Lições da Vida de ABRAÃO e de LÓ
Quatro Coisas que Abraão Tinha e que Estavam Faltando na Vida de Ló
Bruce Anstey
LIÇÕES DA VIDA DE ABRAÃO E DE LÓ – Quatro Coisas que Abraão Tinha e que Estavam Faltando na Vida de Ló
Bruce Anstey
Originalmente publicado por:
9-B Appledale Road
Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0
CANADÁ
christiantruthpublishing@gmail.com
Título do original em inglês: LESSONS FROM THE LIVES OF ABRAHAM & LOT – Four Things Abram Had That Were Missing in Lot’s Life
Primeira edição em inglês – julho 2002
Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por:
ASSOCIAÇÃO VERDADES VIVAS, uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é divulgar o evangelho e a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo.
atendimento@verdadesvivas.com.br
Primeira edição em português – julho 2020
e-Book v.1.0
Abreviaturas utilizadas:
ARC – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida – SBB 1969
ARA – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada – SBB 1993
TB – Tradução Brasileira – 1917
ACF – João Ferreira de Almeida – Corrigida Fiel – SBTB 1994
AIBB – João Ferreira de Almeida – Imprensa Bíblica Brasileira – 1967
JND – Tradução inglesa de John Nelson Darby
KJV – Tradução inglesa King James
Todas as citações das Escrituras são da versão ARC, a não ser que outra esteja indicada.
Lições da Vida de
ABRAÃO e de LÓ
(Walla Walla, Washington – 27 de junho de 2002)
Vamos ler Gênesis 13. “Subiu, pois, Abrão do Egito para a banda do Sul, ele e sua mulher, e tudo o que tinha, e com ele Ló. E ia Abrão muito rico em gado, em prata, e em ouro. E fez as suas jornadas do Sul até Betel, até ao lugar onde ao princípio estivera a sua tenda, entre Betel e Ai: Até ao lugar do altar que dantes ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do Senhor.
E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, e vacas, e tendas. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos; porque a sua fazenda era muita; de maneira que não podiam habitar juntos. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do gado de Ló; e os cananeus e os ferezeus habitavam então na terra. E disse Abrão a Ló: Ora não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda. E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o Oriente, e apartaram-se um do outro. Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma. Ora eram maus os varões de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor”.
Temos duas pessoas diante de nós nesse capítulo. Uma, creio eu, cuja vida é registrada na Escritura como um encorajamento, e a outra, como um aviso. Já que precisamos das duas coisas na nossa trajetória Cristã, gostaria de considerar estes dois homens e estabelecer algumas aplicações práticas da vida deles para nossa vida. Em particular, quero apontar quatro coisas na vida de Abrão que estavam faltando na vida de Ló. Falarei sobre os dois, porém focarei mais em Ló.
As Razões para Ló Deixar o Caminho de Fé
Ora, eu não quero examinar a vida de Ló para denegri-lo ou rebaixá-lo pelos erros que cometeu, mas que possamos aprender algumas lições práticas para nossa própria vida.
Este é um capítulo triste de nossas Bíblias porque registra a história de Ló deixando o caminho de fé e indo para o mundo. Eu acredito que há razões por que ele se foi e se estabeleceu em Sodoma, e gostaria de considerar essas coisas nesta tarde para ver o que podemos aprender. Eu vejo nesse relato pelo menos quatro razões – quatro coisas essenciais – que estavam faltando na vida dele e que foram a causa de seu abandono.
1) Ele Não Tinha um Altar
A primeira coisa que eu gostaria de chamar sua atenção, e que nos daria uma pista forte sobre porque Ló deixou o caminho da fé, é tirada da sua vida em geral. Conforme olhamos nas páginas da história inspirada que tem a ver com a vida de Ló, não encontramos que ele alguma vez tenha tido um altar, como Abraão e outros patriarcas tinham. A sua ausência é notável!
O que caracterizou a vida de Abrão foi sua “tenda” e seu “altar”. Se você ler por toda a história de Abraão, verá que essas duas coisas foram uma parte integral da vida dele. Lemos sobre isso no capítulo 12:8: “E [Abrão] moveu-se dali para a montanha à banda Oriental de Betel, e armou a sua tenda**, tendo Betel ao Ocidente, e Ai ao Oriente; e edificou ali um** altar **ao Senhor, e invocou o nome do Senhor.”** E outra vez em nosso capítulo: **“E fez as suas jornadas do Sul até Betel, até ao lugar onde ao princípio estivera a sua** tenda**, entre Betel e Ai: Até ao lugar do** altar**”**. E em seguida novamente no final do capítulo: **“E Abrão armou as suas** tendas**, e veio e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um** altar **ao Senhor.”** Ele fez um desvio disso, e deixou sua tenda e altar para trás quando foi ao Egito. Mas o que geralmente caracterizava Abrão foi que ele tinha uma tenda e um altar.
