Bruce Anstey

DOZE HOMENS DE PAULO

O Significado e Aplicação Espiritual de Alguns Termos Técnicos na Doutrina de Paulo

Bruce Anstey

DOZE HOMENS DE PAULO

O Significado e Aplicação Espiritual de Alguns Termos Técnicos na Doutrina de Paulo

Bruce Anstey

Originalmente publicado por:

CHRISTIAN TRUTH PUBLISHING

9-B Appledale Road

Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0

CANADÁ

christiantruthpublishing@gmail.com

Título do original em inglês: PAUL’S TWELVE MENThe Scriptural Meaning & Application of Some Technical Terms in Paul’s Doctrine

Primeira edição em inglês – fevereiro 2009

Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por:

ASSOCIAÇÃO VERDADES VIVAS, uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é divulgar o evangelho e a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo.

atendimento@verdadesvivas.com.br

Primeira edição em português – Agosto 2020

e-Book v.1.0

Abreviaturas utilizadas:

ARC – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida – SBB 1969

ARA – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada – SBB 1993

TB – Tradução Brasileira – 1917

ACF – João Ferreira de Almeida – Corrigida Fiel – SBTB 1994

AIBB – João Ferreira de Almeida – Imprensa Bíblica Brasileira – 1967

JND – Tradução inglesa de John Nelson Darby

KJV – Tradução inglesa King James

Todas as citações da Escritura são da versão ARC, a não ser que outra esteja indicada.

DOZE HOMENS DE PAULO

Seu Significado Bíblico e Aplicação

Existem vários termos doutrinários nos escritos de Paulo que indicam certas linhas de verdade que, quando entendidas, têm uma imensa influência prática em nossa vida. Gostaria de examinar doze desses termos, no que poderia ser chamado de “os doze homens de Paulo”. Eles são os seguintes:

- O “velho homem”. - O “novo homem”. - O “primeiro homem”. - O “segundo homem”. - O “homem exterior”. - O “homem interior”. - O “homem natural”. - O “homem espiritual”. - O “homem carnal”. - O “homem perfeito”. - Um “homem miserável”. - Um “homem em Cristo”.

Discernir e Aprovar as Coisas que Diferem

O desejo de Deus é que cresçamos em nossa apreensão espiritual da verdade. É de imensa importância, portanto, que prestemos atenção às distinções na doutrina em Sua Palavra. Se o fizermos, essas distinções divinas abrirão uma visão da verdade diante de nossa alma. Embora Deus queira que aprendamos esses vários aspectos da verdade, Ele não pretende de forma alguma que façamos deles um mero exercício intelectual. Toda doutrina na Escritura, se aprendida corretamente, deveria ter uma influência prática em nossa vida. O apóstolo Paulo orou para este fim pelos santos. Ele disse: “E isto eu oro, para que o vosso amor possa abundar ainda cada vez mais em pleno conhecimento e toda inteligência [todo o discernimento – TB], para que possais julgar e aprovar as coisas que são mais excelentes [que diferem – KJV], a fim de que sejais puros e sem ofensa para o dia de Cristo” (Fp 1:9-10 – JND). Ele queria que os santos tivessem “pleno conhecimento” e “todo discernimento” e fossem capazes de distinguir “as coisas que diferem” (KJV) na Palavra de Deus, a fim de que vivessem inculpáveis e sem ofensas neste mundo.

Em geral, os Cristãos hoje leem suas Bíblias muito casualmente. Muitos pensam não ser necessário seguir num estudo cuidadoso das Escrituras. Distinções precisas, como as que estamos prestes a ver, para eles, são sutilezas e sem proveito. Infelizmente, essa abordagem casual dos assuntos da Escritura levou muitos a confundirem e usarem indevidamente os vários termos da doutrina de Paulo. Esses “doze homens” são um exemplo. Se não formos cuidadosos em manter essas distinções bíblicas, isso poderá levar finalmente à completa perda das verdades distintas do Cristianismo. O Sr. Kelly disse: “É necessário observar as distinções feitas e dadas na Escritura. Não tenha medo de crer na Palavra. Os que fazem objeções podem falar e de fato dizem que essas são distinções de alto grau de refinamento. Se Deus assim revelou Sua verdade para nós (e somente a Escritura decide que Ele o fez), essas distinções podem ser primorosamente precisas, mas estão de acordo com Ele em cuja sabedoria e bondade confiamos. Temos de discernir onde e como Deus faz distinções; se falharmos nisso, descobriremos nossa perda tarde demais… Todo o progresso no verdadeiro conhecimento é testado por isso, pois o crescimento da verdadeira sabedoria consiste em distinguir as coisas que diferem”.

Não queremos ser daqueles que “por uma palavra fazem culpado um homem” (Is 29:21 – TB), pois todos nós provavelmente já usamos esses termos incorretamente algumas vezes. Mesmo assim, deveríamos querer aprender seu significado bíblico apropriado quando eles nos são indicados, para que comecemos a usá-los corretamente. A intenção deste livreto, portanto, é dar ao leitor um melhor entendimento desses termos usados por Paulo. É nosso sincero desejo que essas coisas também tenham um efeito prático em nossa vida.

A maioria desses termos aparece na Escritura em duplas – como pares contrastantes. O Espírito de Deus os apresenta dessa maneira, porque apreendemos melhor as coisas ao compararmos suas qualidades contrastantes. Sendo assim, vamos tomá-los em pares.

O “VELHO HOMEM” E O “NOVO HOMEM”

Este primeiro par tem a ver com termos relacionados a raças que envolvem as ordens morais conectadas à raça humana caída sob Adão (Rm 5:12), e à raça da nova criação dos homens sob Cristo (Ap 3:14).

O VELHO HOMEM

O “velho homem” é encontrado em três lugares nas epístolas de Paulo – Romanos 6:6; Efésios 4:22; Colossenses 3:9. É um termo abstrato que descreve o estado corrupto da raça caída de Adão – seu caráter moral depravado. O “velho homem” é a personificação de todos os horríveis aspectos que marcam a raça humana caída.

O “Velho Homem” foi Crucificado com Cristo

Romanos 6:6 diz: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito [anulado – JND], para que não sirvamos mais ao pecado”. Aprendemos com isso que Deus aplicou juízo ao “velho homem” na cruz de Cristo (Rm 8:3). O cenário desse juízo não está na alma do crente; é algo que aconteceu na cruz.

Paulo acrescenta: “Para que o corpo do pecado seja anulado” (JND). Ele usa a palavra “corpo” aqui, não para significar nosso corpo físico, mas para descrever a coisa em sua totalidade. Da mesma forma como diríamos “o corpo do conhecimento científico” ou “o corpo do conhecimento médico” etc. O “corpo do pecado” foi “anulado” (não “destruído” ou “desfeito” como nas versões em português), porque o homem segundo a carne está muito vivo no mundo e não foi destruído ainda. Paulo não poderia estar se referindo ao corpo humano neste versículo porque a Escritura nunca chama o corpo humano (que é uma criação de Deus) de algo pecaminoso. O corpo humano foi afetado pelo pecado, mas não é pecaminoso por si só. Se nosso corpo fosse pecaminoso, Deus não rogaria que o apresentássemos a Ele para uso em Seu serviço (Rm 12:1). A versão King James traduz Filipenses 3:21 – “nosso corpo vil”, o que no inglês de hoje transmite o pensamento de algo repugnante e pecaminoso. No entanto, quando essa tradução foi feita (mais de 400 anos atrás), significava simplesmente “de pouco valor” (Tg 2:2). Para evitar esse equívoco, foi mais bem traduzido como: “nosso corpo de humilhação” (ARA).

