Bruce Anstey

Como Saber a Vontade de Deus para Sua Vida - Parte I

As “Encruzilhadas” – O Lugar de Decisão

Bruce Anstey

COMO SABER A VONTADE DE DEUS PARA A SUA VIDA

PARTE IAs “Encruzilhadas” – O Lugar de Decisão

PARTE IIQuatro Modos de Deus nos Dirigir

Bruce Anstey

Originalmente publicado por:

CHRISTIAN TRUTH PUBLISHING

9-B Appledale Road

Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0

CANADÁ

christiantruthpublishing@gmail.com

Título do original em inglês: HOW TO KNOW THE WILL OF GOD FOR YOUR LIFE

Part I – The “Crossroads” – The Place of Decision

Part II – Four Ways God Guides

Primeira edição em inglês – julho 2004

Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por:

ASSOCIAÇÃO VERDADES VIVAS, uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é divulgar o evangelho e a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo.

atendimento@verdadesvivas.com.br

Primeira edição em português – julho 2020

e-Book v.1.2

Abreviaturas utilizadas:

ARC – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida – SBB 1969

ARA – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada – SBB 1993

TB – Tradução Brasileira – 1917

ACF – João Ferreira de Almeida – Corrigida Fiel – SBTB 1994

AIBB – João Ferreira de Almeida – Imprensa Bíblica Brasileira – 1967

JND – Tradução inglesa de John Nelson Darby

KJV – Tradução inglesa King James

Todas as citações da Escritura são da versão ARC, a não ser que outra esteja indicada.

COMO SABER A VONTADE DE DEUS PARA SUA VIDA

(Parte I)

(Lassen Pines, Califórnia – 2 de julho de 2004)

“A Encruzilhada”

Gostaria de falar com vocês hoje à noite e amanhã à noite sobre o assunto da vontade de Deus, e como sabê-la para nossa vida. Este é um assunto muito prático que todos precisamos. Um irmão me pediu para eu iniciar com um pouco do evangelho o que, realmente, é necessário porque não temos certeza de que todos aqui sejam salvos. Gostaríamos de pensar que todos são, mas não sabemos. A Bíblia diz: “O Senhor conhece os que são Seus” (2 Tm 2:19).

Então, falaremos nesse assunto desde o início – o evangelho. Vamos ver primeiro em Provérbios 8:1-2: “Não clama, porventura, a sabedoria e a inteligência não dá a sua voz? No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas se coloca”. Na última parte do versículo 2 lemos “encruzilhadas”. E é sobre isso que quero falar. Você sabe que a encruzilhada é um local de decisão; o viajante deve decidir qual caminho seguir. Você não pode fazer o que Zé Colmeia (do desenho animado) disse uma vez: “Quando chegar a uma encruzilhada na estrada, pegue a encruzilhada!” Não, você não pode seguir os dois lados; tem que ser um ou outro.

Pode haver alguém aqui que esteja na encruzilhada de sua vida no que diz respeito à eternidade. Talvez esteja pensando em pegar o que não percebe ser a bifurcação errada na estrada. A sabedoria divina clama por meio do evangelho para escolher a vida – para escolher Cristo. Oramos a Deus para que ouçam as palavras pelas quais serão salvos (At 11:14). A Bíblia diz: “Os céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe**, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente”** (Dt. 30:19). O Senhor disse: **“Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a Mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei um concerto perpétuo”** (Is 55:3). A Palavra de Deus também diz: **“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O”** (1 Rs 18:21). A única coisa lógica a fazer é unir-se **“pois a Ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem”** (Jó 22:21). Então, amigo, a voz da sabedoria está clamando na **“encruzilhada”** e está chamando você para vir a Cristo e começar um relacionamento com Ele por fé. Ele salvará você de perecer em uma eternidade perdida e o guiará nos caminhos da vida (Mt 11:28-29).

Ora, pode ser que haja alguém que esteja perdido nesta sala, mas eu sei que há muitos de entre vocês que são verdadeiros Cristãos. Sei também que muitos de vocês, de uma maneira ou de outra, estão nas “encruzilhadas” de sua vida Cristã! Você enfrenta decisões – importantes decisões – onde se precisa de orientação e ajuda. Então, eu quero falar sobre saber a vontade de Deus de uma maneira geral hoje à noite; e então amanhã à noite ver como podemos saber a vontade de Deus para coisas específicas em nossa vida.

Você sabe, tem sido dito que a maioria das decisões importantes que uma pessoa tem de tomar em sua vida será tomada quando jovem! Essas decisões geralmente têm um efeito enorme na direção de toda a nossa vida e até formarão nosso caráter.

A decisão mais importante de todas é receber Cristo como seu Salvador. É uma decisão que geralmente é tomada na juventude. (As estatísticas nos dizem que as pessoas idosas ficam menos inclinadas a ir a Cristo para a salvação.) Depois, há a decisão de com qual companhia ou comunhão de Cristãos você se identificará. Também, a decisão de qual carreira seguirá e onde irá morar. Depois, há também a questão de com que tipo de amigos se associará e, principalmente, a pessoa com quem se casará! E assim por diante… Todas essas grandes decisões na vida geralmente são tomadas quando ainda somos jovens. Uma vez que frequentemente afetam o resto da sua vida, são decisões realmente muito importantes! Portanto, é vital que tenhamos a sabedoria de Deus em nossa vida, para que tomemos as decisões corretas. Se permitirmos que Ele nos direcione de acordo com Sua vontade, provaremos a bem-aventurança de Sua sabedoria. Veremos que “a sabedoria é justificada por todos os seus filhos” (Lc 7:35). Esperamos e oramos para que cada um dos jovens aqui nesta noite tenha um desejo real de fazer a vontade de Deus.

A Vontade de Deus

Passemos a algumas Escrituras para alguns pré-requisitos relacionados à vontade de Deus. Efésios 5:15-17 diz: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor**”**. Aprendemos com esta passagem um grande ponto a ver com a vontade de Deus; e isto é, Ele _quer que a conheçamos_! Nunca devemos aceitar a ideia de que Deus não está realmente interessado em nos mostrar Sua vontade. Esses versículos nos dizem claramente que Ele está do nosso lado, e Ele quer que _conheçamos_ Sua vontade. Alguns de vocês podem dizer: “Como Deus poderia se interessar por mim como indivíduo, quando existem 7 bilhões de pessoas no mundo?” Amigos, estamos aqui para lhe dizer que Deus está interessado em você! Ele é uma Pessoa infinita que pode acompanhar a vida de cada pessoa neste mundo. E Ele ama cada um deles com um amor especial! O Deus que apresentaremos hoje à noite é um Deus muito pessoal e prático. O Senhor Se importa com você e está interessado em todos os detalhes da sua vida (1 Pe 5:7). Ele não quer que você cometa um monte de erros, fazendo com que sua vida acabe sendo um fracasso, cheia de tristeza e desgosto. Ele quer tomar as decisões em sua vida por você, para que sua vida seja uma bênção, e não um fracasso. Aqu’Ele que sabe todas as coisas, que abunda em todo poder e sabedoria, que guia os planetas e estrelas em perfeita ordem, pode facilmente guiar a vida de um Cristão de passagem por este mundo! Ele sabe o que é melhor para você; e se você colocar sua vida nas mãos d’Ele, provará por experiência a bênção de Sua vontade. E você não vai se arrepender! Nunca vimos um Cristão que colocou sua vida à disposição do Senhor – para ser usado em Seu serviço – dizer no final de sua vida que desejava que não tivesse feito isso! Por outro lado, aqueles que não consideram os princípios da direção de Deus e escolhem seu próprio caminho na vida, geralmente fazem dela uma bagunça. No final, eles estão cheios de remorso.

Portanto, queremos deixar esse ponto perfeitamente claro desde o início – que o Senhor está interessado em nos mostrar Sua vontade para nossa vida. Você pode dizer: “Bem, se isso é verdade, por que Ele não me diz claramente?” Bem, Ele quer; e mostraremos claramente pelas Escrituras qual é a vontade d’Ele para você. Uma das razões pelas quais Ele simplesmente não “vem a público”, por assim dizer, e lhe diz quais são os detalhes de Sua vontade em muitas palavras, é que Ele quer que aprendamos a andar por fé. Ele quer que aprendamos a confiar n’Ele. Isso é algo que deve ser desenvolvido em nossa vida espiritual e é essencial para o nosso crescimento espiritual. De qualquer forma, conheçamos esse grande fato – que Ele quer que conheçamos Sua vontade_!_

Passemos agora a 1 Pedro 4:1-3: “Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento: que aqu’Ele que padeceu na carne já cessou do pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus**. Porque é bastante que, no tempo passado da vida, fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias”**. Aqui está outro grande ponto sobre a vontade de Deus. Acrescente ao fato de que Ele quer que conheçamos Sua vontade, que _Ele também quer que vivamos o resto de nosso tempo_ fazendo _Sua vontade!_

Esses versículos que lemos em 1 Pedro nos dizem que nossa vida é realmente dividida em duas partes. É verdade para todos nós, quer sejamos velhos, quer sejamos jovens. As duas partes são o “tempo passado” e o “tempo que vos resta”. Não podemos fazer nada sobre o passado; que pode ter sido vivido para agradar a si mesmo – como diz aqui – “na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens”. Mas podemos fazer algo sobre o resto do nosso tempo. E é sobre isso que queremos falar aqui. Ele não quer que desperdicemos nossa vida vivendo para a carne. Aqueles que vivem para a carne são infelizes e insatisfeitos com a vida. Eles se sentem vazios e frustrados, se apenas admitissem isso. Deus quer que façamos Sua vontade e provemos a bem-aventurança dela.

Vamos ver mais uma passagem introdutória. Abra no Salmo 40:7-8: “Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito de Mim: Deleito-Me em fazer a Tua vontade**, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração”**. O ponto que quero levantar deste versículo é que _é um deleite fazer a vontade de Deus!_ Queremos transmitir isso a você no início de nosso estudo sobre a vontade de Deus – que andar no caminho da vontade de Deus é realmente uma coisa feliz! Menciono isso porque o diabo tentará dizer a você que dar a sua vida à vontade de Deus será algo estéril e chato, e você se arrependerá mais tarde. Amigos, este versículo nos diz que não há verdade nisso! É uma mentira do diabo! Aqueles que deram sua vida à vontade de Deus são as pessoas verdadeiramente felizes e realizadas neste mundo.

Portanto, nessas três Escrituras introdutórias, aprendemos que:

  1. Deus quer que conheçamos Sua vontade.

  2. Deus quer que façamos Sua vontade.

  3. Deus quer que experimentemos o gozo de andar em Sua vontade.

Agora você pode estar dizendo: “Bem, qual é afinal a vontade de Deus?” Para isso, vamos ler Efésios 1:8-10. “Que Ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência [inteligência – JND]; descobrindo-nos o mistério da Sua vontade**, segundo o Seu beneplácito, que propusera em Si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação** [**administração** – JND] **da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra**”. Essa é a vontade de Deus! Deus ordenou um dia (nós o chamamos de Milênio) no qual Ele exaltará publicamente Seu Filho em duas esferas: no céu e na Terra. E naquele dia, o Senhor Jesus Cristo terá um complemento ao Seu lado – a Igreja, Sua noiva – um vaso de testemunho especialmente formado, por meio do qual Deus manifestará ou transmitirá a glória de Cristo diante do mundo! _Colocando de uma maneira simples, A VONTADE DE DEUS É GLORIFICAR SEU FILHO!_

O que Deus está fazendo hoje é chamar pessoas de entre os judeus e de entre os gentios pelo evangelho. Eles são o material que comporá aquele vaso de testemunho – o corpo e a noiva de Cristo. O que estou dizendo é que, quando somos salvos, nos tornamos parte daquele vaso especialmente criado que será usado para exibir a glória de Cristo. Foi para isso que Deus nos salvou – glorificar Seu Filho! No entanto, Ele não quer esperar por aquele dia vindouro de manifestação para nos ter glorificando a Cristo; Ele quer que O glorifiquemos agora enquanto estamos aqui neste mundo. E se vivermos nossa vida na vontade de Deus, glorificaremos a Cristo!

