? O paradoxo disso é que não são os sábios segundo os padrões humanos que entendem isso. São os pequeninos que veremos nos próximos 3 minutos.
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Os pequeninos
Nos últimos 3 minutos vimos por que a sabedoria é justificada por seus filhos. Outras versões trazem “a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham” (Mateus 11:19). Se as obras de alguém que crê em Jesus forem obras de Deus, elas irão glorificar a Deus, não ao homem.
Jesus dá graças ao Pai por revelar essas coisas aos pequeninos e não aos sábios e entendidos. Paulo fala disso em 1 Coríntios, quando diz que Deus escolheu as pessoas fracas, loucas e insignificantes para confundir as poderosas, sábias e importantes. Por quê? Para quem ninguém possa se gabar diante de Deus.
Ora, se eu entender as coisas de Deus graças à minha capacidade intelectual, então posso me gloriar de ter conseguido isso com meus esforços. Mas se entender apenas por revelação divina, vou me gloriar de quê?
Assim como a salvação é de graça e independe de meus esforços, o entendimento da Palavra de Deus segue a mesma regra. Se você se considera incapaz de entender as coisas de Deus, está no caminho certo. É para gente assim que ele revela a sua Palavra.
Jesus diz que “ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11:27). Portanto é também impossível conhecer a Deus de moto próprio. Deus é tão grande que só ele pode entender a si mesmo. Mas Jesus pode revelar o Pai a quem ele quiser.
Jesus disse no Evangelho de João 14:7: “Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai”. Porém, se por um lado ele diz que só o Filho conhece o Pai, e este pode ser revelado a quem o Filho quiser, por outro diz também que só o Pai conhece o Filho, mas nada diz do Pai revelar o Filho.
Há coisas que jamais iremos compreender, e a encarnação é uma delas: como poderia Deus, imenso como é, se tornar homem? Não há explicação que caiba em nossa cabeça. Quando andou aqui Jesus deu breves lampejos da divindade escondida naquele corpo frágil, ao falar como Deus, e não como um homem comum.
“Antes de Abraão nascer, Eu Sou!”, disse ele certa vez (Jo 8:58). “Jerusalém, Jerusalém… quantas vezes eu quis reunir os seus filhos”, disse ele na primeira pessoa em outra ocasião (Mt 23:37). Sendo o Filho eterno de Deus, ele já existia bem antes de nascer aqui.
É desse Jesus que estou falando. Tão sublime, tão elevado, tão magnífico, e mesmo assim tão acessível a ponto de dizer: “Venham a mim” (Mateus 11:28). É o que você vai ver os próximos 3 minutos.
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Venham a mim
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus dar graças ao Pai por revelar essas coisas aos pequeninos, e não aos sábios. Revelar o que? Ele e todas as coisas que lhe dizem respeito.
Em Apocalipse 19:10 diz que “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. No Evangelho de Lucas, após sua ressurreição, ele encontra dois discípulos e mostra a eles tudo o que estava escrito a seu respeito no Antigo Testamento. Jesus é o centro de todas as coisas, é o começo, o meio e o fim.
Por isso agora ele diz: “Venham a mim” (Mt 11:28). Isso mesmo, ele nos convida para irmos a ele, não a uma religião ou organização. Quem vai a Jesus recebe o perdão de seus pecados e a salvação. Quem vai a uma religião não pode receber coisa alguma, porque Deus não deu ao homem uma religião como meio de salvação. Ele deu o seu próprio Filho. “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12).
O convite de Jesus é para os que estão cansados e sobrecarregados. Portanto se você acha sua vida ótima; se você não sente qualquer culpa por seus pecados; se não se dá conta de que a morte é um fato do qual não pode escapar, o convite não é para você. O convite é para os cansados e sobrecarregados. Afinal, como você iria se interessar por um Salvador se ainda nem se deu por perdido?
Jesus continua convidando você a tomar o jugo dele e a aprender dele. O que quer dizer isso? Submissão à sua vontade para controlar sua vida e o reconhecimento de que você precisa aprender dele, que é manso e humilde de coração. Tudo isso está em claro contraste com os fariseus e sua religião de soberba e ameaças. O verdadeiro Mestre é manso e humilde.
O jugo de Jesus é suave e seu fardo é leve, ao contrário do jugo e do fardo que a religião coloca sobre as pessoas. Faça isso, faça aquilo, faça aquilo outro e, talvez, quem sabe, você consiga chegar lá. A religião faz você acreditar que é por seus esforços que você consegue a salvação. Jesus mostra que o esforço é só dele.
Jesus não oferece uma vida boa e livre de preocupações, pois não existe tal coisa enquanto você estiver em um mundo arruinado pelo pecado. Mas ele oferece o perdão, a salvação e o descanso para sua alma. O pior fardo ele já carregou na cruz, quando substituiu você na condenação por causa dos seus pecados. O que precisava ser feito ele já fez. A você resta apenas uma coisa: aceitar o convite. Que tal fazer isso agora?
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O sábado
Nos últimos 3 minutos vimos o amoroso convite do Salvador para irmos a ele, não a uma religião. A palavra “religião” vem de “religar” ou “reconectar”, considerando que o homem perdeu a conexão com Deus. Porém é Deus quem faz essa reconexão, não o homem. A rigor, o que ocorre nem mesmo é uma reconexão, mas o descarte completo do velho homem e uma nova criação de Deus.
Quando o homem tenta se reconectar com Deus ele parte do princípio de que é capaz de fazer isso seguindo uma lista de regras. O resultado? Suas regras acabam sendo mais para prejudicar o ser humano do que para ajudá-lo. Elas viram um sacrifício que chuta para escanteio qualquer sentimento de misericórdia. Foi o que os judeus fizeram com o sábado, o dia que era para servir de descanso na lei dada a Moisés.
Como estavam com fome, ao atravessarem um campo de cereais os discípulos de Jesus começaram a colher espigas, esfregá-las com as mãos e comer os grãos. Nada de estranho aí. Você também come aveia, que é um grão cru, esmagado ou moído.
Segundo a lei dada no Antigo Testamento aquilo não era roubo, pois era permitido que um viajante se alimentasse das plantações alheias, desde que não usasse uma foice. Deus pensava no bem-estar dos viajantes numa época quando não havia postos e lanchonetes nas estradas. O problema para os fariseus foi os discípulos terem feito isso no sábado, e os fariseus consideraram aquilo trabalho.
As intenções de Deus são para o bem-estar do ser humano, não para o seu sofrimento. A história do cristianismo está cheia de casos de autoflagelo, de pessoas que afligem a si próprias, chicoteiam o corpo, sobem escadarias de joelhos ou se deixando pregar numa cruz. Elas acham que seu sofrimento serve para pagar por seus pecados. Mas como pagar por algo que já foi pago há dois mil anos?
Talvez você pergunte: E o jejum? Vou dizer o que é o jejum ou a abstenção de alguma coisa. Você se lembra daquela vez em que ficou tão apaixonado por alguém que até se esquecia de almoçar e jantar? É desse jejum que a Bíblia fala, de você ficar tão apaixonado por Deus que as coisas perdem sua importância.
Jesus mostra aos fariseus que Deus não quer sacrifícios, e sim misericórdia. Ele os lembra de que Davi e seus homens, quando tiveram fome, comeram os pães que ficavam no templo, e que só os sacerdotes podiam comer. É claro que se na época Davi tivesse sido respeitado como rei e não precisasse viver no exílio, não precisaria ter feito aquilo. E o que temos aqui?
O Rei de reis, o Sumo Sacerdote, aquele que é maior que o templo de Jerusalém, aquele que é Senhor do sábado, rejeitado por sua nação e principalmente pelos religiosos de sua época. Se Jesus tivesse sido recebido, seus discípulos não precisariam estar fazendo aquilo. Ao deixar de lado a misericórdia e valorizar o ritualismo, a religião acaba deixando Jesus de fora.
E para dar mais uma prova de quem ele realmente é, nos próximos 3 minutos Jesus irá exercer misericórdia no dia que ele mesmo criou: o sábado.
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A mão atrofiada
Nos últimos 3 minutos os fariseus criticaram Jesus por seus discípulos terem colhido um punhado de grãos no sábado. Agora ele entra na sinagoga, o local onde os judeus se reúnem para estudar a Palavra de Deus, e encontra ali um homem com uma mão atrofiada.
No Evangelho de Lucas diz que os fariseus estão ali para descobrir alguma falta em Jesus. “É permitido curar no sábado?”, perguntam a ele. A resposta vem na forma de outra pergunta: “Qual de vocês, se tiver uma ovelha e ela cair num buraco no sábado, não irá pegá-la e tirá-la de lá? Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é permitido fazer o bem no sábado” (Mt 12:10-12). Em seguida Jesus diz ao homem que estenda sua mão atrofiada e ela é curada.
Os religiosos fariseus, obviamente, continuam com suas mãos atrofiadas, incapazes de eliminar a miséria humana. Os líderes religiosos não podem e não querem por um fim à miséria, ao sofrimento e à incerteza, pois é disso que eles vivem.
O que a religião do homem diz? Faça isso e aquilo e você será uma pessoa melhor e aí, talvez, sua bondade supere sua maldade na balança de Deus e você possa ser salvo. É preciso ser muito ingênuo para achar que a coisa funciona assim. Por melhor que você seja jamais atingirá o padrão de Deus, que é perfeito. Adão e Eva foram expulsos do paraíso por causa de apenas um pecado. Com quantos pecados você acha que pode entrar na presença de Deus? Zero!
Já que religião nenhuma pode lhe conceder o status de “zero pecado”, os líderes religiosos continuarão impondo uma série de tarefas para você tentar cumprir, sem nunca lhe darem a certeza de ter chegado lá. E nem querem que chegue, pois temem que você abandone a congregação deles caso tenha essa certeza. A nenhum fariseu interessa que as pessoas tenham certeza da salvação eterna.
Mas Jesus dá esta certeza. Se ele morreu na cruz em meu lugar, se o seu sangue me purifica de todos os meus pecados, e se agora Deus me vê justificado em Cristo, e Cristo tem pleno acesso ao céu, é assim mesmo que Deus me vê: com todos os pecados pagos. Que culpa um juiz poderia atribuir a alguém que já cumpriu a pena? Nenhuma.
Esse Jesus que salva completamente não interessa aos fariseus, e eles planejam matá-lo. Nos próximos 3 minutos veremos a atuação discreta de Jesus, muito diferente do perfil reacionário e revolucionário que alguns tentam atribuir a ele.
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O Servo
Nos últimos 3 minutos os religiosos fariseus decidem matar Jesus. Eles estão mais preocupados com a obediência às regras de sua religião do que com a salvação das pessoas. Jesus pede aos que o seguem que não façam alarde a respeito dele. Ele não quer ser visto como um líder revolucionário que irá libertá-los do inimigo romano.
Se existe um inimigo aos olhos de Deus, esse inimigo é a própria religião e os líderes religiosos, mais preocupados em conservar seu status do que permitir que as pessoas sejam curadas. Além disso, Jesus não tinha vindo para derramar sangue romano, mas o seu próprio sangue; não tinha vindo para libertar o povo de um invasor de suas terras, mas de um invasor de seus corpos: o pecado.
Se os judeus tivessem dado atenção à profecia de Isaías teriam visto que o escolhido de Deus viria como um Servo, não como um general. Se tivessem prestado atenção à cena do batismo de Jesus, teriam visto o cumprimento da profecia que dizia que o Espírito de Deus estaria sobre ele.
A última coisa que os orgulhosos judeus queriam ouvir era o que profetizou Isaías, que o Escolhido viria também para os gentios, e isso incluía os romanos, e não apenas para os judeus. Isaías disse ainda que o Messias se comportaria de uma maneira totalmente oposta à dos líderes políticos, que ficam gritando pelas ruas e praças. Ele não seria prepotente, não usaria o seu poder para oprimir ainda mais os que já estavam oprimidos. Nas palavras de Isaías, ele não esmagaria o caniço rachado, como quem pisa aquilo que já está abatido, e nem apagaria a mecha que apenas fumega.
Mesmo que a sua fé seja como um pavio sem fogo algum, Jesus não irá desapontá-lo. O convite daquele que disse “venham a mim” (Mt 11:28) continua valendo para você. Se você acredita ser incapaz de andar segundo os padrões de Deus, então o convite é para você. Se você se sente como um caniço rachado, é para pessoas assim que Jesus veio. Você precisa de Jesus e do seu amor.
Mas se você for um religioso, como eram aqueles fariseus, provavelmente continuará confiando em sua religião, em sua obediência, em suas boas obras, sem perceber que assim está desprezando o Salvador e tentando salvar-se por sua própria conduta.
Lembre-se: você pode desprezar o favor de Deus por ser mau, mas também pode fazer a mesma coisa por ser religioso. Como os fariseus dos próximos 3 minutos.
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Invejosos religiosos
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus ser apresentado como o Messias, mas no caráter de um servo, algo que nenhum judeu esperava. Agora, ao curar um endemoninhado cego e mudo, os leigos passam a considerar seriamente a possibilidade de ele ser o filho de Davi, um dos títulos dados ao Messias. O clero, porém, não pode admitir isso.
Enquanto hipocrisia é você querer parecer o que não é, inveja é querer ser quem você não é ou ter o que você não tem. O pecado de Adão foi uma forma de inveja, quando ele quis ser como Deus. Satanás, na forma de serpente, disse a Eva: “Vocês serão como Deus” (Gn 3:5). O próprio Satanás já tinha sido expulso da presença de Deus por querer se igual a Deus.
A religião transforma você em um hipócrita, ao exigir que você viva segundo um padrão que é incapaz de atingir. Aí você finge ser uma boa pessoa e passa a desdenhar daqueles que não rezam pela mesma cartilha. Estes clérigos judeus são assim.
Além disso, a religião transforma você num invejoso, do mesmo modo como aconteceu com os fariseus. O Senhor e Salvador está bem ali, na frente deles, mas isso é uma pedra no sapato de quem quer ser senhor e salvador de si mesmo.
Quando você confia que a sua conduta poderá salvá-lo, Jesus passa a ser um estorvo. No máximo você o adota apenas como um exemplo, um mártir ou até mesmo um talismã, menos como o seu Salvador. Afinal, por que você precisaria de outro salvador se acredita na auto salvação? Por que precisaria de outro senhor, se quer ser dono do seu próprio nariz?
No final do Evangelho de Mateus você descobre que Pilatos sabia que os fariseus haviam entregado Jesus à morte por inveja. E até hoje as pessoas religiosas continuam hipócritas e invejosas como os fariseus, querendo parecer o que não são, e ser e ter o que não podem.
Mesmo assim, Deus se compadece de nós e quer nos dar um lugar elevado, mas ao seu modo. Depois de Jesus derramar seu sangue na cruz para nos purificar de nossos pecados, Deus convida você a crer nele para se tornar filho de Deus e co-herdeiro com Cristo. Tudo o que você quis conquistar com seus próprios esforços Deus agora oferece de graça.
Os religiosos fariseus recusam a oferta e cometem o pecado para o qual não existe perdão. É o que você vai ver nos próximos 3 minutos.
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O pecado sem perdão
Nos últimos 3 minutos ficou claro o contraste entre a religião do homem e a compaixão de Deus. Agora os fariseus adotam uma posição de oposição declarada a Jesus. Eles afirmam que Jesus estava possesso de demônio e que é pelo poder de Belzebu, o príncipe dos demônios, que expulsa os demônios.
Jesus apela para a lógica. Uma casa dividida contra si mesma não dura muito. Se Satanás expulsa Satanás, está lutando contra si mesmo. E se a ideia dos fariseus estiver correta, o mesmo eles devem de dizer dos exorcistas que há entre eles. Na tentativa de negar o poder de Jesus, eles acabam incriminando a si próprios.
O que Jesus está fazendo é parte de um processo que inclui entrar na casa do valente Satanás, amarrá-lo e então saquear os seus bens. Primeiro Jesus demonstra o seu poder sobre Satanás invadindo a própria esfera de sua atuação, este mundo, e limitando seus movimentos. Depois, na cruz, irá desferir o golpe mortal: esmagar a cabeça da serpente, como tinha sido prometido no Éden. Aí passará a saquear sua casa, libertando-nos do poder das trevas para a sua maravilhosa luz.
Ao atribuir o poder de Jesus a Satanás, e não ao Espírito de Deus, os fariseus incorrem no pecado para o qual não há perdão. Esse pecado sem perdão só podia ser cometido na presença do próprio Filho de Deus enquanto esteva aqui.
Isto é diferente de você colocar em dúvida as artimanhas do estelionatário que abre uma igreja ali na esquina para enganar o povo em troca de dinheiro. O próprio Jesus previu que haveria pessoas assim, que expulsariam demônios em seu nome, porém nada tinham a ver com ele.
Hoje Deus está pronto a perdoar a quem pecar, maldizer e até blasfemar, desde que essa pessoa creia em Jesus como seu Salvador. Se você vive angustiado por achar que cometeu um pecado sem perdão, de onde pensa que vem esse sentimento de angústia. Do próprio Espírito Santo, que ainda não desistiu de você.
O pecado sem perdão hoje é resistir ao Espírito Santo de Deus, quando este procura convencer alguém do pecado e da justiça. O pecado sem perdão hoje é morrer na incredulidade.
Ao rejeitarem a Jesus, os fariseus decidem de qual lado desejam ficar. E você, já escolheu de que lado está? Negar a operação do Espírito de Deus em Jesus é apenas o começo das muitas obras más dos religiosos fariseus, aos quais Jesus chamará de raça de víboras nos próximos 3 minutos.
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Raça de víboras
Apesar de testemunharem tudo o que Jesus vinha fazendo de bom, como expulsar demônios, curar enfermos e ressuscitar mortos, os fariseus pecam contra o Espírito Santo ao atribuírem tudo aquilo ao poder de Satanás. Eles consideram o próprio Jesus um possesso.
As palavras deles apenas expressam que aquilo que existe no coração do homem: inimizade contra Deus. Onde foi que isso começou? No jardim do Éden, quando o homem quis fazer a própria vontade. Onde continua essa inimizade? No meu coração e no seu, sempre que queremos fazer a nossa vontade e não a vontade de Deus. Depois de perdermos a aprovação de Deus lá no Éden, buscamos agora desesperadamente por aprovação de Deus e dos homens com base em nossas próprias obras, comportamento, religião etc.
Jesus chama os fariseus de raça de víboras. Assim como eles, somos todos frutos do mesmo engano de Satanás travestido de serpente. Nossa boca é a expressão do que trazemos no coração. Se você crê em Jesus, se traz a Palavra de Deus no coração, irá exaltá-lo, falar dele. Se não, irá falar de si, se gloriar, blasfemar, zombar de Jesus e negar a eficácia de sua obra na cruz para nos salvar.
O resultado de uma conversão real é manifestado primeiro nas suas palavras. Você pode dizer, em alto e bom som, que Jesus é seu Salvador e Senhor? Você crê em seu coração que ele recebeu o castigo por seus pecados e morreu em seu lugar? Sua boca é a prova disso; sua vida também.
Todos nós sabemos que palavras são poderosas. Elas corrompem, criam inimigos e geram destruição. O que pensar de palavras que são capazes de corromper sua alma, confirmar sua inimizade contra Deus e determinarem sua própria sentença de condenação? A Bíblia diz que toda língua confessará que Jesus é Senhor. O problema é que nem todos estarão no mesmo lugar quando reconhecerem isso.
Quando falar de Jesus, lembre-se de que está valendo aquilo que os policiais dizem nos filmes na hora da prisão: “Tudo o que você disser poderá ser usado contra você”. O que fazer então? Quer uma sugestão? Comece por estas: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18:13). Foi a Palavra de Deus que revelou Jesus a você. São suas palavras que revelam se você realmente crê.
Para os fariseus não basta ter Jesus na frente deles. Eles querem ver algum sinal. Nos próximos 3 minutos.
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Sinais
Depois de todos os milagres que tinham visto os fariseus têm a audácia de pedir que Jesus faça mais um para que creiam. Deus não se agrada de quem pede um sinal para poder crer. A fé não vem de ver, mas de ouvir a Palavra de Deus. A fé é a certeza das coisas que não se veem. Quando você confia em alguém, a palavra dessa pessoa é suficiente.
Quando Tomé reconheceu que estava diante de Jesus ressuscitado, ele disse a Tomé: “Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram” (Jo 20:29). Séculos de sinais e milagres operados por Deus entre o povo de Israel não serviram para mudar o coração de um povo incrédulo. Jesus os chama de geração má e adúltera, porque não querem reconhecer seu Messias e são infiéis a Deus.
Ele diz que único sinal de que precisam já foi sido dado: Jonas saindo vivo do ventre do grande peixe, uma alusão à morte e ressurreição de Jesus que estava para ocorrer. Jonas tinha sido lançado ao mar para que os outros tripulantes do barco fossem salvos e passou três dias e três noites no ventre do grande peixe. Jesus seria lançado na morte para nos salvar e seu corpo ficaria três dias e três noites no ventre da terra antes de ressuscitar.
Os habitantes de Nínive haviam crido na pregação de Jonas, e ali estava alguém maior que Jonas. A rainha de Sabá viajou centenas de quilômetros para ouvir a sabedoria de Salomão, e ali estava quem era maior que Salomão. Um pouco antes Jesus havia dito que ele era maior que o Templo, e se você continuar lendo a Bíblia verá que ele é maior que toda a Criação de Deus; aliás, ele é aquele por meio de quem e para quem todas as coisas foram criadas.
E agora, o que você pretende fazer com Jesus? Crer nele ou esperar algum sinal? Jesus compara os judeus a uma casa vazia e arrumada, só esperando por um morador. Ao se recusarem a receber ao único que podia legitimamente morar naquela casa eles ficaram vulneráveis a serem invadidos por sete espíritos de erro e engano.
Você já abriu a porta para Jesus ou pretende esperar por outro morador? Talvez você diga que já tem uma religião que recebeu por tradição de sua mãe. Mas não estou falando aqui de uma religião, mas de uma Pessoa, Jesus, o Filho de Deus, o Salvador.
E como fica a tradição que recebemos de nossos pais? Jesus ainda falava com o povo quando lhe avisaram que sua mãe e irmãos haviam chegado. Vamos ver o que acontece nos próximos 3 minutos.
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A família de Jesus
Os religiosos judeus duvidam de Jesus e pedem a ele um sinal. Mas não era só deles que vem a rejeição. Seus próprios irmãos não creem nele. O Evangelho de Marcos 3:21 mostra que, enquanto Jesus conversa com os fariseus, seus irmãos estão a caminho para falar com ele, pois acham que ele enlouqueceu. Alguém o avisa de que sua mãe e seus irmãos estão lá fora querendo falar com ele.
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”, pergunta ele. Então ele aponta para seus discípulos e diz: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12:48-50).
O incidente é emblemático e marca uma virada no ministério de Jesus em relação a Israel. Sua mãe e seus irmãos representam sua ligação natural com seu povo, para o qual ele vinha dirigindo quase que exclusivamente seu ministério. Os fariseus o acusam de ser movido pelo espírito de Satanás. Sua família acha que enlouqueceu. No Evangelho de João diz: “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1:11).
Deste ponto em diante há um rompimento com Israel em seu ministério. A continuação do versículo no Evangelho de João diz: “ Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1:12). De agora em diante o relacionamento com Deus não está limitado a uma nação, mas é estendido a todo aquele que faz a vontade do Pai.
Esta passagem também esclarece dois pontos importantes: primeiro, a mãe de Jesus não tem um acesso privilegiado a ele, como alguns querem crer. Segundo, Jesus teve irmãos e irmãs, filhos de Maria e José.
Você se lembra de quando Jesus disse “venham a mim”? (Mt 11:28). Pois então entenda de uma vez por todas que não precisamos de Maria ou qualquer outro intermediário para irmos a ele. Basta você aceitar o seu convite de amor, e não ficar acorrentado a dogmas e tradições que as religiões tentam lhe impor para mantê-lo afastado de Jesus e dependente de um clero para ter um relacionamento com Deus.
Depois disso Jesus sai de casa e se assenta na praia para falar às multidões. O que ele diz você vai ver nos próximos 3 minutos.
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Parábolas
Nos últimos 3 minutos vimos uma mudança radical no ministério de Jesus. Ao ser rejeitado pelos judeus, ele estabelece as novas bases do seu relacionamento com as pessoas. Não seriam mais levados em conta os laços naturais, como os que tinha com sua mãe e irmãos, e nem os laços nacionais com seu povo Israel. O que importa agora são os laços de obediência daqueles que se convertiam em discípulos de Jesus.
Jesus sai de casa — e o significado é este mesmo — para falar às multidões em geral e aos discípulos em particular. Por isso fala em parábolas. Parábolas são histórias com um ensino agregado. Jesus ensina que tudo o que disser por parábolas será entendido completamente por seus discípulos, mas apenas parcialmente pela multidão.
A multidão representa quem vai atrás de Jesus por curiosidade ou em busca de cura, sustento e bens materiais — que ouve as palavras de Jesus sem entender o que ele diz. Para os discípulos ele reserva um encontro privativo, separado da multidão, para explicar a sua vontade.
O que a multidão pode entender de Jesus é superficial. Normalmente é aquilo que você encontra nas revistas, nos filmes de Hollywood ou nos escritores e pregadores que falam o que o povo gosta de ouvir. O que Jesus realmente quer dizer — os mistérios do reino dos céus — você só descobre quando tem um encontro pessoal com ele.
Quem tem isso recebe muito mais. Quem não tem, até o conhecimento superficial que tem lhe será tirado. A pior coisa que pode acontecer a alguém é chegar a esse estado de ouvir sem entender e ver sem perceber.
A parábola do semeador é a primeira de sete que dão uma visão do caráter do reino dos céus. O reino dos céus não é a igreja, mas a esfera na qual esse reino é reconhecido, tanto externamente, por aqueles que são súditos apenas da boca para fora, como realmente, por aqueles que se convertem a Jesus e reconhecem seu senhorio.
O reino previsto no Antigo Testamento e anunciado por João Batista entra agora em uma fase mais efetiva. Rejeitado, morto e ressuscitado, o Rei está hoje ausente e você encontra duas classes de pessoas vivendo na esfera de influência desse reino: aqueles que apenas professam ser cristãos e aqueles que realmente se converteram a Cristo. Em que classe você está?
Enquanto você decide, vamos ver o que acontece com as sementes que o semeador sai a semear. Nos próximos 3 minutos.
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O semeador
A primeira parábola do capítulo 13 de Mateus fala do semeador que é Jesus, da semente que é a sua Palavra e dos diferentes tipos de solo, ou as pessoas que entram em contato com ela. Qual destes solos é você?
A primeira semente cai à beira do caminho, um solo continuamente compactado pelas pessoas. Se você se considera o cidadão comum, que é influenciado por estatísticas e guiado pela opinião pública, este solo é você. É o solo humanista, que adora o homem em lugar de seu Criador. A Palavra de Deus não encontra lugar nesse tipo de solo e logo a semente é arrebatada pelas aves, que aqui representam Satanás.
A próxima semente cai em solo pedregoso, com terra suficiente para germinar, mas não para criar raízes. Logo é queimada pelo sol. Este é o que recebe a Palavra com empolgação, sem convicção de pecado, como se fosse mais uma técnica de autoajuda. Qualquer tribulação ou perseguição põe fim à festa. Jesus nunca prometeu uma vida fácil, e basta ver a vida que ele ou seus discípulos levavam para você entender que cristianismo não é ser curado de todas as doenças, andar de carro importado ou ser o candidato mais votado nas próximas eleições.
A semente que cai entre espinhos não pode crescer por estar sufocada pelas preocupações e pelo engano das riquezas. Se você decidiu ir a Jesus para resolver seus problemas, tirar a empresa da falência e aparecer na próxima lista de milionários, duvido que com tantos espinhos lhe agarrando você consiga sair do lugar nas coisas de Deus.
Das 4 sementes uma cai em solo fértil, germina, cresce e produz à razão de 10 mil, 6 mil e 3 mil por cento. Apesar dos resultados serem diferentes de pessoa para pessoa, Deus providencia para que todos deem fruto, até o mais incógnito de seus filhos. Lembre-se de que para cada cristão famoso que tenha causado um grande impacto neste mundo existe um cristão anônimo que o encaminhou a Jesus.
Três coisas impedem que a semente dê fruto: o diabo, que a arrebata da beira do caminho; a carne, desanimada e enfraquecida pelas tribulações; e o mundo, com suas atrações que nos agarram como espinhos. Que tipo de solo o evangelho irá encontrar em você?
Enquanto você pensa, ouça a parábola do joio e do trigo. Nos próximos 3 minutos.
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Trigo e joio
O mesmo semeador — Jesus — volta a semear. Na outra parábola a semente é uma só, a Palavra de Deus, mas os solos são diferentes e dão tanto resultados falsos como verdadeiros. Agora o semeador semeia uma semente que revela ser trigo, e o inimigo planta uma erva daninha muito parecida com o trigo. Estamos falando daqueles que são verdadeiros e falsos na esfera do reino dos céus.
O reino dos céus não é o céu e tampouco a igreja, mas a esfera dos que professam crer em Jesus, sejam eles genuínos ou não. A igreja não existia quando Jesus contou esta parábola, e só seria formada após sua morte e ressurreição. Leia o capítulo 2 de Atos para entender.
No campo, que é o mundo, há falsos e verdadeiros, mas na igreja, que é o corpo de Cristo, o conjunto dos que foram salvos por ele, todos são genuínos. Quando falo “igreja” não estou falando das organizações ou denominações que os homens chamam de “igrejas”. Nelas são as próprias pessoas que se tornam membros. No corpo de Cristo é Jesus quem acrescenta os membros.
