A prioridade

Mateus 8:18-22

Duas pessoas querem seguir a Jesus: um escriba, que é um entendido da lei e da religião judaica, e um discípulo. Provavelmente eles tenham ficado entusiasmados com os milagres e curas que viram e desejam estar sempre ao lado de Jesus. O primeiro diz: “Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores” (Mt 8:19).

Veja que ele está afirmando que irá seguir a Jesus, e não perguntando se pode segui-lo. Também não está expressando um desejo do tipo “Quero te seguir”. Não, ele está dizendo “Eu te seguirei por onde quer que fores” (Mateus 8:19). Não seria isso excesso de autoconfiança? Creio que sim. Considerando que nunca mais ouvimos ouvir falar desse escriba nos evangelhos, é provável que toda aquela disposição tenha morrido literalmente na praia. Sim, eles estavam à beira do Mar da Galileia.

A autoconfiança é muito valorizada em nossa sociedade, mas Deus abomina tal comportamento por trazer em seu bojo coisas como independência, autossuficiência e vontade própria. No capítulo 15 do Evangelho de João, Jesus diz: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” e o apóstolo Paulo acrescenta: “É Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Jo 15:5; Filipenses 2:13). Portanto, nas coisas de Deus, tudo o que começa com “auto” está fora: autoconfiança, autodeterminação, autoajuda, autossuficiência, e por aí vai.

Jesus mostra ao escriba que ele não tem ideia do que está pedindo. Seguir a Jesus é despachar a bagagem para o céu e viver aqui na expectativa do embarque. As raposas podiam ter sua toca e as aves os seus ninhos, mas para Jesus este mundo não é uma morada definitiva e nem um lugar de descanso. Tampouco é este o destino final do cristão ou um lugar para se acomodar.

O outro homem quer seguir a Jesus, mas tem outra prioridade. “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai” (Mt 8:21). Seu problema está na prioridade, na palavra “primeiro”. Jesus pede que o discípulo o siga e deixe os mortos sepultarem os mortos. Além da lição sobre prioridades ele ensina outra coisa: neste mundo há duas classes de pessoas, as que estão ocupadas com Jesus, aquele que dá vida, e as que se ocupam com as coisas mortas.

Qual destes dois homens é você? O escriba autoconfiante que espera uma vida fácil seguindo a Jesus, ou o homem cuja prioridade é outra e não Jesus? As intenções podem ser boas, mas é preciso entender que Jesus deve ser o começo, meio e fim da vida do cristão. Deve ser o motivo e o objetivo. Não é com autoconfiança que você segue a Jesus, mas com a confiança que vem do alto. Caso contrário, basta vir uma tempestade e... bem, este é o assunto dos próximos 3 minutos.

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