O Cristão Professamente se Despojou do “Velho Homem” em Sua Confissão de Cristo

Não apenas o nosso “velho homem” (o caráter moral depravado do homem caído) foi julgado na cruz, mas Efésios 4:22 e Colossenses 3:9 nos dizem que o crente foi “despojado” (JND) dele (posicionalmente) quando foi salvo e, portanto, não está mais associado a ele. Como parte de nossa confissão Cristã (em tomar o nome de Cristo e professar ser Cristão), por nossa profissão, confessamente nos “despojamos” de tudo o que tem a ver com o estado corrupto do “velho homem”.

O assunto em Efésios 4:17–5:21 tem a ver com o crente andando digno de Seu chamado, por manifestar uma completa mudança de caráter diante do mundo. Isso ocorre porque é a mente de Deus que haveria uma continuação da beleza moral de Cristo neste mundo durante o tempo de Sua ausência, por meio dos membros do Seu corpo. Esta é a força da expressão: “Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1:27). Portanto, Efésios 4:22-24 fala do “velho homem” como tendo sido despojado e do novo homem como tendo sido revestido. Aqui está em vista a restauração da “semelhança” moral de Deus nos homens (crentes), que foi perdida na queda (Gn 1:26; Ef 4:24). Isso foi cumprido na raça da nova criação, da qual Cristo é a Cabeça (Gl 6:15; 2 Co 5:17; Ap 3:14). Colossenses vê as coisas sob a perspectiva da renovação da “imagem” de Deus no homem, que foi arruinada na queda (Cl 3:10). Isso tem a ver com o homem sendo uma representação apropriada de Deus na Terra. Novamente, isso foi cumprido na nova ordem da humanidade sob Cristo.

Em Efésios 4:17-19, Paulo descreve o caráter caído e corrupto do mundo gentio, do qual os efésios haviam sido salvos. Ele lhes diz que esse estilo de vida é agora totalmente inconsistente com o chamado deles em Cristo. Ele diz: “não aprendestes assim o Cristo” (v. 20 – JND). “O Cristo” é um termo usado nas epístolas de Paulo para indicar a união espiritual dos membros do corpo de Cristo com aqu’Ele que é a Cabeça no céu (1 Co 12:12-13 – JND). Seu argumento aqui é que devemos primeiro conhecer nosso chamado em [o] Cristo”, o que é revelado nos três primeiros capítulos da epístola. É somente então que podemos ser propriamente n’Ele “ensinados, como está a verdade em Jesus” (v. 21). “Jesus” é o nome de humanidade do Senhor. Quando é usado sozinho, sem Seus títulos habituais de Senhor e Cristo, refere-se a Ele enquanto andava como Homem neste mundo. A ordem nos versículos 20-21 é, portanto, importante de se notar; primeiro precisamos conhecer nosso lugar em [o] Cristo” antes de podermos andar como “Jesus” andou neste mundo. Muitos Cristãos sinceros não conhecem seu chamado em [o] Cristo” e estão tentando viver como “Jesus” viveu, em lugares e posições neste mundo que são totalmente inconsistentes com o chamado deles. Como resultado, o Espírito de Deus não Se identifica com isso de maneira louvável. Um Cristão que tenta se comportar como Jesus enquanto ocupa um cargo no governo é um exemplo.

Despojamento do “Velho Homem” Não é um Exercício Cristão Diário

Em Efésios 4:25-32, temos exortações baseadas no que é verdadeiro em nossa profissão Cristã a respeito do “velho homem” e do “novo homem”. Infelizmente, as traduções em português bem como a King James traduzem os versículos 22-24 como se fossem uma exortação ao Cristão – como algo que devêssemos fazer em nossa vida na prática. No entanto, o despojamento do velho homem não é um exercício Cristão; é algo que foi feito quando tomamos nossa posição com Cristo. O versículo 22 deveria dizer: “Tendo se despojado do velho homem…”. E o versículo 24 deveria dizer: “Tendo se revestido do novo homem…”. Estes despojar e revestir não são realizados por meio de um processo de autodisciplina ou educação na vida do crente; é algo que fizemos ao nos identificarmos com a confissão Cristã neste mundo.

O “Velho Homem” Não é Sinônimo de “A Carne”

O “velho homem” é um termo que é frequentemente usado pela maioria dos Cristãos como sinônimo de “a carne” (nossa natureza caída pecaminosa), mas isso é incorreto. J. N. Darby comentou: “O velho homem está sendo habitualmente usado de forma incorreta para a carne”.

Quando examinamos mais atentamente a Escritura, fica bem claro que o “velho homem” e “a carne” não são a mesma coisa e, portanto, não podem ser usados de forma intercambiável. Se o “velho homem” fosse a carne, então esta passagem (Ef 4:22-23) estaria nos dizendo que nos despojamos da carne, o que claramente não é verdade. Nunca é dito que o “velho homem” está em nós, mas a carne certamente está. F. G. Patterson disse: “Também não acho que a Escritura nos permita dizer que temos o velho homem em nós – enquanto ensina mais amplamente que temos a carne em nós”.

Tampouco é correto falar do “velho homem” como tendo apetites, desejos e emoções, assim como “a carne” tem. Muitas vezes, os Cristãos dizem coisas como: “O velho homem em nós deseja as coisas pecaminosas”; ou: “nosso velho homem quer fazer essa ou aquela coisa má…” Tais declarações estão confundindo o velho homem com a carne. H. C. B. G. disse: “Eu sei o que um Cristão quer dizer quando perde a paciência e diz que é ‘o velho homem’, mas a expressão está errada. Se ele dissesse que é ‘a carne’, estaria mais correto”.

O “Velho Homem” Não é Algo que Tenha Morrido no Crente

Alguns falam do “velho homem” como estando morto. Mas, novamente, esse equívoco sugere que havia algo vivendo no crente e que morreu. Antes, isto é uma descrição do caráter do nosso antigo estado, e não uma entidade viva que morreu em nós.

Portanto, o “velho homem” não é algo vivo em uma pessoa, com apetites, desejos e emoções pecaminosas, mas um termo abstrato que descreve o estado corrupto da raça caída do homem, que Deus julgou na cruz, e o crente se despojou dele ao identificar-se com a confissão Cristã.

Não nos é Dito que Consideremos Morto o Velho Homem

Visto que o “velho homem” se refere ao estado corrupto da raça humana, e foi julgado na cruz e despojado pelo crente, não há exortação na Escritura para que os Cristãos considerem o “velho homem” como morto (como as pessoas frequentemente dizem). Isso novamente supõe que o velho homem é algo que vive em nós (ou seja, a carne) e que precisamos considerá-lo como se não vivesse.