Se você aprendeu teoria dos conjuntos vai entender que a igreja é um subconjunto de um conjunto maior chamado cristandade, a esfera dos cristãos professos, sejam eles joio ou trigo.
O semeador da parábola semeia a boa semente no mundo. O inimigo vem e semeia o joio, a erva daninha, aqueles que apenas professam ser servos no reino dos céus. O inimigo é, obviamente, o diabo, e ele espalha os falsos cristãos pelo mundo numa tentativa de corromper os verdadeiros.
Não há como arrancar o joio. Os verdadeiros cristãos vão continuar espalhados por aí misturados com os falsos, até chegar a hora em que Deus providenciará essa colheita seletiva. Isso não é tarefa para homens.
Falar de semeador, de joio e de trigo numa sociedade predominantemente urbana como a nossa pode não fazer muito sentido. Mas você vai entender a gravidade da coisa se eu recontar a história assim:
“Era uma vez um fabricante que lançou um produto de grife. Veio o concorrente e entulhou o mercado com uma cópia barata e pirata”.
Agora você entendeu que o falso não presta, mas é tão parecido com o verdadeiro que é impossível tirá-lo do mercado sem correr o risco de destruir o verdadeiro. É melhor deixar o fabricante decidir quando e como irá recolher os produtos piratas para incinerá-los.
Enquanto isso, vamos falar de outra semente, nos próximos 3 minutos.
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A semente de mostarda
Nas duas outras parábolas ficou claro que o semeador é Jesus e que o seu campo é o mundo. O significado da semente variava: na primeira era a Palavra de Deus e na outra eram as pessoas. Agora a semente é de mostarda e a ênfase é colocada na planta que ela produz.
O reino dos céus começou tão pequeno quanto a menor de todas as sementes. Quem imaginaria que as crenças de um punhado de jovens de classe média liderados por um carpinteiro seriam adotadas por mais de um terço da população da Terra? Hoje mais de dois bilhões de pessoas se dizem cristãs.
Aquela minúscula semente virou uma árvore grande o suficiente para as aves virem morar nela. Você já sabe quem é o semeador, o que é o campo, a semente e a árvore. E as aves? Quando quiser saber o significado de algo na Bíblia, pergunte à Bíblia. Por exemplo, no primeiro livro da Bíblia, Gênesis, você encontra uma serpente no jardim do Éden iludindo Adão e Eva. No último, Apocalipse, você lê sobre “o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás” (Ap 20:2). Assim fica fácil saber quem é quem.
As aves fazem ninhos na grande árvore da cristandade que começou com uma pequenina semente. Na primeira parábola as aves arrebataram as sementes que caíram à beira do caminho. Jesus explicou que é o Maligno quem arranca as sementes do coração à beira do caminho. E ao falar de Babilônia, uma alegoria usada para a noiva infiel de Cristo, o livro de Apocalipse diz que ela se tornou “habitação de demônios e antro de todo espírito imundo antro de toda ave impura e detestável” (Ap 18:2).
Juntando tudo, o reino dos céus começou com a Palavra de Deus lançada nos corações, porém nem todos eram férteis para ela germinar. Os frutos genuínos do trabalho do semeador foram plantados neste mundo, mas o diabo, o concorrente, semeou uma imitação daninha do verdadeiro trigo, a qual será deixada até o trigo genuíno ser recolhido em feixes. O joio será queimado.
Enquanto isso, o conjunto de falsos e genuínos crescerá como uma grande árvore, que abrigará também Satanás e seus agentes. Portanto você não precisa ir às religiões pagãs para encontrar o diabo. Se der uma boa olhada na cristandade professa você irá encontrá-lo confortavelmente aninhado em seus ramos.
O que surpreende no grão de mostarda é o crescimento da árvore. E na parábola a seguir Jesus vai falar justamente de outra coisa que faz crescer: o fermento. Nos próximos 3 minutos vamos ver o que o fermento fez em dois mil anos.
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O fermento
Depois de apontar que o crescimento da cristandade trouxe para seus ramos as mesmas aves que arrebatam a verdadeira semente que o semeador semeou, a parábola seguinte também fala de crescimento, ou mais precisamente da origem desse crescimento.
Antes que você acredite no que dizem alguns teólogos, que o fermento nesta parábola é o evangelho que faz o cristianismo crescer no mundo, faça uma busca pela palavra “fermento” em uma Bíblia eletrônica e verá que ela sempre aparece representando má doutrina ou má conduta. O fermento nunca é algo positivo.
Na parábola da semente de mostarda o reino dos céus é grande e influenciado pelas aves que vêm de fora. Nesta parábola a massa é corrompida pelo fermento que vem de dentro. No capítulo 20 de Atos o apóstolo Paulo adverte os cristãos de Éfeso: “Lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho”. Este é o ataque vindo de fora. “E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos”. Esta é a corrupção vinda de dentro (Atos 20:29-30).
A massa é a matéria prima para fazer pão, que é um alimento e figura da Palavra de Deus. Alguns falam aquilo que está de acordo com a Palavra de Deus. Outros falam qualquer coisa que faça a massa crescer, visando apenas aumentar o número de seguidores, eleitores ou público pagante. Isso não passa de fermento.
Vivemos hoje em meio a muita mistura de coisas genuínas e falsas, por isso é preciso muito cuidado. Dos quatro tipos de solo que receberam a boa semente, apenas um era fértil. Que solo é o seu?
Do campo plantado, apenas parte era formado por trigo verdadeiro, o resto era joio, uma erva daninha plantada pelo diabo. Cristãos falsos e verdadeiros crescerão juntos até que uns sejam recolhidos em feixes e os outros incinerados. Que tipo de planta é você?
A grande árvore que cresceu de uma pequena semente abriga em seus ramos as mesmas aves malignas que arrebatam a semente. O fermento do mal contamina a massa de dentro para fora, dando a ela um crescimento artificial. Você é daqueles que seguem as multidões e a opinião pública?
No mercado você encontra mais produtos falsos do que verdadeiros. Antes de comprar é preciso verificar sua origem e qualidade. Verifique se o cristianismo que estão lhe oferecendo não é pirata; veja se o crescimento não é apenas o resultado de um fungo ou bactéria, como ocorre com os gases que fazem crescer a massa.
Enquanto você pensa nisso, vamos à próxima parábola, a do tesouro escondido. Nos próximos 3 minutos.
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O tesouro
Na parábola anterior a mulher introduz fermento na massa. Será coincidência encontrarmos do capítulo 17 em diante de Apocalipse a figura de uma mulher a corromper e negociar almas? Creio que não. O apóstolo João diz ter ficado surpreso quando a viu. Talvez esperasse ver a noiva, a igreja, como a que veria mais à frente, mas o que viu foi Babilônia, a prostituta.
Aqui o reino dos céus é comparado a um tesouro escondido em um campo. Se você já aprendeu que o campo é uma figura do mundo, quem poder ser esse que vende tudo para ficar com o tesouro? O mesmo que, nas duas primeiras parábolas, saiu a semear a semente no campo: Jesus.
Outros interpretam de outras maneiras. Alguns dizem que o tesouro é o evangelho, outros que o tesouro é Cristo, dando a entender em ambos os casos que somos nós que vendemos tudo para ficar com esse tesouro. Mas será que você realmente acredita ter algo para vender ou dar a fim de ter Jesus? E se não tiver nada, se for um miserável pecador perdido, o que irá vender para poder desfrutar de Jesus? Em Isaías 55 Deus convida a todos que não tem dinheiro algum, e em Efésios 2 diz que somos salvos pela graça e por meio da fé, não por alguma coisa vinda de nós.
Na história de minha salvação eu só sei de um que abriu mão de tudo para me salvar. Só conheço um que a Bíblia diz “que, sendo rico, se fez pobre” (2 Co 8:9). Só um que chegou ao ponto de dar a própria vida por mim. Só um que, ao pagar com a vida, comprou também o campo inteiro, como faz o homem da parábola. E o campo é o mundo.
Você não fica arrepiado só de pensar que Jesus enxerga você como um tesouro pelo qual valeria a pena morrer? O que ele pode ter visto em você para considerá-lo assim?
Quando alguém ama, não ama pelo que a outra pessoa tem, mas pelo que ela é. E você e eu, apesar de criados por Deus, fomos arruinados pelo pecado, aprisionados por um tirano e destinados à morte. Jesus achou que valia a pena abrir mão de tudo para nos ter para si. Só ele podia nos amar tanto assim.
Enquanto espera pelos próximos 3 minutos, que tal abrir a sua Bíblia no livro de Cantares, ou Cântico de Cânticos, para conhecer um pouco mais desse amor? Depois volte aqui para a parábola dos próximos 3 minutos: a pérola de grande valor.
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A pérola
À semelhança da parábola do tesouro escondido, a da pérola de grande valor é breve, porém igualmente significativa. Trata-se de um negociante que encontra uma pérola caríssima e decide vender tudo para ficar com ela. Precisa dizer quem é o negociante?
Mais uma vez você irá encontrar pessoas invertendo a interpretação e aplicando a figura do negociante ao pecador que encontra as boas novas do evangelho e abre mão de tudo para ficar com Jesus. Ok, vamos supor que seja assim analisando alguns que tiveram um encontro com Jesus nos próprios evangelhos.
Há um cego de nascença que abriu mão de sua cegueira, um leproso que abriu mão de sua lepra e até um ladrão condenado que abriu mão dos cravos que o pregavam a uma cruz. Não me parece que ser cego, leproso e condenado à morte seja exatamente o que consideramos um negociante bem sucedido, não é mesmo?
Agora imagine alguém que, sendo Deus, não fez disso uma limitação para esvaziar-se, se tornar um servo e assumir a semelhança dos homens, suas criaturas. Imagine Deus descendo à forma humana humilhando-se a ponto de ser submisso até à morte, e morte de cruz! Imaginou? Então você acaba de entender quem é esse negociante que abriu mão de tudo para ficar com a pérola de grande valor.
Agora vamos à pérola. Primeiro, ela não faz coisa alguma. Apenas o fato de ela existir é suficiente para fazer dela o objeto de desejo desse homem. Afinal, a parábola diz que ele procura pérolas preciosas, e não haveria esperança para nós se a iniciativa não fosse dele. A recíproca não é verdadeira. Em Romanos 3:11 diz que não há um que procure a Deus.
Assim como a pérola é o resultado do ferimento causado por um grão de areia que penetra na ostra, a igreja, ou o conjunto dos salvos por Cristo, é uma consequência de sua morte na cruz, de seu lado ferido pela lança do soldado romano, do seu sangue derramado para nos purificar de nossos pecados.
A pérola foi tirada das profundezas escuras do mar. A igreja, e quando digo igreja quero dizer as pessoas salvas por Cristo, foi tirada do mais profundo abismo do pecado e da morte para ser chamada de pura e preciosa por Deus. Assim como a pérola é perfeita, é assim também que Deus enxerga o conjunto dos que foram salvos por Jesus.
Porém, enquanto a pérola é a manifestação perfeita daquilo que é valor para Deus, os peixes da próxima parábola voltam a nos lembrar da mistura que existe no caráter exterior do reino dos céus. Nela tudo o que cai na rede é peixe, mas nem sempre é peixe bom. Nos próximos 3 minutos.
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Peixes
Chegamos à última parábola do capítulo 13 de Mateus. Aqui uma rede é lançada ao mar e apanha todo tipo de peixe. Os pescadores, identificados como sendo os anjos, fazem a separação dos peixes bons e ruins, antes de lançarem estes últimos na fornalha.
Quando diz que há peixes bons e ruins, isso não tem a ver com as coisas que os peixes fizeram, com suas boas e más ações. Por acaso você conhece algum peixe ruim no sentido de malvado, ou um peixe bom no sentido de honesto? Peixes são o que são.
Não são pessoas boas que vão para o céu, mas pecadores perdoados e purificados graças ao sacrifício de Cristo na cruz. Deus transforma pecadores em salvos, como se transformasse peixes ruins em bons dando eles uma nova natureza. Digamos que antes de crer em Jesus você fosse uma sardinha podre e fedida, e agora é um salmão vivo e vibrante. A ideia é essa.
Esta parábola também mostra que no reino dos céus há falsos e verdadeiros convivendo lado a lado. Portanto não confie em tudo o que traz o nome de cristão, evangélico, católico, bíblico etc. Produtos piratas podem ser idênticos ao original.
Existe um ponto positivo em tudo isso. Não há muitos falsos budistas, muçulmanos ou hinduístas por aí. Mas falsos cristãos existem às pencas. Por que será? O grande falsificador, o diabo, não perde o seu tempo falsificando aquilo que, por natureza, já exalta o homem e seus esforços.
Deixe-me explicar. Todas as religiões são iguais neste sentido: dão ao próprio homem e aos seus esforços o mérito de sua salvação. O evangelho diz que tudo vem de Deus, que você é salvo por graça e não por suas boas ações, sua conduta etc.
Agora você vai dizer que é uma posição exclusivista e politicamente incorreta afirmar que o cristianismo é a única fé verdadeira. Sim, eu sei. Não há como evitar. Não importa que religião você professe, ou até mesmo se não professa nenhuma ou acha todas elas boas, ao adotar qualquer posição você exclui as outras. Assim como dois corpos não podem ocupar uma mesma posição no espaço, qualquer posição é excludente.
Ao se indignar contra a minha posição você me exclui. Até mesmo quem acredita que todas as religiões estão certas adota uma posição que exclui os que pensam o contrário. E, o que é pior, quem acha que todas as religiões são verdadeiras coloca-se na posição de conhecedor de todas as religiões, o que nenhum dos exclusivistas ousaria fazer, por não ser lá muito humilde.
A questão é simples: se Jesus disse “eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14:6), ou ele é o único caminho, o que exclui todos os outros caminhos, ou ele mentiu. Vejo você nos próximos 3 minutos.
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Coisas novas e velhas
Ao terminar sua série de parábolas, Jesus mostra aos discípulos que está trazendo coisas totalmente novas. São coisas que judeu algum pode entender, a menos que assuma o Antigo Testamento como coisas velhas e se deixe instruir nas coisas novas que Jesus apresenta. Algumas são tão bizarras para os judeus que são consideradas blasfêmia.
Por exemplo, em Hebreus diz que o cristão tem ousadia ou “plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus” (Hb 10:19). O Santo dos Santos era o lugar mais interior do templo, onde somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano levando uma vasilha com o sangue de um animal sacrificado. Para um judeu é um absurdo dizer que alguém que não seja um sacerdote possa entrar no Santo dos Santos.
É impossível entender isso se você conhecer apenas as coisas velhas do Antigo Testamento e não as coisas novas, reveladas com a vinda, morte e ressurreição de Jesus. Não há como entender o Velho Testamento sem o Novo.
Por exemplo, quando o Antigo Testamento fala de templo, está falando de um edifício de pedras construído em Jerusalém. Quando Jesus falou de destruir o templo, fazia referência ao seu corpo físico. Quando os apóstolos falam de templo em suas cartas, é do corpo de Cristo, a igreja, e também do corpo do cristão individualmente que estão falando.
Se o Santo dos Santos representava a presença de Deus no antigo templo, agora, em Hebreus, é o próprio lugar da presença de Deus no céu. O Antigo Testamento é um livro de sombras e figuras que apontam para Jesus e para as coisas que você encontra no Novo Testamento.
Quando João Batista declarou de Jesus “é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), estava revelando a realidade daquilo que os judeus conheceram por figuras no Antigo Testamento, quando animais inocentes eram sacrificados como substitutos das pessoas que pecavam. Agora o Cordeiro definitivo tinha chegado.
Lição de casa: procure ler o Antigo Testamento tentando descobrir Jesus em figura nas suas páginas. Ao ler uma passagem pergunte: onde está Jesus? Quer um exemplo? No livro de Gênesis Adão foi colocado em um sono profundo, seu lado aberto e uma costela tirada para criar Eva. Jesus foi colocado no sono da morte e teve o seu lado aberto pela lança do soldado para possibilitar a formação da igreja, também chamada de noiva de Cristo.
É claro que você precisará de um olhar de fé para enxergar essas coisas, ou acabará como as pessoas dos próximos 3 minutos.
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Incrédulos
Jesus retorna à sua cidade, Nazaré, e passa a ensinar na sinagoga, o lugar onde os judeus se reúnem para ler as Escrituras. As pessoas ficam impressionadas, mas não de uma forma positiva. Ao invés de reconhecerem quem ele realmente é, duvidam.
“Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas?… Pois nem os seus irmãos criam nele.” (Mt 13:55-56; Jo 7:5). Ser rejeitado está se tornando um hábito para Jesus.
Certamente a reação seria diferente se ele fosse filho de um senador, sua mãe tivesse sangue azul e seus irmãos e irmãs fossem capa de revista. Ou então se ele próprio pudesse apresentar um currículo acadêmico invejável. Mas não, ali está um homem comum de uma família comum. E se a sua própria família não acredita nele, por que seus conterrâneos deveriam acreditar?
Existe aí também o elemento ciúme ou inveja. Os fariseus já o haviam rechaçado por este motivo antes. Não é de estranhar que seus conterrâneos se sintam inferiorizados diante de alguém que vem recebendo certa aclamação popular em outras cidades. A fábula da cobra e do vaga-lume ajuda a entender isso.
Ao perceber que está prestes a ser engolido pela cobra, o vaga-lume reclama:
“Dona cobra, por que a senhora pretende me engolir se eu nem mesmo sou comestível?”
“Porque você brilha”, responde a cobra.
É o caso aqui. Diante do fulgor de Jesus, de sua sabedoria e dos milagres que faz, as pessoas são obrigadas a se decidir e assumir uma posição: ou ele é o Messias prometido, ou não. Além disso, a verdadeira luz tinha vindo ao mundo, e sempre que você acende uma luz a sujeira fica evidente. A menos que você já tenha crido em Jesus e agora o tenha como seu Senhor, você se sentirá igualmente incomodado com a simples menção de seu nome.
Os que viveram com ele por tantos anos decidem ignorar todas as evidências e o consideram apenas excêntrico. Jesus não faz muitos milagres ali por causa da incredulidade deles e afirma que “só em sua própria terra e em sua própria casa é que um profeta não tem honra” (Mateus 13:57). Sua família dizem que “ele está fora de si” (Mc 3:21), seus amigos e vizinhos decidem ignorá-lo, o clero o odeia. E você, o que vai fazer com Jesus?
Pilatos sentiu-se incomodado quando precisou tomar uma decisão. Perguntou o que devia fazer com ele depois de não ter visto nele crime algum. O povo deu a sentença: “Crucifica-o!” (Mt 27:22). Pilatos ouviu o que o povo disse. E você, dá ouvido a quem? Família, amigos, pesquisas de opinião? Ou a simples menção do nome de Jesus o incomoda? Se assim for, você não está sozinho. Herodes também vai experimentar essa sensação nos próximos 3 minutos.
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Consciência
O capítulo 14 do Evangelho de Mateus começa com o rei Herodes inquieto por ouvir falar de Jesus. Este Herodes é filho do outro rei Herodes que quis matar Jesus quando criança. Agora este Herodes manda encarcerar João Batista porque este o acusa de viver em adultério com Herodias, mulher de seu irmão.
A princípio Herodes não quer matar João por temer que o povo se revolte. Mas durante uma festa ele fica tão encantado com a dança da filha de Herodias que promete dar a ela o que pedir. Por sugestão da mãe ela pede a cabeça de João Batista numa bandeja, e é atendida.
Agora Herodes acha que Jesus é João Batista ressuscitado que voltou para atormentá-lo. Sua consciência está inquieta. Ele já tinha mandado prender o profeta para livrar-se da consciência que volta e meia é incomodada pelas denúncias de adultério feitas por João Batista. Agora o remorso de ter assassinado João também o persegue.
Porém este é um remorso mais de pavor do que do tipo que leva ao arrependimento. Se Herodes vivesse hoje, provavelmente procuraria um analista para tratar desse sentimento de culpa, ao invés de reconhecer e confessar seu pecado a Deus.
Deus nos deu a consciência e ela é útil, porém ela também pode nos enganar, já que foi corrompida pelo pecado juntamente com nosso corpo, nossa inteligência, nossa vontade etc. Não dá para confiar nela. Ela é como um despertador, que nos ajuda a acordar, mas que pode ser desligado se quisermos continuar dormindo. Hitler é o caso típico de uma pessoa que desliga esse despertador.
Em suas cartas o apóstolo Paulo fala de uma “boa consciência”, de uma “consciência limpa”, de uma “consciência fraca”, de uma “consciência cauterizada”, de uma “consciência corrompida” e de uma “má consciência”, de uma “consciência culpada” etc. Como saber qual a condição de sua consciência e se ela está correta ou apenas pregando uma peça em você? Conferindo pela Bíblia, a Palavra de Deus (1 Tm 1:5; 3:9; 1 Coríntios 8:10; 1 Timóteo 4:2; Tito 1:15; Hebreus 10:22; Romanos 2:15).
Paulo escreveu a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3:16-17).
Quando Herodes ouve falar de Jesus, fica inquieto e preocupado. Quando uma pessoa que já encontrou a salvação em Jesus ouve falar dele fica feliz. O incrédulo tem aversão a Jesus. O crente tem aversão ao pecado. Como você se sente ao ouvir falar de Jesus? Se algo o aflige, por que não conta a Jesus? Os discípulos de João Batista, entristecidos com sua morte, vão contar a Jesus nos próximos 3 minutos.
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A multiplicação dos pães
No capítulo 14 do Evangelho de Mateus os discípulos de João Batista estão tristes com sua morte e vão contar a Jesus. É a melhor coisa que podemos fazer quando estamos tristes. Há quem diga que Deus não existe ou não se importa conosco, caso contrário não haveria tanto sofrimento. Jesus é Deus, e se Deus não se importasse não teria vindo aqui aprender o que é sofrer.
Jesus vai para um lugar deserto e a multidão o segue. Os discípulos percebem que é tarde e não há como alimentar tanta gente. Sugerem que Jesus mande as pessoas embora, mas ele manda que as pessoas fiquem e que os discípulos as alimentem. Agora tudo o que os discípulos têm para alimentar a multidão são cinco pães, dois peixes… e Jesus!
Eles podem contar com o mesmo que durante 40 anos alimentou os israelitas liderados por Moisés no deserto. Eram 600 mil homens, fora mulheres e crianças. Agora são apenas 5 mil homens; umas 10 ou 15 mil pessoas contando mulheres e crianças.
Depois de dar graças, Jesus passa a distribuir os pães e os peixes aos discípulos que os repassam à multidão. No final ficam doze cestos cheios de pedaços de pães e a certeza de que Deus se importa com nossas necessidades. Sempre.
No livro de Romanos há uma pergunta sem resposta: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” (Rm 8:32). Certamente dará, mas à sua maneira.
Neste episódio Jesus atende a uma necessidade momentânea. A multidão não sai carregando uma cesta básica ou um vale-refeição para o resto do mês. Deus cuida de nós na medida das nossas necessidades, para que a vida do cristão neste mundo seja de fé em fé, passo a passo.
O tempo dele também é diferente. Em outro episódio Jesus parou para conversar com uma mulher que vivia doente há 12 anos. Ele parou ao invés de correr para salvar uma menina de 12 anos prestes a morrer. Um médico teria deixado a mulher para mais tarde e dado prioridade à menina. Para Jesus tanto fazia curar a menina na hora ou ressuscitá-la depois.
Na agenda de Jesus as prioridades são eternas. E na sua agenda eterna a prioridade é Jesus? Se não for, cancele imediatamente todos os seus compromissos e anote este que a Bíblia sugere: “Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2 Co 6:2).
Você já sabe a quem recorrer na hora da tristeza e da necessidade. Nos próximos 3 minutos você irá aprender o que fazer quando vem o temporal.
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O temporal
Na última parte do capítulo 14 do Evangelho de Mateus Jesus insiste com seus discípulos para que sigam de barco até o outro lado do mar da Galileia. A noite vem e uma tempestade atinge o barco. Enquanto isso Jesus está sobre um monte, orando sozinho.
Os discípulos lutam contra as ondas sem saber que Jesus está atento e preocupado com eles. Por isso vai ao encontro deles caminhando sobre o mar revolto. Aquele que tinha alimentado uma multidão nem precisaria descer do monte para dar um jeito na tempestade. Mas Jesus quer assegurar aos discípulos que ele sabe o que estão passando e que tem o vento sob o seu comando e as ondas sob os seus pés.
Os discípulos o veem e gritam. Pensam ser um fantasma. Ficam mais apavorados com ele do que com a tempestade, e é esse o medo de muita gente: encontrar-se com Jesus. As pessoas temem porque têm culpa no cartório, mas acaso não é ele o mesmo que veio aqui pagar por nossas culpas e limpar nosso nome no cartório de Deus? O que você deve temer é ficar longe de Jesus.
Ao se reconhecer um pecador culpado, que merece a condenação e é incapaz de saldar sua dívida para com Deus, você já começa a descer do barco da confiança própria. O próximo passo é crer que só em Jesus há salvação; que a morte dele é o cumprimento da sentença que você deveria receber, mas que ele recebeu em seu lugar.
Ao crer em Jesus, os seus pecados são perdoados, sua culpa eliminada e seu crédito aos olhos de Deus recuperado. Deus deposita em sua conta aquilo que vê em Cristo. Você é justificado.
Pedro é ousado e diz a Jesus: “Senhor… se és tu, mandame ir ao teu encontro por sobre as águas” (Mt 14:28). Jesus responde: “Venha”. Se Jesus diz a você para ir ao encontro dele é porque ele cuida de tudo para que isso aconteça. Assim como era impossível a Pedro andar sobre as águas sem Jesus, é impossível você ir a ele se não for pelo poder que emana dele próprio.
É impossível ser cristão sem Cristo. É impossível ir a Deus se não for através de Jesus. Sim, as ondas das circunstâncias podem fazer com que você pare de olhar para Jesus, mas você sempre estará à distância de uma mão estendida se gritar, como Pedro fez: “Senhor, me salva!” (Mt 14:30). Pedro continua no mar agitado, mas agora a sua mão está segura na mão de Jesus.
Quando voltam ao barco a tempestade desaparece. Os discípulos adoram a Jesus. Você alguma vez pensou em adorar a Jesus, como Deus? É o que ele é.
A tempestade a ser enfrentada nos próximos 3 minutos é a da tradição religiosa.
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Tradição
O ditado diz que depois do temporal vem a bonança. Aqui não. Depois do temporal do capítulo 14 do Evangelho de Mateus vem outro tsunami de hipocrisia dos religiosos fariseus do capitulo 15. Jesus fala agora de dois enganadores: a tradição e o coração.
O Antigo Testamento ensinava que os judeus deviam praticar rituais de purificação, por exemplo, caso fossem contaminados pelo contato com um corpo morto ou um alimento impuro. Ninguém podia adorar a Deus sem se purificar. Mas os judeus acabaram criando extensões desses rituais, acrescentando uma série de rituais que Deus jamais ordenara.
O ritual de lavar as mãos antes de comer era um deles e acabou virando tradição e ganhando status de Palavra de Deus. Hoje existem cristãos que seguem as tradições de cristãos do passado e dão a elas mais importância do que à Palavra de Deus. Vale para esses a mesma repreensão que Jesus faz aos judeus.
Por mais higiênica que fosse a tradição, pois os judeus não usavam talheres para comer, era errado transformá-la em mandamento de Deus. Jesus responde que quem segue as tradições de homens anula a verdadeira Palavra de Deus. “Hipócritas!” — diz Jesus. “Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim’” (Mt 15:7-8).
Jesus explica aos fariseus que não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai dela, o que vem do coração, que é a origem dos maus pensamentos, imoralidades, calúnias… São essas coisas que tornam o homem espiritualmente impuro, e não o comer sem o ritual de lavar as mãos.
Se a religião que você segue é baseada na tradição, é provável que esteja sendo enganado como eu fui. Quando comecei a verificar na Bíblia o que dizem as religiões descobri que a religião na qual fui criado tinha transformado os dez mandamentos em nove. Excluíram o segundo, que proíbe fazer e cultuar imagens, e para a conta bater dividiram o último mandamento em dois. Era essa a versão que aparecia sob o título “Os Dez Mandamentos” no catecismo que eu lia quando criança.
Outra coisa: nunca siga o seu coração. A Bíblia diz que o coração é a coisa mais enganosa e corrupta que existe. É, eu sei que a música diz “Follow your heart” e os escritores de autoajuda mandam você crer em si mesmo. Tradição e coração são como os fariseus: guias cegos. Você quer mesmo seguir essas coisas? Meu conselho: Siga o exemplo da mulher dos próximos 3 minutos.
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Migalhas
Depois do seu encontro com os fariseus, que eram judeus genuínos e tinham direito às promessas de Deus feitas no Antigo Testamento, Jesus sai das terras de Israel e vai para a região de Tiro e Sidom. Uma mulher cananeia aparece gritando: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Mateus 15:22). Ela pede que ele cure sua filha.
Filho de Davi era o título que indicava a conexão de Jesus com Israel. Uma cananeia não podia chamá-lo assim, querendo parecer israelita. Um estrangeiro não pode pleitear direitos que são exclusivos dos cidadãos.
Os discípulos querem livrar-se dela, mas Jesus tem outros planos. Primeiro ele explica que foi enviado às ovelhas perdidas de Israel, não aos gentios, que não faziam parte da aliança de Deus com os judeus. Mesmo assim a mulher suplica, deixando de lado o título “Filho de Davi”, e diz simplesmente “Senhor, ajuda-me!” (Mt 15:25).