Muitos Cristãos se ocupam com o assunto da vontade de Deus com um propósito errado. Eles examinam as Escrituras para descobrir o que Deus tem a dizer sobre eles – eles procuram ver suas bênçãos, seus privilégios e as coisas que dizem respeito à sua vida, etc. Certamente, existe muita coisa na Palavra que fala a respeito disso, mas receio que essa perspectiva seja um pouco egoísta e imatura. A maneira mais elevada e mais abençoada é olhar para a Palavra de Deus para ver qual é a vontade de Deus a respeito de Seu Filho. Queremos procurar Cristo na Palavra e ver o que O glorifica; e então ser encontrado fazendo essas coisas! Como mencionado, Deus quer que Seu Filho seja glorificado neste mundo agora por meio da vida daqueles que compõem Seu corpo! Todos os detalhes de nossa vida devem ser submissos a esse objetivo! Eles são apenas componentes no quadro geral de glorificar Seu Filho. Esta é a chave para entender a vontade de Deus para nossa vida!

Tudo que tem relação com a vontade de Deus em nossa vida deve finalmente apontar para a exaltação e glorificação de Seu Filho. Em todas as decisões que tomamos, queremos levar em consideração esse grande objetivo de Deus. Sua aplicação prática em nossa vida considerará até o tipo de carro que vamos comprar, onde vamos morar, com quem nos casaremos etc. Essas coisas, eu digo, são apenas componentes para o objetivo final da vontade de Deus de glorificar Seu Filho. Se entendermos esse grande ponto, seremos grandemente ajudados a discernir a vontade de Deus para nossa vida.

Então, tivemos diante de nós a “encruzilhada” – o local de decisão. Esperamos que você tome uma decisão aqui hoje à noite para deixar que o Senhor guie sua vida, para que você tenha os efeitos positivos da bênção de Deus em sua vida. A vida Cristã é realmente muito simples – basta fazer a vontade de Deus! O Senhor tem um plano para cada um de nós em nossa vida; e se vivermos nele, provaremos que “o caminho de Deus é perfeito” (Sl 18:30). Esse plano será um pouco diferente para cada um de nós; porque o que Ele tem para você fazer será algo ligeiramente diferente do de outra pessoa, mas os elementos básicos da vontade de Deus são os mesmos para a vida de cada um de nós. Eu quero olhar para essas coisas básicas agora; e então amanhã à noite fazer algumas observações das maneiras específicas pelas quais Ele nos guia.

Agora vamos ver algumas Escrituras relacionadas ao básico da vontade de Deus para nossa vida, porque a Palavra de Deus nos diz muito claramente o que são essas coisas.

1) Crer no Senhor Jesus Cristo

Vamos passar para João 6:38-40: “Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade daqu’Ele que Me enviou. E a vontade do Pai que Me enviou é esta: que nenhum de todos aqueles que Me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daqu’Ele que Me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê n’Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia”. Temos aqui a primeira grande coisa relacionada com a vontade de Deus. Quanto a conhecer qual é a vontade de Deus para nossa vida, é aqui que começa. Muito simplesmente, é crendo no Senhor Jesus Cristo. Deus tornou muito claro; Ele quer que você acredite em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. E que maravilhoso que o Senhor Jesus diz: “o que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora!” Toda pessoa que ouviu o chamado do evangelho e respondeu indo ao Senhor Jesus nunca foi rejeitada! Independentemente de que tipo de pessoa tenha sido, ou em que tipo de pecados tenha se envolvido, ou que tipo de vida tenha vivido – nenhum foi rejeitado. Ele disse: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11:28-29). O Senhor Jesus está convidando todas as pessoas a irem a Ele com fé e entrarem em um relacionamento Consigo mesmo, e assim iniciarem um caminho neste mundo de fazer a vontade de Deus.

É aí, amigos, onde começa o conhecer e o fazer a vontade de Deus – em ter comunhão com o Senhor Jesus. Permita-me perguntar: “Você conhece o Senhor Jesus como seu Salvador? Alguma vez houve uma relação pessoal de fé com Ele em sua vida? Você já pediu que Ele lavasse seus pecados e lhe salvasse?” Se você nunca foi ter com Ele para a salvação, não pode esperar ter a vontade de Deus em sua vida – isso deve vir primeiro! O que temos a dizer durante o restante desta reunião terá muito pouco significado para você, se você não for salvo, exceto que poderá testemunhar o que está perdendo em sua vida. Não há tempo melhor do que agora para atender ao chamado do Senhor, e vir a Ele e ser salvo. É a vontade de Deus que você faça isso. Então, se você quer saber qual é a vontade de Deus para a sua vida, é primeiramente crer no Senhor Jesus Cristo!

2) Dar Graças a Ele

Vamos passar para 1 Tessalonicenses 5:18: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. Aqui temos uma segunda coisa que indicaria a vontade de Deus para nossa vida – é dar graças em tudo. Que privilégio é esse! E um dos primeiros lugares onde você pode começar a dar graças a Ele é por ter morrido por você na cruz. Você já deu graças ao Senhor Jesus por tomar seu lugar na cruz e sofrer por seus pecados e morrer por você? É um ótimo lugar para começar! É algo que devemos fazer todos os dias de nossa vida! É a vontade de Deus.

Uma maneira muito especial de agradecê-Lo é na Ceia do Senhor – o partimento do pão. O objetivo, claro, é nos lembrar d’Ele em Sua morte, mas não podemos pensar em Seu amor, dando-Se por nós na morte, sem ter nosso coração elevados em louvor e ação de graças. Que privilégio maravilhoso: responder ao Seu pedido amoroso de se lembrar d’Ele em Sua morte e dar graças da maneira mais abençoada. Você já respondeu a esse pedido para se lembrar d’Ele dessa maneira? É a vontade d’Ele que você o faça (Lc. 22:19).

Mas Deus não quer que lhe agradeçamos apenas pelo que Ele fez na cruz para nos salvar. Este versículo diz: “Em tudo dai graças” – o que significa em todos os detalhes de nossa vida, até mesmo as coisas que podemos não entender. Deus está trabalhando em direção a um fim divino em nossa vida, e tudo o que Ele permite que aconteça é de acordo com a Sua vontade, e Ele quer que Lhe agradeçamos por isso. Pois “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Rm 8:28 – ARF).

Há muitas coisas complicadas que acontecem em nossa vida que temos dificuldade em entender por que o Senhor as permitiu. Mas precisamos ter confiança para crer n’Ele em tudo quanto permite e dar graças a Ele. Apenas lembre-se da Escritura em João 13:7 que diz: “O que Eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.” Ele sabe o melhor; e tudo o que Ele permitiu, deve ser para o nosso bem no final. Esse versículo que citei em Romanos 8, não diz que todas as coisas são boas; diz: “todas as coisas contribuem juntamente para o bem”. Isso significa que Ele poderia usar literalmente qualquer coisa para trabalhar para esse fim. De fato, Ele pode até usar coisas ruins – coisas desagradáveis – tragédias, tristezas, etc. Ter uma perna quebrada certamente não é bom, mas pode contribuir “juntamente para o bem” em sua vida, se você aceita isso como vindo de Sua mão de amor. Se formos exercitados sobre isso, produzirá “um fruto pacífico da justiça” (Hb 12:11). Quando vemos que é a vontade de Deus que permitiu isso para o nosso bem e a formação de nosso caráter, e que Ele tem uma bênção para nós, podemos agradecer a Ele por isso.

3) Entregarmo-nos ao Senhor

Vamos passar para 2 Coríntios 8:4-5. “Pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus**”**. Aqui temos uma terceira coisa que é claramente a vontade de Deus para nossa vida – _é nos entregar ao Senhor!_ Paulo estava exaltando a bondade dos santos macedônios porque eles se entregaram ao Senhor. Ele estava dizendo aos coríntios que eles haviam se entregado sem reservas ao Senhor; e um dos resultados práticos dessa devoção foi o fato de terem dado um donativo monetário ao serviço do evangelho.

Portanto, se você quer saber qual é a vontade de Deus para a sua vida, é se entregar ao Senhor Jesus e ao Seu serviço. Isso é chamado de dedicação. Isso nos lembra de Provérbios 23:26, que diz: “Dá-me, filho meu, o teu coração”. Quando chegamos ao Senhor pela primeira vez e somos salvos, e temos nossos pecados perdoados, há uma alegria inicial que é maravilhosa. Mas ter um gozo e felicidade sustentados em nossa vida Cristã requer o abandono do domínio de nossos desejos e a rendição de nossa vida ao Senhor. A dedicação deve acontecer no momento da salvação, mas muitas vezes há um intervalo de tempo na vida do Cristão antes que entreguem sua vida ao Senhor. Você pode dizer: “Eu quero saber qual é a vontade de Deus para a minha vida”. Bem, essa é a vontade de Deus para a sua vida! Aqueles Cristãos que se entregaram ao Senhor são os Cristãos felizes e frutíferos!

Ora, essa rendição envolveria doar nosso tempo, nossas energias, nosso dinheiro – o que quer que tenhamos, entregamos ao Senhor e dizemos: “Senhor, não é mais meu; Só estou segurando para Ti como mordomo! Quero fazer Tua vontade em minha vida, dando a mim mesmo e tudo o que tenho para Ti, para ser usado para Tua glória.”

Uma vez, depois de uma reunião evangélica muitos anos atrás, onde o Sr. Moody estava pregando, ele foi perguntado se sabia de alguém que tivesse sido convertido pela pregação. Ele disse: “Sim, dois e meio”. E a pessoa que perguntou a ele disse: “Com isso, Sr. Moody, suponho que você queira dizer que havia dois adultos e uma criança”. Ele disse: “Não, duas crianças e um adulto!” A razão pela qual ele chamou o adulto de meio, foi que os adultos já viveram metade da vida. Você já pensou nisso? Os adultos de meia idade já têm metade da vida! O melhor ou o máximo que eles podem dar é a segunda metade – a única parte que resta. Mas e você, querido jovem? Você pode dar toda a sua vida ao Senhor, se fizer isso agora, quando jovem!

Agora você pode dizer: “Eu não entendo o que o Senhor quer da minha vida! Eu sou apenas um Cristão comum. Eu não tenho nenhum dom especial. Tenho até medo de orar na reunião de oração!” Caro jovem, eu diria a você, não se preocupe com isso. O que Deus quer que você faça é dar sua vida ao Senhor Jesus; Ele o direcionará como achar melhor e você verá o que Ele pode fazer com isso – você ficará surpreso! Cada um de nós recebeu um dom e graça para ocupar nosso lugar no corpo de Cristo. Seu dom se manifestará quando você se dedicar ao Senhor. Com o tempo, isso se tornará evidente. Ele o guiará e fará de sua vida uma bênção. Mas tudo começa com você se entregando ao Senhor.