Isso não significa que não precisamos nos exercitar sobre impedir que a natureza caída aja. A Escritura diz que devemos nos considerar “como mortos para o pecado” (Rm 6:11). Como mencionado anteriormente, toda verdade doutrinária deve ter uma influência prática em nossa vida. A força dos versículos que se seguem, em Efésios 4, mostra que o crente não deve mais manifestar as características do “velho homem” em sua vida, mas antes, manifestar as do “novo homem”. Este é o ponto da exortação em Efésios 4.

O “Velho Homem” Não é Adão Pessoalmente

Também acrescentamos que o “velho homem” não é Adão pessoalmente, mas o que é característico de sua raça caída e corrupta. Para vermos o “velho homem” mais claramente, devemos olhar para a raça caída, sob Adão, como um todo, pois é improvável que qualquer pessoa fosse marcada por todos os horríveis aspectos que caracterizam esse estado corrompido. Por exemplo, uma pessoa na raça caída pode ser caracterizada por ser irada e enganosa, mas ela pode não ser imoral. Outra pessoa pode não ser conhecida por perder a paciência, ou por ser enganosa, mas ela pode ser terrivelmente imoral. No entanto, considerando a raça como um todo, vemos nela todos os horríveis aspectos que compõem o “velho homem”.

O “Velho Homem” Não é Nossa Antiga Posição Diante de Deus

Nem devemos ver o “velho homem” como a nossa antiga posição em Adão diante de Deus, antes de sermos salvos. Nossa antiga posição é indicada no termo “Em Adão” (1 Co 15:22), e nossa nova posição, agora que estamos salvos, é “Em Cristo” (Rm 8:1). “Em Cristo” significa estar no lugar de Cristo diante de Deus. Cristo foi aceito por nós, e a medida de Sua aceitação é também nossa. Somos tão aceitos quanto Ele! A Escritura confirma isso, dizendo: “Porque, qual Ele é, somos nós também neste mundo” (1 Jo 4:17).

Nas epístolas de Paulo, nossa antiga condição é designada pelo termo “na carne” (Rm 7:5, 8:8-9), e nossa nova condição pelo termo “no Espírito” (Rm 8:9; Gl 5:16, 25). No entanto, embora não estejamos mais “na carne”, a carne ainda está em nós e agirá se não andarmos no Espírito. E quando ela agir manifestará os horríveis aspectos do “velho homem”.

O NOVO HOMEM

Esse termo é encontrado em Efésios 4:24 e Colossenses 3:10. Como o “velho homem”, o “novo homem” também é uma expressão abstrata que indica a nova ordem de perfeição moral na raça da nova criação de homens sob Cristo. O velho homem é caracterizado por ser “corrupto” e “enganoso”, mas o novo homem é caracterizado por “justiça” e “santidade” (vs. 22-24). O “novo homem” é o novo estado que caracteriza a nova raça dos homens sob Cristo. Essa nova ordem moral da humanidade se tornou vista pela primeira vez “em Jesus” quando Ele andou aqui neste mundo (v. 21).

O “Novo Homem” Não é Cristo Pessoalmente

Como o “velho homem” não é Adão pessoalmente, da mesma forma o “novo homem” não é Cristo pessoalmente, embora Sua vida tenha caracterizado tudo o que o novo homem retrata. George Davison disse: “O novo homem não é Cristo pessoalmente, mas é Cristo caracteristicamente”. Todas as características morais do “novo homem” foram vistas n’Ele em perfeição.

Essa raça da nova criação dos homens não começou até que Cristo ressuscitasse dentre os mortos para Se tornar sua Cabeça. Como “o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1:18), Ele enviou o Espírito de Deus a este mundo para unir os crentes (“muitos irmãos”) a Si Mesmo na raça da nova criação, que são da mesma ordem de humanidade (Rm 8:29). Somos “todos de um” com Ele, sendo da mesma ordem de humanidade nesta nova raça (Hb 2:10-13). O “novo homem” não é exatamente o mesmo que “um novo homem” de Efésios 2:15, que se refere à união de crentes judeus e gentios em um corpo, a Cristo no céu. O “novo homem” é uma descrição dessa nova ordem moral da humanidade, na raça da nova criação.

O “Novo Homem” Não é a Nova Vida no Crente

Assim como o “velho homem” é um termo abstrato, e não se refere a algo que vive em nós, com apetites e desejos, da mesma forma, o “novo homem” não é algo que vive em nós. Este é um equívoco muito difundido entre os Cristãos. Comentários como “O novo homem em nós precisa de um objeto para olhar…” ou “Precisamos nos alimentar de coisas que satisfaçam o novo homem”, estão confundindo o “novo homem” com nossa nova vida e natureza, que realmente tem desejos e apetites.

Visto que o “novo homem” é moldado segundo a imagem daqu’Ele que o criou (Cl 3:10), fazendo parte da raça da nova criação, agora somos plenamente capazes de representar Cristo aqui neste mundo. As características do “novo homem” serão vistas em nós quando andarmos no Espírito (Gl 5:22-23). Para que manifestássemos as características do “novo homem”, Deus nos deu um exemplo perfeito em “Jesus” (Ef 4:21) e o poder necessário do “Espírito” (Ef 5:18). Se olharmos para a vida de Jesus como nosso padrão e estivermos cheios do Espírito Santo, certamente manifestaremos essas características em nossa vida.

A Separação dos Cristãos da Ordem Maligna do “Velho Homem”, por Andar Conforme o “Novo Homem”

A ênfase da exortação de Paulo nos últimos versículos de Efésios 4 é para que colocássemos em prática o que é verdade de fato. Já que nos despojamos do “velho homem” e nos revestimos do “novo homem”, então que acabemos com aquele velho estilo de vida corrupto e vivamos conforme o que caracteriza o novo homem. Paulo menciona várias transições que naturalmente deveriam resultar na vida do crente enquanto ele caminha em “verdadeira justiça e santidade”. Eles são:

- Honestidade em vez de falsidade (v. 25). - Inabalável ira justa contra o mal, em vez de indiferença ao mal (vs. 26-27). - Dar aos outros em vez de furtá-los (v. 28). - Falar aos outros com graça, em vez de usar comunicação corrupta (v. 29). - Bondade em vez de amargura (vs. 31-32). - Ternura [compaixão] em vez de calor da paixão (vs. 31-32). - Mostrar graça aos outros em vez de ser irado, insistente, prejudicial e malicioso (vs. 31-32).

Em Colossenses 3, Paulo menciona dez características morais do “novo homem” que devem ser vistas nos santos ao exibirem a verdade de “Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1:27).

- Misericórdia (v. 12). - Benignidade (v. 12). - Humildade (v. 12). - Mansidão (v. 12). - Longanimidade (v. 12). - Tolerância (v. 13). - Perdão (v. 13). - Amor (v. 14). - Paz (v. 15). - Gratidão (v. 15).