Jesus quer ver até onde a mulher está disposta a abrir mão de tudo para salvar sua filha. Por que você acha que ele saiu de sua terra se não fosse para ajudar um estrangeiro? Ele diz que não é certo tirar o pão dos filhos para lançá-lo aos cachorrinhos. Os judeus consideravam os não judeus como cães impuros.
Deus prova a nossa fé para ver o quanto de confiança própria ainda resta em nós. A mulher aceita ser colocada no mesmo nível dos cães, mas alega que até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Pronto, Jesus fica satisfeito e diz a ela: “Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja” (Mt 15:28). Imediatamente sua filha é curada.
Não há salvação sem humilhação. Você não será salvo enquanto achar que merece ou tem algum direito. Não tem. Deus quer salvar porque ele quer, não porque você exige ou faz algo para merecer. É por isso que se chama graça, que é um favor imerecido. O empecilho à salvação não é o seu pecado; é a sua justiça própria.
Se a salvação é de graça isso é só porque Cristo morreu para pagar pelos seus pecados na cruz e ressuscitou. Enquanto você se achar mais do que um simples vira-lata não saberá o que é graça. Eu sei, isso é péssimo para o ego, mas é também do ego que Jesus quer libertar você.
Agora Jesus volta à terra de Israel e reencontra os religiosos que se acham justos e confiam em si mesmos. Nos próximos 3 minutos.
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O sinal de Jonas
Os incrédulos fariseus e saduceus pedem a Jesus um sinal do céu. Fariseus e saduceus eram duas seitas dos judeus que não concordavam entre si, mas que se uniram contra Jesus. Um sinal do céu? Se você já leu os evangelhos ou acompanhou esta série até aqui irá concordar que só faltava o céu cair na cabeça deles.
Aqueles que sabiam interpretar o aspecto do céu para fazer a previsão do tempo eram incapazes de interpretar os sinais dos tempos para identificar aquele que veio do céu.
Todos os sinais de que precisavam estavam diante deles e podiam ser conferidos pelos livros dos profetas que previram a vinda de Cristo. Eles assistiam um replay ao contrário. Todos nós gostaríamos de viajar ao passado para conhecer algum personagem dos livros de história. Ali era o contrário. Por séculos os judeus leram sobre o Messias nos livros dos profetas e agora se recusavam a crer no próprio, bem ali na frente deles.
Sinais e milagres não são suficientes para mudar um coração endurecido. Quando você não quer crer, não existe argumento que o faça mudar de ideia Não é uma questão de evidência, é uma questão de vontade.
Havia mais uma profecia do Antigo Testamento que estava para se cumprir, e aqueles mesmos religiosos teriam parte ativa nela quando entregassem o seu Messias à morte. Era o que Jesus chamava de sinal de Jonas, que foi engolido por um grande peixe e saiu vivo de suas entranhas. Ele seria engolido pela morte e ressuscitaria no terceiro dia.
Mas nem todos eram como aqueles religiosos. Se por um lado você encontra a incredulidade e oposição dos religiosos judeus, por outro você encontra pessoas que aguardavam pelo Messias e viram em Jesus a concretização de suas expectativas.
Alguns viram isso tão logo tiveram o menino Jesus em seus braços. Outros foram comparar sua vida e milagres com o que tinha sido escrito pelos profetas do Antigo Testamento e creram nele. É provável que alguém que mais tarde visse aquele homem ensanguentado pregado numa cruz como um animal sacrificado se lembrasse do que dissera João Batista, o precursor do Messias: “Vejam! É o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29).
Aquilo que, para as pessoas daquele tempo, era a concretização dos oráculos de Deus, para você agora é história. Mas crer continua sendo uma questão de vontade. Você acredita em tanta notícia ruim que vê nos jornais e na TV e não vai crer nas boas novas de que Cristo morreu e ressuscitou para salvar você? Ser incrédulo não significa não ter religião. Há muitas religiões que levam as pessoas à incredulidade por alimentarem seus fiéis com fermento. É o que você vai ver nos próximos 3 minutos.
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Fariseus e saduceus
Jesus chega ao outro lado do mar da Galileia, e os discípulos estão preocupados por terem se esquecido de levar pão. Jesus diz para tomarem cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus, e eles pensam que está falando de pão.
Ele repreende a falta de fé dos discípulos, recordando as duas vezes em que multiplicou os pães. Eles tinham visto cinco pães alimentarem cinco mil homens, e sete pães alimentarem quatro mil, fora as mulheres e crianças. Na aritmética de Deus, menos alimenta mais. Mas o assunto aqui não é o fermento do pão, mas o ensino dos fariseus e saduceus.
Os fariseus eram extremamente religiosos e legalistas. O capítulo 12 do Evangelho de Lucas diz que o fermento dos fariseus é a hipocrisia. Pessoas que coam mosquitos costumam engolir camelos e tentar parecer que estão de jejum. Os fariseus eram sepulcros caiados, bonitos por fora, mas podres por dentro.
Os saduceus, por sua vez, eram racionais. Negavam a existência de anjos e espíritos, a imortalidade da alma e a ressurreição do corpo, além do castigo eterno. Eram os céticos da época e hoje seriam muito benvindos nas universidades e até em alguns cursos de teologia. Todavia ambos eram religiosos e pregavam a obediência aos mandamentos de Deus. Qual é o problema então?
Nos evangelhos você vai sempre encontrar exemplos de duas pessoas, coisas ou situações antagônicas representando salvos e perdidos. Nos exemplos e parábolas de Jesus não é o bom, do ponto de vista moral, que vai para o céu e o mau para o inferno. É o contrário.
Você encontra o fariseu e o publicano — o primeiro, religioso e o segundo corrupto, no entanto é o segundo que é justificado. Tem o filho pródigo e rebelde, que é justificado, e seu irmão que nunca saiu de casa que não é. Há pouco vimos a incredulidade dos religiosos judeus, herdeiros das promessas de Deus, e a fé da mulher descendente dos canaanitas, que aceita ser comparada aos cães e é abençoada por Jesus.
Já deu para perceber um padrão? Jesus veio salvar pecadores, não pessoas boas. Fariseus e saduceus acreditavam que podemos merecer alguma coisa de Deus se agirmos corretamente. No livro de Romanos o apóstolo Paulo fala que Deus justifica o ímpio, não o bom. Quando você tenta fazer algo para merecer a salvação, você faz de Deus seu devedor, como se dissesse: “Ok, eu fiz minha parte, agora o Senhor faça a sua”. Você não ousaria pensar assim se conhecesse o que realmente somos aos olhos de Deus e quem é Jesus. Mas isso nós vamos descobrir nos próximos 3 minutos.
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Revelação
O capítulo 16 do Evangelho de Mateus é um divisor de águas no ministério de Jesus. Agora só falta o ato final para completar sua rejeição pelos judeus: o Messias ser condenado à morte por seu próprio povo. O capítulo 53 do livro do profeta Isaías estava para se cumprir e agora Jesus passa a preparar seus discípulos para a cena da cruz.
Ele pergunta a eles quem o povo acha que ele realmente é. João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta ressuscitado, respondem eles. Então ele quer saber a opinião dos próprios discípulos. É Simão quem responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16:16).
Simão não fala de si mesmo, mas recebe uma revelação do Pai. Jesus é o Messias e Deus Filho. Homem algum pode concluir ou compreender isso a não ser por revelação divina. Jesus dissera um tempo antes que “ninguém conhece o Filho senão o Pai”.
As revelações não param aí. Dirigindo-se a Simão, Jesus diz: “Eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 16:17-19).
Existe muita confusão sobre esta passagem porque as traduções usam a mesma palavra para “pedra” e “rocha”. Eu acredito que Jesus se referia à afirmação de Pedro e a si mesmo ao falar de “pedra”. Mas o melhor mesmo é perguntarmos a Pedro quem é essa pedra: “Ei, Pedro, quem você acha que é a pedra?”
Pedro responde no capítulo 4 de Atos: “Este Jesus é a pedra” (Atos 4:11). Depois, em sua carta chamada de 1ª Pedro, no capítulo 2 ele chama Jesus de “pedra viva”, “ pedra rejeitada”, “ pedra escolhida” , “pedra preciosa”, “pedra angular”, “pedra de tropeço” e “rocha de escândalo” (1 Pe 2:4-8). Bem, você não vai querer discutir com Pedro, vai?
Outra revelação é que Jesus edificaria a sua igreja, a igreja dele próprio, o que nos leva a duas conclusões importantes. Primeiro, o verbo está no futuro, “edificarei” (Mt 16:18), o que mostra que a igreja não existia antes e nem mesmo naquele momento. Era algo futuro, o que nos remete ao capítulo 2 de Atos, que você pode ler por conta própria.
Outra coisa: Jesus diz “minha igreja” (Mt 16:18). É dele, de mais ninguém. Quando você escuta algum padre, pastor ou líder religioso usar a expressão “minha igreja” para falar da organização que fundou ou do lugar onde congrega, aquela é a igreja dessa pessoa, não a de Jesus. Se você quer saber qual é realmente a igreja de Jesus não perca os próximos 3 minutos.
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A igreja
No capítulo 16 do Evangelho de Mateus a Bíblia fala pela primeira vez da igreja. Igreja, na Bíblia, nunca é a uma denominação, organização religiosa ou edifício de tijolos. A palavra significa simplesmente reunião ou assembleia, portanto, um grupo de pessoas, não uma entidade jurídica.
A igreja é também um organismo vivo, o corpo de Cristo, no qual os membros necessitam uns dos outros e nenhum pode ser amputado. Aquele que é a cabeça do corpo não deixaria isso acontecer. A igreja aparece também como a noiva ou esposa de Cristo, uma união indissolúvel.
Na Bíblia não existe “Igreja A” ou “Igreja B”, e ninguém diz “eu sou A” e “eu sou B”. Responda rápido: de que igreja era o apóstolo Paulo? Viu? Só existe uma igreja verdadeira, aquela que Cristo comprou com seu próprio sangue.
Pense no Exército Brasileiro. Só existe um, mesmo que esteja representado em várias cidades. Na Bíblia você encontra a igreja em Éfeso, a igreja em Corinto etc. É a mesma igreja em diferentes cidades, como acontece com o Exército Brasileiro. Nunca se trata de outro exército, independente ou com outro nome. Assim deveria ser o testemunho da igreja também.
O exército brasileiro teve uma data de fundação, a única igreja genuína também. Ela foi fundada por volta do ano 30 e dela fazem parte todos os que verdadeiramente creem em Jesus. Qualquer igreja fundada em outra data ou que não inclua todos os salvos por Cristo não é a igreja da Bíblia, mesmo que tenha em suas fileiras muitos cristãos genuínos. Ninguém se faz membro da igreja; é Jesus quem acrescenta cada membro ao seu corpo.
Não confunda igreja com cristandade. Cristandade é o conjunto de todos os que se dizem cristãos, genuínos ou não. Igreja é o subconjunto que inclui apenas os genuínos. Por enquanto é difícil saber quem é quem, pois o joio está misturado com o trigo.
A igreja não tem um nome. Tentar dar diferentes nomes a diferentes grupos de cristãos é arruinar a unidade que Jesus planejou. Tentar reunir essas diferentes organizações numa colcha de retalhos é somar o que Deus não mandou dividir.
No céu não há denominações e os salvos não são identificados por diferentes nomes. Já ouviu a frase “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”? (Mt 6:10). Pois é. Essa confusão de “igrejas” que você vê por aí não tem origem na Bíblia. O inimigo não poupa esforços para arruinar os planos de Deus, e nos próximos 3 minutos você vai encontrar Satanás se infiltrando nas ideias de ninguém menos do que o próprio apóstolo Pedro.
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O adversário
Chega a hora da grande revelação, o tema principal de toda a Bíblia. Desde a queda de Adão Deus tinha prometido que da descendência da mulher viria um que seria ferido pela serpente, mas que a venceria. Jesus revela aos discípulos que ele deve ir a Jerusalém, sofrer nas mãos do clero, morrer e ressuscitar no terceiro dia.
Essa aparente derrota culminaria na vitória da ressurreição, mas Pedro parece não entender isso. Na melhor das intenções ele repreende Jesus dizendo que de modo algum isso vai acontecer a ele. A bronca que Pedro leva é do tamanho da bobagem que ele acaba de dizer, por isso Jesus diz: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens!” (Mt 16:23).
O Filho de Deus tinha vindo morrer e ressuscitar para resgatar o homem do pecado e da morte. Qualquer pessoa, filosofia ou religião que tente negar a morte e ressurreição de Jesus está fazendo a obra do diabo. Deixe-me repetir: Qualquer um que tente negar a morte e ressurreição de Cristo está fazendo a obra do adversário, que é Satanás.
Se a sua noção de cristianismo não passa de um conjunto de preceitos morais, o seu cristianismo não é de Deus. Não há salvação sem o sacrifício e a ressurreição do Cordeiro de Deus. Aqueles que consideram a morte de Jesus apenas um exemplo de abnegação estão fazendo um favor ao adversário.
Satanás não quer que as pessoas creiam que Jesus morreu para salvá-las e que o seu sangue é capaz de deletar definitivamente os seus pecados. O diabo quer nos fazer crer que a ressurreição não passa de simbolismo, ou que o Jesus que os discípulos viram ressuscitado não passava de uma materialização de seu espírito.
Nada disso. Jesus realmente morreu, realmente levou sobre si a culpa dos pecados daqueles que creem nele, pagou por isso e ressuscitou no terceiro dia. O seu corpo físico reviveu e subiu ao céu, do mesmo modo como os que creem nele irão reviver.
Hoje há no céu um Homem perfeito, com corpo e tudo, Jesus ressuscitado. Em breve o céu estará povoado de seres humanos, não apenas em espírito, mas em corpos ressuscitados. Você será um deles, se crer agora no Salvador.
Quem quiser salvar a vidinha que leva aqui, vai perdê-la. Mas quem estiver disposto a perder essa vidinha por causa de Jesus, vai achar a verdadeira vida, a vida eterna. Nos próximos 3 minutos Pedro, Tiago e João estão prestes a ver um lampejo de como será essa vida.
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A transfiguração
Nos originais a Bíblia não é dividida em capítulos e versículos. Isso foi feito depois, nos anos de 1227 e 1551 respectivamente. Portanto o último versículo do capítulo 16 do Evangelho de Mateus faz parte da narrativa do capítulo 17.
Naquele versículo Jesus garante aos discípulos que alguns deles não passariam pela morte antes que vissem Jesus em seu reino. Pedro, Tiago e João são os privilegiados: eles são levados a um alto monte e Jesus é transfigurado diante deles. A palavra no original é metamorfose.
Pedro, Tiago e João veem como Jesus será visto em sua vinda em glória, com seu rosto brilhando como o sol e suas vestes radiantes como a luz. Moisés e Elias surgem diante dele e os três conversam sobre a morte de Jesus que estava para ocorrer.
A presença de Moisés e Elias prova que os que partem deste mundo não estão dormindo, mas continuam vivos e conscientes, além de conservarem sua identidade individual. Muitos séculos antes Moisés tinha morrido e Elias tinha sido arrebatado ao céu sem experimentar a morte.
No Antigo Testamento Moisés foi impedido de entrar na terra prometida por causa de uma desobediência a Deus. Só foi permitido que olhasse de longe a terra onde tanto desejava entrar. Agora ele aparece na mesma terra prometida onde antes não pôde entrar. Deus tem um tempo para tudo, só que sua agenda não está limitada aos poucos anos de nossa vida aqui. O incrédulo vive no desespero de realizar seus planos no curto espaço de uma vida. O crente em Jesus não precisa ter essa pressa. Sua perspectiva de vida é eterna.
Pedro imediatamente se oferece para armar três tendas, uma para Jesus, outra para Moisés e outra ainda para Elias, colocando os três em um mesmo nível. Imediatamente uma nuvem resplandecente surge e dela sai uma voz que diz: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado. Ouçam-no” (Mateus 17:5).
Os discípulos se prostram no chão e, quando abrem os olhos, só veem Jesus. Moisés e Elias eram servos de Deus; Jesus é o unigênito Filho de Deus, o único homem gerado por Deus. Jesus é ao mesmo tempo Deus e Homem, a expressa imagem da divindade, o único sem começo nem fim. Será que você é daqueles que tentam colocar Jesus no mesmo plano dos grandes homens e filósofos da história da humanidade?
Por mais gratificante que tenha sido a experiência dos discípulos diante de Jesus transfigurado, eles agora precisam descer da montanha e encarar a vida do jeito que ela é, com tristezas, problemas e enfermidades. É o que acontece nos próximos 3 minutos.
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Marionetes
Agora os discípulos acompanham Jesus na descida do monte, onde ele tinha se transfigurado em um lampejo do que há de ser a glória futura. Tudo aquilo era real, mas fazia parte do mundo invisível, de outra dimensão.
O contraste entre a atmosfera que os discípulos respiraram no alto do monte e a que encontram quando chegam lá embaixo é evidente. Um pai se aproxima desesperado pedindo a Jesus que tenha misericórdia de seu filho. Este mundo, imerso em trevas, pecado e morte não é nenhuma Disneylândia.
A vida do cristão também não é livre de sofrimentos. Todos têm problemas. A diferença é que quem tem a Cristo tem uma perspectiva eterna e a certeza do seu destino. Verá a face de Cristo resplandecer como o sol e suas vestes brilharem como a luz. O incrédulo não. Para o incrédulo o futuro é um lugar escuro e incerto.
O filho enfermo daquele homem que procura por Jesus é controlado pelo demônio, que ora o lança na água, ora no fogo, dois extremos. O garoto é levado a Jesus e imediatamente curado.
Se você ainda não foi a Jesus, continuará sendo lançado de um lado para o outro como aquele jovem. Ouça o que o apóstolo Paulo disse aos cristãos de Éfeso, ao explicar o que realmente controlava a vida deles antes de se converterem:
“Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados… quando seguiam a onda deste mundo e o príncipe dos poderes do ar, o espírito que agora atua nos que vivem em desobediência. Antes, todos nós também vivíamos assim, satisfazendo as vontades da nossa carne e seguindo nossos desejos e pensamentos” (Ef 2:1-3).
Sua vida é assim? Sua bússola é a opinião pública, seu norte são os seus pensamentos e seu objetivo na vida é satisfazer seus instintos e a própria vontade como fazem os animais? A Palavra de Deus diz que os que estão nesta condição na verdade são marionetes do príncipe dos poderes do ar. Que príncipe é esse? Ele tem diferentes nomes: Lúcifer, Diabo, Satanás…
Ele se diverte jogando as pessoas de um lado para o outro, como fazia com aquele jovem. Quando você menos espera, descobre que não chegou a lugar algum no curto espaço de tempo de sua vida. Por falar nisso, quanto tempo você acha que ainda resta para você?
Posso dizer uma coisa? Se você vive assim, está em péssima companhia. Peça a Jesus o mesmo que aquele pai aflito pediu: “Senhor, tem misericórdia!”. Creia em Jesus, sem reservas, como a criança dos próximos 3 minutos.
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Grandes pequenos
Neste capítulo 18 de você aprende como devem se comportar os que pertencem ao reino dos céus. O reino dos céus não é o céu, mas a esfera dos que professam sujeição ao governo que emana dos céus; daqueles que pertencem a um reino cujo Rei está neste momento ausente, nos céus.
Os discípulos querem saber quem é o maior no reino dos céus e Jesus mostra a eles uma criança. Ninguém pode entrar de verdade no reino dos céus — e aqui ele está falando dos realmente convertidos — a menos que se torne como uma criança. Na matemática de Deus vimos que menos é mais, quando 5 pães alimentaram 5 mil e 7 pães alimentaram 4 mil. Agora, na medida de Deus o menor é o maior.
Mas como se tornar uma criança? Reconhecendo-se pequenino, fraquinho, incapaz, necessitado, dependente ao extremo de alguém maior que você. Jesus não veio salvar os capazes, mas os incapazes; não veio salvar justos, mas pecadores; não veio salvar fariseus religiosos, mas publicanos corruptos, não veio salvar campeões, mas aleijados; não veio salvar donzelas prendadas, mas prostitutas.
É claro que Deus ama a bondade, a integridade e a pureza, mas não são estas qualidades que salvam. Por dentro somos todos iguais — pecadores — e o sangue de Jesus é a única solução para isso. Esqueça tudo o que você aprendeu sobre ir para o céu baseado em suas conquistas. As coisas de Deus não seguem a lógica humana.
Afinal, que lógica existe em um Salvador pregado numa cruz? Como é que alguém incapaz de mexer as mãos e os pés poderia salvar você? No entanto foi assim que Deus fez. Antes de ser Leão, Jesus precisou ser Cordeiro, e Cordeiro sacrificado.
Se você realmente crê em Jesus como seu Salvador, enxergará a si próprio naquela cruz, pois era ali que você merecia estar, recebendo o juízo de Deus, o castigo que estava endereçado a você. No entanto, Deus amou tanto você que preferiu condenar Seu próprio Filho, um inocente, Jesus.
Jesus fala aos discípulos de coisas que nos fazem tropeçar: nossas mãos, pés e olhos. Pensamos imediatamente nas coisas más que podemos fazer com nossos membros, e realmente é assim. Mas que tal lembrar que esses mesmos membros também nos dão a falsa sensação de podermos agir, andar e enxergar independentes de Deus?
Não se esqueça: Jesus veio salvar os incapazes, e é nessa condição que ele quer encontrar você. Como a ovelha perdida dos próximos 3 minutos.
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A ovelha perdida
Na Bíblia, poucos versículos podem revelar grandes histórias. É o que acontece com o exemplo da ovelha perdida. Jesus começa dizendo que “o Filho do homem veio salvar o que se havia perdido” (Mt 18:11). Tem muita coisa nesta frase.
Se, por um lado, o título “Filho de Deus” mostra sua natureza divina, por outro, “o Filho do homem” revela que ele possui a natureza humana, porém sem pecado. Somente alguém que fosse realmente humano poderia nos compreender, passar pelo que passamos e morrer em nosso lugar.
Já que todos são pecadores, Deus não encontrou um ser humano sequer para fazer o papel do cordeiro sem defeito que devia morrer pelo pecador, como acontecia em figura nos sacrifícios do Antigo Testamento. É aí que entra Jesus, nascido de uma mulher virgem por concepção do Espírito Santo, portanto humano e divino, mas sem herdar a natureza pecaminosa que herdamos.
Ele não tinha pecado, nunca pecou e jamais poderia pecar por lhe faltar justamente esse princípio ativo, que é o pecado que habita em nós. No entanto, na cruz ele foi feito pecado em nosso lugar e também recebeu sobre si os pecados daqueles que creem nele, sendo castigado como um substituto.
Você reparou que falei de “pecado”, no singular, e “pecados”, no plural? Este é um assunto que Paulo explica em sua Carta aos Romanos. É mais ou menos assim: um pé de limão dá limões porque tem a natureza de um pé de limão. É impossível que dê outro fruto. Mesmo pequenino, basta você cheirar uma folha para saber que é um pé de limão.
Assim somos nós, nascemos com o “pecado”, no singular, em nós. A Bíblia chama isso de velha natureza, velho homem ou carne. Um bebê é um pecador, não por ter cometido algum pecado, mas por possuir em si esse princípio ativo. É apenas uma questão de tempo para ele começar a produzir seus limões, os “pecados”, no plural. Ao nascer de novo você recebe de Deus uma nova natureza, perfeita, e ao crer em Jesus os seus pecados são todos perdoados.
Mas para que isto aconteça, é preciso que você se reconheça como a ovelha perdida. O pastor tem cem ovelhas, mas se apenas uma se perder ele se dispõe a fazer o que precisar para ir procurá-la. Lembre-se de que o pastor é dono das ovelhas e se importa com elas. E, neste caso, lembre-se de que o Pastor já foi ovelha. O profeta Isaías diz que ele foi levado como ovelha muda para o matadouro. Chegou a hora de você se deixar encontrar por Jesus, o bom Pastor. Vejo você nos próximos 3 minutos.
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Setenta vezes sempre
O apóstolo Pedro está com uma dúvida. “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão? Até sete vezes?” (Mt 18:21). Para entender a pergunta de Pedro, é preciso entender o significado dos números na Bíblia.
O número “um” obviamente significa unidade. “Dois” é o número de testemunhas necessárias. Três é um testemunho perfeito, o número mínimo de pernas para uma mesa, algo suficiente em si mesmo. Deus é um, mas é também constituído de três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não tente entender. É Deus!
Quatro nos fala de simetria, dos quatro cantos da terra. Cinco é responsabilidade, é ação executada pelos cinco dedos da mão. Seis é o número que não chega a sete, é incompleto. Sete, portanto, é algo completo. Ele aparece em profusão no livro de Apocalipse, que completa a revelação de Deus.
Portanto, Pedro pergunta se sete vezes — um número completo — é suficiente para perdoar alguém. Jesus responde que deve perdoar setenta vezes sete, o que equivale perdoar setenta vezes sempre.
Mas isso também não é uma lei, como nada é lei para o cristão. No Antigo Testamento Deus deu 10 mandamentos e centenas de preceitos que só serviram para provar que somos incapazes de atingir as expectativas de santidade exigidas por ele. Então Deus revelou a sua graça ao nos perdoar incondicionalmente.
Ok, você dirá que é injusto perdoar alguém sem uma reparação, sem que pague pelo que fez. Correto, e foi isso que Jesus veio pagar, pelos pecados do pecador para que o perdão agora pudesse ser gratuito. Uma vez salvo por graça, que é um favor imerecido, o cristão perdoa não por obrigação ou para receber algo em troca, mas porque Deus fez isso com ele.
Deu para entender que o cristão não vive por leis ou regras, mas por reflexo? Ele deve refletir o que vê em Cristo. Quando eu perdoo, faço isto porque fui perdoado. Quando dou algo a alguém, faço isto porque Jesus abriu mão de tudo por mim. Quando amo, é porque fui absurdamente amado.
Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais, e coisa alguma poderia fazer ele me amar menos. Afinal, quando ele me encontrou, me amou e me salvou eu era um pecador perdido, inimigo dele, uma completa ruína. Você não será perdoado por amar muito a Deus; você só pode ser perdoado por ser muito amado. Sua dívida é impossível de você pagar com seus próprios meios, como a do servo da história dos próximos 3 minutos.
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A dívida impagável
No capítulo 18 de Mateus Jesus compara o reino dos céus a um rei cujo servo lhe deve 10 mil talentos. Dez mil talentos são trezentas e cinquenta toneladas. Se for de prata, são 120 milhões de dólares. Se for de ouro, 8 bilhões e meio. Jesus quis mostrar que a dívida era impagável.
O rei ordena que o servo, sua mulher e seus filhos sejam vendidos como escravos, mas o servo implora por paciência, e o rei, movido de compaixão, cancela sua dívida e o perdoa. O rei da parábola é Deus e nós somos o servo devedor. Mas o servo perdoado não considera o quanto lhe foi perdoado e trata sem misericórdia um colega seu que lhe devia uma quantia infinitamente menor. Ao saber disso o rei entrega o servo ingrato aos torturadores até que pague toda a dívida.
Observe que o contexto fala do reino dos céus, e não do céu propriamente dito. Como já vimos nesta série, o reino dos céus é a esfera dos que, neste mundo, professam sujeição ao Rei que está no céu. Portanto, tecnicamente falando, o perdão aqui é mostrado em seu caráter governamental, não eterno, e é por isso que o rei da parábola pôde voltar atrás e cancelar o perdão dado ao servo ingrato.
Quando o assunto é o perdão eterno, quem crê em Jesus como seu Salvador é perdoado eternamente de seus pecados e esse perdão não corre o risco de ser cancelado, já que foi obtido por graça, não por mérito. Mas isso não dá ao crente em Jesus o direito de viver aqui como bem entender. Neste mundo ele continua sujeito ao governo de Deus e ao fato de que para toda ação existe uma reação.
É por isso que Jesus diz que tudo o que o homem semear ele ceifará. Alguém que se drogava continuará sujeito aos danos causados em seu organismo, mesmo que se converta e abandone o vício. Do mesmo modo o cristão que não perdoa o seu próximo também acaba sofrendo em sua vida aqui. Quando você nasce de novo pela fé em Jesus, passa a ser filho de Deus e é tratado assim por ele. Nós disciplinamos nossos filhos rebeldes e Deus faz o mesmo com os dele.
Como saber se você é um filho de Deus? Crendo em Jesus, suplicando por perdão, como fez aquele servo. Se você realmente crê em Jesus como seu Salvador, sua vida dará testemunho disso. Sua boca irá falar do quanto Deus fez por você e você tratará os outros com a misericórdia com que foi tratado. Você saberá perdoar como foi perdoado. Aqui você conheceu o servo que devia milhões. Nos próximos 3 minutos você conhecerá um jovem milionário.
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O milionário
No capítulo 19 de Mateus vamos encontrar um jovem milionário, que tinha tudo, menos a vida eterna. Por isso pergunta a Jesus: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” (Mateus 19:16). Ele está duplamente equivocado, por chamar Jesus de mestre e por acreditar que a vida eterna se obtém fazendo o bem.
O jovem coloca Jesus, que é Deus e Homem, no mesmo nível dos mestres religiosos de Israel. A resposta de Jesus tem por objetivo ver se cai a ficha do rapaz: “Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom” (Mateus 19:17). Exatamente, e Deus está bem ali na frente do rapaz. Infelizmente a ficha não cai, por isso Jesus continua testando o jovem.
Jesus diz a ele que se quiser entrar na vida, deve obedecer aos mandamentos… não matar, não adulterar, não furtar, não dar falso testemunho, honrar os pais e amar o próximo como a si mesmo. Na lei dada a Moisés havia 10 mandamentos, mas aqui Jesus só menciona os relacionados ao próximo, já que o rapaz tinha sido reprovado em reconhecer e amar a Deus bem ali na sua frente.