Uma tenda representa a vida peregrina. Aquele que vive numa tenda é verdadeiramente um peregrino (Hb 11:9, 13). Retrata um estilo de vida que mostra uma pessoa passando por este mundo sem se estabelecer nele. O caminho do peregrino, naturalmente, é o que deveria marcar o Cristão, a medida em que segue o Senhor. O apóstolo Pedro diz: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” (1 Pe 2:11). Somos forasteiros e peregrinos aqui porque nossa cidadania está nos céus e nosso lar está lá (Fp 3:20). Estamos apenas passando por este cenário na nossa jornada rumo ao nosso lar celestial.
- Um estrangeiro é alguém que não está em casa - Um peregrino é alguém que está a caminho de casa
Ora, Ló tinha uma tenda (Gn 13:5-12), o que significa que ele andou no caminho peregrino com Abrão enquanto eles peregrinaram na terra de Canaã. Contudo, embora Ló tivesse uma tenda, ele não tinha um altar! Esta é a primeira coisa que quero considerar. Um altar representa a ligação da alma em comunhão com Deus. Se voltar e ler o capítulo 12, você encontrará que quando Abrão construiu seu altar para o Senhor, é dito que ele “invocou o nome do Senhor”. Isto claramente fala de comunhão com Deus. Não ter um altar indicaria viver sem comunhão com o Senhor, o que é algo muito sério para um filho de Deus. Essa negligência na vida de Ló foi a fonte de todas as suas más decisões e seu completo e final abandono do caminho.
Agora, o que podemos aprender disso? Bem, primeiramente, aprendemos que não vale a pena viver nossa vida sem estar em comunhão com o Senhor. Não podemos viver a distância d’Ele e não ter fracassos! Pedro tentou. Ele seguiu o Senhor “de longe” e acabou negando-O. Se não vivermos em comunhão com o Senhor, iremos, finalmente, nos desviar do caminho também.
Deixe-me te perguntar: “Você tem um altar em sua vida? Você acha que isso é importante? Você tira um tempo todos os dias para ter um pequeno ‘momento de quietude’ onde você pode estar sozinho com o Senhor? Há um momento quando você abre as Escrituras para ler e orar a fim de falar com o Senhor e deixar que Ele fale a você por meio da Sua Palavra?” Isso é um elemento essencial na vida Cristã. É a nossa corda salva-vidas da vida espiritual. É o que nos concede a energia para viver a vida Cristã. Não há substituto para a comunhão. É absolutamente importante que tomemos conta da manutenção do estado de nossa alma diariamente passando tempo com o Senhor. Eu não pergunto se você já fez isso alguma vez (você pode ter lido as Escrituras aqui e ali de tempos em tempos), mas isso é algo habitual em sua vida? Sabe, se não tivermos aquela vida íntima com Deus, mais cedo ou mais tarde, tudo o mais vai desabar.
Havia falta dessa coisa vital na vida de Ló, e quando veio o tempo de fazer importantes decisões ele não teve a direção do Senhor, porque o costume de sua vida era viver sem recorrer ao Senhor. Ele tomou suas decisões baseado apenas na natureza e no que lhe agradava pessoalmente, e ele acabou fazendo confusão em sua vida. Se formos ter uma vida Cristã feliz e frutífera, certamente devemos ter um altar! Se isso não for o caso em sua vida, caros amigos, então você precisa estabelecer este importante elemento na sua vida imediatamente. Eu sugiro que você reserve um tempo pela manhã para colocar em prática este “momento de quietude” na sua vida – antes de começar as atividades do dia. Isso é algo que os irmãos têm insistido muitas vezes em ministério – de fato, o que eu estou dizendo nesta tarde pode soar um pouco como “um disco quebrado” que sempre repete a mesma coisa, mas isso é absolutamente essencial. Não é desnecessariamente que eu faço essa observação. Deixe-me colocar isso muito claramente: se você não tiver um altar em sua vida, você vai fracassar espiritualmente! Sua vida Cristã acabará “nas rochas” – naufragada.
Certa vez numa conferência, eu perguntei a meus filhos: “Quem pregou na reunião de louvor dos jovens ontem à noite?” Eles responderam: “Irmão fulano de tal.” Então eu perguntei: “Sobre o que ele falou?” E eles disseram: “Oh, ele falou sobre como você precisa ler sua Bíblia e orar.” Então eu disse: “Bem, isso é bom. Precisamos disso definitivamente.” Na noite seguinte eu perguntei a eles sobre o que o irmão pregou no louvor e eles disseram: “Bem, ele basicamente disse que você precisa ler sua Bíblia e precisa orar.” Outra vez, isso é bom. Então eu disse: “Eles me pediram para pregar para os jovens hoje à noite, e eu vou falar sobre como você precisa ler sua Bíblia e orar também!” Ora, por que esses irmãos pregam aos jovens sobre o mesmo assunto tão frequentemente? Porque eles sabem o quão importante e essencial isto é para uma vida Cristã feliz e bem sucedida. Eles também sabem que isto é o que provavelmente está faltando na vida de muitos de vocês.