Algumas Considerações Práticas

Como mencionado anteriormente, é da mente de Deus que haja uma continuação da beleza moral de Cristo neste mundo no período de Sua ausência por meio dos membros de Seu corpo. Podemos ser exercitados sobre se estamos manifestando Cristo em nosso andar e caminhos. Nossa tendência é ser inconsistente nisso nas várias esferas da vida. Devemos manifestar as características do “novo homem” em nossa vida – não apenas em uma esfera, mas em todas as esferas em que atuamos.

Os filhos de Israel deveriam ter um “cordão azul” nas franjas das bordas de suas vestes (Nm 15:38-39). A cor azul, na Escritura, é uma figura do que é celestial. Para nós, isso significaria que devemos manifestar um caráter celestial em nossa vida. Deuteronômio 22:12, nos diz que essas franjas deveriam estar nas “quatro bordas” de suas vestes. Isso sugere, figurativamente, as quatro dimensões diferentes em que vivemos – nossa vida no trabalho ou na escola, nossa vida com nossos irmãos na assembleia, nossa vida em casa com nossa família e nossa vida pessoal quando estamos sozinhos. Podemos nos perguntar: “Minha vida é consistente em todas as quatro linhas de frente?” Lembremo-nos de que as pessoas do mundo estão procurando hipocrisia no Cristão. Qualquer pequena inconsistência é suficiente para elas lançarem suas pedras de crítica a Cristo, a Quem representamos.

Suponha que o caráter de nossa vida perante o mundo, quando vamos à escola ou ao trabalho, fosse escrito na parede de uma sala; e o caráter de nossa vida perante nossos irmãos na assembleia em outra parede; e como nos comportamos em casa com nossas famílias em outra parede; e, em seguida, na última parede, o que fazemos em nossa vida pessoal quando estamos sozinhos. Se alguém entrasse nessa sala e lesse o que estava escrito nessas quatro paredes, pensaria que estava lendo sobre quatro pessoas diferentes ou sobre uma mesma pessoa?

O “PRIMEIRO HOMEM” E O “SEGUNDO HOMEM”

Este segundo par é encontrado em 1 Coríntios 15:45-49. “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente: o último Adão em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal [natural – JND]; depois o espiritual. O primeiro homem**, da Terra, é terreno; o** segundo homem**, o Senhor é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial”**.

Assim como o primeiro par, o “primeiro homem” e o “segundo homem” também são termos relacionados a raças, mas eles definem as duas raças de homens sob Adão e Cristo a partir de uma perspectiva completamente diferente. O “velho homem” e o “novo homem” são termos que focam as ordens morais contrastantes ligadas a cada raça, enquanto o “primeiro homem” e o “segundo homem” são termos que focam as ordens naturais e espirituais ligadas a cada raça.

A raça dos homens sob o “primeiro homem Adão” é exatamente isso – a primeira. Não havia outras raças de homens na Terra antes de Adão. Isso exclui a noção do homem de Java, de Piltdown, de Neandertal etc. A raça da nova criação sob Cristo, o “Último Adão”, também é exatamente isso – a última. Não haverá outras raças de homens que se seguirão. Isso exclui as ideias de ficção científica que sugerem que pode haver outra raça de homens no futuro.

Existem três diferenças básicas que marcam a cabeça das duas raças de homens sob Adão e Cristo.

- O primeiro homem Adão foi “feito” uma alma vivente, sendo uma criação de Deus; enquanto Cristo, o Último Adão, não foi feito; Ele é o Criador. (no versículo 45 da versão inglesa King James, as palavras “foi feito” em conexão com Cristo, estão em itálico, e não estão no texto grego). - O primeiro homem Adão recebeu vida, enquanto Cristo, o Último Adão, é um “Espírito vivificador” que dá vida à Sua descendência espiritual sob Ele em Sua nova raça (Jo 17:2, 20:22). - A ordem da humanidade sob Adão é “natural” (com alma) e “terrenal”, mas a ordem da humanidade sob Cristo é “espiritual” e “celestial” (vs. 46-47).

Alguns detalhes adicionais sobre o “primeiro” e o “segundo” homem são os seguintes:

O PRIMEIRO HOMEM

O “velho homem” e o “primeiro homem” são termos usados pelo apóstolo Paulo para definir dois aspectos diferentes da raça humana sob Adão. O “velho homem” indica o estado corrupto da raça caída, enquanto o “primeiro homem” indica o que é natural e terrenal na raça. Portanto, não são termos que podem ser usados de forma intercambiável.

Nunca é Dito que o “Primeiro Homem” seja Pecaminoso

Na Escritura, nunca se diz que o “primeiro homem” é corrupto ou pecaminoso, enquanto o “velho homem” nada mais é do que isso. O “primeiro homem” é um termo que se concentra no lado terrenal e anímico1, da raça sob Adão – no que é puramente natural na humanidade. O que é humano e natural não é mau. Por essa razão, nunca se diz que o “primeiro homem” foi “crucificado” com Cristo ou que tenha sido submetido ao juízo de Deus, como é o caso do “velho homem” (Rm 6:6).

A criação do homem conforme a primeira ordem tem muitos atributos do Próprio Deus, pois ele foi criado à Sua “imagem” e à Sua “semelhança” (Gn 1:26). Por exemplo, o homem tem uma personalidade definida com gostos e aversões. Ele também tem sentimentos e capacidade de raciocínio etc. Beleza e intelecto naturais não são maus, mas fazem parte da composição de um ser humano. Deus não levou isso a juízo, pois saiu de Sua própria mão na criação. É o mesmo com nosso corpo; nunca se diz que ele é mal. Como mencionado anteriormente, a versão inglesa King James traduz Filipenses 3:21, “nosso corpo vil”, mas essa não é a melhor tradução, pois o que Deus criou não é vil. Se nosso corpo fosse vil no sentido moderno da palavra, nunca seríamos rogados a apresentá-lo a Deus como sacrifício vivo (Rm 12:1). Da mesma forma, nunca se diz que a criação material que surgiu da mão de Deus seja má. Ela tornou-se impura pelos efeitos do pecado e precisará ser purificada (Jó 15:15, 25:5; Hb 9:23), e algum dia será colocada de lado e substituída por um novo céu e nova Terra (Hb 1:10-12; Ap 21:1). Mas não é dito que seja julgada por Deus, como é o homem na carne.

Embora não seja dito que o que é natural no “primeiro homem” esteja sob o juízo de Deus, toda aquela ordem da humanidade foi substituída por outra ordem sob Cristo, que é superior. Essa é a força da palavra “depois” em 1 Coríntios 15:46. Portanto, o primeiro homem foi posto de lado e substituído pela nova ordem da humanidade sob Cristo. Os Cristãos fazem parte dessa nova raça agora e estão esperando para trazer fisicamente a imagem da segunda ordem (1 Co 15:49).