Se eu perguntar se você obedece todos os mandamentos desta lista, o que dirá? Será que é capaz de afirmar que nunca mentiu e que honra seus pais e ama o próximo como a si mesmo? E quando o assunto é matar e roubar, não se esqueça de que Jesus disse que basta pensar para estas coisas serem lançadas em sua conta. Você sabe que não tiraria nota 10 no teste, não é mesmo? Mas o que responde o jovem milionário?
“A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?” (Mt 19:20).Você teria coragem de responder assim para o Criador e Senhor do Universo? O jovem continua achando que a vida eterna é recebida por uma barganha do tipo eu faço e Deus é obrigado a me recompensar. Ele não conhece a graça de Deus, a única maneira de se receber a vida eterna; ele não é capaz de admitir sua incapacidade de obedecer os mandamentos e se colocar diante de Deus como um pecador perdido.
Jesus dá o golpe final que revela o quanto havia de engano em suas respostas: “Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me” (Mateus 19:21). Ao ouvir isso o jovem se afastou triste, porque era milionário.
Ele não amava o próximo como a si mesmo e nem queria seguir a Jesus. A história teria sido outra se ele tivesse admitido sua incapacidade de obedecer e suplicado por misericórdia e graça. O problema não era sua riqueza, mas seu apego a ela e sua jactância de afirmar que era capaz de amar o próximo como a si mesmo. Jesus continua falando dos ricos nos próximos 3 minutos.
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O camelo e a agulha
Depois da conversa com o jovem milionário do capítulo 19 de Mateus Jesus explica que dificilmente um rico poderia entrar no reino dos céus, e continua explicando que é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus.
Alguns dizem que camelo é camelo mesmo, outros dizem que é uma corda de amarrar navios. A agulha é às vezes interpretada como agulha de costura e outras como uma pequena porta na muralha. Seja o que for Jesus deixa bem claro que está falando de algo que é impossível aos homens.
Para os discípulos aquilo era um choque. No Antigo Testamento Deus prometia abençoar com prosperidade e riquezas os obedientes, e agora ele diz que a prosperidade é um empecilho à bênção e salvação. Como pode ser? Simples. O rico tende a fazer da riqueza o seu deus.
Qualquer coisa pode ser um deus, e o homem moderno não é nem um pouco menos idólatra do que os antigos que adoravam ídolos de pedra. Se você acha que não pode viver sem alguém, essa pessoa é seu ídolo. Se você acredita que não poderá ser feliz sem aquele carro novo, aquele é seu ídolo móvel. Se você depende da conta bancária para se sentir seguro e realizado, seu deus é Mamom, o dinheiro.
Responda sinceramente, você não se sente mais confiante quando tem algum dinheiro no bolso? E se puder andar sempre na última moda, isso não lhe dá a sensação de ser alguém? É claro que dá. Em marketing chamamos a isso de poder de compra, e como todo ser humano gosta de poder, fica fácil perceber que quanto mais dinheiro, maior a sensação de poder, influência e domínio.
Mas é bom entender também que riqueza alguma tem valor em si mesma. Somos nós que atribuímos valor à prata e ao ouro. Alguns valorizam tanto a pobreza que isso acaba se transformando em sua riqueza, e passam a olhar com desdém os ricos. Você deve conhecer alguém que se acha melhor do que os ricos só por ser pobre. Preste atenção: qualquer coisa — seja riqueza ou pobreza, saúde ou doença, força ou fraqueza — que lhe der a sensação de ser alguém, essa coisa é o seu deus.
“Neste caso, quem pode ser salvo?” (Mt 19:25), perguntam os discípulos. Jesus responde: “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis” (Mt 19:26). A ideia é essa. Não há coisa alguma que você possa ter, ser ou fazer — e é isto que significa “impossível” — que contribua em sua salvação. Tudo vem de Deus para que a glória de sua salvação seja exclusivamente dele. Deu para entender que a salvação é por graça e não por mérito? E é também sobre o princípio da graça que o empresário dos próximos 3 minutos irá recompensar seus empregados.
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Justiça e graça
No final do capítulo 19 de Mateus os discípulos perguntam o que ganharão por terem deixado tudo para segui-lo. Ele promete que os que abrissem mão de tudo para segui-lo receberiam cem vezes mais, além da vida eterna. Certamente Deus tem uma recompensa para a fidelidade que vem depois de crer em Jesus. Afinal, como você poderá segui-lo se não crer nele?
Porém Jesus alerta que muitos primeiros serão últimos e muitos últimos primeiros, e no capítulo 20 ele mostra o contraste entre justiça e graça usando uma parábola. Agora o reino dos céus é comparado a um empresário que contrata diaristas para sua vinícola. Para os primeiros, que começam a trabalhar, digamos, às seis da manhã, ele combina pagar uma moeda de prata, e eles concordam. Era o salário mínimo suficiente para a cesta básica.
À medida que o dia passa, ele contrata outros sem combinar o valor. Diz apenas que lhes pagará o que for justo. Portanto, apenas os primeiros tinham, por assim dizer, um contrato verbal e formal determinando o valor a receber.
No final do dia o empresário começa a pagar os últimos, os que tinham sido contratados quase no fim da jornada de trabalho, dando a estes o mesmo pagamento dos primeiros, que trabalharam o dia inteiro. Ninguém reclama, exceto os primeiros, os que tinham um contrato formal. Será que tinham razão? Não.
O empresário foi justo ao pagar a eles o que tinha sido combinado. E não foi injusto ao pagar aos outros o necessário para o seu sustento. Se recebessem menos, seus filhos passariam fome. Os primeiros foram tratados com justiça; os últimos com a graça que dá a cada um segundo o coração de Deus, e não segundo o merecimento do homem. E Deus tem um coração grande e cheio de compaixão.
Se você não entender isto vai achar injusto que um assassino, convertido minutos antes da cadeira elétrica, receba o mesmo céu de alguém que creu em Jesus quando jovem e levou uma vida de devoção a Deus. Sabe por que você acha injusto? Por se considerar melhor que o assassino. Se Deus tratar você e eu com justiça, seremos ambos condenados, já que todos somos igualmente pecadores e transgressores da lei de Deus. Até na lei dos homens, apesar de a pena variar, tanto o homicida quanto o que estacionou em local proibido são transgressores.
Para que Deus pudesse ser justo e misericordioso Jesus aceitou receber na cruz o castigo pelos pecados, tanto do homicida quanto de qualquer outro que crer nele. Agora Deus pode salvar por graça todo aquele que crê em seu Filho Jesus. E é desse sacrifício, um tema recorrente em toda a Bíblia, que Jesus volta a falar aos seus discípulos nos próximos 3 minutos.
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O tema recorrente
No capítulo 20 de Mateus você encontra Jesus e seus doze discípulos indo a Jerusalém. Ele chama os discípulos em particular para lhes revelar algo, mas o que diz não é novidade. É a terceira vez neste evangelho que ele diz que vai a Jerusalém para ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei de Deus, para ser condenado à morte e entregue aos romanos para ser humilhado, açoitado e crucificado.
Muita gente pensa que a Bíblia é um livro de instruções. Algo do tipo “o que devo fazer para ir para o céu”. O tema central da Bíblia não é você e nem o que deve fazer. A Bíblia inteira fala de Jesus e do que ele fez. O tema central e recorrente da Palavra de Deus é Jesus, sua morte e ressurreição. É para isso que ele explica que está indo a Jerusalém. Foi para isso que ele veio ao mundo.
Quando o apóstolo Paulo explicou o que é o evangelho em sua carta aos cristãos de Corinto, na Grécia, ele resumiu assim: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”.
De que Escrituras ele falava? Do Antigo Testamento, já que ainda não existia o Novo. Jesus já era o tema central das Escrituras séculos antes de vir ao mundo. É de Jesus em sua morte que fala cada sacrifício de animal inocente encontrado no Antigo Testamento, começando pelo primeiro: Deus sacrificando um animal para, com sua pele, cobrir o pecado de Adão e Eva.
Veja os Salmos, por exemplo. Muita gente lê como se fosse um livro de orações, mas o texto assume uma nova perspectiva quando é lido como a expressão dos sentimentos, sofrimentos e glórias de Jesus.
O Salmo 23, aquele que diz “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará…”, só existe porque antes vem o Salmo 22, que diz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?… sou motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo… lançam insultos contra mim… a minha língua gruda no céu da boca… homens maus me cercaram… traspassaram minhas mãos e meus pés… sortearam minhas vestes…” Sim, é Jesus dizendo isso mil anos antes de vir ao mundo.
O que a morte e ressurreição de Jesus significam para você? Será que isso é a coisa mais importante do mundo para você? Tomara que sim, pois pelo jeito os discípulos não davam a mínima para isso, pelo menos a essa altura dos acontecimentos. Nem bem acabam de ouvir Jesus anunciar sua própria morte e eles já estão preocupados em saber quem ocupará as melhores posições no reino de Jesus. Não acredita? Então veja os próximos 3 minutos.
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Na base da pirâmide
Na continuação do capítulo 20 de Mateus encontramos a mãe de Tiago e João pedindo a Jesus um lugar para seus filhos à direita e esquerda de Jesus em seu reino. Jesus diz que não fazem ideia do que estão pedindo.
“Podem vocês beber o cálice que eu vou beber?” (Mt 20:22), pergunta ele referindo-se ao seu martírio iminente. Os dois respondem que sim, mal sabendo que realmente seriam martirizados. Tiago sofreria a morte de um mártir e João levaria a vida de um mártir, exilado na ilha de Patmos.
Os outros discípulos ficam indignados, provavelmente porque Tiago e João foram mais rápidos em requisitar uma posição. Da primeira vez que Jesus anunciou sua morte, Pedro o interpelou dizendo que isso jamais aconteceria. Da segunda vez os discípulos estavam mais interessados em saber quem seria o maior no reino. Agora eles estão preocupados com as posições que irão ocupar.
Assim é o ser humano, ignorante e indiferente aos pensamentos de Deus. A menos que você tenha o Espírito Santo de Deus habitando em você, o que é recebido pela fé em Jesus, os seus pensamentos nunca serão os pensamentos de Deus. Para responder às pretensões de poder e domínio dos discípulos Jesus aponta para si mesmo, aquele que não veio visando receber algo, mas dar o que tinha de mais precioso: sua vida.
Ao contrário do que acontece no mundo, para Deus as pessoas mais importantes não são as mais poderosas; não são as que estão no topo da pirâmide, onde todos querem estar. Para Deus, importante é quem está na base. Se Jesus não tinha vindo para ser servido, mas para servir, que posição seus discípulos deviam esperar?
Como eu e você, os discípulos acreditavam que os mais fortes, inteligentes e poderosos são os que sobrevivem, vencem e dominam sobre os mais fracos. Na natureza pode até ser assim, mas não nas coisas de Deus. Ali estava um que era o contrário de tudo isso: um fraco e humilde servo de todos; alguém que o mundo em breve veria como um perdedor pendurado numa cruz.
Jesus tinha vindo dar sua vida em resgate por muitos. Já pensou nisso? Um resgate é dado para libertar um prisioneiro. Se você acha que é livre não irá dar valor algum a esse resgate. Mas, se reconhece que precisa de libertação, porém acredita que ela seja obtida por seus próprios esforços, será que entendeu por que Jesus morreu? Observe também que esse resgate é “por muitos” e não “por todos”? Isso mesmo, muita gente vai ficar de fora e espero sinceramente que você não esteja entre esses. Nessa hora é preferível ser como os cegos dos próximos 3 minutos.
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Cegos individuais
No final do capítulo 20 de Mateus Jesus sai de Jericó seguido de uma grande multidão e no caminho é abordado por dois cegos. Ao ouvirem dizer que Jesus passava, imediatamente eles começam a gritar: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!” (Mt 20:29). Eles não perdem tempo. E se fosse aquela a última oportunidade que tinham para se encontrar com Jesus? E se for esta a sua última oportunidade de se encontrar com ele?
Apesar de cegos eles enxergavam melhor do que os religiosos de seu tempo. Chamar a Jesus de Filho de Davi era reconhecer que ele era o Messias, algo que os fariseus não queriam admitir. Uma coisa fica muito clara aqui: os cegos não fazem parte da multidão, eles se dirigem a Jesus individualmente expondo sua angústia. A multidão pede que os cegos se calem, mas eles não estão nem aí com a multidão.
Muitos seguem a Jesus junto com a multidão achando que têm visão. Outros se reconhecem cegos, mas enxergam quem Jesus realmente é. Você não será salvo seguindo a multidão ou as tradições religiosas que recebeu de seus pais. A salvação é individual, é algo entre você e Deus; algo que começa com o reconhecimento de seu pecado e um clamor por misericórdia.
Aquelas pessoas tentam impedir os cegos do mesmo modo como uma multidão de amigos e parentes tentará manter você longe de Jesus. São pessoas com boas intenções, mas que estão enganadas achando que a salvação você obtém na coletividade de uma religião, como se Deus salvasse no atacado.
Os cegos clamam por misericórdia e Jesus pergunta o que eles querem que lhes faça. A resposta vem sem rodeios: “Senhor, queremos que se abram os nossos olhos” (Mateus 20:33). Nada de pompa ou discursos cheios de termos teológicos. Eles tampouco estão preocupados se aquele testemunho público de incapacidade, e a confissão de quem realmente era Jesus, poderia arranhar sua imagem. Eles não têm vergonha de saírem atrás de Jesus clamando por misericórdia.
O que Jesus faz? Manda os cegos se tornarem membros de alguma igreja ou pagarem algum tipo de carnê? Não, ele simplesmente toca seus olhos e imediatamente eles passam a enxergar.
Você já foi tocado por Jesus? Já teve seus olhos da fé abertos para enxergar a beleza do Salvador e perceber o valor de sua morte na cruz como seu substituto? Os cegos curados agora seguem a Jesus, e seus novos olhos terão a oportunidade de ver sua entrada triunfal em Jerusalém. Nos próximos 3 minutos.
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O Messias
No capítulo 21 de Mateus Jesus chega ao monte das Oliveiras, nos arredores de Jerusalém, e manda que dois discípulos sigam adiante até encontrarem uma jumenta amarrada com um jumentinho ao lado. O evangelho explica que aquilo era o cumprimento do que tinha sido previsto pelos profetas Isaías e Zacarias:
“Digam à cidade de Sião: ‘Eis que o seu rei vem a você, humilde e montado num jumento, num jumentinho, cria de jumenta’” (Mt 21:5).
Os discípulos encontram tudo como Jesus havia previsto, e trazem o jumentinho para ele montar. Observe que aquele animal nunca tinha sido montado, e ninguém ousaria fazer algo assim a menos que estivesse participando de um rodeio. Mas Jesus não apenas sabia da existência do jumento e onde podia ser encontrado; ele também tinha o total controle de tudo.
Afinal, amansar um jumento era fácil para quem era capaz de amansar o mar revolto, curar cegos de nascença e ressuscitar mortos. Quando você vê o poder que Jesus tinha sobre o tempo e o espaço, os elementos e as circunstâncias, os homens e os animais, entende também que sua morte na cruz não foi um imprevisto.
Jesus veio voluntariamente morrer na cruz como um sacrifício pelo pecado. Ele não foi um revolucionário que acabou martirizado, como se os seus planos de mudança do mundo tivessem sido frustrados pela ação do poder político e religioso vigente. Ao contrário, do início ao fim de sua jornada aqui ele sempre esteve no total controle da situação e olhando para a conclusão de sua missão. Se quisesse, ele poderia até ter descido da cruz, mas aí não poderia dizer “Está consumado”, como disse, referindo-se ao completar sua obra.
Agora Jesus entra em Jerusalém montado no jumento e é aclamado de modo triunfal. As pessoas lançam ramos de árvores e vestes para forrar o caminho do Messias, o Filho de Davi. O povo reconhece sua glória, clamando, “Hosana ao Filho de Davi! Bendito é o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mt 21:9). Em nenhum momento Jesus rejeita esse tratamento, demonstrando assim ser verdadeiramente o Messias esperado.
Obviamente tudo isso acontece pelo poder de Deus, e não por iniciativa das próprias pessoas. Deus quer deixar claro quem Jesus realmente é. Quanto às pessoas… bem, em cinco dias essas mesmas pessoas, nessa mesma cidade, estarão gritando “Crucifica-o!” (Mt 27:22) . Jesus sabe disso e decide visitar o Templo, o lugar no qual Deus tinha colocado o seu nome e que era o único lugar onde um israelita podia adorar a Deus. Nos próximos 3 minutos você conhecerá o Templo de Jerusalém.
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O Templo
Após libertar o povo de Israel da escravidão no Egito Deus ordenou que construíssem um tabernáculo, uma tenda, para ser o lugar de adoração em sua peregrinação pelo deserto. Aquela tenda portátil era o único lugar onde os israelitas deviam adorar a Deus.
Quando o povo entrou na terra prometida, Deus ordenou que Salomão construísse um lugar fixo de adoração, o Templo, em Jerusalém. Ali Deus colocou o seu nome, o que equivale dizer que aquele lugar era a representação visível da presença de Deus. Estar ali era estar na presença do próprio Deus. Aquele era o único lugar do planeta reconhecido pelo nome de Deus, o único aprovado por ele. Alguém que construísse um templo ou altar em qualquer outro lugar estaria pecando.
O Templo que Jesus visita neste capítulo 21 de Mateus não é o mesmo construído por Salomão. Trata-se de uma reconstrução, mas que é endossada por Jesus por estar no único lugar que Deus estabeleceu para colocar o seu nome. Esse Templo não existe mais e hoje o seu terreno é ocupado por uma mesquita. Portanto, em nossos dias não existe um lugar físico de adoração que possa ser chamado de Templo. Deus não ordenou a construção de nenhum outro templo.
O Antigo Testamento e os Evangelhos apresentam contrastes importantes em relação às cartas dos apóstolos. Até o livro de Atos Deus estava tratando com Israel, o povo que ele escolheu desde a criação do mundo. A partir do livro de Atos dos Apóstolos Deus passa a tratar com a Igreja, o povo escolhido antes da fundação do mundo, formado por todos os que são salvos pela fé em Jesus.
Para Israel havia um lugar físico de adoração, o Templo de Jerusalém; para a Igreja esse lugar é onde dois ou três são reunidos pelo Espírito Santo em nome de Jesus. Em Israel havia um clero de sacerdotes, alguns pouco privilegiados para entrar na presença de Deus. Na Igreja não há um clero, todos são igualmente sacerdotes com livre acesso à presença de Deus.
A lista de contrastes é interminável, mas já deu para perceber que qualquer local físico de adoração ao qual se dê o nome de “templo” nos dias de hoje não passa de uma triste caricatura da adoração dos judeus. Qualquer designação de um clero ou de sacerdotes, idem. Qualquer nome que identifique os cristãos além do nome de Jesus é também uma afronta ao nome que está acima de todo nome.
Aqui Jesus está aparece da cruz, portanto dentro da ordem de coisas estabelecidas por Deus para os israelitas no Antigo Testamento. Mas ele encontra no Templo algo que infelizmente se tornaria uma marca registrada da cristandade dois mil anos depois. É o que você vai ver nos próximos 3 minutos.
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Covil de ladroes
Jesus continua no Templo de Jerusalém e o que vê ali o deixa furioso. Jesus não tratava com dureza as prostitutas, os adúlteros ou coletores de impostos corruptos. Ele veio em graça chamar pecadores ao arrependimento, antes de vir outra vez para julgar aqueles que não o receberam. Mas se existe algo que o deixa indignado é transformar a casa de Deus num negócio.
Ele expulsa de forma tempestiva os comerciantes do Templo, mostrando assim que tem autoridade sobre o próprio Templo. Aquela “casa de oração” tinha sido transformada em “casa de negociação” e covil de ladrões. Esta é a segunda vez que Jesus expulsa os comerciantes do Templo. A primeira aconteceu 3 anos antes, quando iniciou seu ministério.
O problema não está no comércio. As pessoas que visitavam o Templo precisavam comprar animais para os sacrifícios, e os cambistas eram úteis para converter as moedas que os fiéis traziam do exterior para as ofertas. O problema é fazer da casa de Deus em uma grande feira e do próprio Deus um negócio.
Será que é isso o que acontece hoje na cristandade? Não, hoje é muito pior. Os comerciantes da cristandade vendem o próprio Deus, condicionando bênçãos e salvação às ofertas. Vendem Deus numa garrafa, como se fosse um gênio pronto para satisfazer os desejos de riqueza e prosperidade de seus compradores.
Não há nada de errado em você ir a uma livraria comprar bíblias, livros ou música cristã. Transformar Deus e os cristãos em negócio é outra história. O livro de Apocalipse mostra o contraste entre a Igreja, a noiva de Cristo, e a Babilônia, a Grande Meretriz. O testemunho da igreja neste mundo, que deveria ser o de uma noiva fiel, transformou-se no testemunho de uma meretriz.
Experimente ler o livro de Atos e as cartas dos apóstolos para ver se encontra qualquer semelhança com o que vê na cristandade. Não havia pregadores vivendo como milionários à custa do dinheiro dos fiéis. As reuniões dos cristãos não eram shows com plateias histéricas. Não havia imagens, novenas, correntes, fogueiras santas e um sem número de superstições para entreter as pessoas. E o evangelho era pregado para as pessoas serem salvas pela fé em Jesus, para se tornarem membros do corpo de Cristo, não de alguma organização ou denominação.
Quando Jesus voltar, não virá para expulsar os mercadores do Templo. Ele virá para julgar aqueles que pregam, fazem milagres e curas em seu nome como fonte de lucro. Jesus sai dali e nem mesmo dorme em Jerusalém, tamanho o seu desgosto com esse tipo de coisa. Prefere dormir em Betânia. Israel havia se tornado uma figueira sem frutos, como a que ele encontra nos próximos 3 minutos.
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A figueira
Ao sair de Betânia, onde dormiu decepcionado com o que viu no Templo de Jerusalém, Jesus tem fome. Ele encontra uma figueira à beira do caminho, mas não há frutos nela, apenas folhas. “Nunca mais dê frutos!”, ordena ele, e imediatamente a figueira se seca. Este é o único milagre de Jesus feito às avessas, no qual ele amaldiçoa e mata, ao invés de abençoar e dar vida.
A figueira é um símbolo da nação de Israel. Se juntarmos isso com o que acabamos de ver no Templo fica fácil perceber que Deus abomina o povo que professa o seu nome da boca para fora, como um pretexto para alcançar seus próprios objetivos. A recepção calorosa que ele recebeu em Jerusalém não passava de folhas de uma profissão de fé exterior, porém sem frutos como a figueira.
Diante do espanto dos discípulos, Jesus diz a eles que se tiverem fé e não duvidarem poderão ordenar a um monte que se lance no mar e isso acontecerá, e tudo o que pedirem, crendo, receberão. Antes que você tente mover a montanha para que seu apartamento fique com vista para o mar, deixe-me explicar uma coisa.
Nunca leia a Bíblia como um papagaio de realejo, aquele que tira a sorte com o bico. A Bíblia não é um jogo de búzios feito de versículos soltos, que você chacoalha e lança para ver o que dá. Não é um livro de adivinhações. Para compreendê-la é preciso levar em conta o texto e o contexto em sua totalidade.
Outras passagens mostram que a oração, para ser atendida, deve estar em conformidade com a vontade do Pai. Para saber a vontade do Pai é preciso andar em comunhão com ele e, quando isso acontece, você sabe o que convém ou não pedir, por estar em sintonia com os pensamentos de Deus. Aí sim, tudo o que você pedir ele fará, pois será exatamente o que ele gostaria mesmo de fazer de qualquer modo.
Há vários casos de orações não atendidas, o que demonstra que Deus não está ao nosso dispor. Paulo orou três vezes para ser liberto de algo que o afligia e Deus disse não. O mesmo apóstolo sugeriu a Timóteo que tomasse um remédio caseiro, água misturada com vinho, para sua enfermidade no estômago, ao invés de orar por uma cura mágica. Em uma de suas viagens Paulo é obrigado a deixar seu companheiro Trófimo em Mileto por estar doente.
O Deus da Bíblia não é nem um pouco parecido com aquele deus que é vendido pelos pregadores da prosperidade, que ordenam que Deus lhes obedeça, como se o Criador do Universo estivesse à disposição do homem. Esses pregadores que tentam manipular Deus ao seu bel prazer não fazem ideia de quem é esse que estão tentando manipular. São iguais aos líderes religiosos dos próximos 3 minutos, que não reconhecem a autoridade de Jesus.
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A autoridade de Jesus
Jesus volta ao Templo no capítulo 21 do Evangelho de Mateus, agora para ensinar. Os líderes religiosos logo vão tirar satisfação pelas coisas que ele há pouco tinha feito ali. Eles já tinham colocado em dúvida seus milagres e seus ensinos. Agora tentam questionar sua autoridade. Com ordem de quem ele tinha expulsado os mercadores do Templo?
Na sociedade existem autoridades e existe uma hierarquia. Quando você acha que um tribunal foi injusto ao julgar uma questão, você apela para um tribunal superior. Se chegar ao Supremo Tribunal e nem este lhe parece justo, não há mais o que fazer. Só lhe resta apelar para Deus, que está acima de todas as autoridades. Mas, e quando se trata de julgar a autoridade de Deus?
Bem, aí você vai precisar mostrar capacidade para fazer isso, o que é totalmente impossível. Aqueles líderes religiosos têm a petulância de questionar a autoridade do Criador, daquele que é maior até do que o próprio Templo do qual ele expulsou os mercadores. Aqui não se trata de uma questão de Jesus provar ou não sua autoridade, mas de provar se eles tinham ou não capacidade de julgar.
Por isso ele lhes pergunta se o batismo de João Batista era do céu ou dos homens. Os líderes religiosos discutem entre si. Se responderem que o batismo de João era do céu, Jesus perguntará por que não creram nele. Se responderem “dos homens”, eles temem uma rebelião do povo, que considerava João um profeta. Por isso dizem simplesmente: “Não sabemos” (Mateus 21:27).
Eles demonstram assim sua incapacidade de julgar e, portanto, Jesus não lhes deve qualquer explicação. Pior do que os que ignoram as coisas de Deus são os que se consideram alguma coisa, que se acham mestres de ignorantes e guias de cegos, mas não passam de soberbos perdidos em suas jactâncias.
Outro dia vi numa livraria um livro que se propunha a apontar os erros da Bíblia. Na capa dizia: “Escrito pelo maior especialista do mundo em Bíblia”. Pura bobagem. Se o autor fosse mesmo o maior especialista, ninguém poderia dizer isso dele, pois quem o fizesse já seria maior. A avaliação ou julgamento de uma autoridade termina quando se chega ao topo, àquele que já não pode ser avaliado, àquele que não pode ser julgado. Deus.
Para julgar Jesus, é preciso ser superior a ele. Você é? Então o melhor á se sujeitar, crer e obedecer ao Salvador e Senhor de todas as coisas. Que tal parar de julgar Deus e descansar na certeza de que ele é justo e perfeito? São as nossas imperfeições que às vezes nos fazem pensar o contrário. Nos próximos 3 minutos Jesus vai mostrar a inutilidade da mera aparência religiosa.
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Da boca pra fora
Existe nas empresas um negócio chamado Norma ISO, que é um padrão de excelência. Para a empresa receber uma certificação ISO 9000, por exemplo, ela precisa passar por uma bateria de testes e adequações comparando seus processos, produtos, serviços e pessoas com um padrão. Nos evangelhos os religiosos são testados segundo o padrão de Deus: Jesus. O resultado você sabe: todos reprovados.
Os religiosos que abordam Jesus no Templo querem apenas manter uma aparência de piedade e religiosidade. Quanto mais longe você estiver de Deus, mais irá querer convencer os outros de que está perto. É só alguém lhe falar do evangelho da graça e você irá logo desfiando tudo o que tem feito em favor dos pobres ou os cargos que ocupa numa religião. Quando o interior do sepulcro está cheio de podridão, só resta embelezar o exterior. A religião formal é assim. É a reforma exterior do sepulcro, coisa pra inglês ver. Mas Deus, que não é inglês, não cai nessa.
O primeiro sinal de que o sepulcro acaba de ser pintado é você falar de si mesmo, de suas boas obras e fervor religioso. Li de uma pesquisa que aponta que pessoas com a consciência pesada têm maior propensão a tomar banho. Quando se sentem limpas por fora elas se sentem melhor por dentro. Mas, para Deus, há mais esperança para um pecador assumido do que para um religioso enrustido.
E é isso que Jesus diz aos líderes religiosos. Ele conta a parábola dos filhos que recebem a ordem de irem trabalhar no vinhedo de seu pai. O primeiro diz que não vai, mas depois se arrepende e acaba indo. O segundo diz que vai, mas não vai e nunca planejou ir. Quer apenas causar uma boa impressão. Qual dos dois fez a vontade do pai? Os religiosos do Templo respondem que foi o primeiro e acabam condenando a si mesmos por sua resposta.
Exteriormente eles aprovavam o ministério de João Batista só para serem bem vistos pelo povo. Mas, no fundo, não tinham qualquer intenção de atender ao que João dizia: “Arrependei-vos!”. No entanto, os coletores de impostos e as prostitutas, que tinham tudo para se opor à pregação de João, eventualmente acabavam se arrependendo de seus pecados. Muitos deles se tornaram discípulos de Jesus.