Ora no caso de Ló, vivendo com uma tenda, mas sem nenhum altar, não demorou muito para que ele desistisse de sua tenda! Não é de se admirar. Ter uma tenda sem um altar representa seguir um caminho de fé em separação, mas sem a vida íntima de comunhão com o Senhor que proporcionaria o ímpeto para seguir esse caminho. Sem comunhão esse caminho se tornará muito árido – muito desinteressante – ou, como os jovens dizem, “chato”. A razão pela qual é árido e chato é que não há uma ligação viva de comunhão com o Senhor. Portanto, deixe-me encorajá-lo a encontrar tempo, ou melhor, a preparar tempo em sua vida para estar com o Senhor em tranquila comunhão. Temos o exemplo do Senhor Jesus. No evangelho de Marcos é dito que era costume na Sua vida levantar-Se cedo pela manhã e ir a “um lugar deserto” para estar sozinho com Deus e orar (Mc 1:35). Vamos seguir esse exemplo.
2) Ele Seguia Abraão Sem Qualquer Convicção Aparente em Si Mesmo
Agora o segundo ponto para o qual eu quero chamar sua atenção é que Ló simplesmente seguia Abraão no caminho sem convicção aparente em si mesmo. Todas as evidências exteriores apontavam para o fato de ele não parecer ter a fé para o caminho que seus pés estavam pisando. Novamente, este segundo ponto é tirado de sua vida em geral. Se voltássemos ao capítulo 11, iríamos ver que quando Deus chamou Abrão de “Ur dos caldeus”, é dito que Ló saiu com ele (Gn 11:31-32). E quando Deus dirigiu Abrão à terra de Canaã, é dito: “E foi Ló com ele” (Gn 12:4). Então quando Abrão teve a ideia de descer ao Egito, Ló foi com ele. Quando Abrão voltou do Egito, é dito: “E com ele Ló” (Gn 13:1). E outra vez, quando Abrão foi a Betel, é dito: “E também Ló, que ia com Abrão” (Gn 13:5). Fica muito claro a partir dessas referências que Ló simplesmente seguia o seu tio Abrão no caminho. Mas ele não aparentava ter fé e convicção para isso. Depois de um tempo isso desabou e Ló escolheu um caminho diferente, o qual era realmente onde seu coração estava.
Exercitar o coração a respeito do caminho é uma coisa importante que precisa estar em nossa vida. Sem isso, estamos sujeitos a sair do curso. Você não quer ser como o jovem que, quando alguém perguntou a ele sobre por que ele fazia parte de um grupo de Cristãos que não tinham nem um pregador ou assim chamado pastor, disse: “Quando eu chegar em casa eu pergunto a meu pai por que pensamos assim.” Ele não pôde dar uma resposta sobre por que ele se juntava com Cristãos que se reuniam somente ao Nome do Senhor, porque, provavelmente, ele nunca tinha sido exercitado acerca disso o suficiente para que examinasse isso nas Escrituras. E quanto a nós? Temos alguma convicção sobre o caminho que nossos pés estão? Cedo ou tarde vamos ser testados a respeito do caminho que nossos pés estão pisando, e se não há qualquer convicção verdadeira conosco, vamos ser varridos pelo inimigo de nossa alma – foi o que aconteceu na vida de Ló.
Sabe, havia um homem no Velho Testamento chamado Roboão, o qual era rei na casa e linhagem de Davi. É dito sobre ele que “fez o que era mau; porquanto não preparou o seu coração para buscar ao Senhor” (2 Cr 12:14). Eu acredito que isso deveria ser um aviso para nós. Se você é o tipo de Cristão que meio que oscila ou deriva ao longo da trajetória Cristã sem muito exercício ou preocupação – talvez com a atitude que diz: “Se o caminho é bom o suficiente para meu pai e minha mãe, então é bom o suficiente para mim” – então será relativamente fácil para o inimigo levá-lo para longe. Esta é a razão por que precisamos ter alguma convicção sobre aquilo que fazemos no Cristianismo. Devemos deixar a verdade de Deus entrar profundamente em nossa alma. Precisamos saber o que cremos e por que cremos – e estar firmemente fundamentado nessas coisas.
Não lemos que Ló alguma vez tenha tido qualquer convicção sobre o caminho. Ele era um mero seguidor de seu tio Abrão, o homem de fé. Ele estava apenas à deriva no caminho que Abrão estava andando. E como é com você? Você é conhecido por ser um jovem que é sério sobre as coisas do Senhor? Não tenha a ideia de “à medida que eu envelhecer, eu vou me colocar mais nessas coisas”. Sabe, os hábitos que colocamos em nossa vida desde cedo muitas vezes formarão nosso caráter para a vida inteira. Então o tempo de levar a sério as coisas do Senhor é agora! Eu quero encorajá-los a ter na sua vida essas duas coisas que temos abordado – um altar e uma convicção séria sobre o caminho.