Você sabe, quando falamos em entregar nossa vida ao Senhor, mal podemos falar sobre isso sem nos referirmos à cruz. A motivação para entregar nossa vida ao Senhor vem do amor e graça que Ele demonstrou lá. É na sombra da cruz que tomamos decisões para entregar nossa vida a Ele. Se o significado da cruz alcançasse nossa alma – percebendo o que o Senhor Jesus fez por nós, não teríamos problemas em entregar nossa vida a Ele. Não teríamos problemas em confiar n’Ele quando vemos um amor assim! Eu acho que cinco vezes é dito no Novo Testamento: “Ele Se entregou” por nós. Ora isso deve nos levar a nos entregarmos a Ele!

No tribunal de Cristo, então assentado,

Por Ele, Seu plano, sobre mim, explicado,

O plano da minha vida, como fora feito,

Se tivesse sido do Seu jeito

E vejo, como o bloqueei aqui

E o entravei ali,

Não cedendo em meu querer.

Poderá, no olhar do Salvador, tristeza ter.

Embora ainda me ame e se possa ver?

Queria-me rico, mas eis-me pobre,

Despojado de tudo, exceto Sua graça nobre,

Minha memória foge-me qual caça a seguir

Por caminhos que não posso mais ir.

Senhor, os anos que ainda tenho,

Eu, em Tuas mãos, empenho.

Toma-me, quebranta-me, amolda-me,

Segundo o plano com que Tu modelaste-me.

Que essa seja a oração de cada um de nós aqui esta noite – que peçamos ao Senhor que faça o que for necessário para tornar nossa vida moldada à Sua vontade! Um irmão nos falou sobre aqueles que são “Cristãos de um quilômetro” (Mt 5:41). Depois, ele falou sobre aqueles que são “Cristãos de dois quilômetros” – aqueles que vão além do que lhes é pedido. Depois, outro irmão me disse: “E aqueles que são Cristãos de meio quilômetro – que só andam até a metade do caminho?” Eu pensei sobre isso – sim, eu conheço isso! E suspeito que não estou sozinho! Hoje à noite, Deus quer que nos revelemos e nos revelemos como Cristãos; e é aí que a felicidade e a realização entram no caminho.

4) Andar em Santidade

Passemos a 1 Tessalonicenses 4:1-8: “Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais; porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. Porque esta é a vontade de Deus**, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também, antes, vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o Seu Espírito Santo.”** Aqui temos outra parte da vontade de Deus para nossa vida – _que caminhemos em santificação_. Ele quer que vivamos uma vida de santidade prática. Os pecados sobre os quais Ele está falando aqui são imoralidade – fornicação e, no versículo 6, acredito que ele alude ao adultério. Estes são pecados que estão por toda parte neste mundo, e Deus não quer que Seu povo se envolva nesse tipo de coisa. Ele quer que tenhamos uma vida santificada – santificação prática. Ou seja, aperfeiçoando a santidade enquanto caminhamos no caminho da glória.

Você pode dizer: “Bem, eu nunca cometi esse tipo de pecado”. No entanto, ele diz no versículo 5, “não na paixão de concupiscência”, que é um apaixonado desejo lascivo. Você pode não ter praticado um ato de imoralidade, e agradecemos a Deus por isso, mas e a concupiscência que está por trás disso? Há muitos que têm desejo, mas apenas falta a oportunidade para o ato. Ele mostra aqui que essas coisas não deveriam estar na vida do Cristão. Ele gostaria que soubéssemos como possuir nosso vaso em santificação e honra. E isso significa que não apenas nos absteremos do ato, mas também a concupiscência que se passa no coração!

Nos versículos 6 a 8, ele explica por que essas coisas absolutamente devem ser evitadas. Existe algo como o governo do Pai. Ele julga Seu povo, trazendo disciplina para a vida de cada um, se necessário, para que sejam ensinados a não persistir no curso do pecado. O julgamento governamental de nosso Pai é algo que devemos temer em nossa vida (1 Pe 1:17). Precisamos lembrar que todo ato de disciplina que Ele permite em nossa vida provém de um coração de amor que se importa tanto conosco que Ele não nos deixa seguir nosso próprio caminho. Ele também fala do fato de que nós, como Cristãos, temos um Convidado divino – o Espírito Santo – habitando em nós. Nosso corpo é “o templo do Espírito Santo” (1 Co 6:19) e, portanto, deve ser mantido em santidade prática. Se formos descuidados quanto ao nosso caminhar e aos caminhos que tomamos, entristeceremos o Espírito Santo. Sentiremos falta da operação do Espírito de Deus em nossa vida para nossa bênção. Sua obra, antes, será de fazer nos preocupar com nosso curso voluntário, para nos conduzir a um julgamento desse curso.

Agora, a santificação prática se aplica a todos os aspectos da vida Cristã – não apenas aos grandes pecados. É a vontade de Deus que vivamos uma vida Cristã santificada. Se quisermos ter poder com aqueles a quem testemunharíamos, precisamos ter uma vida que apoie isso! Os homens de Gideão tinham duas coisas em suas mãos; uma era a trombeta e a outra era a lâmpada. É um tipo do duplo testemunho do filho de Deus – o testemunho que falamos e o testemunho que vivemos. A trombeta corresponde ao testemunho que falamos, e a lâmpada ao testemunho que vivemos. Tem que haver um equilíbrio consistente entre os dois. A lâmpada não faz barulho, mas produz luz. Nossa vida deve ser uma luz clara e brilhante. Foi Agostinho quem disse: “Pregue sempre Cristo – se necessário, use palavras!”

Portanto, temos um testemunho duplo, mas podemos estragá-lo ao cair em pecado. Vamos então nos exercitar sobre ter uma vida de santidade prática, a fim de trazer glória a Deus – é a Sua vontade para nossa vida.

5) Chegar ao Conhecimento da Verdade

Vamos abrir em outra passagem, 1 Timóteo 2:3-4. “Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” Aqui temos outra coisa que é a vontade de Deus para nossa vida – Ele não nos quer apenas que sejamos salvos, mas também que cheguemos ao conhecimento da verdade. Ele quer que aprendamos a verdade! Quão importante é isso! Se não o fizermos, seremos lançados de um lado para o outro por todo vento de doutrina que surja (Ef 4:13-14). O inimigo de nossa alma poderia facilmente nos levar a alguma linha de coisas onde poderíamos ser tirados dos trilhos. Além disso, não podemos ser de muita utilidade para o Senhor ao levar a verdade – defender a fé, se não a conhecemos!

O corpo de conhecimento Cristão que nos foi dado precisa ser entendido e praticado. Para aprender a verdade, é preciso tempo e diligência. Nós devemos nos aplicar. Aprendemos com Provérbios 22:17-21 que devemos aplicar nosso coração à sabedoria e ao aprendizado da Palavra de Deus.

Judas 3 nos diz que devemos “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Observe que a fé (o corpo do conhecimento Cristão) foi entregue aos santos. Os santos de Deus são os guardiões da verdade, não os apóstolos. Deus não entregou a verdade aos apóstolos para guardar; Ele a entregou por meio dos apóstolos, mas aos santos. O que estou dizendo aqui é que Deus quer que todos tenhamos a verdade. Não devemos ter a ideia de que aprender a verdade é apenas para aqueles que ministram a Palavra publicamente – para os irmãos que ensinam nas reuniões. Não, a verdade é para todos os santos terem e desfrutarem! Isso significa que todos nós precisamos diligentemente examinar as Escrituras (At 17:11-12).

Você sabe, existem muitos conceitos errados sobre aprender a verdade – alguns deles, suspeito, são apenas desculpas para a preguiça. Alguns dizem que você não precisa se preocupar em estudar as Escrituras; que ir às reuniões é suficiente – você absorve a verdade apenas por estar lá – meio que por osmose. No entanto, conheço pessoas que frequentam as reuniões há anos e anos e ainda sabem muito pouco da verdade que já foi entregue aos santos. É possível ser como o jovem que, em relação às reuniões, disse estar “presente no corpo, mas ausente em mente!” Ele estava lá, mas sua mente estava nas nuvens! E suspeito que ele não seja a única pessoa que já foi assim. Vir às reuniões não é suficiente; temos que nos aplicar nas coisas de Deus. Não devemos encarar isso como trabalho; é um privilégio! Quão maravilhoso é o aprendizado das Escrituras! “Oh! quão doces são as Tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca” (Sl 119:103).

Outro equívoco que alguns têm sobre aprender a verdade é que é realmente possível apenas para alguns poucos que têm um “dom”. Você pode estar pensando e dizendo: “Alguns desses irmãos aqui têm um dom para isso, mas eu não; portanto, não faz sentido tentar me aplicar a esse tipo de coisa”. Deixe-me dizer, não há verdade nisso! Não existe dom para aprender a Palavra de Deus. O dom é para dar o que Deus lhe deu. Vai sair de você de uma maneira um pouco diferente da pessoa ao seu lado, porque todos temos dons diferentes. Tudo o que é necessário para aprender a verdade é diligência e obediência. E isso é algo que está ao alcance de todos nós!

Ouvi falar de outra desculpa que alguém deu – e isso realmente me deixou aborrecido. Essa pessoa disse: “Como não é a verdade que nos mantem, não me preocupo muito com ela. E, de qualquer maneira, aqueles que se preocupam parecem fazer uma bagunça ao criar suas famílias!” Que triste é isso! É uma desculpa para a preguiça. Além disso, simplesmente não é verdade. Esse tipo de pensamento é o produto de uma expressão entre nós cujo significado foi alterado, e eu vou lhe dizer o que afirmam: “A verdade não vai mantê-lo”. Você já ouviu isso? Tenho certeza de que ouviu. Eu nunca encontrei isso em nenhum dos livros antigos de ministério. Os irmãos mais velhos costumavam ensinar: “A verdade por si só não irá mantê-lo!” Mas, em algum momento nos últimos anos, perdemos um pouco dessa verdade e reduzimos a afirmação para “A verdade não vai mantê-lo”. Infelizmente, a geração atual ouve isso e diz: “Qual é o sentido de ter a verdade então? Ela não vai me manter!” O resultado é que eles não veem necessidade de se dedicar a aprendê-la. Realmente, o ponto é que a verdade por si só não vai nos manter, porque a comunhão deve ser acoplada a ela. Na verdade, temos várias Escrituras que nos dizem que a verdade nos manterá, se a retivermos em comunhão. O Salmo 40:11 diz: “guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade”. A Palavra de Deus pode preservar você no caminho, dando-lhe princípios que guiarão seus pés. Seremos preservados no caminho se praticarmos essas coisas em comunhão com o Senhor. O Salmo 17:4 diz: “pela Palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor.”

6) Obedecer a Toda Ordenação Humana

Agora vamos passar para 1 Pedro 2:13-15: “Sujeitai-vos pois a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores, como por Ele enviados para castigo dos malfeitores e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus**, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos”**. Aqui, novamente, temos a vontade de Deus para nossa vida. E o que é isso? _É se submeter a toda ordenança humana por amor do Senhor!_ Pode ser qualquer ordenança que constitua as leis do país. Poderia ser o pagamento de nossos impostos, manter-se dentro do limite de velocidade, qualquer que seja – Deus gostaria que guardássemos todas as ordenanças humanas. É a vontade dele. Então, se você quiser fazer a vontade de Deus, não ultrapasse o limite de velocidade! E não estou falando sobre quando você acidentalmente flutua acima do limite, quero dizer, quando há um desrespeito intencional a essa ordenança. Meu tio costumava dizer: “Quando você percebe que ultrapassou o limite, o que faz? Você continua dirigindo nessa velocidade? Ou você diminui?” Sabe, já foi dito, e provavelmente é verdade, que o último membro do nosso corpo a ser santificado é o pé direito!