O SEGUNDO HOMEM

O Senhor é o “Segundo Homem” e o “Último Adão”. Como o “Segundo Homem”, Sua humanidade foi de uma origem inteiramente nova, sendo concebido pelo Espírito Santo por meio de uma virgem (Lc 1:35). Havia uma união das naturezas divina e humana (mas à parte do pecado) que formava essa nova ordem da humanidade como vista em Cristo. Quando o Senhor ressuscitou dentre os mortos, tornou-Se a Cabeça da nova raça de homens como o “Último Adão”. Essa raça é caracterizada pelo que é “espiritual” e não pelo que é “natural”. Isto é:

- Celestial em origem (v. 47). - Celestial em caráter (v. 48). - Celestial em destino (v. 49).

O Senhor não trouxe Sua humanidade do céu quando veio a este mundo; Ele é que era “do céu” – isto é, Ele era uma Pessoa celestial. Observe também: o versículo 48 diz que “somos” celestiais. Estamos esperando que nosso corpo traga a imagem do celestial, quando o Senhor vier (v. 49), mas não precisamos esperar para sermos celestiais – já somos criaturas celestiais (v. 48). Como parte dessa nova raça celestial, devemos valorizar tudo o que tem seu selo e cultivar essas belezas e qualidades celestes em nossa vida e na assembleia.

Algumas Considerações Práticas

Visto que fazemos parte dessa nova raça celestial de criação, que substituiu a primeira raça sob Adão, devemos andar como tal. Sendo criaturas celestiais, precisamos ter o cuidado de não introduzirmos nada da primeira ordem do homem na esfera da nova. O que é do primeiro homem não deve intrometer-se nas coisas divinas. Pensar meramente em linhas terrenais e naturais é andar abaixo do que somos como seres celestiais. Graças naturais, intelecto humano, sentimentos humanos etc. não são maus, mas essas coisas emanam do primeiro homem e não têm lugar na assembleia. A intrusão dessas coisas naturais foi um problema na assembleia de Corinto. De fato, neste mesmo capítulo (1 Co 15), Paulo estava tratando disso. Os coríntios estavam, com seu intelecto humano, tentando entender “como” os mortos eram ressuscitados (v. 35). Como eles não conseguiram descobrir, alguns deles não acreditaram que havia uma ressurreição dos mortos.

Podemos aplicar o intelecto e a razão humanos nas coisas de Deus, o que certamente nos levará ao erro. Já não ocorreu de nos sentarmos em reuniões de cuidado e ouvirmos ideias e opiniões humanas – mesmo que bem-intencionadas? Tais intrusões não devem ser usadas na esfera espiritual, onde a Palavra de Deus deve ser o nosso único guia.

Trazer música para a adoração a Deus em uma assembleia Cristã seria uma intrusão do “primeiro homem” nas coisas de Deus. A habilidade humana, de tocar linda música, é algo natural. É aceitável em seu lugar próprio, mas não pertence ao círculo das coisas espirituais na assembleia. Por outro lado, apresentar-se com orgulho e vanglória é uma característica do “velho homem”, e certamente também não tem lugar na assembleia.

O sentimento e a emoção humanos, que emanam do primeiro homem, podem afetar nossas ações na assembleia e nos levar ao contrário da Palavra de Deus. Um exemplo seria alguém abraçando carinhosamente uma pessoa que foi tirada de comunhão por algum mal (com quem a Escritura diz que não devemos ter comunhão) porque sente pena dela.

Além disso, o que é decente e respeitoso no “primeiro homem” pode ser apoiado e até concedido um lugar na assembleia. Há uma tendência de se valorizar um irmão que tem charme natural, graça e capacidades intelectuais, em vez de valorizá-lo por suas qualidades espirituais.

O “HOMEM EXTERIOR” E O “HOMEM INTERIOR”

Este par é encontrado em 2 Coríntios 4:16: “Por isso não desfalecemos: mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa [pereça – TB], o interior**, contudo, se renova de dia em dia”**. Paulo está falando sobre o que sustenta o ministro na senda do serviço e do testemunho. Ele e seus cooperadores no trabalho estavam sendo continuamente sujeitos aos perigos da perseguição. Eles viviam a um passo da morte a todo o momento. Naturalmente, isso era cansativo, dia após dia, mas Paulo explica que eles foram sustentados por Deus naquelas circunstâncias difíceis.

O HOMEM EXTERIOR

Paulo coloca a renovação do “homem interior” em contraste com o perecer do “homem exterior”. O homem exterior é um termo que ele usa para indicar nosso corpo físico. Eles estão lentamente perecendo porque são mortais e foram afetados pelo pecado. Idade, dor, rigor da perseguição, tribulação e trabalho desgastam nosso corpo – o “homem exterior”. Mas o apóstolo nos diz que ele tinha algo maior a esperar – a glória – e nós também.

O HOMEM INTERIOR

Se o “homem exterior” se refere ao nosso corpo físico, o “homem interior” seria a nossa alma e espírito (v. 16; Rm 7:22; Ef 4:16). Nosso corpo pode ser renovado em certa medida pela comida e pelo sono, mas de todo modo isso é uma batalha perdida. Se o Senhor não vier em nossa vida, nosso corpo acabará sucumbindo em um colapso completo na morte. Por outro lado, o “homem interior” é renovado pelo poder do Espírito Santo por meio da comunhão com Pessoas divinas. A oração e a Palavra de Deus são os veículos que Deus usa para rejuvenescer o “homem interior”.

À medida que continuamos no caminho, nosso corpo fica mais fraco conforme envelhecemos, mas o “homem interior” – a alma e o espírito – ficam mais forte se andarmos com o Senhor. Por um lado, temos nossa “tribulação” do corpo que perecem e, por outro, temos a “glória”. É impressionante que Paulo fale de nossa aflição como sendo “leve” e a glória como um “peso”. Este é um contraste proposital. Às vezes, podemos ter pensado que nossa aflição estava muito pesada, mas, em comparação com o peso de glória, não é muita coisa. Em outra passagem, Paulo disse: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18).

Algumas Considerações Práticas

Embora nosso “homem exterior” possa estar perecendo, Paulo menciona três coisas que nos sustentarão no caminho de fé e serviço (2 Co 4:16-18). Essas coisas o sustentaram e a seus cooperadores e sustentarão nossa vida espiritual também. De fato, não há mais nada que possa fazer isso. Portanto, é vital que essas três coisas sejam encontradas em nossa vida. Elas são:

1) A Renovação Diária de Nossa Alma por Meio da Oração e Meditação na Palavra (v. 16)

Se Paulo e seus cooperadores negligenciassem a importância dessa renovação diária das almas, eles não teriam sido capazes de continuar no caminho do serviço. Eles não estão sozinhos; se negligenciarmos uma renovação diária de nossa alma, também não seremos capazes de ir adiante. Se não tivermos isso em nossa vida, voltaremos ao mundo. Isso é a corda “salva-vidas” espiritual do crente.

2) Sabendo Que as Aflições e Dificuldades Que Enfrentamos no Caminho Estão Trabalhando Para o Nosso Proveito Eterno (v. 17)

As aflições que experimentamos no caminho estão sendo usadas por Deus para quebrar a vontade da carne e nos ensinar a submissão à Sua divina vontade. Provações tomadas como vindas da mão de Deus, no espírito correto, formarão algo eternamente proveitoso para nós. Devemos valorizar isso e estar dispostos a tudo o que o Senhor permite em nossa vida por meio da aflição. As recompensas que o Senhor dá em Seu tribunal são para o reino, mas a capacidade que atualmente está sendo formada nos santos será levada para a eternidade (Lc 10:42; 2 Co 4:17).