Agora vamos retomar a narrativa do capítulo no versículo 6. É dito que seus bens começaram a crescer e se tornaram um problema. “Houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló” (v. 7). Isso nos mostra que quando existe um crente com a mente celestial e um crente com mente terrenal andando juntos, pode ter certeza de que eles terão diferenças de opinião. Um tem um conjunto de valores completamente diferente do outro. Isso atingiu os pastores e houve contenda entre eles. Semelhantemente, um Cristão de mente terrenal e um Cristão de mente celestial raramente vão entrar em acordo. Como você pode esperar que uma pessoa de mente celestial e uma de mente terrenal vejam as coisas da mesma maneira? Seus objetivos são inteiramente diferentes. Podemos ver por esse conflito que se desenvolveu, que o caminho que Ló estava trilhando como um peregrino estava se tornando cada vez mais pesado para ele.
A vida dele era uma espécie de paradoxo; ele estava andando no caminho que ele sabia que deveria andar, mas por outro lado, ele não tinha a fé ou a convicção para isso. Seu descontentamento é evidente pelo fato de ele se tornar uma fonte de problemas para a casa de Abrão. Quão triste é quando vemos alguém que ficou frio e cujo coração não está mais no caminho – ele geralmente se torna uma fonte de contendas entre os irmãos.
Em seguida é dito no versículo 7 que “os cananeus e os ferezeus habitavam então na terra”. Você pode se perguntar por que isso seria mencionado aqui nesta história, porque parece não ter conexão com o assunto. Mas eu acredito que isso foi colocado aqui para nos mostrar que quando irmãos têm diferenças e desavenças, com frequência o mundo nota isso. Tais diferenças prestam um testemunho pobre diante do mundo do Deus que professamos seguir. Temos que ser cuidadosos com nosso testemunho público. Pense nisto: estes dois grupos de pastores estavam rivalizando juntos e os ferezeus e cananeus viram isso. Que testemunho vergonhoso! Talvez os tenha levado a zombar completamente do caminho da fé. Provavelmente eles disseram uns aos outros: “Vejam aquelas pessoas que pensam que conhecem a Deus. Eles não podem sequer concordar entre si!”.
Abrão procurou encerrar a desavença, dizendo: “Ora, não haja contenda”. Ele sugere a Ló que ele faça uma escolha para tomar uma parte da terra, enquanto ele pegaria o resto. Isso se tornou a ocasião na qual a espiritualidade de Ló foi testada. Eu creio que haverá um tempo de teste na vida de cada um que toma o caminho da fé. Ló foi deixado agora para fazer sua própria escolha sobre o caminho – e manifestou qual caminho o vento estava soprando em sua alma, espiritualmente falando.
Ló fez a escolha dele, e você vai ter que fazer escolhas na vida também – e essas escolhas manifestarão onde sua alma está. Ora, você pode ter iniciado a trajetória Cristã seguindo os exercícios de seu pai e sua mãe (se você cresceu em um lar Cristão), e isso é um bom começo, porque seus pais estão lá para guiá-los. Mas virá um tempo quando você deverá fazer suas próprias decisões na vida, e se você não andar em comunhão com o Senhor e não ter convicção sobre o caminho, você certamente cometerá os mesmos tipos de erros que Ló cometeu. Nossa espiritualidade, ou falta dela, se tornará evidente nas escolhas que fazemos.
Abrão tinha sugerido que Ló tomasse uma parte da terra, e ele tomaria o resto, mas Ló não queria nenhuma parte da terra. A terra de Canaã fala da “porção” celestial do Cristão de bênçãos que nos são dadas quando somos salvos (At 26:18; Cl 1:12 – JND). Ló não tinha apetite pelas coisas e pelo estilo de vida que motivava Abrão. Ele tinha os olhos em outra coisa. O versículo 10 diz que “levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar”. Esta era a terra do outro lado do rio Jordão. Podemos ver a partir disso que Ló era um homem confuso. Ele olhou para a campina do Jordão, o qual estava cheia de homens vivendo em pecado notório, e viu como um lugar agradável para se morar! Em seu pensamento confuso, ele compara isso ao Jardim do Éden e acredita ser algo maravilhoso viver ali! Isso mostra que ele tinha perdido discernimento espiritual – se é que alguma vez ele o teve. Se você descer ao versículo 13 você verá o que o Senhor pensava do lugar. Ele os via como “maus e grandes pecadores contra o Senhor” (AIBB). Ló certamente não via as coisas da maneira que Deus as via.