Eu conhecia um irmão que uma vez estava voltando para casa depois da reunião e a polícia o parou por excesso de velocidade. Quando o policial olhou para ele e percebeu que ele estava de terno, perguntou-lhe onde estava – porque as pessoas geralmente não se vestem assim aos domingos. O irmão disse a ele que estava em uma reunião da Bíblia – na verdade, ele acabara de partir o pão. O policial disse a ele: “Bem, você não aprendeu nada, aprendeu?” Até o mundo sabe que nós, como Cristãos, devemos cumprir a lei. É a vontade de Deus.

7) Servi-Lo

Agora, uma última passagem antes de encerrarmos – Atos 13:36, “tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, e foi posto junto de seus pais e viu a corrupção”. Nesta passagem, temos outra coisa que nos diz qual é a vontade de Deus para nossa vida – servir ao Senhor! Davi serviu sua própria geração pela vontade de Deus. E devemos fazer isso também. Quando entregamos nossa vida a Ele, é em vista que Ele use nossa vida como Ele quiser. O Senhor tem algo para cada um de nós fazer. É um serviço feliz. Ele disse: “o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve” (Mt 11:30).

Alguns podem ter a ideia de que servir ao Senhor é ir para algum país distante para viver em uma cabana entre cobras e aranhas. Se você tem alguma aversão a esse tipo de coisa, pode estar inclinado a não querer entregar sua vida ao Senhor por medo de que Ele o envie para lá. Mas tenho algo a lhe dizer, amigos; o trabalho missionário não é o único serviço que o Senhor tem para o Seu povo fazer. O chamado para o serviço que muitas de vocês, irmãs jovens aqui podem ter, será casar e gerar filhos – criar homens e mulheres piedosos da próxima geração que carregarão a tocha do testemunho Cristão. Ter seu lar à disposição do Senhor, para que Ele possa usá-lo para fortalecer a comunhão de Seus santos na sua região, é realmente um serviço! Afinal, de certo modo, são as famílias que apoiam o testemunho Cristão. E para vocês jovens irmãos aqui, pode ser que o Senhor queira que vocês assumam responsabilidades na assembleia local, para que o testemunho do Senhor sobre a verdade da reunião continue em sua comunidade. Deus quer que você seja um fiel na assembleia. Esse é um grande serviço para o Senhor. O serviço ao Senhor não é necessariamente viajar para lá e para cá, embora esse seja um aspecto maravilhoso e necessário da obra do Senhor. A principal coisa no serviço do Senhor é fazer a obra de Sua vontade – fazer Sua vontade.

Agora, aqui diz que Davi serviu “à sua própria geração” (At 13:36 – ARA). Há um trabalho que você pode fazer melhor do que eu; e isso é alcançar sua própria geração com a verdade. O Sr. Hayhoe costumava dizer isso com frequência. As pessoas da sua faixa etária costumam causar mais impacto umas nas outras do que aquelas que são mais velhas. O Senhor quer você no serviço d’Ele. Ele tem muito para você fazer em relação à sua geração. Agora você pode dizer: “Acho que não conseguiria! Eu não conseguiria pregar”. Lembre-se, nem todo serviço é pregar. Mas Deus pode querer que você pregue; e você precisa estar disposto a deixá-Lo usar você dessa maneira. Seu dom será desenvolvido por meio do uso. Portanto, exercite-o sempre que puder.

No que diz respeito à pregação – isso pode parecer um pouco estranho, mas os irmãos aqui poderão se identificar com isso –, algo que foi muito encorajador para mim foi o que aconteceu enquanto o irmão Albert Hayhoe estava pregando. Ouso dizer que ele era o homem mais eloquente entre nós naqueles dias – ele provavelmente poderia ter ganhado muito dinheiro com pregação se o tivesse feito, entrando nos círculos da Cristandade onde se pode fazer um nome para si mesmo. Somos gratos por ele não ter entrado. De qualquer forma, uma vez ouvi-o pregar em uma conferência e ele disse: “Agora, quero citar um versículo da Escritura que é muito querido para o meu coração – esse é o mesmo versículo pelo qual fui salvo e há muito tempo guardei na memória; é João 5:24.” E começou a citá-lo: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a Minha Palavra, e crê naqu’Ele…”, então vacilou e perdeu a linha de raciocínio, e não conseguiu terminar de citar o versículo! Por fim, ele disse: “Bem, vamos voltar ao assunto”. Ele era o homem mais eloquente que eu conhecia, mas ele não conseguiu terminar de citar seu versículo favorito! Por mais estranho que pareça, fui encorajado por isso! Pensei comigo mesmo: “Se ele pode vacilar ao falar, eu também. Não me sentirei tão mal ou constrangido se eu falhar um pouco”. Às vezes pensamos que uma boa pregação é estar dizendo tudo em “palavra perfeita”, mas uma boa e poderosa pregação é pregar aquilo com o que o Espírito de Deus Se identifica! E o que o pai de Albert costumava dizer é certamente verdadeiro: “O que vem do coração vai para o coração!” Isso é muito mais importante na pregação.

Agora, para resumir o que tivemos quanto a vontade de Deus para nossa vida, eu enumero:

  1. Crer no Senhor Jesus Cristo.

  2. Agradecer por tudo o que Ele fez por nós.

  3. Entregar-nos a Ele.

  4. Andar em santidade.

  5. Chegar ao conhecimento da verdade.

  6. Obedecer a toda ordenação humana por amor do Senhor.

  7. Servir ao Senhor em Sua vinha.

Depois de meditarmos nesses versículos, nenhum de nós pode realmente dizer que não sabemos qual é a vontade de Deus para a nossa vida. Sua Palavra expôs claramente, e está realmente sob nossa responsabilidade agora, fazer a vontade de Deus e provar a bênção dela. Que Deus nos dê a graça de fazê-lo.

Como Saber a Vontade de Deus para Sua Vida

Parte II

Quatro Modos de Deus nos Dirigir

Bruce Anstey

COMO SABER A VONTADE DE DEUS PARA SUA VIDA

(Parte II)
(Lassen Pines, CA – 3 de julho de 2004)

Quatro Modos de Deus nos Dirigir

Ontem, vimos sete passagens das Escrituras no Novo Testamento que descrevem a vontade de Deus para nossa vida de uma maneira geral. Depois de olhar para esses versículos, nenhum de nós pode realmente dizer que não sabe qual é a vontade de Deus para nossa vida – isso está claramente estabelecido na Palavra de Deus!

Hoje à noite, queremos falar sobre a vontade de Deus de uma maneira mais específica. No entanto, seria inútil falar sobre os detalhes de Sua vontade e ser guiados por Ele, se não estivéssemos fazendo as coisas óbvias que estão claramente marcadas em Sua Palavra. Por isso, eu me dediquei em apresentar um esboço geral da vontade de Deus na noite passada. Não podemos esperar que o Senhor nos guie em certas coisas específicas em nossa vida quando não consideramos as coisas gerais ou básicas que sabemos que Ele deseja que façamos! Seria hipócrita. O Senhor disse aos fariseus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23:23).

O Pré-requisito Necessário – Um Bom Estado de Alma

Assim, tendo falado sobre essas coisas gerais relacionadas à vontade de Deus, gostaria agora de examinar quatro maneiras principais pelas quais o Senhor nos guia nos pequenos detalhes de Sua vontade. Ora, quando falamos do assunto de ser guiado pelo Senhor, é impossível, realmente, falar sobre isso sem supor que haja um estado adequado de alma no crente a ser guiado. Com isso em mente, quero primeiro examinar alguns versículos que abordariam o estado de nossa alma.

DISPOSIÇÃO PARA FAZER A VONTADE DE DEUS – João 7:17 diz: “Se alguém quiser fazer a vontade d’Ele**, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se eu falo por Mim mesmo”** (ARA). Este versículo estabelece um grande princípio relacionado ao conhecimento da vontade de Deus. O contexto em que é encontrado em João 7 tem a ver com o saber se uma determinada doutrina é correta ou errada. Mas o princípio é amplo o suficiente para ser aplicado a todos os assuntos da vida. O princípio é este: _deve haver uma pré-disposição de nossas vontades para querer FAZER a vontade de Deus, custe o que custar!_ Isso significa que devemos querer fazer a vontade de Deus, mesmo que ela nos faça sofrer. Observe que o versículo não diz: “Se alguém quiser saber a vontade d’Ele, conhecerá…” Em vez disso, diz: **“Se alguém** fizer **a vontade d’Ele, saberá**…**”** (KJV). Isso significa que deve haver um compromisso em nosso coração com o _fazer_ a vontade d’Ele, independentemente do que isso possa nos custar. Quando houver essa profundidade de comprometimento, o Senhor certamente nos mostrará Sua vontade.

SEPARAÇÃO DO MUNDO – Romanos 12:2 diz: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus**”**. Aqui temos outro ponto em relação ao conhecimento da vontade de Deus, e isto é: _estar separado do mundo!_ A razão para isso é que o mundo e seus princípios afetarão nosso pensamento e nos farão perder o discernimento. Se tivermos algum tipo de ambição ou interesse mundano em nossa vida, é certo que obscureceremos nossa mente quanto a essa questão e isso nos impedirá de conhecer a vontade de Deus para nossa vida. Portanto, é importante não estar em conformidade com o mundo e seus caminhos.

SINCERIDADE – Efésios 5:14-17 diz: “Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor**”**. Aqui está outro pré-requisito para discernir a vontade de Deus. É preciso haver um sincero _exercício de coração_. Se temos a atitude de ser descuidado e indiferente ao caminho de fé em que devemos trilhar – de que fala esse versículo – como podemos esperar que o Senhor nos mostre Sua vontade? Isso é hipocrisia. J. N. Darby disse isso apropriadamente: “O Senhor não ilumina um Cristão apático”. Este versículo diz que devemos primeiro nos **“levantar”**, então o Senhor nos **“iluminará”** (ARA) o caminho! Há uma ordem moral aqui. Lemos no Salmo 36:9: **“na Tua luz veremos a luz”**. O Cristão apático e descuidado não receberá luz do Senhor para seu caminho.

Eu provavelmente já contei essa história antes; de qualquer maneira, um professor ficou um pouco chateado com o estado apático de seus alunos. Um dia, ele entrou na sala de aula e, com um giz escreveu no quadro A-P-A-T-I-A. Enquanto escrevia isso em grandes letras, um garoto olhou para ele e pronunciou em voz alta APATIA; depois, voltando-se para o garoto ao lado dele, disse: “O que é apatia?” E o outro garoto disse com desdém: “Quem se importa!” Isso é exatamente o que apatia significa! Ora, se tomarmos esse tipo de atitude em relação ao conhecimento da vontade de Deus para nossa vida, Ele não vai nos ensinar o Seu caminho. Ele quer corações exercitados. Precisamos buscar o Senhor com todo o coração e mente; e Ele certamente nos guiará no caminho, e conheceremos Sua vontade.