Quem é você? O carola religioso, o que força o tom de voz quando fala de Deus, que se esconde atrás da caridade e da religião para se mostrar digno de receber o favor divino, ou o pecador assumido que não se atreve a fingir para Deus? Se for este último, saiba que Deus está pronto a salvá-lo do jeitinho que você está. Deus está de braços abertos esperando que você creia que o sangue de Jesus derramado na cruz é o único banho que purifica você de todos os seus pecados. Mas se você for o religioso que vive de aparência, se vivesse nos dias de Jesus teria feito o mesmo que as pessoas da parábola dos próximos 3 minutos fizeram.
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A pedra de tropeço
Jesus termina o capítulo 21 do Evangelho de Mateus com outra parábola dirigida aos religiosos. Já reparou como a bronca é sempre contra os religiosos? Agora ele fala de um proprietário de terras que planta um vinhedo, constrói benfeitorias e arrenda o lugar a alguns lavradores antes de sair de viagem.
Na época da colheita ele envia alguns empregados para buscarem a sua parte, mas um é espancado, outro morto e outro apedrejado. Outros empregados são enviados, em maior número, mas recebem o mesmo tratamento. Então o dono do lugar decide enviar seu próprio filho, acreditando que este será respeitado. Quando os homens veem o filho, dizem: “Este é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo e tomar a sua herança” (Mateus 21:38).
Jesus pergunta aos religiosos do Templo o que acham que o proprietário deve fazer, e a sentença é clara: “Matará de modo horrível esses perversos e arrendará a vinha a outros lavradores, que lhe deem a sua parte no tempo da colheita” (Mt 21:41). Aqueles religiosos acabavam de condenar a si mesmos.
Deus preparou um vinhedo, Israel, e o entregou nas mãos dos israelitas. Mas aquele povo, liderado por seus religiosos, decidiu fazer as coisas ao seu próprio modo, rejeitando os avisos que Deus lhes enviava por meio seus profetas, que eram perseguidos e mortos.
Finalmente Deus enviou o seu Filho. Os religiosos sabiam que ele era o herdeiro, porém não queriam admitir isso publicamente. Preferiam matá-lo a abrir mão do poder que exerciam sobre o povo. Ao rejeitarem a Pedra que Deus tinha escolhido para ser a principal na construção do seu reino, eles não só perderiam o vinhedo que lhes tinha sido confiado, mas Jesus, a pedra que os construtores rejeitaram, se tornaria para eles uma pedra de tropeço.
Jesus alerta os religiosos que “aquele que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó”. Repare que Jesus fala da mesma pedra como estando no chão, sobre a qual as pessoas tropeçam e caem, e como descendo do alto, caindo sobre os que a rejeitam. Enquanto Jesus está sendo anunciado neste mundo ele é motivo de tropeço para aqueles que não creem ou que tentam manipulá-lo. Em breve ele descerá do céu para julgar essas pessoas.
Será que você também tropeça em Jesus? Será que a simples menção do nome dele incomoda você? Enquanto você está aqui ele pode ser a rocha de refúgio onde você encontra abrigo no temporal. Pode ser também a rocha sobre a qual você decide edificar sua vida. Mas pode ser um tropeço caso você se recuse a crer nele. Por que você não para de tropeçar e aceita agora mesmo o amável convite de Deus para a festa dos próximos 3 minutos?
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A festa de casamento
Na parábola anterior Jesus deixa claro para os religiosos judeus o que eles estão prestes a fazer: matar o filho do dono para ficar com o vinhedo. Agora, no capítulo 22 do Evangelho de Mateus, ele mostra outro aspecto dessa rejeição. O filho assassinado na parábola anterior reaparece como um príncipe em seu casamento.
O rei manda seus servos distribuírem os convites para a festa de seu filho, mas os convidados não querem ir, apesar de o rei avisar que tudo já está preparado. Não era preciso fazer coisa alguma, bastava aceitar o convite. Os convidados preferem cuidar de seus próprios negócios, e alguns chegam até a maltratar e matar os servos do rei.
Irado, o rei envia seu exército para destruir a cidade e aqueles assassinos. Depois diz aos servos para saírem pelas ruas e convidarem todas as pessoas que encontrarem, de boa ou má reputação, porque o banquete já está preparado. O salão fica cheio de pessoas totalmente desqualificadas, mas que aceitaram o convite.
João Batista e os discípulos de Jesus convidaram os judeus para desfrutarem da benignidade de Deus, mas estes recusaram. Eles não apenas mataram João, mas pregaram o próprio Filho de Deus numa cruz. Mesmo após a morte e ressurreição de Jesus, por algum tempo o convite permaneceu literalmente em pé.
No capítulo 7 do livro de Atos dos Apóstolos você encontra Estevão mais uma vez convidando os judeus a crerem em Jesus. Antes de ser apedrejado, ele vê os céus abertos e Jesus em pé à direita de Deus. Jesus ainda não tinha se sentado em seu trono, como se aguardasse por um arrependimento de última hora dos judeus, que acabou não acontecendo.
No ano 70 o exército romano destruiu e queimou Jerusalém, exatamente como acontece com a cidade da parábola. Com a rejeição dos judeus, Deus passou a tratar com outra classe de pessoas. Os judeus eram, por assim dizer, os privilegiados, os socialites, cujos nomes estavam na lista de convidados. A lista foi rasgada e agora o convite é feito a qualquer um, sem discriminação. Qualquer um mesmo!
Para você imaginar esta parábola aplicada aos dias de hoje, pense numa festa de casamento do herdeiro do maior milionário do país, para a qual são convidados ladrões, traficantes, prostitutas, viciados… todo tipo de gente. Imagine uma fila de ônibus parando no lugar mais barra pesada da cidade e anunciando: “Pessoal, boca livre pra todo mundo! Qualquer um está convidado! Venha como você estiver!”.
É exatamente este o convite que está sendo feito agora através do evangelho da graça de Deus. Você o aceita do jeito que está, sem pré-condições. Aliás, apenas com a condição de se reconhecer incapaz de pagar por isso, e aceitar vestir a roupa que o anfitrião lhe dará nos próximos 3 minutos.
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Traje a rigor
A festa de casamento da parábola contada por Jesus no capítulo 22 de Mateus exigia traje a rigor. O convite era para qualquer um, independente de sua condição, e tudo estava preparado, inclusive o traje adequado para os convidados, como aqueles paletós de reserva que os restaurantes chiques têm para clientes desprevenidos.
A graça de Deus convida a todos, e Deus preparou tudo para sermos salvos. Portanto não há coisa alguma que você precise fazer ou trazer para desfrutar da salvação eterna. Porém essa dádiva precisa ser aceita na sua totalidade para ser considerada como entregue. Ao receber uma encomenda você assina um recibo aceitando tudo o que vem no pacote.
O rei anfitrião indaga de um convidado como ele tinha entrado ali sem o traje a rigor. O homem emudece. Não há argumento quando se está na presença de Deus. Eu posso enganar muita gente, mas Deus sabe se eu sou ou não genuíno. Só ele é capaz de distinguir o joio do trigo, e fará isso no momento certo. Por enquanto continuará existindo neste mundo uma mistura de genuínos e falsos.
O traje a rigor não são regras ou mandamentos para se merecer uma salvação que Deus oferece de graça. Nem zelo religioso, coisa em que os judeus eram campeões. Eles eram tão zelosos que tomaram o cuidado de tirar o corpo de Jesus da cruz na sexta feira, para não violarem o mandamento da guarda do sábado.
A falta do traje a rigor está mais para libertinagem, que é acreditar que a graça de Deus possa ser recebida parcialmente. Não pode. Aceitar o convite implica se deixar vestir de forma a expressar a dignidade exigida na presença de Deus. Quem não aceita a graça de Deus na sua totalidade tem o mesmo destino no convidado mal vestido, que o rei manda amarrar e lançar nas trevas. Jesus explica que muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.
Ao aceitar o convite você concorda em deixar a velha roupa do lado de fora e ser vestido com a nova. Você assina o recibo de um pacote que inclui se deixar revestir de Cristo, ser transformado à sua semelhança e trazer em si aquela justiça prática que expressa a dignidade daquele que o salvou. Você concorda em se deixar vestir com as vestes de justiça que Deus preparou para você.
A salvação recebida por graça não é um aval para viver do jeito que você bem entender. Aquele que realmente se converteu irá querer saber o que agrada ao seu Senhor, e fará isso como forma de expressar sua gratidão. O cristão genuíno é um apaixonado por Cristo e odeia desapontá-lo. Não é o caso dos religiosos judeus, que nos próximos 3 minutos tentarão confundir Jesus com suas perguntas.
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Eu, César e Deus
“A Deus o que é de Deus”. Você reconhece esta frase? É claro que sim, só que é mais comum ouvirmos a primeira parte dela: “a César o que é de César” (Mateus 22:21). É que a maioria das pessoas prefere omitir a segunda parte porque é comprometedora. É certo que damos a César o que é de César, mas e a Deus?
Os judeus tentam pegar Jesus em alguma palavra para terem de que o acusar. Primeiro vêm os religiosos e legalistas fariseus, junto com os herodianos, mais políticos, que paparicavam o rei Herodes. Lembre-se de que Herodes e outros reis que passaram por Jerusalém durante o domínio romano eram fantoches de Roma.
Depois de tentarem bajular Jesus, dizendo que ele era isso e aquilo, eles perguntam: “É certo pagar imposto a César ou não?” (Mt 22:17). Imediatamente Jesus os chama de hipócritas por testá-lo. Se ele respondesse que era certo, eles o acusariam de traidor e inimigo dos judeus; se dissesse o contrário seria acusado de subversivo e inimigo dos romanos.
Jesus pede uma moeda usada para pagar o imposto a César e pergunta de quem é a efígie e a inscrição na moeda. “De César”, respondem. “Então dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Eles saem admirados com a resposta.
Jesus tem sempre uma resposta para tudo, mas pode não ser aquela que esperamos. Como aqueles fariseus e herodianos, tentamos prendê-lo dentro dos nossos próprios limites, tentamos controlá-lo, sempre visando nossos próprios interesses. Levamos no bolso uma moeda de três faces: Eu, César e Deus. Nesta ordem.
Ao crer em Jesus você abre mão de sua própria vontade, aquela que levava você cada vez mais longe de Deus. Não que ao se converter você perca a vontade própria. Ela continuará querendo botar as asinhas de fora e de vez em quando acabará assumindo o controle, só para você se arrepender depois.
Com o tempo você descobre que a comunhão com Deus é o que transforma sua vida, e não há coisa melhor do que viver fazendo a vontade dele, e não a sua própria ou a de César. Não que você não precise mais obedecer ao governo e às autoridades, ou fique isento de impostos. Você ainda precisa dar a César o que é de César, mas sem deixar de dar a Deus o que é de Deus, e ele merece a melhor parte, pois tudo o que você é e tem veio dele. Quer saber como ele às vezes se sente?
Experimente dar um chocolate ao seu filho e depois pedir um pedacinho. Se o seu filho negar você saberá como Deus se sente quando você não compartilha com ele tudo o que recebeu. Os fariseus e herodianos não queriam dar a Jesus coisa alguma, nem mesmo o reconhecimento que lhe era devido. Davam a César o que era de César, mas não a Deus o que era de Deus. Nos próximos 3 minutos será a vez dos saduceus tentarem pegá-lo em alguma palavra.
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Palavra, poder e fidelidade
Os saduceus, outra seita do judaísmo, eram racionais e céticos ao extremo. Não acreditavam em milagres, anjos ou ressurreição. Questionavam o sobrenatural e, obviamente, Jesus sempre será um estorvo para aqueles que não querem acreditar no que vai além do que os olhos veem ou o cérebro entende.
Eles tentam colocar Jesus na parede, querendo fazer com que a ressurreição pareça uma ideia absurda. Baseados na Lei do Antigo Testamento, que dizia que uma mulher que ficasse viúva sem ter filhos deveria se casar com o irmão de seu marido para garantir sua descendência, eles perguntam: E se ela se casar 6 outras vezes com os irmãos do marido pelo mesmo motivo? De qual dos sete ela será esposa na ressurreição?
Jesus aponta três falhas no raciocínio deles. Primeiro ele mostra que eles ignoram as Escrituras. Caso contrário, saberiam que o matrimônio cessa na morte e que os ressuscitados serão como os anjos, que não se casam ou têm relações sexuais. Mesmo assim conservaremos nossas identidades segundo o gênero. Eu continuarei sendo o Mario e a Maria continuará sendo a Maria.
Segundo, se conhecessem o poder de Deus saberiam que a ressurreição não é problema para quem criou o homem do pó da terra. É do pó que ele nos ressuscitará, pois tem poder suficiente para isso.
Em terceiro lugar, Deus fez uma aliança com Abraão, Isaque e Jacó e continuou falando deles como de pessoas vivas, não mortas. Além disso, as promessas que Deus fez a eles não se cumpriram no tempo em que viveram aqui, portanto eles ainda vão desfrutar delas. A ressurreição é coerente com a fidelidade de Deus.
Sempre que alguém questiona a Palavra de Deus é porque, primeiro, não a conhece. Segundo, essa pessoa não faz ideia de que tudo o que existe só veio a existir pela mesma Palavra de Deus, e que essa Palavra tem poder. Deus falou, e as coisas passaram a existir. Jesus clamou “Lázaro, vem para fora”, e o cadáver mal cheiroso de um homem morto há quatro dias reviveu.
Terceiro, a mesma Palavra que nos revela tudo isso vem de alguém que tem credibilidade suficiente para garantir que, apesar da morte, suas promessas se cumprirão. Deus faz promessas a vivos, e é a vivos que ele vai entregar o que prometeu. Os que morrerem crendo serão ressuscitados para receber as bênçãos prometidas. Os que morreram se recusando a crer, serão ressuscitados para o lago de fogo, do qual foram avisados pela mesma Palavra.
Mas o coração incrédulo é como concreto. À medida que o tempo passa ele endurece cada vez mais. Nos próximos 3 minutos os fariseus vão tentar outra vez.
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O grande mandamento
No final do capítulo 22 de os fariseus tentam outra vez fazer Jesus tropeçar em alguma palavra. Agora é a vez de um teólogo da época. Ele pergunta: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?”
Jesus responde: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento”. O Evangelho de Marcos acrescenta “de todas as tuas forças”. Isso abrange a totalidade do nosso ser: emoção, ânimo, intelecto e vigor. Se este é o grande mandamento, o grande pecado é amar assim qualquer outra coisa.
O homem moderno, que assiste o Discovery Channel, se acha mais evoluído do que as pessoas mostradas nos documentários adorando uma pedra, uma vaca ou um guru senil. O problema é que você pode ser idólatra de terno e gravata e com um pós-doutorado no currículo. Basta confiar em qualquer coisa que não seja Deus.
Você só se sente seguro com os bolsos cheios? O dinheiro é seu deus. Perdeu a vontade de viver porque levou um fora da garota? Queime incenso no altar dela. É na academia e na dieta que está sua garantia de vida eterna? Cante louvores à balança. Aquilo que você mais ama, em que mais confia, no que aposta todas as suas fichas, esse é o ídolo ao qual você dá o crédito por sua segurança, felicidade e bem estar.
Idolatria é ser controlado por qualquer outra coisa que não seja Deus. Escolhemos nossos ídolos e nem nos damos conta do quanto acabamos controlados por eles. Todas as coisas que consideramos a razão de nosso viver, das quais dependemos e nas quais confiamos, isso é o nosso panteão, o nosso Olimpo, o altar de nossos sacrifícios.
Nossa má conduta também revela quem está no controle. Quando você comete um pecado, como por exemplo a mentira, está confiando em seus próprios instintos, esquemas e raciocínios, ao invés de confiar em Deus. Quando se deixa levar pelas tentações, idem. Você dispensa Deus e entrega o controle a elas.
Talvez não exista um culto mais frequentado pelo homem moderno do que o culto à vontade própria. Vivemos prostrados diante do altar de nossos caprichos cantando o mantra: “Eu mereço ser feliz”. Isso nos torna indulgentes para com nossas manias e iguais a aborígines que alimentam de oferendas um hipopótamo mal acostumado.
O moderno espiritualismo nos leva a acreditar que a solução para tudo, inclusive nossa salvação eterna, esteja em nós. Aí achamos que somos bons por natureza ou que os possíveis defeitos e pecados possam ser sanados por uma boa dose de boas ações e espiritualidade.
Quando pensamos assim estamos de costas para Deus, para aquele que quer ter 100% do controle de nossa vida e vontade, para poder resolver 100% de nossos problemas, a começar pelo primeiro: a purificação de nossos pecados feita há 2 mil anos na cruz. Nos próximos 3 minutos Jesus vai falar do segundo grande mandamento.
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O segundo mandamento
Depois de falar do primeiro grande mandamento — amar a Deus acima de tudo — Jesus fala do segundo: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22:39). Este segundo mandamento tem sido muito usado nos dias de hoje por escritores espiritualistas, só que de uma forma capenga que induz o seguinte raciocínio:
“Bem, se preciso amar o próximo como a mim mesmo, é melhor eu começar a me amar mais. Hmmm… não tenho me amado muito ultimamente, não tenho me valorizado, não tenho dado a mim mesmo a autoestima que mereço…” Já percebeu onde quero chegar, não?
Exatamente. O próximo passo é pedir ao meu próximo que aguarde uma vida enquanto resolvo essa parte de amar a mim mesmo. Isso nos leva àquela máxima cada vez mais utilizada pela propaganda: “Você merece ser feliz!” Já que o coração humano é insaciável, eu nunca vou achar que já me amo o suficiente para amar meu próximo.
Essa atitude me leva de volta à idolatria da qual falei nos últimos 3 minutos, mais especificamente à adoração de mim mesmo. Terá sido assim que Jesus amou? Não. Para me amar ele esvaziou-se de si mesmo, veio a este mundo na forma de um servo, tornou-se semelhante aos homens, humilhou-se a si mesmo e obedeceu ao Pai até à morte, e morte de cruz. Isso sim é amor.
Mas, por possuirmos uma natureza corrompida pelo pecado, eu e você somos incapazes de amar do jeito que Jesus amou, a menos que haja uma intervenção divina que implante em nós esse amor. Essa intervenção acontece quando você crê em Jesus e no efeito que o seu sacrifício na cruz tem sobre a culpa que você tem no cartório de Deus.
O apóstolo João, aquele conhecido como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 21:20), escreveu que devemos amar uns aos outros porque o amor procede de Deus e aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Percebe a ordem das coisas? Não é amando o próximo que você é salvo, mas aquele que é salvo, que é nascido de Deus, esse é capaz de amar com um amor que não é seu, mas que procede de Deus.
O mesmo João escreveu em seu evangelho que “o Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (Jo 3:35-36). Que ira é essa? A pena que todos nós merecemos por sermos pecadores. A justiça exige uma condenação do transgressor. Mas Deus não tem prazer em condenar você a uma eternidade nas trevas, e aí entra outra vez João em sua primeira carta:
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 João 4:10). “Propiciar” significa aplacar a ira de Deus. Agora preste atenção: Jesus morreu na cruz para você ser salvo. Ele fez isso por você. Será que existe amor maior do que esse? Não. Será que existe ingratidão maior do que desprezar esse amor? Não.
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O clero
Jesus volta a dedicar um capítulo inteiro do Evangelho de Mateus, o capítulo 23, àqueles que sempre foram um problema para Deus: o clero. Mas o interessante é que ele não prega a desobediência ou a rebelião. Enquanto não viesse o tempo da Igreja, o judaísmo continuava valendo, o Templo em Jerusalém continuava sendo o lugar de adoração e as pessoas continuavam adorando em verdade, segundo as Escrituras, mas não em espírito.
Aqueles religiosos judeus ocupavam um lugar de autoridade, e Jesus reconhece a autoridade deles ao lembrar que se assentavam na cadeira de Moisés. Portanto o povo devia fazer o que eles diziam, mas não o que faziam. Sim, porque eles diziam uma coisa e faziam outra.
Tudo isso já era, e você não pode hoje querer fazer valer esse mesmo tipo de autoridade. Estamos na época da Igreja, não de Israel, e quando digo “igreja”, por favor, entenda que estou falando do corpo de Cristo, formado por todos os que nasceram de novo pela fé em Jesus, e não de alguma denominação ou organização religiosa.
O cristão não vai a um templo; ele próprio é o templo do Espírito. Ele não vai a Jerusalém para adorar, ele adora onde dois ou três estão reunidos ao nome de Jesus. Ele não precisa de intermediários, pois está apto a entrar diretamente na presença de Deus. O apóstolo Pedro diz isso em sua primeira carta:
“Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo… Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:5-9).
Isso vale para qualquer convertido, novo ou velho. Se você se converter a Cristo e crer que ele morreu por você na cruz e que o seu sangue foi suficiente para purificar você de todos os pecados e salvá-lo eternamente, isso vale para você. Ao contrário da religião judaica, na qual havia uma classe especial de homens, um clero, na Igreja todos são especiais, todos são sacerdotes, todos têm igual acesso a Deus.
Mas será que é isso que você vê ao redor? Infelizmente não. A cristandade adotou muitas coisas do judaísmo, principalmente a forma do clero. Sabe como é, o ser humano sempre quis exercer poder sobre as pessoas. Mas vamos voltar ao clero dos judeus.
Ao dizer que o povo devia escutar o que eles diziam, mas não fazer o que faziam, Jesus mostra que a principal característica do homem religioso é a hipocrisia; é fingir ser algo que realmente não é; é caprichar só na aparência para conquistar o respeito dos outros; é exigir que os outros vivam de uma maneira que ele não vive. Nos próximos 3 minutos veremos Pedro agindo assim, com hipocrisia.
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A hipocrisia de Pedro
Vamos deixar o Evangelho de Mateus por 3 minutos para dar uma olhada na carta do apóstolo Paulo aos Gálatas, os cristãos que viviam na Galácia. Nela Paulo conta de um encontro que teve com o apóstolo Pedro dizendo assim: “Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável. Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios [cristãos não judeus]. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão” (Gl 2:12) — isto é, os judeus convertidos a Cristo que achavam que ainda deviam obedecer a Lei do Antigo Testamento.
Paulo continua: “Os demais judeus também se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé se deixou levar. Quando vi que não estavam andando de acordo com a verdade do evangelho, declarei a Pedro, diante de todos: ‘Você é judeu, mas vive como gentio e não como judeu. Portanto, como pode obrigar gentios a viverem como judeus?’” (Gl 2:13-14)
Você já percebeu que havia uma diferença de opiniões aí. Os judeus que se convertiam a Jesus queriam continuar seguindo os mandamentos do Antigo Testamento, guardando o sábado, dando o dízimo, circuncidando seus filhos etc. Tudo isso tinha valido para Israel, mas agora eles eram Igreja. A Carta aos Gálatas é uma carta dura, porque os próprios cristãos da Galácia tinham caído nesse engano de acreditar que a salvação vinha pela obediência aos mandamentos.
Aqui Paulo conta como repreendeu particularmente o apóstolo Pedro por agir com hipocrisia. Pedro conhecia a verdade e entendia a diferença, mas com medo de desagradar os judeus convertidos que insistiam na manutenção da velha ordem de coisas, Pedro se afastava de seus irmãos gentios quando seus irmãos judeus estavam por perto. E ainda por cima queria obrigar os gentios a viverem como judeus quando ele próprio, Pedro, já não vivia mais assim.
Pedro era um homem como qualquer um de nós; não tinha nada de infalível e estava sujeito às mesmas fraquezas e hipocrisias às quais eu e você estamos sujeitos. Você já quis parecer o que não é só para impressionar? Eu também e Pedro idem. Você já mandou alguém viver de determinada maneira quando você mesmo não vivia assim? Eu também e Pedro idem. Portanto, se tiver que olhar para alguém como seu exemplo, olhe para Jesus. Esse nunca falhou. Esse nunca foi hipócrita. Esse nunca decepcionará você.
Eu, você e todos os seres humanos que já passaram ou estão passando por este planeta somos falhos, e é por isso que não há salvação em nenhum outro além do Filho de Deus. Deus não encontrou um sequer que pudesse morrer pelos pecados do mundo, por isso enviou o Seu Filho e é nele que você deve crer. Nos próximos 3 minutos vamos voltar ao Evangelho de Mateus para ver o que o clero dos judeus andava aprontando.
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Moda eclesiástica
Nos últimos 3 minutos vimos que nem mesmo Pedro escapou de agir com hipocrisia, uma marca registrada também dos líderes religiosos de Israel. Eles diziam uma coisa e faziam outra. Jesus agora vai descrever isso em detalhes e você vai achar até que ele está falando do que vemos hoje na cristandade.
Jesus acusa os religiosos judeus de amarrarem fardos pesados sobre os outros, quando eles próprios não levantavam um dedo para movê-los. Ele ainda os acusa de fazerem tudo para serem vistos pelos homens, muito diferente do exemplo dado por João Batista, que disse a respeito de Jesus: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).
Os religiosos procuravam também se vestir de modo que fossem reconhecidos como diferentes. Neste capítulo Jesus não está criticando as roupas que os sacerdotes eram obrigados a usar, mas está acusando o clero de exagerar no visual, trazendo largos filactérios e alongando as franjas das vestes.
Filactérios eram tiras de tecido amarradas na testa e no braço, nas quais eram escritas passagens das Escrituras. Em alguns casos havia caixinhas de couro com pergaminhos dentro. Quando Deus mandou que a sua Palavra estivesse na testa e nos braços queria que ela dirigisse seus pensamentos e ações. As instruções sobre o modo de vestir dadas no Antigo Testamento jamais deviam servir de pretexto para a pessoa se exibir, como se quisesse dizer: “Ei, pessoal, vejam como sou obediente”.
Hoje não existe uma roupa específica para o cristão, mas existe o bom senso. Eu posso sair vestido de saia xadrez na Escócia, ou de vestido longo no Egito, e nem ser notado. Mas se fizer isso no Brasil vou causar um escândalo. Se for à praia de terno e gravata também.
Portanto, entenda uma coisa: ser cristão não é vestir-se dessa ou daquela maneira. Se você sair por aí todo orgulhoso, achando que o seu modo de vestir faz de você alguém superior, mais santo e espiritual, e se você olha para as pessoas que não se vestem como você como se fossem pessoas de segunda categoria, saiba que você não está sozinho. Os fariseus também sentiam isso.
Agora, se você se acha um líder religioso e gosta de andar na última moda eclesiástica, seguindo um figurino determinado por sua denominação, ou até inventando algum modelito maneiro só para parecer mais espiritual do que os leigos, tenho péssimas notícias. Você está fora de moda, e não é coisa de uma ou duas estações. É coisa de 8 mil estações, porque a roupa clerical saiu de moda junto com o clero lá atrás, há dois mil anos. Nos próximos 3 minutos tem mais: Jesus vai falar dos títulos e formas de tratamento.
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Reverência
No capítulo 23 de Mateus Jesus continua falando dos religiosos que queriam parecer mais espirituais do que os cidadãos comuns. Roupas, diplomas e títulos pode servir muito bem para diferenciar as pessoas em qualquer instituição humana, mas não nas coisas de Deus. Na Igreja, que é o conjunto de todos os salvos pela fé em Jesus, somente Jesus deve se destacar. Neste capítulo ele ensina que ninguém deve ser chamado por algum título que o diferencie de seus irmãos.
Seus discípulos não deviam chamar uns aos outros de “rabi” ou “rabino”, que no hebraico significa “mestre” ou “grande”, por serem todos iguais e terem apenas um mestre: Jesus. A ninguém deveriam chamar de “pai” ou “padre”, no sentido de alguém espiritualmente superior. Há um só Pai, aquele que está nos céus.
Na sociedade reverenciamos pessoas que alcançaram alguma posição por esforço e mérito. Doutor, Mestre, Excelência, Meritíssimo etc. são títulos que concedem diferentes graus de reverência aos diferentes cargos e profissões de destaque. Na sociedade isso é correto, mas nas coisas de Deus não.
Mas, infelizmente, nas coisas de Deus, onde recebemos a salvação e os dons por graça e não por esforço, o que vemos? Homens recebendo títulos e reverência como se fossem superiores a seus irmãos. Talvez você seja um deles e nunca pensou nisso, mas confira com o que Jesus ensina neste capítulo. Será que depois de ler este capítulo você se sentiria bem em ser chamado de “Doutor em Divindade”? Fala sério, você teria coragem de dizer que é tão entendido nas coisas de Deus a ponto de ser chamado de doutor?
E que tal ser chamado de “Sumo Pontífice”, que significa “Chefe Supremo”, ou “Eminência”, que o dicionário define como alguém que tem superioridade moral e intelectual? Você se considera digno de ser reverenciado a ponto de adotar o título de “Reverendo”? Jesus disse que “o maior dentre vocês deverá ser servo”. Já viu alguém chamar um servo de “Vossa Eminência” ou “Reverendo”?
Jesus continua ensinando que aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. E segue descrevendo o que Deus pensa dos religiosos que se exaltam a si mesmos, que gostam de confete e de homenagens públicas. Os títulos que Jesus dá a eles não são nem um pouco nobres. Ele os chama de hipócritas, sepulcros caiados, guias cegos e insensatos, entre outras coisas. Quando você vê o tratamento que Jesus dava às pessoas nos Evangelhos conclui que, para ele, a escória da sociedade não eram as prostitutas, ladrões e assassinos.
Nos próximos 3 minutos Jesus vai falar de um futuro sombrio para Israel.
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Profecia
Os capítulos 24 e 25 do Evangelho Mateus de são proféticos. Isto significa que eles não farão muito sentido para você, se ainda não tiver crido em Jesus como seu Salvador. A profecia bíblica não foi dada para a curiosidade humana e, embora ela fale dos eventos neste mundo, seu principal tema é Jesus. Apocalipse 19:10, diz: “O testemunho de Jesus é o espírito da profecia”.