3) Ele Tinha Objetivos Errados na Sua Vida
“Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão” (v. 11). Foi bastante evidente o que estava no coração de Ló; ele queria uma vida no mundo. Ele baseou sua decisão simplesmente na natureza e no que ele viu com seus olhos. Não houve nenhum conselho com o Senhor sobre qual caminho ele deveria tomar; não era hábito em sua vida consultar ao Senhor. Agora, deixe-me perguntar: “Essa é a maneira que você toma decisões em sua vida? Você pede ao Senhor para guiar seu caminho? Você quer conhecer a Sua mente sobre o assunto?”
É claro que Ló estava pensando somente no ganho material. Ele estava pensando em melhorar seu “status” na vida. Ele queria alcançar uma posição na vida que chamamos hoje de “independência financeira”. Ele achava que se descesse ao vale do Jordão, ele certamente poderia alcançar esse objetivo. Mas fazendo isso, ele teria que se comprometer no caminho – desistir de andar por fé nas montanhas de Canaã. Ele também teria que desistir da comunhão com Abrão. Mas essas eram coisas que não pareciam preocupá-lo. Ele tinha esse objetivo ardente – tirar vantagem das oportunidades que as campinas do Jordão ofereciam.
Precisamos de objetivos corretos em nossa vida. Devemos estar vivendo por algo mais que coisas materiais. Se isso é tudo do que sua vida consiste, será bastante insatisfatório. Tiago diz: “Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.” (Tg 4:13-14) Sabemos o que é um “vapor”. É algo que não tem nenhuma substância. E se você vive apenas por coisas materiais, você terá uma vida sem qualquer substância real. Muito vazia e insatisfatória.
Deixe-me te fazer uma pergunta. Você pegaria uma oportunidade onde possa melhorar sua posição na vida, e realmente se realizar financeiramente, mas ao fazê-lo, isso significaria que você teria que se retirar de onde se pode ter comunhão regular nas reuniões? Ló teve essa oportunidade, e ele se jogou nela num piscar de olhos! A oportunidade se apresentou e ele não pensou duas vezes: ele estava pronto para ir. O que você faria nessa situação? Talvez haja algo assim que esteja se apresentando a você. Estão as reivindicações do Senhor sendo consideradas quando você toma tais decisões?
Quando Ló olhou para as campinas do Jordão, foi dito que pareceram a ele como “a terra do Egito”. Ora, onde ele teve esse vislumbre do Egito? Bem, isso nos leva de volta ao capítulo 12 quando Abrão o trouxe de volta dali. Ele tinha adquirido um gosto pelo Egito que nunca o deixou. Quando ele viu as campinas do Jordão, aquilo o lembrou do Egito. Há um aviso aqui para aqueles de nós que são mais velhos. É possível levar os nossos jovens a algo que lhes dê gosto pelo mundo que eles não perderão. Mais tarde na vida deles, quando tiverem oportunidade de escolher por eles mesmos, certamente poderão ir direto a isso, e teremos a nós mesmos para culpar por isso. Teremos que baixar nossa cabeça e reconhecer que os encorajamos de alguma forma – provavelmente sem intenção – mas o dano foi feito. Eu não sei, mas talvez Abrão tenha culpado a si mesmo pela decisão de Ló. Eu suspeito que essa tenha sido a razão pela qual, no capítulo 14, ele fez tanto esforço para resgatar Ló quando este foi levado pelos reis que vieram ao vale de Sidim. Ele sentiu a responsabilidade de ajudá-lo. Isto é definitivamente um aviso para nós que somos pais. Estamos, inadvertidamente, dando aos nossos filhos um apetite pelo mundo? Ló tinha adquirido um gosto pelo Egito que estimulou seu apetite por mais. Ele pensou que encontraria isso nas campinas do Jordão, mas tudo o que conseguiu foi aflição da alma (2 Pe 2:8).
4) Ele Negligenciou Separação em Sua Vida e, Consequentemente, Esteve em Más Companhias
O versículo 12 diz: “Habitou Abrão na terra de Canaã e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma.” Aqui temos outra pista sobre o que conduziu à queda de Ló – ele negligenciou separação em sua vida e, consequentemente, esteve em más companhias. E isso certamente o influenciou ao caminho errado. A Bíblia avisa: “As más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33). Seus novos amigos e ligações o fizeram vulnerável aos enganos do inimigo.
Uma cidade é um conjunto de pessoas vivendo juntas. Mas somos informados no versículo 13 que estes “eram maus e grandes pecadores contra o Senhor” (ARA). Esse era o tipo de pessoas com quem Ló começou a se misturar! Não estou dizendo que ele tenha praticado suas ações perversas, mas isso nos diz com que tipo de pessoas ele escolheu viver. É difícil de acreditar que ele iria querer viver entre aquelas pessoas, mas seus objetivos eram tais que ele achava que valia a pena. Como eu disse, aquelas pessoas o influenciaram. A Escritura diz: “Nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si” (Rm 14:7). Isso significa que cada um de nós, independentemente de quem somos, tem algum tipo de influência em outros. Você não pode viver sua vida de qualquer maneira e pensar que isso não vai influenciar alguém, porque vai. E vice-versa, você não pode esperar andar entre pessoas perversas e não ser influenciado por elas.