NÃO TENDO MOTIVOS OCULTOS – Mateus 6:22-23 diz: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons [se teu olho é são – JND], todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Aqui está outra coisa importante em relação a estar em um estado adequado para discernir a mente e a vontade de Deus, e isso é ter um olho são. Sabemos que nossos olhos naturais são usados para trazer luz ao nosso corpo. Eles recebem luz através das lentes e a mente traduz essas informações em uma imagem para que possamos entender o que estamos vendo. Mas isso só acontece quando nossos olhos estão saudáveis ou “bons” e a luz vinda ao corpo não é impedida. É o mesmo com nossos olhos espirituais; precisamos ter olhos espirituais saudáveis ou bons para que nossa apreensão espiritual não seja prejudicada. Isso equivale a estar em um estado saudável da alma, sem segundas intenções que impedem a entrada de luz espiritual.

O Senhor Se refere a dois estados nos quais o olho humano pode estar e o correlaciona com dois estados de alma nos quais poderíamos estar espiritualmente. Um tem a ver com o olho ser “bom” (são ou saudável) e o outro com o olho “mal” (ou não saudável). Naturalmente, se há algo em nossos olhos que impede a luz de passar por eles e ser transmitida ao cérebro, não seremos capazes de identificar o que estamos vendo. E todos sabemos como algo muito pequeno pode impedir nossos olhos de ver as coisas claramente. Um pequeno grão de areia pode fazer isso! É o mesmo com as coisas espirituais. Ter um olho mau ou doentio em um sentido espiritual é ter segundas intenções em ação em nossa alma, e essas coisas nos impedem de ver certas verdades quando nos são apresentadas. Quão cuidadoso, portanto, precisamos ser em relação ao nosso estado espiritual!

Portanto, se estamos tendo dificuldade em ver e entender a verdade espiritual quando ela é trazida diante de nós, pode ser porque há algum motivo oculto em ação em nossa alma. Sabemos que há um sujeito que, quando trazemos diante dele certa verdade ou princípio da Palavra de Deus, ele costuma dizer: “Eu não consigo ver! Eu simplesmente não consigo ver!” E se nos referimos a outro princípio, ele costuma dizer a mesma coisa: “Eu simplesmente não consigo ver!” E ele está falando sério! E também não tenho dúvidas que ele não consegue ver. Mas por que, podemos perguntar, ele não pode ver? Há algum obstáculo que ele tem – um motivo oculto ou sua vontade está em ação – e bloqueia a luz dessa verdade de ser percebida por sua visão espiritual. Isso nos mostra que ler as Escrituras e orar não são necessariamente suficientes para obter a mente de Deus sobre algo específico – é necessário que haja um estado de alma correspondente para discerni-la. A Bíblia diz: “o que é espiritual discerne bem tudo” (1 Co 2:15).

Há muitos Cristãos que estão, neste exato momento, lendo suas Bíblias e estão buscando a mente de Deus em oração sobre certos assuntos (e são sinceros), mas todos estão em uma névoa sobre o que Deus gostaria que eles fizessem. Eles estão tendo dificuldade em obter luz e discernir a mente do Senhor no assunto, e acredito que é porque há algum obstáculo moral – algum motivo não verificado que está no caminho. Isso apenas mostra como devemos ter cuidado para manter um bom estado de alma. E isso, sabemos, é feito pelo julgamento próprio diário, pelo qual a comunhão pode continuar ininterruptamente (1 Jo 1:9).

Vamos ver agora essas quatro maneiras pelas quais o Senhor nos guia.

1) Por Ter um Senso da Presença do Senhor Conosco – Comunhão

Vamos, antes de tudo, abrir em Êxodo 33:13-15: “Agora pois, se tenho achado graça aos Teus olhos, rogo-Te que agora me faças saber o Teu caminho, e conhecer-Te-ei, para que ache graça aos Teus olhos: e atenta que esta nação é o Teu povo. Disse pois: Irá a Minha presença contigo para te fazer descansar. Então disse-Lhe: Se a Tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui”. Esta é a primeira grande maneira pela qual o Senhor guia Seu povo – tendo um senso de Sua presença conosco. Talvez possamos dizer que é a maneira mais alta e mais pura para ser conduzido.

Moisés estava buscando orientação do Senhor para levar os filhos de Israel através do árido deserto para a terra prometida de Canaã. O Senhor disse: “irá a Minha presença contigo”. A presença do Senhor os lideraria. Isso se manifestaria na nuvem de glória de Shekinah1, que habitava no tabernáculo. Quando ela se movia, eles deveriam desmontar o acampamento e segui-la. Quando parava, eles deveriam parar e montar acampamento lá (Nm 9:15-23). Era realmente muito simples para eles terem a orientação do Senhor. Tudo o que eles precisavam fazer era ficar de olho na nuvem e ficar embaixo dela quando ela se movia. Era um escudo para eles do Sol quente durante o dia e uma coluna de fogo fornecendo luz para eles durante a noite (Sl 105:39). É uma bela figura de ser dirigido por ter uma percepção da presença do Senhor.

Quando Moisés disse: “Se a Tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui”, ele estava realmente dizendo: “Senhor, se não podemos ter Tua presença conosco, não queremos ir!” É assim que deve ser conosco. Não devemos querer ir a lugar algum neste mundo ou dar qualquer passo em nossa vida, se não pudermos ter a sensação da presença do Senhor conosco. O que estou falando aqui é uma sensação de paz que todo Cristão deve ter em sua vida que vem de andar com o Senhor. Colossenses 3:15 diz: “Reine em vosso coração a paz de Cristo” (ARF). Esse é o estado Cristão normal, porque estamos em comunhão com o Senhor. Nunca devemos deixar que nada entre em nossa vida que perturbe essa paz.

O estado Cristão normal é andar em comunhão com o Senhor; se isso é algo habitual, quando damos um passo errado, sentiremos que algo está fora de ordem – em outras palavras, perderemos a paz. É então que devemos refazer nossos passos e procurar permanecer no caminho de fazer a vontade de Deus. Dessa maneira, o Senhor nos guia tendo um senso de Sua presença. Mas se você normalmente não tem comunhão com o Senhor em sua vida, não saberia o que é perder o sentido daquilo que está acostumado a não ter. Mas isso é uma coisa triste.

Lembro que um irmão queria que eu fosse com ele à Malásia para visitar os irmãos lá. Eu desejava isso, e então disse: “Claro, eu irei”. Fizemos o itinerário e, à medida que o dia se aproximava e era hora de comprar nossas passagens para a partida, comecei a ficar desconfortável. Comecei a perder minha paz. Depois de um tempo, não consegui dormir pensando nisso, até que finalmente liguei para o irmão e disse a ele que não iria. E assim que fiz isso, minha paz voltou e eu dormi como um bebê naquela noite! O que aconteceu foi que eu havia consentido em seguir um caminho em que não tinha paz.

Vamos para outro versículo que ilustra esse ponto de ser guiado pelo sentido da presença do Senhor – Salmo 32:8: “Instruir-Te-ei, e ensinar-Te-ei o caminho que deves seguir; guiar-Te-ei com os Meus olhos”. Todos nós sabemos que é preciso estar bem perto de uma pessoa para ser guiado pelos seus olhos. Isso tem a ver com proximidade e implica estar em comunhão com o Senhor. Se eu olhasse para minha esposa de onde estou aqui, acho que não poderia ver o movimento dos seus olhos, mas, se eu estivesse mais perto dela, veria. E isso é realmente o que é comunhão – a proximidade do coração e do pensamento ao Senhor. É o que desejo em minha vida.

Isso me lembra duma história que ouvi de um homem que estava na Inglaterra, ou talvez na Escócia, onde eles caçam muitas raposas e coelhos. Eles têm seus cães para perseguir esses coelhos de maneira organizada, e assim eles caçam! Um homem perguntou a um daqueles treinadores de cães: “Como você sabe quando esses cães estão treinados?” O treinador disse: “Isso é muito simples; quando saímos para caçar, e um coelho atravessa o nosso caminho, e o cão se vira e olha para mim antes de ir atrás do coelho, eu sei que ele está treinado”. O cão sabe muito bem que deve perseguir o coelho, mas ainda olha para o mestre antes de se mover! É exatamente isso que o Senhor está procurando em nós. Pode ser muito óbvio para onde devemos ir, mas ainda precisamos olhar para Ele. Essa é dependência – e o Senhor guiará a alma dependente.

Não demos sequer UM PASSO em nossa vida, se isso significa que vamos perder o senso da presença do Senhor.

2) Por Meio de Princípios da Palavra de Deus

Vamos para a segunda maneira que Deus guia, que encontramos no Salmo 17:4: “pela Palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor”. E então o Salmo 119:105, “Lâmpada para os meus pés é Tua Palavra, e luz para o meu caminho”. Avance um pouco mais para o versículo 130: “A entrada das Tuas Palavras dá luz, dá entendimento aos símplices”. Aqui temos outra maneira pela qual o Senhor guia – pelos princípios de Sua Palavra.

Deveríamos estar agradecidos por ter essa maneira do Senhor dirigir para acrescentar ao que já falamos, porque ter um senso da presença do Senhor em nossa alma é algo subjetivo (uma impressão interior) e poderíamos ser enganados por esses sentimentos subjetivos. Nosso coração é tão enganoso – como diz Jeremias 17:9 “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” – podemos ficar envolvidos em algo que queremos fazer e pensar que temos a presença do Senhor conosco quando na realidade não temos. Pode ser apenas nossas emoções de alma em ação. Portanto, é uma provisão maravilhosa de Deus ter Sua Palavra escrita para nos guiar também. Isso ajuda a verificar e equilibrar as coisas. Podemos nos perguntar a respeito de um passo específico que estamos prestes a dar: “Isso coincide com a Palavra de Deus? Existe um princípio em Sua Palavra que apoiaria isso?” Acabamos de ler três ou quatro versículos que nos dizem que Sua Palavra nos guia. Ele descreve um caminho seguro e feliz para nós através deste mundo. Ao aprendermos e reunirmos os princípios das Escrituras, e os colocarmos em nosso tesouro, podemos invocá-los em um momento de necessidade e ser guiados.

Vejamos Tiago 1:21: “Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a Palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma”. Agora, isso vai além de apenas aprender os princípios da Palavra de Deus intelectualmente. Ele aborda a necessidade de a Palavra de Deus se enraizar na própria fibra do nosso ser e se tornar parte de nós. Você provavelmente já ouviu os irmãos dizerem: “Você precisa tornar a verdade sua.” Bem, é isso que eles querem dizer. Os princípios da Palavra de Deus devem se tornar parte integrante de nossa pessoa, para que vivamos essa verdade praticamente em nossa vida. Não é apenas conhecimento de cabeça. É sobre isso que Tiago está falando aqui quando diz “a Palavra em vós enxertada”. Essa mesma ideia está em 1 João 2:14, onde diz aos jovens: “a Palavra de Deus está em vós”. Um jovem irmão procurou o Sr. Darby e perguntou como poderia ter uma boa apreensão da Palavra de Deus como o Sr. Darby tinha. Ele disse palavras no sentido de que não era tanto sua apreensão da Palavra de Deus, como era a Palavra de Deus tê-lo apreendido! A Palavra de Deus deve se apossar de nós e afetar nosso ser, o que será evidenciado em nossa vida.