Mateus 24 começa com Jesus saindo do Templo de Jerusalém pela última vez. Nunca mais ele iria colocar os pés ali. Enquanto os discípulos tentam chamar sua atenção para a beleza da construção do Templo, Jesus deixa claro uma coisa: Não ficará nela pedra sobre pedra que não seja derrubada. Para entender este capítulo é preciso ter em mente que Jesus está falando a seus discípulos, que são judeus, vivem sob a Lei dada por intermédio de Moisés e estão raciocinando dentro do contexto cultural e religioso de Israel, não da Igreja, que só viria a existir mais tarde.
Por isso, quando eles perguntam em Mateus 24:3 “quando acontecerão essas coisas?” , estão se referindo à destruição do Templo, e ao perguntarem “Qual será o sinal da tua vinda?” estão falando da vinda de Jesus como o Messias para estabelecer o seu reino em Israel. E a pergunta sobre “o fim dos tempos” não está se referindo ao “fim do mundo”, mas ao fim de uma era, daquele estado de coisas que precediam o estabelecimento do reino.
Historicamente a Igreja é uma espécie de parêntese profético que foi aberto com a rejeição momentânea de Israel e por isso a profecia bíblica deve ser vista como uma linha contínua do tempo, que sofre uma interrupção que já dura dois mil anos, e depois é retomada 7 anos antes da vinda de Jesus para reinar sobre Israel. Este capítulo fala desses 7 anos e os discípulos aqui, por serem judeus, são tratados como se eles próprios fossem participar desse período que, para nós, ainda é futuro.
No capítulo 9 do livro do profeta Daniel aprendemos que, após a morte do Messias, haveria um período de 7 anos, na metade do qual o anticristo entraria em ação. A primeira metade desses 7 anos chamados de Tribulação é apresentada neste capítulo como o “início das dores” (Mt 24:8). A segunda metade, chamada de Grande Tribulação, é um período de sofrimentos jamais vistos.
Jesus não responde diretamente a primeira pergunta, sobre quando o templo seria destruído, mas sabemos que no ano 70 o exército romano incendiou o Templo, que era construído de pedras e revestido de madeira e ouro laminado. O fogo derreteu o ouro, que escorreu por entre as pedras das paredes, não deixando alternativa aos invasores senão desmontar o Templo, pedra por pedra para raspar todo o ouro. Esta profecia já se cumpriu; não ficou pedra sobre pedra.
Aponte agora o seu telescópio para um tempo ainda futuro, quando os judeus voltarão ao palco das atenções de Deus e o relógio profético voltará a bater após o intervalo que é o atual tempo da Igreja, a qual não é tratada diretamente na profecia. É disto que falo nos próximos 3 minutos.
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O parêntese profético
Nos últimos 3 minutos falei de um parêntese que já dura mais de 2 mil anos, o período da Igreja, que é o conjunto de todos os que creem em Jesus. A Igreja não aparece no capítulo 24 de, que trata de Israel e do mundo de um modo geral, e particularmente do remanescente de judeus que ainda irão crer em Jesus. Esse parêntese começou com a formação da Igreja no capítulo 2 de Atos dos Apóstolos, quando Deus deixou de tratar com Israel e passou a tratar com o conjunto dos que se convertem a Jesus, sejam eles judeus ou gentios. Esta é a Igreja ou Corpo de Cristo.
Esse parêntese termina com um evento conhecido como Arrebatamento e descrito em 1 Tessalonicenses 4. Ali Paulo diz que “nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem” (1 Ts 4:15), isto é, aqueles que morreram na fé. Paulo se inclui entre os que ficariam até essa vinda do Senhor, pois esse evento não tem data para ocorrer. Tanto podia ter ocorrido nos dias do apóstolo, como pode ocorrer daqui a cem anos. Porém há indícios de que não vá levar cem anos.
Ainda que as profecias bíblicas tratem de Israel, e não da Igreja, pelo que escreveu o profeta Daniel e por outras passagens sabemos que a vinda de Jesus para estabelecer o seu reino deveria ocorrer sete anos após sua morte. Como o período da Igreja é um parêntese, uma inserção que teve início após a morte de Jesus, esses sete anos estão numa espécie de animação suspensa. O gatilho para o relógio profético voltar a funcionar é o arrebatamento da Igreja.
Imagine que você viaje para visitar um amigo que mora sete quilômetros antes da fronteira com a Argentina. Não há qualquer placa na estrada indicando quanto falta para chegar à casa de seu amigo, mas há placas indicando quanto falta para chegar à fronteira. O capítulo 24 de Mateus e outras profecias são as placas ou sinais que indicam quanto falta para a fronteira, para Cristo voltar em glória. Sete anos antes ocorre o arrebatamento.
A Carta aos Tessalonicenses revela que, no arrebatamento, o Senhor Jesus descerá do céu, mas sem colocar os pés na terra, como acontecerá sete anos depois quando vier para reinar. No arrebatamento ele vem só até as nuvens, e os que morreram na fé, ressuscitarão primeiro. Em seguida, os vivos que creem em Jesus terão seus corpos transformados e serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Nada disso será visto pelos incrédulos, como aconteceu com Jesus, que foi visto por mais de 500 discípulos depois de ressuscitar, mas por nenhum incrédulo.
Duas classes de pessoas serão deixadas para trás no arrebatamento: os que ouviram o evangelho e não creram em Jesus, inclusive os que creem só da boca pra fora, e aqueles que nunca foram evangelizados. Os primeiros jamais terão outra chance, apesar de muitos continuarem frequentando seus templos e serviços religiosos. Do outro grupo, dos que nunca foram evangelizados, muitos se converterão a Jesus, liderados por um remanescente de judeus convertidos e fiéis. É a eles que Jesus dirige o seu discurso docapítulo 24 de Mateus, ao qual voltaremos nos próximos 3 minutos.
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A tribulação
No capítulo 24 de Mateus Jesus explica aos judeus fiéis como serão os sete anos da tribulação que precede sua vinda para reinar neste mundo. O princípio das dores, ou a primeira metade dos sete anos, será caracterizado por muitos que afirmarão ser o Cristo, o Messias esperado, enganando muita gente. Jesus fala de guerras, fomes e terremotos como característica do início das dores.
Guerras, fomes e catástrofes naturais sempre ocorreram, portanto ele está falando aqui dessas coisas num grau nunca visto antes. Em seguida ele fala de seus discípulos, que serão perseguidos, mortos e odiados por todos. Apesar de vermos isso também na história da Igreja, ele está falando do que ocorrerá àqueles que se converterem durante os sete anos de tribulação que ainda estão por vir, principalmente dentre os judeus.
Então vem uma frase que costuma ser mal interpretada por muitos cristãos: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24:13). Considerando que ele está se dirigindo a judeus, dentro do contexto do judaísmo, faça a seguinte pergunta: O que um discípulo judeu entenderia por “ser salvo”? Certamente não o mesmo que eu e você entendemos, vivendo hoje num contexto religioso e cultural do cristianismo, cuja esperança é celestial. A esperança do judeu no Antigo Testamento era terrena.
A ideia de ir para o céu era estranha a um judeu. Sua esperança estava no estabelecimento do reino do Messias nesta terra, na libertação de seus inimigos e na prosperidade material. Diante do cenário que Jesus estava descrevendo, para um judeu, ser salvo significava conseguir sair vivo daquela situação e poder participar do Reino. Portanto, Jesus está falando de uma salvação do corpo, de alguém que é livrado da morte. A perseverança aqui é para estar são e salvo na chegada do Rei Jesus e do seu Reino. Antes que isso aconteça Jesus diz que o evangelho do Reino será pregado em todo o mundo.
O “evangelho do Reino” (Mt 24:14) não é o que é pregado hoje; era o que João Batista pregava e voltará a ser pregado depois do arrebatamento da Igreja. João Batista anunciava que o Messias e Rei havia chegado, algo do tipo “Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo” (Mateus 3:2). Se os judeus não tivessem rejeitado seu Messias da primeira vez, o Reino teria sido estabelecido neste mundo. Hoje entendemos que essa rejeição foi utilizada por Deus para formar a Igreja, um povo com privilégios ainda maiores do que aqueles dados a Israel.
O evangelho que é pregado hoje, no período da Igreja, é diferente do evangelho do Reino. O cristão não está esperando um Rei. Aliás, em nenhuma carta dos apóstolos você encontra que Jesus seja Rei dos cristãos. A estes é prometido que irão reinar sobre a Terra com Jesus, o Rei aguardado por Israel. O evangelho pregado hoje é o evangelho da graça de Deus, e ainda não alcançou todo o mundo como o evangelho do Reino alcançará. A mensagem não é mais “Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo”, mas “creia no Senhor Jesus e você será salvo”. Você já creu? Creia para não ser deixado para trás. Nos próximos 3 minutos veremos o quanto existe de judaico nas profecias de nosso capítulo.
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A grande tribulação
O discurso de Jesus continua realçando o caráter judaico de Mateus 24. No versículo 15 chegamos à profanação do Templo de Jerusalém, descrita pelo profeta Daniel. Quando os judeus fiéis, desse tempo que ainda é futuro, virem o sacrilégio cometido no lugar santo saberão que é chegada a hora. Para que isso aconteça é preciso que exista outra vez o Templo, portanto ele será reconstruído. A frase “quem lê, entenda” (Mt 24:15) tem grande significado para os judeus fiéis que lerão o profeta Daniel e entenderão que é chegada a hora.
O capítulo continua mostrando que é dirigido a judeus. Além da referência ao Templo, que é destruído e reaparece profanado no versículo 15, Jesus fala de falsos profetas, pois foram profetas que levaram a Palavra de Deus a Israel. As advertências dos apóstolos feitas à Igreja é contra falsos mestres. Jesus fala também de falsos cristos que farão grandes milagres, e lembre-se de que “Cristo” significa “Messias”. Sempre existiu gente por aí dizendo ser Jesus, querendo enganar os cristãos, mas quantos você encontra dizendo ser o Cristo, o Messias de Israel, tentando enganar os judeus?
As pessoas às quais a profecia é dirigida estão na Judeia, e são exortadas a fugirem para os montes e orarem para que a fuga não aconteça no sábado, que é o dia em que os judeus não podem viajar, ou no inverno, que obviamente só abrange um hemisfério. Jesus está falando de uma tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, portanto não pode ser associada a qualquer perseguição, holocausto ou guerra da história, pois esta precede a volta de Cristo, o que ainda não aconteceu.
O capítulo 2 da Segunda Carta aos Tessalonicenses diz que então será revelado o Anticristo, o mestre dos milagres, que se assentará no Templo de Jerusalém proclamando ser Deus. Diz também que Deus fará com que creiam na mentira e sigam o Anticristo todos os que ouviram o evangelho, e foram deixados para trás no arrebatamento da Igreja. Portanto, se você ouviu o evangelho da graça e ainda não tomou uma decisão, a hora é agora. Depois só será salvo quem nunca foi evangelizado antes.
O Anticristo só se manifestará depois que aquele que o detém, o Espírito Santo, for tirado da Terra. No capítulo 2 de Atos dos Apóstolos o Espírito Santo desceu ao mundo e passou a habitar individualmente em cada pessoa que crê em Jesus, e coletivamente na Igreja. Quando os crentes em Jesus forem tirados da Terra no arrebatamento, o Espírito, que é o penhor ou garantia da sua salvação, será tirado com eles. Quem for evangelizado depois disso e crer em Jesus terá o Espírito sobre si, como nos tempos do Antigo Testamento, mas não habitando em si, como acontece hoje.
Se você crê realmente em Jesus, você tem o Espírito Santo, pois a Bíblia diz que se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Você é de Jesus? Nos próximos 3 minutos o firmamento é abalado com a impressionante volta de Cristo.
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A segunda vinda de Cristo
A segunda vinda de Cristo é visível em todo o mundo, ao contrário do arrebatamento secreto dos que creram em Jesus, que deve ocorrer cerca de sete anos antes. “assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem” (Mt 24:27).
Quando Jesus veio da primeira vez como um humilde ser humano, ele foi rejeitado e entregue à morte. Sua segunda vinda não será assim. Ele não virá mais como o servo que se esvaziou a si mesmo, mas virá em glória e majestade. Quando ele morreu na cruz houve trevas por toda a terra e a terra tremeu. Quando ele voltar o sol voltará a se escurecer e todo o firmamento será abalado. fala de estrelas cadentes, e do sinal do Filho do Homem sendo visto por todos no céu.
Aí sim vai cair a ficha para muitos. Todas as nações do mundo se lamentarão quando virem o Filho do Homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. O profeta Zacarias revela os sentimentos de Jesus nessa hora: “Olharão para mim a quem traspassaram e lamentarão” (Zc 12:10).
Você pode imaginar o que será ver retornar assim aquele de quem os homens achavam ter se livrado lá na cruz? É o mesmo Jesus que o povo escolheu para morrer em lugar de Barrabás, um ladrão e assassino, sem imaginar que ele estava realmente morrendo ali no lugar dos pecadores. É o mesmo em nome de quem foram realizadas cruzadas e guerras sangrentas. O mesmo em nome de quem foram assassinados milhões de verdadeiros cristãos. É o mesmo cujo nome é hoje explorado por mercadores de almas.
Sim, naquela hora ninguém terá dúvida. O desprezado carpinteiro agora surge como Rei de reis e Senhor de senhores. O condenado aflito, cujo rosto foi alvo de socos e cuspidas de seus algozes, desce agora com seu rosto brilhando como o sol. O humilde Cordeiro agora vem como Leão, não mais montado num jumentinho, mas tendo as nuvens como sua carruagem.
A vinda de Jesus será digna daquele que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, homens e anjos. Todas as coisas foram criadas por ele e para ele, do átomo ao universo com suas incontáveis galáxias. Ele é antes de todas as coisas e nele tudo subsiste. Ele é o que mantém todas as coisas pela Palavra do seu poder, inclusive eu e você.
Se você ainda não creu em Jesus, a hora é agora. Os que não crerem antes do arrebatamento secreto da Igreja, passarão os sete anos de tribulação acreditando piamente no Anticristo, e verão Jesus vindo dos céus, não mais como Salvador, mas como Juiz. Hoje a salvação é oferecida de graça. Depois? Não pague pra ver. Nos próximos 3 minutos os anjos partem numa missão de resgate.
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Anjos que resgatam
Ao retornar, Jesus envia os seus anjos em duas missões distintas. Uma é para que reúnam dos quatro cantos do mundo os seus eleitos e os levem à terra de Israel numa operação de resgate sem precedentes. Que eleitos são esses? Por outras passagens sabemos que a Igreja é o povo que Deus elegeu antes da fundação do mundo, e que Israel é o povo eleito desde a fundação do mundo. Já que a essa altura dos acontecimentos a Igreja não está mais no mundo, pois foi arrebatada antes dos sete anos de tribulação, os eleitos aqui são israelitas.
Uns 700 anos antes de Cristo, dez tribos de Israel foram levadas para o exílio, se dispersando entre as nações e perdendo sua identidade. Depois da morte de Jesus, as tribos de Judá e Benjamim, que permaneceram na terra de Israel, acabaram também exiladas por 2 mil anos, até a fundação do Estado de Israel em 1948. Os anjos que Jesus envia neste capítulo resgatam e levam para Israel os descendentes das dez tribos perdidas, que hoje ninguém sabe quem são e onde estão, além de judeus de Judá e Benjamim que ainda não tiverem retornado.
Antes que você me pergunte onde caberá tanta gente, lembre-se de que a população do mundo terá diminuído durante as catástrofes dos 7 anos de tribulação. Além disso, a terra de Israel a partir desse ponto não está limitada ao território hoje ocupado pelo atual Estado de Israel. A terra prometida inclui a faixa de Gaza, Cisjordânia, Líbano e parte da Síria. A atual ocupação foi feita por judeus ainda rebeldes, descendentes daqueles que há 2 mil anos condenaram o Messias à morte.
Jesus avisa que um prenúncio de sua vinda é a figueira com ramos tenros e folhas brotando. Hoje Israel está assim, apenas com folhas, sem frutos para Deus, como a figueira do capítulo 21 de Mateus que Jesus fez secar. Se você abrir um jornal ou ligar o noticiário agora mesmo, sou capaz de apostar como verá alguma notícia dessa figueira. Isso é um sinal da proximidade da volta de Cristo descrita aqui. Se o arrebatamento da Igreja acontecer hoje, a contagem regressiva será de aproximadamente 7 anos. Para quem já escutou o evangelho da graça de Deus, a única chance de salvação é crer antes do arrebatamento. Depois, só haverá salvação para quem não foi evangelizado ou não tinha idade suficiente para entender. Você sabe que estou falando com você, não?
Jesus avisa que não passará esta geração antes que todas essas coisas descritas neste capítulo aconteçam. Que geração? Não pode ser a geração dos tempos de Jesus, pois aquela já morreu. Resta a geração dos que hoje estão vendo a figueira dar folhas: a minha geração e a sua geração. Em Apocalipse Jesus promete livrar sua Igreja da tribulação que está para vir sobre todo o mundo. Não preciso repetir que Igreja não é uma organização religiosa, mas o conjunto dos que creem em Jesus. Muito bem, o aviso de embarque já foi dado. O cartão de embarque diz mais ou menos assim: “Eu creio no Senhor Jesus como meu Salvador”. Você tem esse cartão? Nos próximos 3 minutos os anjos saem para outra missão, uma missão terrível.
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Anjos que condenam
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus enviando seus anjos numa missão de resgate, para repovoar a terra de Israel com todas as doze tribos. Agora os anjos são enviados numa missão de juízo e condenação.
Você se lembra da parábola do joio e do trigo no capítulo 13? O dono do campo semeou o trigo, mas o inimigo, o diabo, plantou o joio. As sementes crescem juntas, mas no final os anjos são enviados para amarrar o joio em feixes para ser queimado. Lá diz assim:
“O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai” (Mt 13:41-43).
Jesus alerta que passarão os céus e a terra, mas suas palavras não passarão. Portanto, cedo ou tarde tudo acaba se cumprindo exatamente do jeito que ele falou. Ele diz também que ninguém sabe o dia e a hora, por isso qualquer especulação nesse sentido é bobagem. Tudo o que podemos saber é a época, com base nos sinais que ele mesmo revelou. Como já vimos, a figueira que voltou a dar folhas é um deles.
Agora ele fala dos tempos de Noé, quando o povo não estava nem aí para aquele sujeito que vivia dizendo que ia cair uma tempestade e inundar tudo. Não era para menos. Primeiro, quem acreditaria num homem que estava construindo um navio em terra seca? Segundo, quem acreditaria na possibilidade de chover? na Bíblia você não encontra chuva antes do dilúvio, mas em Gênesis diz que a terra era regada por uma neblina. O discurso de Noé falando do dilúvio era inacreditável para os seus contemporâneos. As coisas que Jesus diz aqui são inacreditáveis para o homem moderno. É por isso que é preciso fé para crer na Palavra de Deus.
Recapitulando, vamos ver o que vem por aí. Primeiro, num piscar de olhos parte da população do mundo irá desaparecer no arrebatamento da Igreja, que são os salvos por Jesus. Depois haverá sete anos de tribulação e Jesus voltará para estabelecer o seu Reino neste mundo. As dez tribos perdidas de Israel serão reunidas por anjos às outras duas na terra prometida. Os anjos também sairão por aí para recolher o joio e lançá-lo no lago de fogo, junto com a besta e o anticristo que inaugurarão o lugar. O capítulo 24 de nos dá mais detalhes desse arrastão dos anjos na colheita do joio.
Duas pessoas estarão juntas, uma será levada e a outra deixada. Isso não é o arrebatamento da Igreja. No arrebatamento da Igreja é o próprio Senhor, e não os anjos, quem recolhe os crentes. Além disso, a comparação aqui é com o dilúvio, quando os incrédulos foram levados pelas águas do juízo de Deus, enquanto Noé e sua família estavam a salvo na arca. Portanto Jesus está falando dos incrédulos que são levados pelos anjos para o lago de fogo, não para o céu. Nos próximos 3 minutos conheceremos dois servos, um fiel, outro não.
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Dois servos, duas expectativas
Jesus termina o capítulo 24 de Mateus exortando seus discípulos a vigiarem para não serem pegos de surpresa pela sua vinda. Embora a exortação seja primeiramente aplicada a Israel, ela também serve para aqueles que creram em Jesus em qualquer época. Vigiar é manter-se sempre acordado e preparado, ciente de que algo está para acontecer.
Aqueles que em todas as épocas receberam a responsabilidade de zelar pelas coisas de Deus não podem viver de qualquer jeito e sem qualquer expectativa da volta de seu Senhor. Israel já teve a chance de mostrar que não estava esperando por seu Messias, pois quando ele veio para o que era seu, os seus não o receberam. Agora é a vez de a cristandade mostrar sua indiferença para com a volta do Senhor a qualquer momento.
Começando no capítulo 24 e continuando no capítulo 25, Jesus conta três parábolas: a dos dois servos, das dez virgens e dos diferentes talentos. Basicamente elas nos falam da necessidade de sermos fiéis, vigilantes e produtivos durante a ausência do Senhor. Lembre-se de que fidelidade, vigilância e trabalho são coisas que acompanham a salvação, e não meios para se chegar a ela. A salvação é recebida exclusivamente por graça e não por nossos esforços. Somente o sangue de Jesus derramado na cruz pode nos purificar de nossos pecados.
O foco das três parábolas está na atitude daqueles que professam fé em Jesus durante a sua ausência. Nelas Jesus é representado respectivamente pelo senhor dos servos, pelo noivo e pelo homem que viaja e deixa recursos para seus servos multiplicarem. Nas três você encontra aqueles que são fiéis e aqueles que apenas professam uma fidelidade que na realidade não existe.
O servo fiel da primeira parábola vive na expectativa da volta de seu senhor a qualquer momento. Sua expectativa é premiada no versículo 46, onde é chamado de bem aventurado ou feliz. Assim será no arrebatamento da Igreja. O servo infiel, por sua vez, não tem qualquer senso de responsabilidade, pois acredita que seu senhor irá demorar. Ele se sente melhor na sua ausência do que na sua presença. Nos versículos 50 e 51, que representam a vinda de Cristo para reinar, ele é pego de surpresa; é surpreendido como se um ladrão invadisse sua casa para privá-lo das coisas que ele mais preza.
Como você se sente em relação a Jesus? Prefere acreditar que é o melhor mesmo é que ele demore, para você aproveitar a vida? Se ele voltar agora, isso vai estragar seus planos? Afinal, você tinha tantos planos, tantas coisas ainda que queria realizar para Deus… sei. Se você considera a volta de Jesus um estorvo, é melhor checar essa sua fé. Nesta parábola, o servo que não espera por seu senhor é chamado de hipócrita e condenado no final. Sua fidelidade não era real. Nos próximos 3 minutos encontraremos dez virgens e suas lâmpadas.
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As dez virgens
Enquanto a primeira parte do capítulo 24 de Mateus trata da vinda do Messias e Rei para Israel no final da grande tribulação, o capítulo 25 fala de sua vinda em relação aos que professam crer nele, tanto falsos como verdadeiros. Se você se lembra de tudo o que vimos sobre o Reino dos céus, verá que esta parábola também começa se referindo a esse Reino de um Rei que está ausente.
As dez virgens não representam a Igreja no singular, como a noiva, pois isso só seria revelado mais tarde ao apóstolo Paulo. Não representam tampouco um casamento poligâmico. A noiva, única e perfeita, formada apenas por aqueles que são genuínos, não aparece aqui como tal. As dez virgens representam o testemunho individual daqueles que professam crer em Jesus. Todas elas têm uma lamparina, dessas que funcionam com óleo ou azeite. Na Bíblia, a candeia ou lamparina aparece como símbolo de testemunho.
Você se lembra do capítulo 5, quando Jesus chamou os discípulos de “luz do mundo” (Mt 5:14)? Pois é, quem acendesse uma candeia devia colocá-la num lugar alto para iluminar toda a casa, e não debaixo de uma vasilha. Assim também deveria brilhar a luz dos que professam crer em Jesus, para que os homens vissem e dessem glória a Deus. Mas, das dez virgens, cinco são insensatas e não têm azeite, e cinco são prudentes, e suas lâmpadas estão abastecidas.
Na Bíblia, o azeite aparece como figura do Espírito Santo, portanto temos aqui uma mistura de pessoas com e sem o combustível de um testemunho real. Apesar disso, todas caem no sono da indiferença. Tanto as prudentes como as insensatas sabiam da vinda do noivo, mas perderam a expectativa disso ocorrer a qualquer momento. Acaso não foi o que aconteceu com a cristandade como um todo?
Não sei se você sabe, mas nestes dois mil anos de história nem sempre os cristãos esperaram pela vinda de Jesus. A grande maioria sempre acreditou que se encontrar com Jesus significava morrer, e se você chegasse para alguém assim e dissesse que Jesus poderia vir naquele exato momento, é bem provável que veria uma expressão de horror na cara da pessoa.
Outros achavam que a vinda de Cristo para a Igreja seria precedida da tribulação, portanto não podia acontecer num piscar de olhos. Essa ideia também excluía Israel e só contemplava a Igreja. Não precisou muito para os cristãos passarem a enxergar os judeus como descartáveis. Procure na Internet um manifesto escrito por Martinho Lutero com o título “Sobre os judeus e suas mentiras” e você ficará surpreso com o pensamento que era corrente em sua época.
Bem, meus 3 minutos terminaram e vou deixar para falar do que acontece à meia noite nos próximos 3 minutos.
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O grito da meia-noite
“À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘Eis o noivo! Saiam para encontrá-lo!’” (Mateus 25:6). As dez virgens acordam e correm preparar suas candeias, mas as insensatas entram em pânico ao descobrirem que não têm azeite. Elas pedem um pouco emprestado das virgens prudentes.
O problema é que o azeite do Espírito Santo não é algo que se empreste. Ou você tem ou não tem, e quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. As virgens prudentes são pessoas realmente salvas pela fé em Jesus; as outras apenas professam uma religião. A salvação é individual, não é hereditária e não passa de uma pessoa para outra. As virgens insensatas saem em busca de azeite, mas agora é tarde.
O noivo chega, as virgens preparadas entram com ele para a festa, e a porta é fechada. De nada adianta as insensatas clamarem diante da porta: “Senhor! Senhor! Abra a porta para nós!” (Mt 25:11). O noivo responde que não as conhece. Todas as cinco ocorrências da expressão “Senhor! Senhor!” na Bíblia são de pessoas que não creem em Jesus e nem o esperam (Mateus 7:21-22; 25:11; Lucas 6:46; 13:25).
Os primeiros cristãos esperavam Jesus com grande expectativa. Paulo se inclui entre os que subiriam para encontrar o Senhor nos ares. Ao falar do arrebatamento da Igreja, ele diz “…nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor…” (1 Ts 4:15). Ele vivia na expectativa de um encontro iminente.
Infelizmente isso se perdeu ao longo dos séculos. Os cristãos passaram a esperar pela morte ou pela tribulação que precede a vinda de Cristo para reinar, perdendo de vista a iminência do encontro com aquele que prometeu: “Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver” (Jo 14:2-3). Mesmo assim, há indícios de que alguns ainda mantiveram viva essa esperança, embora de maneira esparsa.
Todavia, foi apenas no século 19 que a expectativa da vinda iminente de Jesus para arrebatar sua Igreja voltou a ser parte integral da vida cristã, e o resultado foi um século de evangelismo e missões sem precedente. De repente o “azeite” podia ser encontrado em cada esquina do mundo. Quando você vive na expectativa de Jesus voltar num piscar de olhos, percebe que não há tempo a perder.
No original, o texto não diz “Aí vem o noivo” ou “o noivo se aproxima”, mas “Eis o noivo”, e a diferença é importante. Não é a vinda que nós esperamos, mas a pessoa que vem — Jesus, o Senhor. Quem se ocupa demais com os sinais ou com o evento da vinda é como a noiva que vai ao aeroporto esperar pelo noivo que vem do exterior para buscá-la, e acaba mais interessada no painel que anuncia os pousos e decolagens do que na pessoa que irá levá-la dali.
Nos próximos 3 minutos, vamos falar de investimentos.
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Investimentos
Mais uma parábola que fala de um senhor ausente, e este agora dá talentos aos seus servos, de acordo com a capacidade de cada um. No Evangelho de Lucas esta mesma parábola inclui uma ordem: Invistam e façam esse dinheiro render até que eu volte. O talento era a unidade usada para grandes quantidades de dinheiro e cada talento equivalia a mais de trinta quilos de ouro ou prata. Considerando que um recebe cinco, outro dois e outro um, até o que recebeu pouco recebeu muito.
Às vezes confundimos a palavra “talento” desta parábola com habilidades naturais, como música, esportes etc. Não é o caso aqui. Creio que os talentos sejam as responsabilidades dadas a todos os que professam o nome de Jesus. Aqui há uma mistura de trigo e joio, já que um deles é condenado no final. Os talentos são distribuídos segundo a capacidade de investimento de cada um de obter resultados para o seu senhor.
Se você professa crer em Jesus, você recebeu responsabilidades para cumprir durante a ausência do seu Senhor, e todas elas estão bem dentro de sua capacidade de multiplicar. O que recebe cinco talentos ganha mais cinco investindo, e o que recebe dois consegue mais dois. Ambos são elogiados por sua fidelidade e desfrutam da alegria de seu senhor.
Os dois investiram bem o que receberam, mas tudo o que o terceiro fez foi cavar um buraco para enterrar seu único talento. No final ele põe a culpa em seu senhor: “Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão”. Lembrando que o senhor não deu aos servos uma tarefa que estivesse fora de sua capacidade, certamente os outros dois não tinham a mesma opinião a respeito de seu senhor.