3) Mantendo os Olhos Fixos nas Coisas Invisíveis Que São Eternas (v.18)

Para o homem do mundo, isso é um absurdo. Ele pergunta: “Como alguém pode ver coisas invisíveis?” Mas é com os olhos de nosso coração que olhamos para essas coisas. A Escritura diz que a fé vê coisas invisíveis (Hb 11:1). Se nossos olhos se desviarem do alvo eterno diante de nós e olharem para as coisas do mundo, certamente desfaleceremos pelo caminho. Mas se as coisas eternas têm um lugar em nossa vida diária, “não desfalecemos”.

O “HOMEM NATURAL” E O “HOMEM ESPIRITUAL”

Os termos relacionados ao homem “natural” e ao homem “espiritual” são encontrados em 1 Coríntios 2:14-15. “Ora o homem natural não compreende [aceita – ARA] as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”. Este par contrasta homens que não têm o Espírito de Deus com aqueles que O têm.

O HOMEM NATURAL

O “homem natural” é um termo usado para descrever o homem em sua condição perdida, sem o novo nascimento. Sem a nova vida e sem o Espírito lhe habitando, ele não tem a faculdade interior para processar e entender os conceitos e verdade espirituais. Portanto, ele é completamente desprovido da capacidade de entender a revelação divina. Nem ele, por sua própria busca, pode encontrar Deus (Jó 11:7). Nesta condição, o “homem natural”:

- Não pode “ver” (Jo 3:3). - Não pode “entrar” (Jo 3:5). - Não pode “receber” (Jo 3:27, 32). - Não pode “vir” (Jo 6:44, 65). - Não pode “saber” (Jo 8:14). - Não pode “ouvir” (Jo 8:43, 47). - Não pode “agradar a Deus” (Rm 8:8).

No versículo 9 deste capítulo, Paulo cita Isaías para mostrar que os homens têm três maneiras principais de aprender: a observação pelo “olho”; a tradição pelo “ouvido” (ouvindo as coisas que foram transmitidas pelas gerações anteriores); e a intuição pelo “coração” (pelos instintos do coração). Mas esses três métodos por si só não são suficientes para apreender assuntos divinos e encontrar a verdadeira sabedoria de Deus. Nota: a passagem que ele cita está no negativo. Diz: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem…”. Portanto, a verdade de Deus não é descoberta pelos sentidos naturais do homem, independentemente de quão aguçados possam ser esses sentidos em um indivíduo. Isso requer uma ação do Espírito de Deus.

O HOMEM ESPIRITUAL

O homem “espiritual” é um crente nascido de Deus e habitado pelo Espírito, mas também vive sob o controle do Espírito. Como resultado, o Espírito de Deus ilumina sua alma e ele é capaz de entender a revelação de Deus em Sua Palavra. O Espírito de Deus lhe dá a capacidade de pensar em termos espirituais e de conhecer a verdade, e assim ele é instruído na “mente de Cristo” (v. 16).

Algumas Considerações Práticas

Saber que somos totalmente dependentes do Espírito de Deus para conhecer a verdade deveria nos fazer gratos por Sua operação em nós. No entanto, embora todo Cristão tenha o Espírito nele habitando, isso por si só não é suficiente para habilitá-lo a discernir a verdade. Existem muitos crentes verdadeiros (que têm o Espírito Santo) que estão completamente confusos quando se trata da verdade. O Cristão deve estar “cheio do Espírito” e estar em comunhão com o Senhor, a fim de obter o benefício prático da presença do Espírito (Ef 5:18). E lembremo-nos de que o encher de hoje não servirá para amanhã. Precisamos estar:

- “Diariamente” examinando as Escrituras (At 17:11 – AIBB). - “Diariamente” clamando a Deus em oração (Sl 86:3 – KJV). - “Diariamente” tomando nossa cruz e seguindo a Cristo (Lc 9:23 – KJV).

O HOMEM “CARNAL” E O HOMEM “PERFEITO”

Em 1 Coríntios 2:6, o apóstolo diz: “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos”. E então, em 1 Coríntios 3:1-3, ele diz: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais**, como a meninos** [**bebês** – JND] **em Cristo. Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tão pouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais”**. Embora esses dois termos não sejam encontrados no mesmo versículo, eles parecem ser outro contraste em que Paulo compara o estado e a maturidade dos Cristãos.

O HOMEM CARNAL

“Carnal” significa “da carne”. Indica um estado de ser governado pela carne e não pelo Espírito. Um homem “carnal” pode até ser um Cristão que tem o Espírito de Deus, mas não vive de acordo com o Espírito. Um Cristão carnal será atrofiado em seu crescimento espiritual. Esse foi o problema de muitos dos coríntios.

três momentos em que o apóstolo Paulo fala de um menino em situação indesejável. Muitos dos crentes judeus ainda estavam nesse estado porque não haviam abandonado as formas e os rituais da religião terrenal – o judaísmo (Hb 5:11-14). Da mesma forma, um crente que se apega a uma questão exterior, formal e religiosa na Cristandade, também será prejudicado em seu crescimento. Então, em Efésios 4, Paulo fala de Cristãos que permaneciam como “meninos [bebês – JND] por não se valerem dos dons dados por Cristo à Igreja, a Cabeça no céu (Ef 4:14 – JND). O objetivo desses dons é ajudar os santos a entender a verdade e a andar de acordo com ela. Havia também os coríntios que eram “bebês” por outro motivo – carnalidade segundo os homens (1 Co 3:1-3). É claro que em nenhum dos casos isso é louvável. O único momento em que a infância espiritual é aceitável é quando uma pessoa é jovem na fé, tendo sido salva recentemente (1 Jo 2:18-27).

O HOMEM PERFEITO

“Perfeito” carrega a ideia de “maturidade” ou “crescimento completo”. Um homem “perfeito” não é aquele que nunca comete um erro, mas um crente que tem um objetivo em sua vida – Cristo (Fp 3:13-15). Quando o Senhor vier, seremos feitos “perfeitos” em todos os sentidos da palavra. Não teremos mais a carne e, portanto, não mais falharemos em nada (Fp 3:12; Hb 11:40, 12:23). Mas até aquele momento, o desejo de Deus é que espiritualmente “cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito**, à medida da estatura completa de Cristo.** **Para que não sejamos mais meninos** [**bebês** – JND] **inconstantes**” (Ef 4:13-14).