Agora, aprender os princípios da Palavra de Deus levará tempo. Temos que reunir esses princípios bíblicos para o caminho ao ler e estudar a Palavra de Deus. Como jovens crentes, todos nós começamos com pouco – talvez com os princípios que recebemos de nossos pais, se fomos criados em lares Cristãos –, mas agora é nossa responsabilidade aumentar essas coisas à medida que envelhecemos. Não estou falando agora de doutrina, por mais importante que esta seja; estou falando de princípios práticos para o caminho que são extremamente necessários.

Então, o que Tiago está dizendo aqui é que, se quisermos nos apoderar desses princípios divinos da Palavra – ou devo dizer, os princípios da Palavra se apossam de nós – teremos que deixar de lado toda a imundície e maldade. Isso implica julgamento próprio de nossa parte, para que esses princípios realmente se tornem parte de nós. O resultado será que teremos conhecimento divino sobre o caminho e saberemos o que o Senhor quer que façamos.

Vamos colocar desta forma; suponha que alguém venha até você e lhe ofereça um emprego em Yukon2 e é um trabalho fácil que paga bem, mas não é próximo de nenhuma assembleia reunida em nome do Senhor. Deveria você aceitar essa oferta de emprego? Pode a Palavra de Deus guiá-lo em relação a isso? Eu acredito que sim. Um versículo da Bíblia lança luz sobre essa decisão. A Escritura nos diz que não devemos abandonar “a nossa congregação, como é costume de alguns” (Hb 10:25). Se você aceitasse esse trabalho, não seria capaz de participar de reuniões nas quais os santos estão reunidos em Nome do Senhor e onde há comunhão e ministério sadio. Você pode dizer: “Mas eu posso encontrar Cristãos naquela localidade e ter comunhão com eles”. Sim, isso é verdade, mas será a “assembleia de nós mesmos juntos” (JND com base na verdade do único corpo reunido em nome do Senhor, ou será no contexto do Cristianismo denominacional? Se você estiver reunido para o nome do Senhor (Mt 18:20) e for a um lugar onde não há assembleia reunida como tal, terá que perder esse privilégio. Você deve obter a partir dessa Escritura que o Senhor não está instruindo você a aceitar esse trabalho. Embora você possa ganhar monetariamente, provavelmente sua alma perderá espiritualmente. Em circunstâncias normais, você gostaria de ter uma assembleia para a qual poderia ir para adoração e ministério, antes de se mudar para esse local. Mesmo assim, você ainda precisa ter a direção do Senhor. Para que um jovem dê um passo como esse, creio que você faria um compromisso, e o inimigo poderia fazer uso dele para afastá-lo do terreno divino da reunião. Temos visto isso acontecer com muita frequência!

Vamos dar outra ilustração; suponha que alguém me procure querendo fazer parceria nos negócios, mas essa pessoa não conhece o Senhor como seu Salvador. Devo fazer isso? Qual é a vontade de Deus para mim? Tenho algum princípio nas Escrituras que me guie? Eu deveria ser capaz de recorrer aos princípios práticos que aprendi da Palavra de Deus a respeito do caminho para me guiar. Quando Deus dá a conhecer Sua mente em Sua Palavra, não preciso orar sobre o que Ele gostaria que eu fizesse – porque Ele me mostrou! Não estou dizendo que não devemos orar; devemos orar para que o Senhor nos dê graça para fazer o que Sua Palavra diz. Seria um erro para mim se entrar em um relacionamento comercial com essa pessoa quando a Palavra de Deus me diz: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis” (2 Co 6:14).

E quanto a um relacionamento em que alguém possa estar pensando em ter e a outra pessoa não está seguindo o caminho exposto na Palavra? Existe uma Escritura que o guie? Sim, “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3) Existem outras Escrituras às quais podemos recorrer que forneceriam luz para essa situação. De fato, Deus pode usar qualquer Escritura para falar conosco. Conheço uma irmã que estava mostrando interesse em um irmão chamado Mark. À medida que o relacionamento progredia bem, ela queria uma confirmação do Senhor de que ele era a pessoa certa e que ela estava fazendo a vontade de Deus. Um dia, ela estava lendo nos Salmos e se deparou com as palavras: “Nota o homem perfeito”3 (Sl 37:37 – TB). Ela pensou: “É isso aí; o Senhor respondeu à minha oração!” E ela acabou se casando com ele!

Conheço outra irmã que estava mostrando interesse em irmão que tinha mau temperamento. Ela estava preocupada e orou ao Senhor sobre isso, na esperança de que esse irmão crescesse em graça e julgasse a si próprio. Um dia, ela estava lendo em Provérbios 22:24, que diz: “Não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico” (ARA). Ela pensou consigo mesma: “Oh, meu Deus, sou eu; estou com um homem colérico e está escrito: com um homem assim nem andes!” O Senhor usou isso para levá-la a romper esse relacionamento, e acabou se revelando que ele tinha outros problemas que seriam desastrosos se ela continuasse com esse relacionamento. Isso apenas mostra que o Senhor pode usar Sua Palavra para nos guiar de uma maneira muito prática.

É o mesmo em assuntos relacionados à assembleia. Se você se voltar para Atos 1, verá que os irmãos estavam enfrentando uma questão se alguém deveria tomar o lugar de Judas entre os apóstolos. Eles rogaram ao Senhor e Ele lhes deu uma resposta da Sua Palavra. Pedro lembrou-se das Escrituras que diziam: “tome outro o seu bispado” (At 1:20; Sl 109:8). Eles aprenderam com isso, que alguém deveria ser nomeado para o seu lugar vago. Foi a Palavra de Deus que lhes deu luz sobre o que fazer nessa situação. Então eles foram e lançaram sortes, e o Senhor indicou Sua vontade pela sorte que recaiu sobre Matias. Agora, não estou sugerindo que devemos lançar sortes ou “tirar no palito” para entender a vontade do Senhor. Isso foi feito antes que o Espírito de Deus viesse à Terra para habitar na Igreja. Depois que o Espírito foi enviado, nunca encontramos os apóstolos fazendo isso; era estritamente algo do Velho Testamento, e eles ainda estavam realmente no terreno do Velho Testamento em Atos 1.

Aliás, lembro-me de um jovem que queria se mudar para uma determinada cidade e ele realmente se exercitou diante do Senhor, mas não conseguia entender a mente do Senhor quanto a se deveria ir ou não. Então, ele decidiu tirar a sorte no palito para saber a vontade do Senhor. Pegou alguns palitos e escreveu em um deles o nome da cidade para onde queria ir, em outro escreveu o nome de outra cidade que também gostaria de ir; e em um terceiro palito escreveu: “Fique onde está”. Depois, teve algumas outras opções – não me lembro quais eram. Por fim, sobrou um último palito e não sabia o que escrever nele. Então, ele teve a ideia de escrever: “Não tire a sorte nos palitos!” Então, os misturou e orou antes de tirar um – e adivinha que palito tirou? Foi: “Não tire a sorte no palito!” Não sei se ele mudou de cidade ou não, mas sei que nunca mais decidiu as coisas no palito.

Atos 15 seria outro exemplo de ser guiado pela Palavra de Deus. Esse era um assunto muito sério que estava diante dos irmãos; havia alguns entre eles que estavam ensinando que uma pessoa tinha que ser circuncidada antes que pudesse ser salva. Eles estavam misturando lei com graça. Os irmãos se reuniram para discutir esse assunto – houve grande contenda, mas a mente do Senhor só foi alcançada quando recorreram à Palavra de Deus. Tiago trouxe um princípio da Palavra de Deus que lhes deu luz sobre o que deveriam fazer.

É maravilhoso termos a Palavra de Deus para nos guiar nas circunstâncias da vida! Não estou dizendo que necessariamente teremos um capítulo e um versículo para tudo, mas acredito que podemos encontrar em algum lugar da Palavra um princípio que nos guie sobre o qual possamos agir. Mas, você sabe, esses princípios não serão úteis se você não os conhecer. A única maneira de você aprender esses preciosos princípios da Palavra de Deus é lendo sua Bíblia. Eu o instruiria a buscar nas Escrituras e aprender esses princípios valiosos para sua vida. Diz em Mateus 13:52 que “todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” A única maneira de tirar coisas novas e velhas para “fora” de seu tesouro para aplicação às necessidades da casa era primeiro dedicar seu tempo colocando essas coisas para dentro de seu tesouro. E é o mesmo conosco. Devemos reunir princípios da Palavra e guardá-los em nosso coração para um momento de necessidade – quando podemos aplicá-los às situações da vida. Cada um de nós tem um tesouro e é nosso privilégio e gozo dedicar tempo a colocar as coisas nele.

3) Por Meio da Providência

Passemos agora a Provérbios 16:9: “O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” E também em Jeremias 10:23: “Eu sei, ó SENHOR, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos.” Aqui temos dois versículos que nos trazem outra maneira pela qual Deus guia – isto é, por Sua providência. Você pode perguntar: “O que é providência?” São os caminhos de Deus trabalhando por trás da cena na vida dos homens. Visto que o Senhor tem todo poder no céu e na Terra à Sua disposição, Ele pode, e atua, em todas as cenas da vida cotidiana. Nada acontece por acaso. Diz em Lamentações 3:37: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?” Nada pode acontecer sem que Ele o determine. Ouvimos na conferência de Walla Walla que Cristo “sobre todas as coisas” foi constituído “como cabeça da Igreja” (Ef 1:22). Tudo o que viesse tocar a vida daqueles que comporiam a Igreja, Ele está sobre isso. Ele não permite nada senão o que Ele quer que nos toque. Esta é a Sua providência divina. Ele nos guia por certas coisas que Ele permite que entrem em nossa vida, pelas quais discernimos a vontade de Deus.

Agora temos que ter cuidado ao sermos guiados pelas circunstâncias, porque podemos ser enganados. O perigo está em tentar interpretar as circunstâncias quando não estamos em comunhão. Realmente, em todas essas coisas temos que estar em comunhão com o Senhor para discernir Sua mente. Se não estivermos, acharemos que sentimos a presença d’Ele quando não a temos; também interpretaremos mal as Escrituras e também interpretaremos as várias circunstâncias de nossa vida.

Passemos a Atos 16:9-11 para um exemplo de orientação guiada pelas circunstâncias. “E Paulo teve de noite uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho. E, navegando de Troas, fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia, e no dia seguinte para Nápoles”. Foi aqui que o evangelho entrou na Europa pela primeira vez. Em Troas, Lucas encontrou-se com Paulo, Silas e Timóteo; e eles se tornaram uma comitiva de quatro missionários. Paulo concluiu dessa “visão” que teve – uma circunstância que Deus providencialmente trouxe à vida – que o Senhor os chamava para irem à Macedônia, que é o norte da Grécia. Este é um exemplo de como Deus pode usar as circunstâncias para nos guiar no caminho de Sua vontade. Não é que tenhamos uma visão exata, mas Ele nos guiará por uma circunstância inconfundível que acontecerá.