A primeira lição mais evidente nesta parábola é a necessidade de sermos bons investidores daquilo que recebemos do Senhor durante a sua ausência. Mas esta não é a lição mais importante. Aquele foi capaz de multiplicar pães e peixes aos milhares, não precisa dos nossos resultados. Ele quer ver a realidade da nossa fé e confiança nele.
Indo na contramão de Adão e Eva no jardim do Éden, os dois primeiros servos acatam a palavra de seu senhor e fazem o que ele manda. Eles não tinham medo dele, não o viam como um tirano; sabiam que ele não era injusto, mas compreensivo e generoso. Lembre-se de que nenhum deles recebeu acima de sua capacidade de investir.
O servo mau e negligente não conhece o seu senhor, não obedece sua palavra, não confia nele e ainda o chama de injusto. Em que categoria você se encaixa? Daqueles que acatam a Palavra de Deus e têm certeza de que servem a um Senhor justo e misericordioso, ou você é dos que não escutam o que ele diz, usam mal os recursos que ele dá e ainda o culpam pelas desgraças do mundo? O servo negligente é condenado no final.
Nos próximos 3 minutos Jesus volta a falar de sua vinda em glória para reinar neste mundo.
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Bodes, ovelhas e pequeninos
O capítulo 25 de Mateus termina revelando o que acontece logo após a volta de Jesus para reinar. Uns sete anos antes os que morreram em Cristo ressuscitaram, e a Igreja, formada por todos os que creem em Jesus, foi arrebatada ao céu. Seguiu-se o princípio das dores, que é a primeira metade dos sete anos, e a grande tribulação, que é a segunda metade, até Cristo voltar em glória e majestade.
Neste ponto ele já terá enviado os seus anjos para recolher do mundo as tribos perdidas de Israel e os falsos cristãos, uns para habitarem na terra prometida, outros para habitarem no lago de fogo junto com a besta e o anticristo. Após o arrebatamento da Igreja e a condenação dos falsos cristãos, as nações ditas cristãs ficarão vazias. As pessoas que restarem no mundo serão principalmente de nações não cristãs. Elas agora são reunidas na presença do Rei para ele separar os bodes das ovelhas.
Nesta cena há 3 classes de pessoas: bodes, ovelhas e pequeninos irmãos. Considerando que os cristãos verdadeiros foram arrebatados anos antes, esses pequeninos irmãos só podem ser do povo original de Jesus, o remanescente de judeus fiéis que se converterão durante os anos de tribulação. O critério para decidir quem é bode e quem é ovelha está na forma como essas nações trataram esses pequeninos irmãos de Jesus.
O Rei colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à esquerda, e levará as ovelhas a entrarem no Reino que foi preparado para elas desde a fundação do mundo. Esta distinção é importante para você entender a diferença entre os dois povos de Deus, Igreja, o povo destinado ao céu, e Israel e as nações que participarão do Reino terrenal que durará mil anos. Em Efésios diz que a Igreja foi escolhida antes da fundação do mundo. As ovelhas aqui desfrutam de algo planejado desde a fundação do mundo.
As ovelhas são identificadas como aqueles que acolheram e alimentaram o estrangeiro, o preso e o necessitado. Jesus diz que ao fazerem isso era como se fizessem a ele próprio. Quando indagado pelas ovelhas quem eram esses estrangeiros, presos e necessitados, o Rei responde que eram seus pequeninos irmãos. Naquele dia será levado em conta o modo como essas nações trataram os judeus.
Os bodes são aqueles que não acolheram e nem alimentaram o estrangeiro, o preso e o necessitado, representados pelos pequeninos irmãos de Jesus. Neste ponto os bodes vão para o castigo eterno e as ovelhas entram no Reino junto com Israel. Estamos falando de pessoas vivas que habitarão um mundo transformado, mas semelhante ao atual. As pessoas continuarão a plantar, viajar e ter filhos. Como a seleção foi por um critério apenas exterior, durante o reino de mil anos ainda haverá pecado, e todas as manhãs os ofensores serão tirados do Reino pela morte. Enquanto isso, a Igreja, que são os salvos por Cristo, reinará juntamente com ele a partir do céu.
Nos próximos 3 minutos veremos os judeus, esses mesmos que Jesus quer tanto salvar, tramando contra ele.
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Livrando-se de Jesus
Ao terminar de revelar o que acontecerá com o mundo, Jesus diz aos seus discípulos o que deve acontecer em dois dias, na páscoa dos judeus: ele será entregue para ser crucificado. Na páscoa os judeus recordavam a noite, no Egito, quando cada primogênito dos filhos de Israel foi salvo do juízo de Deus graças ao sangue de um cordeiro sacrificado. Coincidência? Não.
Enquanto isso os líderes religiosos estão reunidos no palácio do sumo sacerdote Caifás para traçarem uma estratégia de como prender e matar Jesus. Considerando a aclamação do povo na entrada de Jesus em Jerusalém um pouco antes, eles precisavam planejar muito bem sua morte para evitar uma revolta popular. Os judeus planejam a morte de seu Messias. Dá para acreditar?
Mas tem muito mais gente que gostaria de se ver livre de Jesus. Eu e você também não nascemos lá muito amigos dele. Nascemos inimigos de Deus por natureza. Se você duvida, que tal ter Jesus 24 horas ao seu lado, não como um amuleto de boa sorte, como a maioria das pessoas deseja, mas observando você a cada passo, lendo seus pensamentos, dirigindo sua vida e interferindo em suas vontades? Você não se sentiria livre.
O desejo de liberdade foi o que levou Adão e Eva a comerem o fruto que Deus ordenou que não comessem. No jardim do Éden os seres humanos proclamaram sua independência do Criador. Olhe ao redor. Você está olhando para um mundo de homens que quiseram se livrar de Deus. Os cemitérios, cadeias, hospitais e divãs de psicanálise estão aí para provar que não foi uma boa ideia.
O problema é que nunca estamos livres de sermos dirigidos por alguém. Se Deus não dirigir minha vida, ela será dirigida por meus instintos e pela vontade própria. Adão transmitiu esse gene que a Bíblia chama de “pecado” a todas as gerações, incluindo eu e você. Antes que ache bom poder viver do jeito que bem entender, eu pergunto: Você deixaria seu filho de dois anos viver do jeito que bem entendesse?
Creio que concordamos que seu filho de 2 anos não tem condições de viver sem alguém para cuidar dele. E você, quando chegar à velhice, terá? Mesmo que não acabe totalmente senil, chegará uma hora em que não saberá decidir o que é melhor. Então, o que garante que hoje a sua vontade própria está em seu melhor momento? O que o faz pensar que ela é um guia seguro? A vontade própria do glutão é comer, do alcoólatra beber e do suicida morrer. Talvez a sua não chegue a esses extremos, mas que garantia você tem de que ela seja perfeita?
A menos que você se renda a Jesus como seu Salvador e se deixe guiar pela vontade dele, você não é muito diferente daqueles religiosos judeus. Eles queriam se ver livres de Jesus, você se lembra?
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O desperdício de Deus
O capítulo 26 de Mateus mostra diferentes pessoas preocupadas com diferentes coisas: os religiosos, com a morte de Jesus; os discípulos, com o valor monetário de um perfume; Judas, com o acordo para trair seu Mestre; os soltados, com a missão de prendê-lo, e Pedro, com sua própria reputação ao negá-lo. Enquanto isso uma mulher se aproxima e derrama um frasco inteiro de perfume caríssimo sobre a cabeça de Jesus. Que contraste!
Calcula-se que ela tenha gasto o equivalente ao salário mínimo de um ano em dinheiro de hoje para comprar aquele perfume. Os discípulos ficam indignados com tamanho desperdício. Por que não dar aos pobres?
Os pobres servem como justificativa para tudo. Políticos usam os pobres para justificar suas campanhas, nações usam os pobres para justificar suas políticas internas e externas, e até as religiões usam os pobres para justificar suas doutrinas. Muitas fazem das obras sociais um pretexto para divulgar as piores heresias relacionadas à Pessoa de Cristo.
Apenas aquela mulher parece entender que Jesus está prestes a morrer e que não haverá tempo para derramar perfumes sobre seu cadáver, como era costume fazer no sepultamento. Quando Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, forem ao sepulcro de Jesus para ungir seu corpo com perfumes, será tarde demais. Ele terá ressuscitado.
O perfume derramado era apenas a expressão prática de uma mulher que havia entregue toda a sua vida a Jesus. Muitos acham que crer no Salvador seria desperdiçar os melhores anos de uma vida cheia de prazeres e oportunidades. Será o seu caso? Você já ficou em dúvida ao ponderar o que poderia perder se cresse no evangelho? Se entregasse a Jesus o melhor de você?
Se já pensou assim, então irá concordar que o desperdício de Deus foi ainda maior. Deus deu o que tinha de mais precioso, o seu próprio Filho, para morrer no lugar de pecadores como eu e você. Isso mesmo, pessoas capazes de comparar Jesus, o Filho Eterno de Deus, com coisas que não duram mais do que uma vida para verem o quanto iriam perder ou ganhar. Pessoas que sempre quiseram fazer a própria vontade e manter Deus a uma distância segura, para ser usado apenas em caso de doença, falência ou falta de sorte no amor.
Se Deus fosse pensar assim, Jesus teria vindo morrer só por pessoas boas, isso se existisse alguma 100% assim. Mas Deus mostra o seu amor para conosco no fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós pecadores. E se ele pagou um preço tão alto para reconciliar consigo pessoas que mereciam a condenação, imagine o que ele reserva na eternidade para quem aceitar o seu favor! Aquela mulher lembrou-se de Jesus e ele garante que onde quer que o evangelho fosse pregado ela seria lembrada. Quem se lembra de Jesus nesta vida jamais será esquecido eternamente.
Nos próximos 3 minutos Jesus é colocado à venda.
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O que eu ganho com isso?
Judas era quem tomava conta da bolsa que continha o dinheiro dos apóstolos. Quando ele viu a mulher desperdiçar um ano de salário com Jesus, e ainda ser elogiada por isso, achou que segui-lo não seria um bom negócio. Por isso vai procurar os principais sacerdotes para negociar.
Judas era desses que perguntam: “O que eu ganho com isso?”. Colocando Jesus à venda, ele teria a oportunidade de ganhar 30 moedas de prata, o que naquela época dava para comprar um escravo. Para ele até que seria um bom negócio trocar Jesus por um escravo que ficasse à sua disposição. Hoje Jesus continua sendo vendido como um servo para atender nossos desejos.
Ele é anunciado por pregadores como se fosse um gênio da lâmpada de Aladim, que pode ser invocado ao bel prazer de seu dono para curar toda a sorte de doenças do corpo, das finanças e do coração. Esses modernos “Aladins” prometem esfregar a lâmpada mágica sempre que seus fiéis depositarem as trinta moedas. Quer saber? Com amigos assim o evangelho não precisa de inimigos. Quantas pessoas você conhece que não querem nem ouvir falar de Jesus justamente por causa desses mercadores de almas?
Mas não é esse o Jesus mostrado nos evangelhos. Ele é aquele que veio ao mundo, não para distribuir carros importados, mas para derramar seu sangue na cruz e salvar pecadores. Sim, quando ele esteve aqui certamente curou enfermos e multiplicou pães, mostrando assim suas credenciais de Messias. Todavia, foi só na cruz que ele realmente proveu o remédio para a raiz de todos os males, o pecado, ao derramar seu sangue para nos purificar e nos tornar aptos para o céu.
Ao anunciar Jesus como um mero curandeiro, esses pregadores ainda colocam um fardo imenso sobre seus fiéis. Quando não obtêm a cura prometida, muitos mergulham no desespero por acharem que sua fé é pouca ou seus pecados são muitos. Se elas lessem o livro de Atos e as epístolas logo veriam que muitos cristãos, inclusive Paulo e Timóteo, sofriam de enfermidades, independente do tamanho de sua fé ou de seus pecados. Curá-los não estava nos planos de Deus e eles se resignaram a isso, sabendo que Jesus também consola os enfermos.
Paulo, ao falar de seu espinho na carne, provavelmente uma enfermidade nos olhos, declarou confiante: “Regozijo-me nas fraquezas [ou enfermidades], nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte” (2 Co 12:10). A porção que Judas buscava era o benefício material e imediato. Já o profeta Jeremias disse: “A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança” (Lm 3:24). E a sua porção, qual é? A mesma de Judas ou a de Jeremias?
Nos próximos 3 minutos Jesus irá celebrar a Páscoa com seus discípulos.
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A páscoa
Era o primeiro dia da Festa dos pães sem fermento, que fazia parte das comemorações da Páscoa dos judeus. A Páscoa era a celebração instituída por Deus antes da última das dez pragas que caíram sobre o Egito por faraó ter se recusado a libertar os israelitas da escravidão.
Naquela ocasião cada família sacrificou um cordeiro e passou o seu sangue no batente da porta. Enquanto os israelitas comiam o cordeiro assado dentro da casa, o anjo do Senhor passou sobre o Egito trazendo consigo o último dos dez juízos de Deus contra o Egito, a morte dos primogênitos. As casas cujas portas estavam assinaladas com sangue foram poupadas. O sangue indicava que ali um cordeiro já tinha morrido no lugar do primogênito. A palavra “páscoa” significa “passar por cima”.
Li uma história da 2ª Guerra Mundial que falava de uma aldeia na Europa que foi invadida por um grupo de soldados dispostos a eliminar seus moradores. A missão de cada soldado era entrar nas casas, matar todos e, na saída, deixar na porta uma marca com o sangue das vítimas, para que os outros soldados não perdesse seu tempo entrando ali.
Um morador percebeu o estratagema, correu para sua casa, matou um animal e fez o sinal de sangue na porta. Ele e sua família foram poupados. Hoje, quando Deus olha para humanidade, vê duas classes de pessoas: os pecadores salvos, que foram assinalados pelo sangue do Cordeiro de Deus quando creram em Jesus, e aqueles que ainda estão sujeitas ao juízo reservado aos pecadores que não foram salvos.
Muitas coisas que você lê no Antigo Testamento são símbolos de Cristo, e a Páscoa é uma delas. O derradeiro Cordeiro de Deus já foi morto no lugar do pecador, e o seu sangue está agora disponível para assinalar todo aquele que decidir crer em Jesus. Os israelitas naquela noite fatídica no Egito só tinham uma forma de se proteger do juízo de Deus: o sangue de um cordeiro. Você hoje só tem um meio de escapar do juízo eterno: o sangue do Cordeiro.
Portanto, qualquer mensagem chamada de “evangelho” que não fale do sangue que foi derramado na cruz por Jesus, o Cordeiro de Deus, como único meio de salvação, não é o evangelho que você encontra na Bíblia. Qualquer mensagem que fale de salvação baseada em boas obras exclui o sangue do Cordeiro. A Carta aos Hebreus diz que “sem derramamento de sangue não há remissão [retirada de pecados]” (Hb 9:22).
Naquela noite todas as famílias no Egito perderam seus primogênitos, exceto aquelas identificadas pelo sangue do cordeiro. Deus havia prometido que, quando visse o sangue, passaria por cima daquela casa. E em você, o que Deus vê? Seus pecados ou o sangue do Cordeiro de Deus?
Nos próximos 3 minutos Jesus irá marcar um encontro com seus discípulos.
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A última ceia
O ponto alto da adoração cristã não é algum tipo de show gospel de luzes, pirotecnia e decibéis, mas uma celebração tão simples e discreta quanto foi o modo de vida de Jesus. No capítulo 26 de ele institui a ceia para recordar sua morte. Judas sai antes, o que faz da ceia uma celebração reservada aos que estão em comunhão com Jesus.
A ceia do Senhor foi tão deturpada que hoje até organizações ocultistas, como a maçonaria e a gnose, celebram algum tipo de caricatura dela. Mesmo entre cristãos genuínos seu significado foi deturpado. O texto é claro: Jesus dá graças, parte o pão, e o dá aos discípulos dizendo: “Tomem e comam; isto é o meu corpo” (Mt 26:26). Depois dá graças pelo copo de vinho e o dá aos discípulos, para que todos bebam, dizendo: “Isto é o meu sangue” (Mt 26:28).
Ele falava de símbolos, e não literalmente de seu corpo, que continuava ali, ao lado dos discípulos, e não sobre a mesa. Seu sangue ainda não tinha sido derramado e continuava em seu corpo, e não como é representado pelo pão e vinho, separados um do outro. Ele fez outras afirmações simbólicas do tipo “eu sou a porta… a videira… o caminho…”, e ninguém de sã consciência iria achar que estivesse falando de algum tipo de transubstanciação que o transformasse numa porta, numa árvore ou numa estrada. Pedro em sua carta também disse que ele é a rocha.
A ceia nos evangelhos tem um caráter diferente da que foi revelada a Paulo em 1 Coríntios 11 para ser celebrada pelos cristãos. A primeira apontava para uma morte ainda por ocorrer. A ceia que hoje celebramos é a recordação de uma morte já consumada. Em ambas Jesus está vivo no momento da celebração: naquela, porque ainda não tinha morrido na cruz; nesta porque já ressuscitou. Portanto a ceia não tem o caráter de um velório com um corpo presente, como pensam alguns, nem é a repetição do sacrifício de Cristo, como pensam outros. Trata-se de um memorial, uma recordação ou um retrato do sacrifício de Jesus.
Em 1 Pedro, capítulo 3, diz que “Cristo padeceu uma vez pelos pecados” (1 Pe 3:18). Em Hebreus 9 diz que ele “não entrou em santuário feito por homens… para se oferecer repetidas vezes… Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo… Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muito” (Hb 9:24-28).
Estes versículos devem bastar para quem crê na Palavra de Deus. O pão e o vinho continuam pão e vinho, e não têm qualquer poder, tipo poção mágica. É errado fazer de coisas materiais objetos de culto, como fazem os pagãos. Atribuir tais fantasias à ceia é perder de vista o seu real significado que é recordar o sacrifício de Jesus na cruz, não ali na mesa.
Agora vem uma dica importante. Os discípulos perguntam: “Onde queres que preparemos?” (Mateus 26:17) e recebem instruções detalhadas, pois Jesus iria encontrá-los naquele lugar e em nenhum outro. Se tivessem escolhido o lugar ao seu bel prazer, teriam se desencontrado dele. Antes de decidir onde lembrar o Senhor em sua morte, pergunte a ele. Naquela noite só havia um lugar.
Nos próximos 3 minutos o Getsêmani faz jus ao nome.
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Getsêmani
Após a ceia Jesus dirige-se com seus discípulos a um jardim, mas o nome do lugar não tem nada de aprazível. Getsêmani significa “prensa de azeite” e ali Jesus é esmagado pela agonia de pensar o que o espera na cruz. Enquanto isso, os discípulos dormem, alheios à gravidade da situação.
Não eram as chibatadas dos soldados, a coroa de espinhos ou os pregos, que enchiam de pavor o coração de Jesus. Muita gente sofreu torturas maiores e por mais tempo do que ele. Sua apreensão estava no que vinha depois da violência infligida por homens. Ele agonizava só de pensar no castigo que receberia de Deus, quando fosse feito pecado em nosso lugar.
Setecentos anos antes Isaías previu o real motivo da cruz: “Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados” (Is 53:5). Jesus, perfeito Deus e perfeito homem, que nunca pecou e nem poderia pecar por não ter a mesma natureza pecaminosa que herdamos de Adão, seria feito pecado na cruz.
Não dá para imaginar o quanto ele sofreu na cruz sob o castigo divino, pois se existisse uma fórmula para calcular isso ela incluiria a soma do castigo eterno de todos os que foram salvos por ele. Uma eternidade de juízo condensada em três horas. Não foi no Getsêmani que ele sofreu por nossos pecados, e nem nas primeiras horas na cruz. O momento em que Deus voltou a sua face e abandonou Jesus na cruz foi naquelas três horas de trevas que cobriram toda a terra.
Pensando nisso, por três vezes no Getsêmani Jesus faz uma mesma oração: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt 26:39). Alguns podem achar que Jesus estivesse vacilando ou na dúvida se devia seguir adiante. Porém uma frase no Evangelho de João elimina qualquer dúvida quanto à sua disposição de cumprir sua missão. Ele disse: “Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para isto, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome!” (Jo 12:27-28).
Eu creio que naquela tríplice pergunta, “Se possível, afasta de mim este cálice”, há um recado para nós, principalmente na resposta do Pai. Sim, a resposta do Pai foi um silêncio que até hoje ecoa pelo Universo, deixando claro que não era possível afastar dele aquele cálice. Jesus bebê-lo até o fim para resolver de uma vez para sempre a questão do pecado e existir salvação para nós. Se fizermos hoje uma pergunta parecida, do tipo “Pai, se possível, salva-me de outra forma que não seja pela morte de Jesus na cruz”, a resposta será o mesmo silêncio. Não, não é possível.
Nos próximos 3 minutos Jesus é preso.
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Preso
Judas precisou combinar um sinal para os soldados não prenderem a pessoa errada. O beijo, que era tão comum na época quanto um aperto de mão nos dias de hoje, seria o sinal. Judas avisa que tão logo beijasse Jesus os soldados deviam prendê-lo. Ele bem sabia que em outras ocasiões Jesus escapara milagrosamente das mãos dos que queriam fazer-lhe mal.
Ao contrário dos filmes de Hollywood, que sempre escolhem o ator mais bonito para o papel de Jesus, o verdadeiro Jesus era um homem de aparência tão comum quanto os outros discípulos, daí a necessidade de Judas apontá-lo para os guardas naquela noite escura. O profeta Isaías escreveu que nenhuma beleza havia nele para nos atrair. Se você encontrasse Jesus na rua naquela época, dificilmente se interessaria por ele. E hoje é impossível você ser atraído a ele se não existir uma obra do Espírito Santo de Deus em seu coração. O homem, em seu estado natural, caído e inimigo de Deus, jamais desejará qualquer contato com Jesus.
Quando Pedro vê Jesus preso, não consegue se conter. Puxa da espada e ataca um servo do Sumo Sacerdote, lhe decepando a orelha. Nos últimos dois mil anos a cristandade tem feito exatamente isso, usado da espada sob o pretexto de defender os interesses de Jesus. Tudo o que conseguiu foi decepar milhões de orelhas e criar uma multidão de pessoas que já não têm ouvidos para a Palavra de Deus.
Os soldados podiam prender Jesus, mas não podiam prender sua misericórdia e compaixão, por isso ele cura o homem que teve a orelha decepada. Até mesmo sua prisão só ocorria porque os desígnios de Deus não podem ser frustrados. Acaso não podia ele convocar imediatamente milhares de anjos para defendê-lo? É claro que sim.
Se você estivesse ali, quem você seria? Judas, o traidor? Certamente não. Talvez um dos soldados, alegando estar apenas cumprindo ordens. O problema é que ninguém pode alegar inocência ao levantar um dedo contra Jesus. Depois do que eu falei da cristandade, que historicamente sempre apelou para as armas sob o pretexto de estar defendendo Jesus, você provavelmente não gostaria de ser Pedro ali. Afinal, poucas horas depois o mesmo Pedro, tão confiante em si mesmo, negaria conhecer Jesus. Querer ser qualquer um dos outros discípulos também não parece boa ideia, pois o texto diz que todos fugiram, abandonando Jesus.
Não, você não pode ser nenhum deles, mas se quiser realmente ser salvo, terá de reconhecer que é tão mesquinho quanto Judas, tão indiferente quanto os soldados, tão violento quanto Pedro e tão covarde quanto os outros discípulos. Daquele momento em diante Jesus está só, e é assim, sozinho, que deve cumprir a obra para a qual foi designado: morrer como o Cordeiro de Deus e derramar o seu sangue para purificar pecadores tão maus quanto eu e você.
Nos próximos 3 minutos Jesus é julgado.
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O julgamento
O julgamento de Jesus é surreal. Os principais religiosos procuram por falsas testemunhas que possam acusá-lo de algo grave o suficiente para condená-lo à morte. As únicas que trazem uma acusação consistente nada mais fazem do que distorcer o que ele mesmo havia dito: “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias” (Jo 2:19).
Seus acusadores não percebiam que Jesus tinha se referido ao seu corpo, o templo de Deus, que morreria e ressuscitaria três dias depois. Não é algo incomum as pessoas distorcerem as palavras de Jesus para encaixá-las em seus próprios pensamentos, ou então por não entenderem seu sentido. Em 1 Coríntios, capítulo 2, o apóstolo Paulo explica que é impossível entender a Palavra de Deus se não for pelo Espírito de Deus.
O profeta Isaías havia predito que o Messias se comportaria como ovelha muda diante de seus tosquiadores, e é assim que ele permanece até o sumo sacerdote colocá-lo sob juramento, como é feito nos tribunais de hoje: “Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos” (Mateus 26:63).
Jesus responde: “Tu mesmo o disseste" — e continua — "Mas eu digo a todos vós: chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt 26:64). O sumo sacerdote, conhecedor das Escrituras que era, não podia deixar de se lembrar do que havia sido dito pelo profeta Daniel:
“Na minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de um homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença. A ele foram dados autoridade, glória e reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído” (Dn 7:13-14).
Indignado, o sumo sacerdote anuncia que as palavras de Jesus o condenavam por blasfêmia. Ele devia ser morto. Então os demais membros do conselho passam a cuspir no rosto de Jesus e a espancar aquele Homem de mãos atadas, que não era ninguém menos do que o Senhor do Universo, o criador da saliva daqueles que cuspiam e dos punhos que acertavam sua face.
A expressão “Filho de Deus” geralmente não é compreendida em nossos dias, quando a frase “eu também sou filho de Deus” pode ser ouvida da boca de qualquer um. Mas nenhum israelita no Antigo Testamento ousaria dizer tal coisa. Eles sabiam que eram criaturas de Deus, não filhos. Lendo o Evangelho de João você aprende que os judeus consideravam a expressão “Filho de Deus” equivalente a alguém dizer ser igual a Deus.
Portanto temos aqui Jesus, sob juramento, afirmando ser igual a Deus e conectando sua pessoa ao Messias esperado por Israel. Aqueles judeus não podiam ficar indiferentes. Ou eles aceitavam estar diante de Deus na forma humana, ou cuspiam em seu rosto. E você, de que lado vai ficar. Nos próximos 3 minutos Pedro escolhe de que lado quer ficar.
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O arrependimento de Pedro
Você está lembrado de como o apóstolo Pedro sempre se mostrou o mais valentão, o mais impetuoso e um líder nato? Um pouco antes Pedro tinha afirmado categoricamente que jamais abandonaria Jesus, mesmo que todos os outros o abandonassem. Jesus o avisou que não seria assim, e o cantar do galo o lembraria disso.
Dos doze discípulos, temos agora um que traiu Jesus, dez que estão preocupados com ele e Pedro, que parece estar mais preocupado consigo mesmo ou com sua reputação. Aquele homem, tão impetuoso, a ponto de sacar da espada para atacar os que tentavam prender Jesus, agora caminha nas sombras, com medo de ser reconhecido. Mesmo assim alguém o reconhece.
Uma criada diz que ele estava com Jesus, mas Pedro nega e corre em direção ao portão para ficar mais perto da saída. Outra criada o reconhece. Mais uma vez ele nega sequer conhecer Jesus. Uma terceira pessoa o identifica como seguidor de Jesus pelo seu modo de falar, mas ele imediatamente muda o seu modo de falar e começa a praguejar e a jurar não conhecê-lo. O galo canta e Pedro se lembra do que Jesus havia dito. Ele sai dali e chora amargamente.
Quando você encontrar um super cristão, desconfie. Pessoas que fazem afirmações impetuosas com base em sua própria energia são as primeiras a abandonar o barco na hora do perigo. O cristão é antes de tudo um fraco, um incapaz, um dependente de Deus para tudo. Aquelas mensagens motivacionais que procuram exaltar o ego e a capacidade própria não passam de um engodo, especialmente nas coisas espirituais. Jesus afirmou que sem ele nada podemos.
Nossa dependência de Deus já começa pela salvação, que não vem de nós ou de nossos esforços, mas de Deus. Uma vez salvo, o cristão também precisará depender 100% de Cristo para não tropeçar. Isso pode parecer loucura para quem confia na evolução e no crescimento espiritual baseado em mérito. E é loucura mesmo, como é loucura tudo o que você lê na Bíblia.
Pense na loucura que é esperar ser salvo por crer em alguém que terminou seus dias pregado numa cruz! Pense na loucura de seguir alguém que afirmava ter os anjos sob seu comando e, mesmo assim, foi abandonado à sua própria sorte! Muito louco acreditar em alguém assim, não acha?
Porém quando você lê a Primeira Carta aos Coríntios descobre que a mensagem da cruz, que é loucura para os homens, é sabedoria para Deus. Pedro iria aprender a lição. No final de sua vida ele seria amarrado e conduzido à morte sem oferecer resistência. Sua vida estaria entregue nas mãos daquele que era e sempre será a verdadeira Rocha: Jesus.
Mas neste episódio nós o vemos negando conhecer Jesus e até mudando seu modo de falar para salvar a própria reputação. Infelizmente às vezes fazemos isso, só para chorarmos depois, como Pedro fez. Nos próximos 3 minutos Judas também se arrepende. Mas não como Pedro.
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O arrependimento de Judas
Jesus é condenado à morte pelos sacerdotes e líderes religiosos. Mas, por estarem sob domínio romano, eles não podem executar a sentença à maneira de Israel, por apedrejamento. Por isso entregam Jesus ao governador Pilatos. Se este o sentenciar à morte, esta será por crucificação, o método romano de execução.