Agora, observe que é dito que Ló habitou nas “cidades (plural) da campina”. Você pode se perguntar como ele fez isso, porque todos sabemos que só se pode estar em um lugar de cada vez. Então como ele morou naquelas cidades? Bem, apenas diz que ele não ficou em um único lugar. Ele experimentou todos. Ele morou temporariamente em um, mas quando evidentemente não o satisfazia, ele se mudava para outro e experimentava de novo, e assim por diante. Isso mostra que ele não tinha descanso em sua alma. Evidentemente ele não estava conseguindo o que estava buscando, e então, continuou se mudando. Isso nos ensina que buscar esse tipo de vida leva ao descontentamento. Não havia a satisfação e o contentamento de coração em Ló como vemos em Abrão.
E observe isso, amigos: enquanto isso estava acontecendo, sua tenda estava se aproximando de Sodoma! Ele estava sendo atraído para Sodoma e eu não sei se ele estava percebendo o que estava acontecendo. Também é dito que ele não entrou em Sodoma de uma só vez. Ele não se jogou do topo das montanhas de Canaã em direção a Sodoma num grande salto. Não, ele entrou nela passo-a-passo. E é assim quando alguém se afasta do caminho. Eles geralmente entram no mundo um pouquinho de cada vez. Eles entram em algo, e quando suas consciências ficam um tanto acostumadas, eles vão um pouco mais além, e assim por diante. É realmente triste.
Observe também: era a tenda dele que estava sendo armada em direção a Sodoma – a qual, como já dissemos, representa a vida peregrina. Ele ainda tinha uma tenda, mas ela estava prestes a ir embora. Quando lemos sobre ele mais adiante, vemos que ele tinha uma casa em Sodoma (Gn 19:2). Isso porque é impossível para alguém viver no mundo e ainda manter seu caráter peregrino por muito tempo! Você poderia dizer que Ló experimentou o caminho peregrino por um tempo, mas não deu certo para ele. Mas claro que não daria certo para ele; ele não tinha um altar, e sem um altar a vida peregrina não vai durar muito sem que a pessoa se desvie!
Ele queria algo mais do que a vida peregrina oferecia, e as pessoas da campina o encorajaram nisso. Dentre as companhias que ele adquiriu ao longo do caminho, havia uma em particular que não era de nenhuma ajuda para ele: a sua esposa! No evangelho de Lucas, o Senhor adverte: “Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lc 17:32). Isso me leva a perguntar: “Quem são seus companheiros? São aqueles que servem o Senhor e O colocam em primeiro lugar?” O Salmo 119:63 diz: “Companheiro sou de todos os que Te temem e dos que guardam os Teus preceitos.”
Ló tomou sua esposa de uma das cidades da campina, e ele nunca tirou isso dela. Jovem irmão, você pode tirar sua esposa do mundo, mas nem sempre pode tirar o mundo de sua esposa! Sodoma certamente não era um bom lugar para procurar por um companheiro para casar-se. Casamentos Cristãos devem ser “no Senhor” (1 Co 7:39). Alguns Cristãos de mente mundana acham que está tudo bem em casar-se com alguém desde que seja um crente, mas a Palavra de Deus nunca coloca o casamento Cristão em um nível tão baixo. Se esse fosse o caso, então a Escritura teria dito: “Que se casem com quem acharem melhor, contanto que seja em Cristo”. Mas não diz isso. É dito: “… contanto que seja no Senhor” (1 Co 7: 39). Um casamento “no Senhor” é aquele onde ambos os parceiros reconhecem o Senhorio de Cristo na vida deles. “Em Cristo” significa estar no lugar de Cristo diante de Deus, o qual é o nosso lugar de aceitação diante de Deus, e é verdade para todo Cristão independentemente de como possa estar vivendo. Se você se casar com um Cristão que não está indo bem no caminho – que não tem colocado o Senhor em primeiro lugar em sua vida – eu diria que é um casamento “em Cristo”, mas não um casamento “no Senhor”! Não é um jugo desigual (2 Co 6:14), mas também não é um casamento no Senhor.
Contudo, no caso de Ló, seu casamento era definitivamente um jugo desigual. Sua esposa não era convertida e ela não era de ajuda alguma para ele. Mais tarde descobrimos que quando eles tiveram uma família, seus filhos acabaram por não ter interesse pelas coisas de Deus. Isso não é triste? Mas o que você poderia esperar? Sabe, tem sido dito que o caráter de nossos filhos é principalmente formado pela influência da mãe, que passa bem mais tempo com eles do que o pai nos primeiros anos. Jovens irmãos, vocês querem ter uma esposa como essa? Quando vocês partem para o trabalho sua esposa fica em casa alimentando seus filhos com as coisas do mundo! É isso o que você quer? Certamente, podemos ser advertidos com isso.