A providência de Deus é vista novamente no versículo seguinte, onde diz que eles navegaram por dois dias. (Eles chegaram a Samotrácia, que é uma ilha do outro lado do mar Egeu, em um dia. Então, no dia seguinte, chegaram a Nápoles, na Macedônia.) Isso é muito interessante para mim. O vento os ajudou a fazer uma rápida viagem por meio daquela água. Você poderia dizer que o Senhor estava abrindo o caminho e ajudando-os. Veja alguns capítulos mais adiante neste livro, em Atos 20:6, quando Paulo teve uma ideia de ir a Jerusalém, mas o Espírito de Deus o estava orientando a seguir o outro caminho. Ele teve que atravessar o mesmo trajeto marítimo, apenas no sentido contrário; mas diz ali: E, depois dos dias dos pães asmos, navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles a Troas”. Observe que a jornada levou cinco dias! Quando o Senhor estava chamando Paulo para ir para o Oeste, para a Macedônia, levou apenas dois dias para fazer a jornada, mas quando ele estava indo contra a liderança do Espírito (At 20:22-23, 21:4, 10-14), levou cinco dias! Os ventos sopravam contra o navio, que retornava a Troas. O que podemos aprender com isso? As circunstâncias estavam indicando que ele não estava agindo de acordo com a perfeita vontade de Deus. Temos que estar perto do Senhor para discernir Sua mente em tais circunstâncias. Isso, como dissemos, requer comunhão.

Deus pode usar pequenas coisas, mas se estivermos perto o suficiente d’Ele, discerniremos isso. Talvez haja algo em alguém que o irrite e você queira dizer a ele ou ela o que acha que precisa ouvir. Você quer, como se diz, “desabafar”, e assim você pega o telefone, mas a linha está ocupada! Então você liga novamente, mas ainda está ocupada. Talvez você tente várias vezes. Em uma situação como essa, pode ser que o Senhor esteja dizendo para você não fazer isso! Você provavelmente dirá algo do qual se arrependerá depois e o Senhor está tentando livrá-lo disso. Talvez seja apenas a carne em você que queira fazer com que essa pessoa tome uma reprimenda. O Senhor permitiu que esse sinal de ocupado acontecesse repetidamente por uma razão – talvez Ele esteja lhe dizendo que você está indo contra a vontade d’Ele.

Vamos passar para uma ilustração no Velho Testamento, do Senhor guiando pelas circunstâncias – Gênesis 24. Isso foi feito com Abraão enviando seu servo para encontrar uma “ajudadora” (uma esposa – Gn 2:18 – AIBB) para seu filho Isaque. Eu suspeito que não são poucos os jovens aqui esta noite que tenham esse desejo de encontrar sua companheira designada por Deus para a vida toda, e isso é bom. Abraão usou seu servo, que é um tipo do Espírito Santo – e espero que você permita que o Espírito o guie nesse importante assunto de sua vida.

Encontramos que este homem orou sobre isso; e colocou diante do Senhor algo que, se acontecesse, ele poderia entender, como vindo do Senhor, que havia encontrado a jovem certa. Ele orou para que, quando pedisse água à jovem, ela estivesse disposta a dar-lhe de beber, mas mais do que isso, que ela se oferecesse para dar de beber a seus camelos também. E foi exatamente o que aconteceu! Então você vê que foi uma circunstância que o guiou.

Gênesis 24:27 diz: “Bendito seja o Senhor Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a Sua beneficência e a Sua verdade de meu senhor: quanto a mim, o Senhor me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor.” Ele bendisse a Deus e agradeceu a Ele por trazer à tona circunstâncias que o guiaram à pessoa certa. E quando ele conversou com ela e descobriu de quem era filha, era exatamente a pessoa que ele procurava, pois seu mestre Abraão havia lhe dito para conseguir alguém da mesma linhagem familiar.

Sabe, você pode obter muitas lições deste capítulo em relação a essa decisão muito importante em sua vida. Não é interessante como eles foram colocados juntos? Ele estava procurando por uma jovem do mesmo parentesco. Por que ele deveria estar tão preocupado com isso? Bem, é muito importante encontrarmos alguém, uma alma gêmea, se você quiser chamar assim – um companheiro entre aqueles que têm uma fé preciosa como você. Sempre me incomoda quando vejo alguém saindo em busca de uma esposa ou marido em outras comunidades Cristãs – ou talvez até no mundo, porque sei que será difícil na área de compatibilidade.

Tenha cuidado em procurar, por assim dizer, dentro de sua própria tribo. Essa é uma expressão tirada de Números 36, onde os filhos de Israel foram instruídos a se casar dentro de sua própria tribo. Aplicando isso a nós mesmos em figura, como Cristãos, seria casar-se dentro de nossa própria irmandade – em outras palavras, entre aqueles reunidos ao nome do Senhor.

É interessante que, com as cinco filhas de Zelofeade, quando se tratava de herdar a terra, cada uma delas recebeu uma porção, o que era bastante incomum. Normalmente, a herança em Israel era dividida entre os homens da família, e era esperado que as mulheres se casassem com alguém que teria sua própria parte do pai dele. Mas como essas mulheres não tinham irmãos, a herança de seu pai chegou até elas. Isso significava que os homens que se casaram com elas receberam uma porção dupla! Aqueles homens teriam sua parte do pai, e essas mulheres também teriam uma parte. Isso as tornou jovens cobiçadas para serem recebidas em casamento! Mesmo que uma delas fosse chamada “Hogla”!4 Não tenho certeza de como ela era, mas o homem que se casou com ela recebeu uma porção dupla. Você pode ler sobre isso em Josué 17. Havia “dez quinhões” que caíram em Manassés por causa das filhas de Zelofeade.

Conversando com os jovens irmãos agora; se você se interessar pelas moças da reunião que são espirituais e procura continuar com o Senhor, receberá uma porção dupla! Elas vão trazer para o casamento algo que aprenderam com a experiência de caminhar com o Senhor, e isso será valioso. Não perca isso. Se você já tomou parte da herança e a jovem com quem se casa tem uma porção também, que casamento maravilhoso será! Olhe para o Senhor – Ele o guiará nesta importante decisão.

Note: ele disse: “o Senhor me guiou no caminho.” Ele estava andando no caminho, que indica a atividade em fé, quando o Senhor o guiou. Isso nos mostra que Deus guia Seu povo quando eles avançam em fé. É algo como o leme de um navio. Ele guia o navio, mas apenas quando o navio está em movimento. Se o navio estiver atracado, o capitão pode mover o leme para um lado e para o outro sem que haja qualquer mudança de direção. O navio tem que estar se movendo para que o leme funcione. E é o mesmo conosco. Devemos avançar no exercício da fé. Precisamos avançar e confiar no Senhor; Ele honrará a fé e abrirá o caminho. Às vezes, esperamos que o Senhor abra o caminho enquanto apenas nos sentamos e esperamos que Ele se mova. Mas Ele quer que estejamos em exercício – em movimento – e então Ele honrará esse passo de fé e nos direcionará.

O Senhor também pode tornar Sua vontade conhecida em circunstâncias negativas. Diz no Salmo 32:9: “Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não tem entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, para que se não atirem a ti”. Às vezes, se não estamos em comunhão com Ele, o Senhor ainda pode nos guiar. Mas não é muito agradável! Ele usa “a escola da força bruta”, por assim dizer. O cavalo que está sendo dirigido pelo cabresto e freio ilustra isso. Não é muito agradável para um cavalo ter a boca puxada de um lado para o outro.

Você sabe, o que caracteriza um cavalo é que ele dispara – geralmente por pequenas coisas. Uma pessoa deixa cair no chão algo que produz um som agudo e alto, e o cavalo foge – ele sai correndo. Isso nos fala de impulsividade. Corresponde a correr quando o Senhor não nos chamou para correr – é dar um passo quando o Senhor não nos instruiu dessa maneira. Ele está dizendo aqui: “Não seja assim”. Às vezes, nos movemos rápido demais nas decisões da vida e nos metemos em dificuldades. A Escritura diz: “o que se apressa com seus pés erra o caminho” (Pv 19:2 – AIBB). Também diz: “aquele que crer não se apresse” (Is 28:16).

Por outro lado, podemos ser como a mula. Você sabe, uma mula é caracterizada por teimosia. Meu pai costumava nos contar uma história que aconteceu na Primeira Guerra Mundial (1914-18), quando eles usavam muitas mulas para carregar cargas, etc. Ele disse que passavam momentos terríveis. Ao entrarem em batalha, os pobres animais ouviam aquelas explosões eclodindo e, com medo, ficavam teimosos e simplesmente não se mexiam. Os capitães e sargentos tinham que pegar uma arma e colocá-la na cabeça, matar o animal e trazer outro no lugar. Podemos ser teimosos assim também. O Senhor pode querer que façamos alguma coisa, mas não fazemos. Felizmente, ele não lida conosco em medidas drásticas, como aqueles soldados fizeram com suas mulas. Em vez disso, Ele nos ensina a obedecer e aprendemos a fazer a vontade d’Ele.

Conheço um jovem que queria ir a um lugar que era questionável, mas estava apreensivo, tendo consciência sobre isso. Porém queria desesperadamente ir, e estava realmente lutando com isso. No seu quarto no andar superior, ele tinha um calendário com um versículo para cada dia. Não era o calendário usual; era uma caixa com um visor e dentro havia um rolo com versículos. A cada dia você avançava para um novo versículo. Como estava inquieto com o que queria fazer, ele pensou em ir ao seu calendário e avançar para um novo versículo. Talvez, pensou ele, isso lhe desse alguma luz para sua situação atual. Tenho certeza de que provavelmente esperava um versículo como o que o Douglas, em outra reunião, estava lendo para nós: “Ide”! (2 Rs 6:2) Quando ele girou o rolo, surgiram em grandes letras pretas: “POR FAVOR, VOLTE!” Ele havia chegado ao fim do rolo e estava na hora de enrolar de volta ao começo! Não era um versículo das Escrituras, mas certamente falava com ele. O ponto aqui é que Deus pode usar qualquer coisa para nos direcionar no caminho. E se estivermos em comunhão, discerniremos Sua mente por meio dela. Provérbios 3:5-6 diz: “Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.” O Senhor Se deleita em nos guiar no caminho; e uma das marcas de Sua orientação é que Ele endireita nossa vereda. Se o caminho que você está pensando seguir é algo complicado, não parece ser a direção do Senhor. Quando Ele abrir o caminho para seguirmos, será uma coisa simples e clara. Precisamos orar como salmista: “Ensina-me, SENHOR, o Teu caminho e guia-me pela vereda direita” (Sl 27:11).

Se você está orando por algo, e não vem uma resposta clara – nenhuma “vereda direita” se abre nessa direção, provavelmente é porque o Senhor está indicando que Ele deseja que você permaneça onde está – pelo menos por enquanto.

Uma coisa que é tão importante quando somos guiados pelas circunstâncias é que devemos estar em comunhão para discernir a mente do Senhor nas coisas que acontecem em nossa vida. Caso contrário, poderíamos facilmente interpretar as circunstâncias de uma maneira errada e ser enganados. Jonas estava em mau estado e, quando queria ir para Társis, desceu para Jope; e eis que ele encontrou um navio indo para aquele lugar exato! Ele poderia ter dito: “Oh, as circunstâncias estão se abrindo para mim; eu estou justificado em seguir esse caminho”. Mas, era exatamente a direção oposta que o Senhor queria que ele seguisse!

Se estamos inflexíveis e determinados a tomar uma direção particular, o Senhor pode simplesmente nos deixar seguir por esse caminho, para que provemos o fruto do nosso próprio caminho. Diz no Salmo 106:15: “E Ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma.” Como eu disse, Ele pode nos ensinar pelo “método da força bruta” que seguir a nossa própria vontade nunca é bom.