Os profetas do Antigo Testamento previram isso. Mil anos antes Davi descreveu a crucificação de Jesus no Salmo 22: “Perfuraram minhas mãos e meus pés” (Sl 22:16). No Salmo 34 ele previu ainda que nenhum de seus ossos seria quebrado, ao contrário do procedimento normal, que era quebrar as pernas do crucificado para acelerar a morte por asfixia.
Enquanto isso, Judas parece arrependido do que fez, mas por outras passagens vemos que ele estava interessado mesmo era no dinheiro. Sua ganância o tornava vulnerável à influência de Satanás, que agia nos bastidores. Alguns contestam a culpa de Judas, alegando que ninguém pode ser responsabilizado por Atos cometidos sob uma influência externa, no caso, Satanás. Vá dizer isso aos juízes que condenam motoristas que causam acidentes sob o efeito do álcool. A influência externa entrou em cena porque a pessoa abriu mão de sua responsabilidade interna.
Essa influência pode também vir de Deus, precedida pela insubordinação do homem contra o seu Criador. Depois que Faraó, no antigo Egito, decidiu ignorar os avisos de Deus transmitidos por Moisés, Deus endureceu o coração de Faraó. Primeiro veio a insubordinação de Faraó, depois o endurecimento vindo de Deus. Em 2ª Tessalonicenses capítulo 2 você lê que, em um tempo ainda futuro, aqueles que não creram em Jesus serão levados, por Deus, a crer no anticristo.
O arrependimento de Judas é diferente do de Pedro. Embora Pedro também tenha sido influenciado por Satanás no capítulo 16 de Mateus, quando negou que Jesus iria morrer, seu arrependimento por negar conhecê-lo foi sincero e sua restauração é prova disso. Judas não. Ele não se arrepende de seu pecado, mas das consequências. Para entender isso, pense em um corrupto. Sua cara de decepção ao ser preso não é pelo mal cometido, mas por ter sido pego e pela desonra que irá sofrer, além de perder a fonte de renda. Judas prefere tirar a própria vida a enfrentar essas consequências. Ainda hoje você encontra acusados de corrupção agindo assim em países como o Japão.
Os religiosos judeus são criteriosos em não lançar no tesouro do Templo as 30 moedas devolvidas por Judas, por considerarem aquele dinheiro originário de um crime de sangue. Ao decidirem usar o dinheiro para comprar um campo para servir de cemitério de estrangeiros eles dão a eles mesmos um atestado de criminosos e hipócritas. escreve que aquele campo “se chama Campo de Sangue até hoje” (Mt 27:8).
Nos próximos 3 minutos Jesus é entregue a Pilatos.
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A voz do povo
O primeiro julgamento de Jesus foi religioso. Ele foi condenado por se declarar o Cristo, o Filho de Deus, fazendo-se assim igual a Deus. Mas essa acusação não era suficiente para o tribunal secular romano, por isso os judeus adotam outra estratégia ao entregar Jesus a Pilatos. No Evangelho de Lucas há três acusações que os judeus fazem diante dos romanos: que Jesus era um revolucionário, que incitava a população a não pagar impostos a César e declarava ser o rei dos judeus.
A coisa toda é surreal. Por que? Ora, Israel era uma nação invadida e os romanos eram os inimigos. Vamos chamar Israel de França, Roma de Alemanha e César de Hitler para entendermos melhor o que está acontecendo aqui. Imagine durante a 2ª Guerra um cidadão francês sendo entregue pelos franceses aos alemães por ser um revolucionário que luta contra os invasores, incita a população a não pagar impostos a Hitler e ainda alega ser o presidente da França!
Oras, aquele francês era exatamente o que os franceses precisavam, e seria um absurdo entregá-lo ao inimigo. Pois é o que acontece aqui. O ódio dos judeus contra Jesus é tão grande que eles não têm qualquer escrúpulo em se unir ao inimigo para conseguir a morte do Filho de Deus.
“Você é o rei dos judeus?” (Mt 27:11) pergunta Pilatos. Jesus confirma. Os judeus, então, descarregam sobre ele uma torrente de acusações, mas só encontram o silêncio de Jesus como resposta, o que surpreende Pilatos. Como parte das festividades da Páscoa, era costume dar anistia a um condenado, e Pilatos tem, além de Jesus, outro candidato à anistia: Barrabás, um ladrão e homicida. A escolha é democrática.
Se alguma vez você achou que a expressão “a voz do povo é a voz de Deus” tinha alguma coisa a ver com a Bíblia, aqui está a prova em contrário. Nesta eleição democrática o povo é unânime em escolher o bandido Barrabás. A voz do povo é a voz do povo, só isso, pois o povo é, por natureza, inimigo de Deus. Todos os seres humanos são assim. É aí que entra a maravilha da graça de Deus em salvar o pecador, não por seus méritos, mas porque Deus quer salvá-lo.
Você não chega à fé em Jesus por ser melhor ou ter tido uma grande sacada ao entender o evangelho. Pode até parecer que, no momento de sua conversão a Cristo, era você quem estava no comando, mas depois você acaba entendendo que Deus trabalhava nos bastidores para que esse encontro com o Salvador pudesse acontecer. Longe de livrar você da responsabilidade de crer em Jesus, isso glorifica a Deus, e não ao homem, pela salvação.
Ou você acha que, sendo inimigo de Deus por natureza, tão mau quanto eu, Pilatos ou qualquer um daqueles judeus, você daria o seu voto a Jesus? Não. Eu e você também teríamos escolhido Barrabás. E se você pensa o contrário, ainda não entendeu o que é ser um pecador necessitando desesperadamente da graça e da misericórdia de Deus para ser salvo. Nos próximos 3 minutos Jesus é crucificado.
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A cruz
Jesus é levado para ser crucificado, não sem antes passar pelo desprezo dos soldados. Eles tiram sua roupa e colocam sobre suas costas um manto vermelho. Uma coroa de espinhos é colocada sobre sua cabeça e uma vara em sua mão como se fosse um cetro. Então os soldados se ajoelham diante dele e dizem: “Salve, rei dos judeus!” (Mt 27:29). Depois cospem nele e o espancam.
Jesus é levado ao Gólgota ou “Lugar da Caveira” (Mt 27:33), para ser crucificado. No caminho obrigam Simão, um africano de Cirene, atual Líbia, a carregar sua cruz. Os soldados dão a Jesus vinho misturado com fel, uma espécie de anestésico, mas ele se recusa a beber. Mil anos antes o Salmo 22 previu que os soldados fariam um sorteio das vestes de Jesus, e é o que acontece aqui. Sobre a cruz, uma placa trilíngue ironiza: “Este é Jesus, Rei dos Judeus” (Mt 27:37). Hebraico, grego e latim representavam os idiomas da religião, da ciência e do poder.
A multidão que se aglomera em torno da cruz insulta aquele que alimentou seus famintos e curou seus enfermos. Será que entre aquelas bocas que xingavam Jesus estava algum mudo que ele fez falar? Daqueles punhos levantados contra ele, será que tinha algum paralítico de nascença? E dentre os olhares que fuzilavam o Filho de Deus na cruz, quiçá alguns tinham acabado de inaugurar a dádiva da visão!
Uma coisa é certa: quem estava sendo desprezado ali, em um frágil corpo humano, era o Criador. O apóstolo João escreveria depois em seu evangelho: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1:3). Isso inclui a multidão, o espinheiro de onde saiu sua coroa, a árvore de onde veio a cruz e o minério transformado nos pregos que prendem suas mãos e seus pés.
Por volta do século 12 um monge francês, Bernardo de Claraval, descreveu a crucificação em uma obra poética que fala dos pés, joelhos, mãos, lado, peito, coração e face de Jesus. Uma adaptação do último poema diz assim:
Oh! Quão ensanguentada, ferida está em dor,
Cruel coroa fere a fronte sem vigor.
Oh! Quantos escarnecem de Tua condição
E zombam dessas dores, ferindo o coração!
Sem luz estão Teus olhos, não brilham mais assim,
Por que, Senhor, se apagam? Por nós sabemos, sim!
Tão grandes sofrimentos, nós, em pecados vis,
Causamos rudemente, que o Sol brilhar não quis.
Jesus, ó nosso Amado! Sofreste ali por nós,
Sem cor desfaleceste, opresso em dor atroz.
Palavras não expressam a nossa gratidão
Por Tua sempiterna, fecunda redenção.
Curiosamente os ladrões crucificados ao lado de Jesus se unem ao coro da multidão, e também xingam Jesus. Então algo acontece com um deles. Nos próximos 3 minutos.
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O mau ladrão
Aos pés da cruz você encontra de tudo: religiosos, soldados, políticos, juízes, ricos e pobres, todos contra o Filho de Deus. Até o mundo do crime está ali representado pelos dois ladrões crucificados com Jesus. 700 anos antes Isaías previra que o Messias seria “contado com os transgressores”.
No início os dois criminosos zombam de Jesus, mas quando um deles grita: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!”, o outro o repreende, dizendo: “Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença?” (Lc 23:39-40). Quem é esse ladrão que de repente troca de lado?
Séculos depois alguém inventaria uma biografia para ele. Seu nome seria Dimas, ladrão e assassino perigoso, filho de um chefe de quadrilha. Porém — e agora vem a melhor parte — Dimas, que matou seus próprios irmãos, não matava velhos, mulheres e crianças, e teria ajudado a família de Jesus durante fuga para o Egito. Quem disse isso? A tradição.
Quando você lê os evangelhos não está lendo o que diz a tradição. Está lendo autores, inspirados por Deus, que relatam o que viram ou ouviram de testemunhas que ainda estavam vivas quando os textos foram escritos, copiados e lidos em todo lugar. Qualquer um poderia desmentir a história toda, caso não passasse de lenda. Se você acredita no jornal que está na banca, não há razão para duvidar dos evangelhos.
A tradição, porém, tem um caráter diferente, pois pode incluir lendas e fantasias. Religiões baseadas na tradição são cheias de misticismo, crendices e superstições, que mais servem para escravizar seus adeptos do que para libertá-los. O cristão não segue esse tipo de tradição, mas o relato dos fatos, como o próprio Pedro escreveu em sua segunda carta: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pe 1:16).
A tradição, que inventou uma maquiagem para aquele criminoso e o apelidou de “bom ladrão”, tenta dar a ele o mérito por sua salvação. Se você chama de “bom” um criminoso, que num assalto mata apenas o pai de família, poupando a mãe, os filhos e a avó, então vá em frente, acredite na tradição.
Foi a Palavra de Jesus que transformou o coração daquele criminoso. Ele acabara de ouvir Jesus dizer: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23:34) . Se aquele Jesus podia interceder pelos cruéis algozes, havia uma chance para ele também. O bandido suplica: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino” (Lc 23:42). Jesus responde: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso” (Lc 23:43). Minutos depois aquele homem estava no paraíso, não por ser um “bom ladrão”, mas por ser um pecador convicto, que confiou na graça e na misericórdia de Deus.
Nos próximos 3 minutos Jesus não é morto pelos guardas.
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A morte voluntária
Depois de ser humilhado e castigado na cruz pelos homens durante três horas, a terra é envolta em espessas trevas. Chega a hora de Jesus ser feito pecado por nós, receber sobre o seu corpo os pecados de todos os salvos por ele e sofrer o juízo de um Deus santo. Se nas três primeiras horas ele ficou entre os homens e Deus, absorvendo todo o ódio endereçado ao Criador, nas três horas de trevas ele fica entre Deus e os homens, absorvendo o juízo divino contra o pecado.
No final de sua agonia Jesus dá o mesmo brado descrito por Davi mil anos antes no Salmo 22:1: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” O Evangelho de João revela as palavras que trazem consolo a todo pecador que esperava que Deus resolvesse a questão do pecado: “Está consumado!” (Jo 19:30). Está pronto, está acabado, a obra já foi realizada, nada mais precisa ser feito. Então Jesus pende a cabeça e entrega o espírito.
Embora os homens sejam responsáveis por entregar o Filho de Deus à morte, ninguém matou Jesus. É importante você se lembrar de que Jesus é Deus e, ao adotar a forma humana, entrou neste mundo de uma forma ímpar, gerado pelo Espírito Santo e nascido de uma virgem. Apesar de assumir a forma humana, ele não herdou a natureza pecaminosa de Adão, portanto não tinha pecado, nunca pecou e jamais poderia pecar.
Foi o pecado que trouxe a morte ao ser humano. Como Jesus não tinha pecado, não estava sujeito à morte. Esqueça os artigos, livros e documentários que tentam explicar a morte de Jesus do ponto de vista médico. Ele não morreu como consequência da crucificação, ele simplesmente deu sua vida. Ele decidiu morrer e morreu, algo que nenhum de nós é capaz de fazer com as mãos e os pés atados.
No capítulo 10 do Evangelho de João ele prometeu que daria a vida por suas ovelhas e também mostrou que morrer seria um ato voluntário. Ele tinha o poder de morrer e de voltar a viver. Jesus disse: “Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai” (Jo 10:17-18).
No fim do dia os soldados quebram as pernas dos dois ladrões crucificados para acelerarem sua morte. O diafragma de alguém pendurado de braços abertos e sem apoio para de funcionar e a pessoa não consegue respirar. Quando chegam a Jesus, para quebrarem suas pernas, descobrem que ele está morto. Então o soldado enfia sua lança no lado de Jesus e sai sangue e água.
Durante séculos milhares de animais foram sacrificados para permitir que os sacerdotes de Israel entrassem na presença de Deus levando o sangue de uma vítima inocente. Agora o sangue do verdadeiro Cordeiro de Deus está disponível para purificar todo aquele que crê em Jesus, e torná-lo apto a entrar na presença de Deus sem ser consumido. “O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 jo 1:7) . Você crê nisso? Nos próximos 3 minutos Jesus é sepultado.
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O véu rasgado
Quando Jesus dá o brado que assinala o momento de sua morte, a criação entra em convulsão, solidária ao Criador. A terra treme, as rochas quebram, sepulcros se escancararam. Após a ressurreição de Jesus, muitos veriam sair desses sepulcros pessoas ressuscitadas.
Nem o Templo em Jerusalém sai intacto. No momento da morte , o véu, que impedia o acesso ao Santo dos Santos, rasgou-se de alto a baixo, de Deus para o homem. Era naquele aposento que ficava a Arca da Aliança que os israelitas conduziram por quarenta anos pelo deserto em sua peregrinação do Egito à terra prometida. A arca representava a própria presença de Deus e ninguém podia tocá-la, ou seria morto.
Apenas o sumo-sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano levando uma tigela com sangue de um animal sacrificado. Ele borrifava o sangue na tampa da arca, chamada de propiciatório. Qualquer outro que entrasse ali seria morto, inclusive o sacerdote, caso não levasse o sangue. O medo que as pessoas naturalmente têm de se encontrar com Deus é justificado. Encontrar-se com ele sem o salvo conduto do sangue é condenação certa.
A ideia não é estranha. Todos os dias somos obrigados a apresentar algum tipo de salvo conduto ou ingresso para entrar em algum lugar. Você precisa apresentar o ingresso, a passagem ou o crachá, se quiser entrar no cinema, no avião ou na empresa. Dependendo do país você corre o risco de ser morto caso tente atravessar a fronteira sem o passaporte e o visto.
Se antes o acesso à presença de Deus era limitado ao sacerdote hebreu levando o sangue de um animal, agora esse acesso está franqueado a todo aquele que crê no verdadeiro Cordeiro de Deus, Jesus, e na eficácia de seu sangue derramado na cruz. Algumas religiões ainda insistam em dizer que você precisa de um sacerdote para representá-lo diante de Deus ou para garantir esse acesso, mas o próprio apóstolo Pedro descarta essa ideia. Ele escreveu que os que creem em Jesus são uma “são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus” (1 Pe 2:9).
Na Carta aos Hebreus diz que todo aquele que crê em Jesus, tem “ousadia para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, por sua carne” (Hb 10:19-20). Se você crê em Jesus os seus privilégios de acesso são infinitamente maiores do que o dos sacerdotes judeus. Não deixe que alguém que se intitule “sacerdote” tire de você esse privilégio, ou queira se colocar entre você e Deus. A Palavra de Deus é clara: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1 Tm 2:5).
Mas, e se alguém disser que você precisa de um intermediário ou mediador para ir a Jesus? Bem, então ouça o que ele mesmo diz: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11:28).
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A sepultura
Depois de nos acostumarmos a ver Jesus sempre acompanhado de seus apóstolos, a cena de sua morte revela uma mudança radical. Seus discípulos desaparecem e as pessoas mais improváveis são as que irão lidar com seu corpo morto. Não são os apóstolos que encontramos aos pés da cruz, mas as mulheres que serviram Jesus. Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e também a mãe dos filhos de Zebedeu.
Os profetas do Antigo Testamento tinham previsto que Jesus seria contado com ladrões, o que aconteceu na cruz. Isaías previu também que providenciariam para que ele fosse sepultado com os ímpios, talvez numa vala comum aos criminosos, porém ele ficaria com o rico na sua morte. E é um rico que vai pedir a Pilatos para liberar o corpo para ser sepultado. José, da cidade de Arimateia, era um membro do sinédrio, uma espécie de suprema corte de Israel. Ele possuía um sepulcro novo, uma gruta escavada numa rocha com uma grande pedra circular fechando a entrada.
Jesus é sepultado, o sepulcro é fechado com a pedra e Pilatos ordena que soldados guardem o túmulo nos próximos três dias. Os sacerdotes pediram isso, pois temiam que os discípulos roubassem o corpo e depois dissessem que Jesus tinha ressuscitado, conforme havia prometido.
José tem a ajuda de Nicodemos, igualmente um membro do sinédrio e discípulo secreto de Jesus. No Evangelho de João ele aparece indo encontrar-se com Jesus à noite, por medo dos judeus. Não era apenas Jesus que estava sendo sepultado naquele momento. José e Nicodemos enterravam também suas carreiras. Quando nem mesmo os apóstolos queriam ter qualquer ligação com um cadáver, esses dois homens arriscam tudo ao darem um testemunho público de sua fé em Jesus.
Se você é cristão e se acha um exemplo de fidelidade a Deus, pode apostar que na hora do aperto encontrará as pessoas mais improváveis dando um testemunho melhor que o seu. Quantas vezes você se envergonhou de falar do evangelho a alguém com medo de ser ridicularizado? A menos que você dilua sua fé ou a adapte ao mundo, você não terá muitos amigos sendo cristão. É claro que você sempre vai encontrar políticos que se tornam “cristãos” entre aspas para conquistar votos, ou artistas decadentes que decidem explorar o filão “evangélico”, também entre aspas, mas não é desse cristianismo que estamos falando aqui.
Seguir a Jesus nunca será um bom negócio nesta vida. Você será bem visto na sociedade se disser que lê Paulo Coelho, gosta do Dalai Lama ou acredita ter sido Sinhá Moça em outra encarnação. Mas experimente dizer que é um crente em Jesus, para ver o que acontece. Ao orar ao Pai, Jesus disse, daqueles que o seguem: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou” (Jo 17:14). Portanto, se você busca pela aprovação do mundo, Jesus não é para você. Mas se busca a aprovação de Deus, então creia nele como seu Salvador para receber o perdão de seus pecados e ter um lugar garantido eternamente, não no mundo, mas no céu.
Nos próximos três minutos, a ressurreição.
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A ressurreição
No primeiro dia da semana encontramos duas mulheres tristes, Maria de Magdala e a outra Maria, mãe de Tiago e José, dirigindo-se ao sepulcro de Jesus. Antes tinha ocorrido um terremoto e um anjo havia removido a pedra da entrada do sepulcro, sentando-se sobre ela. E os guardas o sepulcro? Bem, os guardas desmaiaram quando viram aquilo.
O anjo diz às mulheres para não terem medo, pois Jesus tinha ressuscitado. O anjo diz para elas olharem o lugar onde ele jazia dentro do sepulcro em forma de gruta. A pedra havia sido removida não para Jesus sair, mas para as mulheres entrarem, pois ele podia atravessar paredes em seu corpo ressuscitado. O anjo diz a elas para irem contar para os discípulos que Jesus tinha ressuscitado.
As boas novas de Deus estariam incompletas sem este capítulo que fala da ressurreição de Jesus. Sem ela não haveria esperança para a humanidade. O apóstolo Paulo diz, em sua Primeira Carta aos Coríntios, que “se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm” (1 Co 15:14). Ouviu isso? Se você crê em tudo a respeito de Jesus, mas duvida da ressurreição, está perdendo seu tempo.
Paulo explica que a morte entrou no mundo por um só homem, Adão, e a ressurreição dos mortos veio igualmente por meio de um só homem, Jesus. Todos os que estão em Adão morrem; todos os que estão em Cristo ressuscitarão. O primeiro homem, Adão, é o homem natural, terreno, mortal. O segundo homem, Jesus, é o homem espiritual, celestial, eterno. Em quem você está?
O corpo de Jesus na sepultura não foi substituído por outro, ele ressuscitou. Assim também os que creem nele ressuscitarão em corpos transformados, mas guardando as características de individualidade que tinham quando viveram aqui. A ressurreição não é uma reencarnação ou o espírito da pessoa vindo morar em outro corpo. A ressurreição não é tampouco uma reforma do corpo velho e nem o retorno da pessoa em um corpo etéreo e imaterial.
O corpo de Jesus ressuscitado é matéria, porém uma matéria diferente da que conhecemos. Se ele podia a parede para se encontrar com seus discípulos em um aposento com as portas fechadas, ele também podia comer peixe e mel para provar que não era um espírito vagando por aí. Neste exato momento há um Homem no céu, Jesus, em carne e ossos, o precursor de muitos que ressuscitarão como ele ressuscitou e viverão assim, num corpo, por toda eternidade. Eu serei eu, você será você; eu terei meu corpo, você terá seu corpo, incorruptível, imortal, inigualável.
Nenhuma obra de ficção escrita por homens jamais poderá descrever o que está preparado para aqueles que creem em Jesus, que morreu para nossa salvação e ressuscitou para nossa justificação. Nos próximos 3 minutos as mulheres se encontram com o ressuscitado.
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O ressuscitado
Quando ouvem a notícia dada pelo anjo, as mulheres saem correndo para anunciar aos outros discípulos o que viram. A expressão usada é “amedrontadas e cheias de alegria” (Mt 28:8), um misto de espanto e júbilo. Quando você crê em Jesus como seu Senhor e Salvador — quando você se dá conta de que ele ressuscitou e você pode agora ter a certeza da vida eterna — é esse o sentimento: espanto e júbilo.
Mas não é só isso. Elas correm, porque todo aquele que crê em Jesus sabe que o tempo está se esgotando. As boas novas da morte e ressurreição do Cordeiro de Deus devem ser passadas adiante em caráter de urgência. A qualquer momento a porta da oportunidade se fechará.
Enquanto elas vão para um lado, com o coração cheio de espanto e júbilo, os guardas, que deviam guardar o sepulcro e impedir que fosse violado, caminham para o outro. O coração deles está cheio de terror e tristeza, pois sabem que o código militar da época exige que o soldado que falhar com o seu dever pode pagar com a própria vida.
De um lado as mulheres saem anunciando ressurreição e vida. Do outro os soldados levam consigo a própria sentença de condenação e morte. Você sempre encontrará essas duas classes de pessoas no mundo: aquelas que têm um relacionamento com Jesus e a salvação eterna garantida por sua morte e ressurreição, e aquelas que estão desmaiadas e cegas para as realidades do mundo espiritual. Estas carregam em si sua sentença.
Enquanto as mulheres têm um encontro pessoal com o Ressuscitado, os soldados têm um encontro com os chefes dos sacerdotes. Apesar de serem soldados sob as ordens de Pilatos, eles não ousam ir direto para sua guarnição. Os sacerdotes subornam os soldados para dizerem que estavam dormindo quando os discípulos roubaram o corpo. Os sacerdotes garantem que darão um jeito se a história chegar aos ouvidos do governador e eles não serão mortos por não cumprirem seu dever.
Os soldados podiam até pensar que tinham se livrado de seus problemas, mas eles ainda teriam problemas maiores no futuro. Eles teriam de dar conta disso a Deus. Para essa condenação só existe uma saída. No Evangelho de João, Jesus diz: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5:24).
Os sacerdotes asseguraram aos guardas subornados que estariam a salvo de uma condenação temporal. Jesus assegura que todo aquele que nele crê não será condenado eternamente. Que tipo de salvação você está procurando, a momentânea, que o mundo oferece se você negar ter qualquer coisa a ver com o Ressuscitado, ou a eterna? Enquanto isso as mulheres encontram com Jesus, se lançam aos seus pés e o adoram. Essas mulheres eram judias, adoradoras do Deus único, e jamais adorariam Jesus a menos que ele fosse Deus.
Nos próximos 3 minutos os discípulos recebem a maior de todas as missões.
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A grande comissão
O Evangelho de Mateus termina com Jesus dando aos discípulos a missão de anunciar o evangelho, palavra que significa “as boas novas”. Aquele que é Senhor e tem toda a autoridade no céu e na terra, envia seus discípulos para que façam discípulos de todas as nações, os batizem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e lhes ensinem tudo o que ele lhes ensinou.
Toda a autoridade, todas as nações, tudo o que receberam. Não há limites. E ele promete estar com seus discípulos todos os dias até a consumação dos séculos. Você crê em Jesus? É um discípulo dele? Está anunciando essas boas novas? Tem certeza de que são boas e novas? Por que pergunto?
Bem, se você sair por aí dizendo que as pessoas precisam frequentar essa ou aquela igreja para serem salvas, você não está anunciando as boas novas. Lembre-se de que os discípulos não eram membros de alguma organização e nem tinham qualquer denominação para identificá-los. Eles eram chamados de cristãos porque seguiam o Cristo. Eles convidavam as pessoas a crerem em Jesus, a pertencerem a uma Pessoa, Jesus, não a uma igreja ou religião.
Se as boas novas que você anuncia não passam de uma lista de regras, elas não são novas. Bem antes de Cristo já havia uma lista de mandamentos que, apesar de bons, não podiam salvar. Se pudessem, Jesus não teria vindo morrer e ressuscitar. Além disso não é uma boa notícia dizer que para ser salva a pessoa deve cumprir uma lista impossível. Tente obedecer apenas um dos Dez Mandamentos: “Não cobiçarás”, o que inclui não desejar algo ilícito. Se você diz que é capaz, então está transgredindo outro mandamento: “Não darás falso testemunho” (Êx 20:7-17).
Existem outras mensagens por aí que estão sendo chamadas de evangelho ou boas novas, mas não são. Por acaso você considera uma boa notícia dizer a alguém que precisa reencarnar e voltar a este mundo mais uma dúzia de vezes para eliminar seu carma? Que vai voltar para sofrer e pagar pelo que fez em outra vida da qual nem se lembra? Não caia nessa. Isso não é evangelho, não é uma boa notícia, é péssima notícia.
Boa notícia é você descobrir que alguém pagou uma dívida que você jamais conseguiria pagar. Boas novas é ouvir que basta crer no Filho de Deus para ser perdoado completamente. É esse o evangelho que Jesus mandou anunciar, são essas as boas novas: que Cristo morreu por nossos pecados, conforme anunciavam as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, também conforme as Escrituras.
Considerando que outro já pagou o preço de sua salvação, ao crer em Jesus você pode ter a certeza da vida eterna sem ser acusado de pretensioso, porque isso não depende de seus esforços ou de sua caridade. Aliás, como é que você poderá anunciar aos outros as boas novas se não tiver a certeza de que elas foram boas para você? Como pode indicar a outros como chegar ao céu se não sabe se vai chegar lá?
Mario Persona é palestrante, professor e consultor de estratégias de comunicação e marketing e autor dos livros “O Evangelho em 3 Minutos -”, “Quero um refil!”, “Crônicas para ler depois do fim do mundo”, “Dia de Mudança” (também em inglês como “Moving ON”), “Marketing de Gente”, “Marketing Tutti-Frutti”, “Gestão de Mudanças em Tempos de Oportunidades”, “Receitas de Grandes Negócios” e “Crônicas de uma Internet de verão”. Todos eles podem ser encontrados em formato impresso nos endereços bookess.com e amazon.com e também em formato e-book em smashwords.com.
Nas horas livres o autor dedica-se a escrever e traduzir textos e livros sobre a Palavra de Deus. Estes são publicados em:
3minutos.net - O evangelho em 3 minutos (texto, vídeo e MP3)
3minutegospel.net - O evangelho em 3 minutos em inglês
3minutospodcast.blogspot.com - Podcast
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Mario Persona participou também como autor convidado das coletâneas “Os 30+ em Atendimento e Vendas no Brasil”, “Gigantes do Marketing”, “Gigantes das Vendas”, “Educação 2007”, “Professor S.A.” e “Coleção Aprendiz Legal”, além de ter sido citado como “Case Mario Persona” no livro “Os 8 Pês do Marketing Digital”. Traduziu obras como “Marketing Internacional”, de Cateora e Graham, “Administração”, de Schermerhorn, “Liberte a Intuição”, de Roy Williams, além de diversos livros de comentários sobre a Bíblia.
É convidado com frequência para palestras, workshops e treinamentos de temas ligados a negócios, marketing, comunicação, vendas e desenvolvimento pessoal e profissional. Alguns temas são: Gestão de Mudanças, Criatividade e Inovação, Clima Organizacional, Gestão do Conhecimento, Comunicação, Marketing e Vendas, Satisfação do Cliente, Oratória, Marketing Pessoal, Qualidade Vida-Trabalho, Administração do Tempo, Segurança no Trabalho, Controle do Stress, Meio-Ambiente etc.
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