O hábito de Paulo era falar a sabedoria de Deus “entre os perfeitos” (1 Co 2:6). Observando esse versículo, Hamilton Smith disse: “O termo (‘perfeito’) não designa um crente simplesmente em contraste com um pecador. Antes, é usado para descrever um crente maduro e adulto, em contraste com aqueles de quem o apóstolo se refere como bebês”. Isso significa que Paulo procurou atingir em sua audiência àqueles que estavam progredindo espiritualmente. Se eles recebessem sua doutrina e fossem edificados por ela, poderiam transmiti-la a outros, quando esses fossem capazes de também recebê-la. Paulo instruiu Timóteo a fazer o mesmo. Ele deveria dar a verdade aos “homens fiéis” que também ensinariam a outros (2 Tm 2:2). Enquanto a maioria dos coríntios eram “bebês” por causa de sua carnalidade, havia alguns que eram “perfeitos” nesse sentido. Isso é indicado em 1 Coríntios 16:15-18. Foi para esses que Paulo procurou comunicar o “manjar” da verdade, mas aos “bebês” ele os alimentava apenas com “leite”.

Um Perfil Bíblico do Homem Perfeito (Maduro)

- Ele tem um interesse na vida – Cristo (Fp 3:13-15). - Ele se alimenta de “alimento sólido” (ARA), e não apenas leite (Hb 5:11-12). - Ele caminha em separação do mundo (2 Co 6:14-17). - Ele julga a si mesmo (2 Co 7:1). - Ele deixou o judaísmo e todos os seus princípios judaicos (Hb 6:1-4). - Ele é governado pela simples obediência (1 Jo 2:5). - Ele tem um amor mais profundo e amplo pelos outros (1 Jo 4:11-12). - Ele é menos ansioso na provação (Tg 1:2-4). - Ele controla a sua língua (Tg 3:2). - Ele é generoso com seus bens (Mt 19:21). - Ele anda junto com seus irmãos (Jo 17:21-23). - Seu serviço é de acordo com a mente de Deus (Hb 13:21)

Algumas Considerações Práticas

Podemos nos perguntar por que alguns Cristãos, depois de serem salvos, progridem rapidamente nas coisas divinas, enquanto outros parecem progredir mais lentamente, com muitos altos e baixos. Se colocássemos num gráfico, a linha seria quase vertical para alguns, enquanto para outros, ela teria curvas para cima e para baixo. Alguns pensam que isso ocorre porque temos níveis diferentes de inteligência. Outros dirão que isso tem a ver com a pessoa ser estudiosa ou não – muitas vezes se desculpando, dizendo que não são de muita leitura. E outros pensam que é necessário ter um dom para isso, e nem todos os Cristãos têm esse dom. Mas essas não são as razões pelas quais alguns crescem mais rapidamente que outros.

Alguém disse que o crescimento espiritual é como acender um fogo. Você pode arrumar a lenha de tal maneira que, quando você acende o fogo, ele realmente pega e queima bem. Mas você também pode arrumá-la ao léu de forma que o fogo não pegue muito bem. É exatamente o mesmo nas coisas de Deus. Precisamos ter certos princípios em vigor em nossa vida, para que o Espírito de Deus possa tomar a verdade de Deus e aplicá-la ao nosso coração e consciência para criar crescimento real. Como existe um paralelo entre crescimento natural e crescimento espiritual, precisamos ter as seguintes coisas em nossa vida:

- Boa comida – Alimentar-se de Cristo na Palavra de Deus (1 Pe 2:1-2). - Ar fresco – Respirar a atmosfera celestial de comunhão com Deus Pai e o Filho (Jo 14:23). - Exercício com regularidade – Julgamento próprio por meio do qual toda coisa carnal é removida de nossa vida (1 Tm 4:7). - Um ambiente livre de contaminação – comunhão Cristã em separação do mundo (2 Co 6:14-17; At 4:23; 2 Tm 2:22).

UM “HOMEM MISERÁVEL” E UM “HOMEM EM CRISTO”

Em Romanos 7:24, Paulo diz: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? E então, em 2 Coríntios 12:2, ele diz: “Conheço um homem em Cristo…”. Esses dois termos parecem contrastar um com o outro, e os tomaremos dessa maneira. O “homem miserável” define uma pessoa sem libertação, e “um homem em Cristo” é aquele que conhece a libertação em Cristo.

UM HOMEM MISERÁVEL

O “homem miserável”, em Romanos 7:14-25, é uma alma nascida de novo que ainda não está descansando em fé na obra consumada de Cristo. Ela, portanto, não está na plena posição Cristã diante de Deus, nem tem o Espírito nela habitando (Rm 8:9).

Nesta passagem, o apóstolo descreve uma alma sincera nesse estado, que está tentando manter a carne sob controle e tentando viver uma vida santa, mas falhando miseravelmente (vs. 18-21). Ela tem duas naturezas, que são retratadas no “eu” que se deleita em fazer o bem (v. 22) e no “eu” que faz o mal (v. 23); mas ela não tem o poder de “realizar o bem”. Quando uma alma carrega um forte desejo de ser santa, mas se sente impotente, ela se enche de desânimo e se sente miserável. Ela odeia o mal que faz, sendo incapaz de conter a carne. Ela não tem libertação porque está procurando dentro de si o poder para isso.

Enquanto estiver nesse estado miserável, a pessoa muitas vezes cometerá o erro mais destrutivo, que é recorrer à lei para se libertar. Assumindo que a lei é a resposta, a pessoa a colocará diante de sua alma como um padrão para sua vida. Se não for a Lei de Moisés, será algum padrão de santidade imposto a si próprio. Mas de qualquer maneira, não é esse o caminho da libertação. Como resultado, ela só se torna mais infeliz. Deus proverá a libertação na Pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, mas ela deve primeiramente aprender a lição de que o poder da libertação não se encontra em si mesma.

UM HOMEM EM CRISTO

Romanos 8:1 diz: “Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (ARA). Aqui, o apóstolo descreve a posição Cristã completa de “um homem em Cristo”. O capítulo revela o estado Cristão normal de estar “no Espírito” (v. 9) e “guiado pelo Espírito” (v. 14). A luta, conforme descrito no capítulo 7, acabou, e o crente é visto como tendo uma libertação presente do pecado interior (vs. 1-4), e aguardando uma libertação futura da presença do pecado ao seu redor – na vinda do Senhor (vs. 18-23).

A libertação do estado miserável de Romanos 7 para o feliz estado de Romanos 8 não ocorre até que a confiança própria e a esperança em si mesmo sejam aniquiladas e ele procure fora de si a libertação dos desejos de sua natureza pecaminosa. Note, ele não diz: “Miserável homem que eu sou! O QUE me livrará…?” Ele diz: “Miserável homem que eu sou! QUEM me livrará…?” (v. 24) Isso mostra que a libertação não é encontrada em uma filosofia ou em um programa de autoajuda, mas em uma Pessoa – o Senhor Jesus Cristo. É significativo que, enquanto o homem luta com a carne, como visto em Romanos 7, o Espírito de Deus não é mencionado nenhuma vez. Mas no momento em que ele desvia o olhar de si mesmo para um Libertador e vê seu lugar “em Cristo”, o Espírito de Deus é mencionado muitas vezes, como observado em Romanos 8. O homem em Romanos 8 é visto como selado com o Espírito e em plena posição Cristã e desfrutando de um estado de paz e libertação.