4) Por Meio dos Profetas

Agora, para vermos a quarta maneira pela qual o Senhor guia, passemos a Provérbios 11:14: “Não havendo sábia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança.” Então, no capítulo 12:15: “O caminho do tolo é reto aos seus olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio.” Aqui temos outra maneira pela qual o Senhor nos guia – pela boca dos profetas! Você diz: “Deus ainda usa profetas hoje? De fato, Ele usa. Ele usará seus irmãos como profetas ou profetisas para expressar Sua mente. Um de seus irmãos pode chegar até você com a Palavra de Deus em sua boca e dar-lhe alguns conselhos divinos – solicitados ou não. Eles estão agindo como profeta ou profetisa, e precisamos ouvi-los.

Sendo assim, exorto você a ouvir aqueles que conhecem os caminhos de Deus, que andaram com o Senhor e têm experiência no caminho. Eles podem dar bons conselhos em relação às decisões da vida. É preciso ter cuidado, é claro, porque existem muitos conselhos gratuitos por aí. Se você ouvir todos, poderá seguir alguns conselhos ruins. Lembre-se, eu disse que em cada uma dessas quatro maneiras pelas quais Deus nos guiaria, devemos estar no estado correto de alma para começar. Então, se alguém lhe der um mau conselho, você poderá discerni-lo.

Deixe-me lhe dar um exemplo. Estamos pensando em vender nossa casa, e ouvi o conselho de vários irmãos; alguns aconselharam que vendêssemos e outros disseram que não vendêssemos. O que devemos fazer? Eu acho que o conselho de Jim foi o melhor; ele disse: “Espere no Senhor”. Ele não se comprometeu de uma maneira ou de outra, e acho que isso é bom. Se alguém pedir seu conselho e você não tiver certeza do que dizer, seria melhor dizer isso. Não há nada de errado em dizer: “Eu não sei. Não quero guiar você numa direção incorreta”.

Agora vamos passar para 2 Reis 6:8-12: “Então o rei da Síria guerreava contra Israel, e se aconselhou com seus servos, dizendo: em tal e tal lugar será o meu acampamento. E o homem de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Cuidado para não passar por esse lugar; pois ali os sírios desceram. E o rei de Israel enviou ao lugar que o homem Deus lhe disse e o advertiu, e se salvou ali, nem uma nem duas vezes. Portanto, o coração do rei da Síria estava dolorido por isso; e chamou seus servos, e disse-lhes: Não me mostrareis qual de nós é para o rei de Israel? E um dos seus servos disse: Nenhum, meu senhor, ó rei; mas Eliseu, o profeta que está em Israel, diz ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto.”

Aqui temos um exemplo de como obter bons conselhos. O rei de Israel estava sob ataque do rei da Síria; e vemos Eliseu falando a Palavra de Deus para ele. Ele disse ao rei de Israel: “Não vá a tal lugar, porque Deus me disse que seu inimigo está lá e está esperando para emboscar você”. Enquanto o rei ouvia o profeta, ele estava seguro. A tendência hoje é matar o profeta, porque não gostamos do que ele nos diz. Mas o rei aqui ouviu o profeta e agiu em cima disso, e diz que ele “se salvou ali, nem uma nem duas vezes.”

Isso é muito instrutivo, porque há certos lugares neste mundo que um filho de Deus não deveria ir. Nosso inimigo certamente está lá, e provavelmente seremos mortos se formos para lá. Para você, pode ser um lugar diferente do que para mim. Quaisquer que sejam seus hábitos ou interesses, seu inimigo pode montar acampamento lá para atacá-lo. Suponha que seja um esporte em particular que cativou seus interesses e seu tempo – é um lugar em que seu inimigo pode tentar fazer você tropeçar e arrastá-lo cada vez para mais longe. Em tal situação, seria melhor não ir para “tal e tal lugar”.

Somos os guardiões de nosso irmão e precisamos avisar um ao outro se percebermos que alguém está entrando em algo que pode ser prejudicial à sua vida espiritual. Um irmão ou irmã fiel pode ver isso em nossa vida e nos alertar sobre os perigos. Dessa maneira, eles estão agindo como profeta ou profetisa. Podemos não gostar, mas a Escritura diz: “Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5:20).

No começo, estávamos falando de Paulo indo a Jerusalém quando o Espírito de Deus estava levando a outro lugar; e dizia: “E, achando discípulos, ficamos ali sete dias: os quais pelo Espírito diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém.” (At 21:4) Aí temos a voz de irmãos agindo como profetas – aos quais Paulo faria bem em ouvir. Um pouco mais tarde, no capítulo, um profeta chamado Ágabo disse a mesma coisa a Paulo, e demonstrou isso diante dele, pegando o cinto e amarrando-o a ele. Estes são exemplos de irmãos que nos profetizam para nosso próprio bem. Provérbios 25:12 diz: “Como pendentes e joias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento” (ARA). Que cada um de nós tenha esse ouvido atento.

Vimos quatro maneiras pelas quais Deus nos guia:

- Sua presença. - Seus princípios. - Sua providência. - Seus profetas.

Agora, em resumo, eu diria que o essencial nesta questão de discernir a vontade do Senhor gira em torno de nosso estado de alma. Precisamos abandonar nossas vontades no assunto – isto é, não ter nenhuma vontade própria na coisa. Sei que isso não é fácil, mas são aqueles que não têm vontade própria em um assunto que irão discernir a vontade de Deus. O Salmo 25:9 diz: “Guiará os mansos retamente: e aos mansos ensinará o Seu caminho.” Uma pessoa mansa é alguém que não impõe sua vontade. Isso não significa que devemos ser apáticos nessas coisas; já falamos sobre a necessidade de ser exercitado no conhecimento de Sua vontade, mas se formos mansos, o Senhor promete que Ele nos guiará.

Uma coisa reconfortante, devo acrescentar, é que, se estamos agindo em fé, o Senhor não nos permitirá cometer um erro. A Escritura diz: “aos que Me honram honrarei” (1 Sm 2:30). Deus honra fé; e se estivermos dando passos errados em algum assunto, mas estivermos honestamente buscando fazer o que acreditamos ser a vontade d’Ele – tentando agradá-Lo, Ele nos impedirá de cair em algo que seria um erro. Não é um pensamento reconfortante? Que Deus bom temos!

Há uma ilustração desse ponto em Gênesis 20. Abimeleque tentou tomar a esposa de Abraão (que pensava ser irmã de Abraão) como sua esposa. Ele fez isso em ignorância – na “integridade” de seu coração e na “inocência” (ARA) de suas mãos. Mas Deus veio a ele em um sonho e disse que ela era a esposa de outro homem. “E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei Eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também Eu te tenho impedido de pecar contra Mim; por isso te não permiti tocá-la” (Gn 20:6). Abimeleque não estava ciente dos fatos, mas Deus o protegeu de cometer um grande erro. E acredito que Ele também nos protegerá de cometer um erro, se estivermos buscando algo em fé que não seja a Sua vontade.

Agora é verdade que, se precisarmos da disciplina, Ele pode, como mencionado anteriormente, nos conceder o que pedimos, mas fazer definhar a nossa alma (Sl 106:15), mas isso seria para nos ensinar algo que de outra forma não poderíamos aprender na escola de Deus – e isso seria apenas por conta da teimosia do nosso coração. Mas esse é um assunto diferente. Normalmente, se continuarmos com boa consciência e agirmos com fé em um assunto específico, o Senhor entrará em cena e impedirá que façamos algo que não é a Sua vontade. Isso deve ser um tremendo consolo para nós e nos dá segurança para seguir adiante com fé, confiando n’Ele.

A Perfeita e Permissiva Vontade de Deus

Agora, para completar esse assunto da vontade de Deus, talvez eu possa dizer algumas palavras sobre os dois aspectos da vontade de Deus. Você pode memorizá-los como os dois “P” – cada um desses dois aspectos começa com a letra “P”.

Existe a Sua perfeita vontade para nós, que é o plano que Ele definiu para nossa vida que O glorifica. A Escritura diz: “Para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). Contudo, pode haver coisas em nossa atitude e maneiras que não agradam ao Senhor; e embora Ele queira que sigamos o caminho de Sua vontade perfeita, Ele pode nos permitir que sigamos o caminho de nossa própria vontade. Nesses casos, Ele está no controle total de tudo o que Ele permite, mas, na sabedoria de Seus caminhos, Ele toma exatamente aquilo que estamos compelidos e determinados a ter, e usa isso como uma disciplina – para nossa correção. Isso poderia ser chamado de Sua vontade permissiva (1 Co 16:7; At 21:14).

Haverá muitas situações na vida em que não teremos um capítulo e um versículo para nos dirigir; por exemplo, se você deve ou não ir à próxima conferência ou comprar algum produto em particular, etc. Nesses casos, você deseja separar os desejos da carne do que é verdadeiramente a vontade de Deus no assunto. Percebo que isso é difícil porque nosso coração é enganoso (Jr 17:9). Sendo assim, darei a você algumas perguntas que você pode fazer a si mesmo que o ajudarão nesse sentido.

Perguntas que Podemos Fazer a Nós Mesmos que Ajudarão a Discernir Se Temos ou Não a Vontade do Senhor, Quando Não Houver Escritura Específica

  1. É para Cristo? (Cl 3:17)

  2. Trará glória a Deus? (1 Co 10:31)

  3. Estou em paz com isso ou estou inquieto? (2 Rs 5:19)

  4. Qual é a fonte de tal desejo; é a carne ou o Espírito? (Gl 5:16-26)

  5. Que natureza será alimentada? (Rm 8:13)

  6. Tornará Cristo mais precioso para minha alma? (1 Pe 2:7)

  7. Promove a piedade em mim? (1 Tm 1:4)

  8. Eu me sentiria bem em levar o Senhor para lá, se Ele estivesse fisicamente comigo? (Êx 33:14-15)

  9. O Senhor teria feito isso? (1 Pe 2:21)

  10. Gostaria de ser encontrado fazendo isso quando o Senhor vier? (Mt 24:46)

  11. Eu me encontro justificando isso diante dos outros? (Jó 9:20)

  12. Se envolver despesa de dinheiro, poderia esse dinheiro ser mais bem gasto? (Pv 3:9)

  13. Se envolver tempo, o tempo poderia ser mais bem usado? (Ef 5:16)

  14. Que efeito terá sobre os outros a minha conduta na coisa? (1 Co 8:9-13)

  15. Tem aparência de mal? (1 Ts 5:22)

  16. É cativante e escravizante? (1 Co 6:12)

  17. Tenho pressa a respeito disso? (Pv 19:2)

  18. Procurei o conselho de Cristãos piedosos sobre isso? (Pv 11:14)

Notas

[←1]

N. do T.: Shekinah é uma palavra hebraica que significa “habitação” ou “presença de Deus”. Para muitos estudiosos a tradução que mais se aproxima dessa palavra é “a glória de Deus se manifesta”.

[←2]

N. do T.: Yukon é um território do Canadá localizado no Círculo Polar Ártico, com população em torno de 36.000 habitantes, tendo somente 8 cidades.

[←3]

N. do T.: Aqui o autor está jogando com as palavras. O nome do irmão em quem ela estava mostrando interesse era “Mark” e o versículo por ela lido em Salmo 37:37 diz em inglês “Mark the perfect man!” que traduzido literalmente é “Mark o homem perfeito!”

[←4]

N. do T.: Em inglês a palavra “Ogle” significa “olhar amoroso”. O autor está jogando com as palavras “Ogle” e “Hogla”.

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