O Senhor quer nos encontrar em boa companhia – com aqueles que querem perseverar n’Ele. É dito em Cantares de Salomão 1:8: “Sai-te pelas pisadas do rebanho”. Aí é onde o Senhor quer nos encontrar – nas pisadas de Seu rebanho que O está seguindo. Essa é uma grande exortação para nós. Precisamos da comunhão do povo do Senhor. Com Ló, ele se separou do seu piedoso tio Abrão. Provavelmente ele pensou que tinha uma boa desculpa para a escolha que fez, mas ele era um perdedor.
No final do capítulo 13, vemos o Senhor falando a Abrão sobre a herança que era dele pela promessa de Deus. Eu acredito que isso foi trazido aqui para encorajar Abrão e também para nos mostrar o que Ló estava perdendo. O Senhor disse a Abrão para “levantar” seus olhos e ver a porção que ele tinha da terra. Era tudo dele! Essa era uma promessa do Próprio Deus.
Esses versículos finais de nosso capítulo são uma figura a parte essencial das duas orações na epístola aos Efésios. O Senhor disse a Abrão: “Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para a banda do Norte, e do Sul, e do Oriente, e do Ocidente; Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua semente, para sempre.” O Senhor queria que Abrão visse o quão ricamente ele foi abençoado tendo a posse de toda a terra de Canaã. Isso corresponde com a essência da oração em Efésios 1:16-23, para que os olhos do nosso entendimento fossem abertos para que pudéssemos saber quão ricamente temos sido abençoados – só que, é claro, nossas bênçãos são celestiais e espirituais. Em seguida, no versículo 17, o Senhor queria que Abrão desse um passo além do que simplesmente olhar; Ele queria que ele se “levantasse, percorresse essa terra, no seu comprimento e na sua largura”. Ele queria que Abrão apreciasse os frutos daquela terra e desfrutasse daquilo que era dele ao experimentar os frutos. Isto corresponde a segunda oração em Efésios 3:14-21 para que fossemos achados vivendo no gozo da glória que envolve o Homem do conselho de Deus – o Senhor Jesus – e desfrutando Seu amor. Essa oração também fala do comprimento e largura da grande cena da glória que envolve Cristo. Estas duas coisas andam juntas. Precisamos saber o quão ricamente temos sido abençoados e, então, precisamos viver no gozo disso contemplando a glória de Cristo e acalentados em Seu amor. Então certamente estaremos cheios com toda a plenitude de Deus.
Não é o que sabemos que controla nossas vidas espiritualmente, mas o que desfrutamos. Se estivermos desfrutando de coisas espirituais, isso nos dará energia para viver a vida separada de um peregrino e forasteiro. Davi disse: “Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua lei. Sou peregrino na Terra” (Sl 119:18-19). As coisas maravilhosas que ele viu na Palavra capturaram sua alma e, ao fazê-lo, fizeram dele um forasteiro na Terra. Foi isso que permitiu a Abrão continuar no caminho. Agora veja os últimos versículos do capítulo. Diz que Abrão viveu “nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom”. A palavra Hebrom significa comunhão. Manre significa gordura. Isso fala de uma vida rica e plena em comunhão com o Senhor. Não há nada melhor! E observe: ele tinha sua “tenda” e seu “altar” ali. Essas duas coisas são a chave para essa boa vida. Isso é o que o Senhor quer para você.
Em contraste com isso, lemos em 2 Pedro 2:7 que Ló estava “enfadado [afligido – ARA] da vida dissoluta dos homens abomináveis”. É dito que ele estava “afligido” a “cada dia, por causa das obras iníquas daqueles” (ARA). Ele estava feliz? Claro que não estava! Ele estava frustrado com o modo do povo de Sodoma. Quando se trata desse mundo, cada um de nós está em uma ou outra das duas classes. Ou somos vencedores, ou somos vencidos pelo mundo. Ló foi, definitivamente, vencido pelo mundo. E isso o tornou inútil para qualquer coisa a ver com promover o testemunho de Deus. Em qual dessas classes estará a sua vida?
Agora, para resumir, Abrão tinha um altar, um exercício sobre o caminho, objetivos certos, e andava em boa companhia. Colocando da forma mais simples possível, se você não tem estas quatro coisas em sua vida, você tem a fórmula para o desastre. E é exatamente isso que vemos em Ló: ele acabou desperdiçando a vida.