Em 2 Coríntios 12:1-3 é descrito o estado de “um homem em Cristo” que conhece a libertação em sua alma e desfruta de comunhão com Deus. O homem miserável está ocupado consigo mesmo (Rm 7:14-24). “Eu”, “mim”, “minha”, são mencionados cerca de 40 vezes! Mas o homem em Cristo está tão plenamente ocupado com Cristo e com as coisas celestiais que perdeu a noção de si mesmo. Ele não tinha consciência se estava dentro ou fora do corpo! A mulher em Lucas 13:11 é uma figura de alguém na condição miserável. Ela estava “curvada” e, como resultado, tudo o que ela podia ver era a si mesma. Mas quando o Senhor a tocou, ela se ergueu e pôde olhar em Seu rosto. Consequentemente, ela não via mais a si mesma.

Algumas Considerações Práticas

Enquanto a luta em Romanos 7:14-25 não é tecnicamente uma experiência Cristã, muitos Cristãos a experimentam de uma forma modificada. Dizemos modificada porque o homem descrito em Romanos 7 é visto como não tendo o Espírito Santo, diferentemente de todo Cristão verdadeiro. A luta com a carne que os Cristãos frequentemente experimentam é mais adequadamente descrita em Gálatas 5:16-17. Diz: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro: para que não façais o que quereis”. Isso se refere a um Cristão que tem o Espírito, mas não está andando “no Espírito” (v. 16 – ARA). A luta em Romanos 7 é entre a carne e a nova natureza em um filho de Deus, enquanto a luta em Gálatas 5 é entre a carne e o Espírito em um crente que não está andando no Espírito. (Também não devemos relacionar a luta espiritual em Efésios 6:10-18 com a de Gálatas 5. Elas são diferentes. Efésios 6 descreve uma luta que resulta quando um Cristão anda no Espírito, enquanto Gálatas 5 é uma luta que resulta quando ele não anda no Espírito).

Todos nós sabemos muito bem o que é ter falta de poder espiritual e não ser capaz de dizer não ao pecado em nossa vida, mesmo tendo o Espírito em nós. Por que isto é assim? Porque uma coisa é ter o Espírito de Deus em nós, e outra é ter o Espírito agindo por nós de uma maneira presente e contínua. O lado da soberania na libertação é o dom do Espírito, mas pelo lado da responsabilidade, devemos deixar que o Espírito nos encha, para que Seu poder esteja presente, mantendo a carne subjugada.

Em Romanos 8:5-13, Paulo explica que existem dois domínios, ou esferas, nos quais uma pessoa pode viver: uma esfera que pertence “à carne” e uma esfera que pertence “ao Espírito”. Ele diz: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne” (v. 5a). “Inclinar-se” para algo significa “prestar atenção” em algo. Paulo não entra em detalhes sobre o que são essas coisas, mas todos nós sabemos a que tipo de coisas a carne é atraída. Esta é a esfera em que o homem perdido vive: ele não conhece outro domínio. Mas é possível que os Cristãos também vivam nessa esfera de coisas.

Então ele diz: “Mas os que são segundo o Espírito (inclinam-se) para as coisas do Espírito” (v. 5b). Essa é a esfera em que Deus pretende que o Cristão viva. Mais uma vez, Paulo não nos fornece detalhes sobre o que são essas coisas. Simplificando, são aquelas coisas que têm a ver com os interesses de Cristo. Seria estudar as Escrituras, orar, cantar hinos que façam melodia em nosso coração, ir a reuniões bíblicas, telefonar ou escrever a outros Cristãos para encorajá-los, visitar pessoas com uma palavra de encorajamento, compartilhar o evangelho, distribuir folhetos do evangelho, fazer boas obras de necessária utilidade, etc.

O que o apóstolo está apontando aqui é que essas duas esferas são exatamente opostas entre si. Seus interesses são polos opostos. Uma serve aos interesses do “eu” e a outra aos interesses de Cristo. É como uma estrada que se ramifica em duas e cada ramificação se distancia uma da outra. Uma leva ao que é verdadeiramente “vida e paz” e a outra leva à “morte” – morte moral (v. 6).

Então, nos versículos 12-13, Paulo chega a uma séria conclusão: “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. Seu argumento aqui é que podemos escolher em qual esfera queremos viver. Ele diz: “Se viverdes segundo a carne, morrereis”. Esta é uma palavra solene. Se escolhermos viver na esfera da carne, isso levará à morte moral em nossa vida. O modo como Paulo usa a morte aqui é diferente da maioria dos outros lugares na Bíblia. O apóstolo não está falando sobre morte física, mas morte moral na vida do crente, que inevitavelmente resulta em fracasso. A morte, como sabemos, sempre carrega a ideia de separação. Neste versículo, refere-se a uma separação, ou uma ruptura, em nosso vínculo de comunhão com Deus. O ponto aqui é simples; se vivermos na esfera da carne, podemos esperar que isso irá trazer morte. Mas ele também diz: “Mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. Isso significa que, se escolhermos viver na esfera do Espírito, teremos muito poder para viver uma vida santa para a glória de Deus. É isso que é ser cheio do Espírito (Ef 5:18). Isso significa que, se vivermos na esfera correta, a carne não terá um ponto de apoio para agir em nós. Em Gálatas 5:16, Paulo fala da mesma coisa, dizendo: “Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne”.

A razão pela qual perdemos a batalha contra esse inimigo interior é que passamos muito tempo na esfera errada, cuidando das coisas da carne. Podemos nos perguntar: “Em qual dessas duas esferas eu vivo? O que ocupa primordialmente minha vida? São as coisas que pertencem aos interesses de Cristo, ou são coisas carnais?” Dizem que “se agradarmos a carne, impediremos o Espírito”. Portanto, é hora de começarmos a viver na esfera correta e experimentar o poder de Deus e o gozo de um viver Cristão em nossa vida.

Resumo dos Doze Homens de Paulo

- O “velho homem” – um termo abstrato que descreve o estado moral corrupto da raça caída de Adão. - O “novo homem” – a nova ordem moral de perfeição na raça da nova criação sob Cristo. - O “primeiro homem” – a condição natural e terrenal da raça humana sob Adão. - O “segundo homem” – a ordem espiritual da humanidade na raça da nova criação sob Cristo. - O “homem exterior” – o corpo humano. - O “homem interior” – a alma e o espírito humano. - O “homem natural” – uma pessoa perdida à parte do novo nascimento. - O “homem espiritual” – um crente, nascido do Espírito, selado com o Espírito e governado pelo Espírito. - O “homem carnal” – uma pessoa governada pela carne. - O “homem perfeito” – um Cristão maduro. - Um “homem miserável” – um crente que carece de libertação. - Um “homem em Cristo” – um crente que conhece sua posição em Cristo e libertação prática em sua alma.

Notas

[←1]

N. do T.: Anímico provém da palavra latina “anima” que significa aquilo que é relativo ou pertencente à alma. É traduzida como “natural” em 1 Co 2:14, como “animal” em 1 Co 15:44, 46; Tg 3:15 e “sensual” em Jd 19.

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