Ló Ganha uma Segunda Chance
No capítulo 14, temos o relato da derrota de Sodoma pelos reis confederados sob “Quedorlaomer”. Quando Sodoma foi tomada, Ló se tornou cativo desses reis. Quando Abrão ouviu falar disso, ele fez um grande esforço para salvar Ló, e pela graça de Deus, Ló foi libertado. Isto significou que ele teve a chance de começar de novo. Quão bom é o nosso Deus! Ele é um Deus de segundas chances na vida! Podemos ter falhado e feito confusão em nossa vida, mas Ele é fiel e muitas vezes nos dará uma segunda chance para perseverar n’Ele. Se esse tem sido o seu caso, você precisa aprender com o fracasso de Ló e começar a perseverar no Senhor a partir deste momento (Jr 3:4; 1 Pe 4:2).
Deus quer que aprendamos com nossas falhas. Esse desastre deveria ter servido de aviso para Ló, mas é triste dizer que não teve nenhum efeito aparente nele. Ele não aprendeu nada disso. A próxima vez que lemos sobre ele, ele está novamente de volta a Sodoma. E desta vez ele está ainda mais profundamente impregnado naquela cidade perversa. Lemos que ele se tornou envolvido no governo da cidade como “juiz” (Gn 19:1, 9).
Coisas que Abraão Desfrutava e que Ló Não Tinha
Quando passamos para os capítulos 18-19, que ocorreram alguns anos depois, vemos alguns dos resultados do curso das coisas na vida de Abraão e de Ló. E o contraste é bastante grande!
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Capítulo 18:1-7 – Abraão viveu em comunhão com o Senhor. Este capítulo registra uma visita especial do Senhor a Abraão e um tempo de comunhão juntos. Isto foi algo que Ló não teve. Embora ele fosse um filho de Deus, por todas as indicações exteriores, ele viveu sua vida fora de comunhão com o Senhor. Anjos, por necessidade, visitaram Ló em providência, mas não o Senhor.
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Capítulo 18:8-15 – Abraão teve uma esposa piedosa, e logo a seguir, uma família abençoada com quem ele pôde desfrutar das coisas de Deus. Eles herdaram a terra de Canaã e viveram no gozo dela. (Foi dito que ele teria um filho que andaria com Deus e por quem as promessas seriam cumpridas). Em contraste a isso, a esposa de Ló provou ser uma alma perdida e seus filhos viveram longe de Deus. Alguns deles morreram no julgamento de Sodoma. Quão solene!
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Capítulo 18:16-21 – Abraão teve visões sobre o conselho de Deus. Ele tinha comunicações divinas vindas diretamente do Senhor. O Senhor contou Seus segredos sobre o futuro a ele. Foi-lhe dado a conhecer algumas coisas muito maravilhosas sobre a semente prometida – Isaque – e sobre o futuro das cidades da campina. Ló, por outro lado, não soube nada disso. O julgamento de Sodoma foi um despertar bruto para ele.
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Capítulo 14:22-33 – Abraão tinha confiança em Deus na sua interseção. Ele deixou de falar com o Senhor, sabendo que o Deus de toda a Terra faria o correto. Ló não tinha confiança alguma no Senhor. Quando os anjos lhe disseram para fugir para as montanhas, ele disse que não poderia fazê-lo. Seria necessário confiar no Senhor para ter a segurança, e isso era algo a que ele não estava acostumado em sua vida (Gn 19:18-20).
Em retrospecto, Abraão viveu uma vida rica e plena que contou para a glória de Deus, ao passo que Ló viveu uma vida frustrada e vazia entre os pecadores de Sodoma, sendo afligido todos os dias (2 Pe 2:8). Ele tinha uma alma salva, mas uma vida perdida! Que tragédia.
Agora para encerrar, deixe-me perguntar a vocês: “Destes dois homens, quem foi o verdadeiro ganhador?”. É tão óbvio que quase nem precisa perguntar. Em qual dessas duas maneiras você gostaria que sua vida fosse registrada em relação à eternidade? Ló me faz lembrar Balaão naquilo que ele queria “morrer a morte dos justos” (Nm 23:10), mas, é triste dizer, ele não queria viver a vida dos justos!
As Perdas de Ló
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Ele perdeu discernimento (Gn 13:10).
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Ele perdeu a comunhão com seus irmãos – Abraão e sua casa (Gn 13:12).
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Ele perdeu a chance de viver na herança de Canaã (Gn 13:14-18).
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Ele perdeu seu poder de influência com sua família – se alguma vez o teve (Gn 19:14-15).
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Ele perdeu seus bens materiais no julgamento de Sodoma (Gn 19:24-25).
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Ele perdeu sua esposa e alguns de seus filhos no julgamento de Sodoma (Gn 19:24-26).
Que o Senhor nos dê a graça para aprender com a vida de Ló, para que possamos ser poupados de fazer da nossa vida uma confusão. Vamos nos entregar ao Senhor hoje para que Ele possa fazer da nossa vida uma bênção.